terça-feira, 25 de janeiro de 2011

Trabalhadores vão “financiar o próprio despedimento”, alerta CGTP - Renascença

Com patronato reaccionário, tacanho e vigarista, quem acredita que os trabalhadores consigam algo de bom? É pura mentira que se aumentem as admissões de trabalhadores por via desta medida, pois em nada ela influencia essa condição. O que este patronato queria mesmo era que a medida se aplica-se aos contratos já existentes! O governo, mentiroso, pois baseia-se em exemplos que não são idênticos, ajuda-os… mas que esperar de um governo que nos levou para onde estamos e estaremos nos próximos vinte anos!

“O fundo de indemnizações das empresas vai acabar por ser financiado pelos próprios trabalhadores e levar a uma quebra nos salários, alerta a CGTP. “Um fundo que o Governo diz que quer criar, que deve ser suportado pelas empresas, que as empresas já dizem que não querem suportar, logo, só sobra para os trabalhadores que forem celebrar o respectivo contrato”, disse o sindicalista Arménio Carlos, no final da reunião da concertação social desta segunda-feira. Se a proposta avançar, sublinha o membro da comissão executiva da CGTP, os salários dos novos contratos vão baixar e o “trabalhador vai estar a financiar o seu próprio despedimento”. A opinião de Arménio Carlos é partilhada por João Vieira Lopes, presidente da Confederação do Comércio e Serviços de Portugal (CCP). “As consequências serão, necessariamente, essas, porque as empresas, neste momento, não dispõe de liquidez financeira para, independentemente das boas intenções do fundo, estarem a colocar dinheiro em relação ao qual não podem mexer”, reconhece João Vieira Lopes.
Corte nas indemnizações divide patrões e sindicatos

A UGT aceita de imediato a proposta do Governo de redução do valor das indemnizações por despedimento, se os salários dos trabalhadores portugueses chegarem ao valor dos espanhóis. A ministra do Trabalho, Helena André, disse no final da reunião de concertação social que a proposta do Governo para reduzir de um mês para 20 dias de salário por cada ano de trabalho, colocaria a legislação portuguesa mais próxima da espanhola. O líder da UGT admite aceitar a redução das indemnizações se houver outras aproximações a Espanha, em particular ao nível da tabela salarial. João Proença coloca, no entanto, dúvidas à possibilidade do corte nas indemnizações favorecer a criação de emprego. Por sua vez, Arménio Carlos, da Comissão Executiva da CGTP, diz que a proposta do Governo visa, sobretudo, “facilitar os despedimentos”, “generalizar a precariedade”, diminuir os salários e a protecção social. “É uma proposta inaceitável, que demonstra uma enormíssima falta de sensibilidade social do Governo”, acusa Arménio Carlos. Os Trabalhadores Social-Democratas (TSD) reúnem-se hoje para analisar a proposta do Governo. Arménio Santos, presidente dos TSD, diz à Renascença que a proposta do Governo merece uma análise muito séria, pois estão em causa direitos dos trabalhadores e dá razão a João Proença, quando o líder da UGT pede tratamento ao espanhol para os trabalhadores portugueses. Entre os patrões, a Confederação do Comércio e Serviços de Portugal (CCP) diz que a proposta do Governo se aproxima bastante das suas ideias. João Vieira Lopes quer, no entanto, que a redução do valor das indemnizações tenha efeitos imediatos. O presidente da Confederação da Indústria Portuguesa (CIP), António Saraiva, diz que se está à procura de novas soluções para os novos contratos.” Renascença

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