quinta-feira, 25 de setembro de 2014

Alerta Total

Lula pode ser acionado por fugir de intimações do MPF sobre denúncias de Marcos Valério no Mensalão II

Posted: 24 Sep 2014 07:49 AM PDT


2ª Edição do Alerta Total – www.alertatotal.net
Por Jorge Serrão - serrao@alertatotal.net
 
Luiz Inácio Lula da Silva pode ter problemas imediatos com o Judiciário. Desde cedo circula a informação de que Lula pode ser alvo de uma ação por estar se recusando, há sete meses, a colaborar e a atender a intimações para depoimentos sobre a segunda rodada do processo do Mensalão.
 
Lula estaria fugindo de fazer manifestações sobre o inquérito que apura as denúncias de Marcos Valério Fernandes de Souza ao Ministério Público Federal sobre o total conhecimento do ex-Presidente da República sobre tudo que redundou na Ação Penal 470 do Supremo Tribunal Federal. Será que o MPF vai mesmo pressioná-lo ou tudo não passa de fogo de palha pré-eleitoral?
 
Lula tem uma preocupação objetiva: não tem mais foro privilegiado para responder por eventuais broncas judiciais. Preferiu não cumprir o plano de disputar uma vaga ao Senado por São Paulo, para reconquistar alguma imunidade parlamentar e, ao mesmo tempo, ajudar seu fracassado "poste" Alexandre Padilha a obter o milagre de se eleger governador.
 
Outras enormes preocupações
 
Lula também teme que dois casos judiciais de grande repercussão, além do Mensalão e do abafado escândalo da Operação Porto Seguro (com a amiga Rosemary Noronha), respinguem em seu mítico nome. O primeiro é a Lava Jato – que se torna mais crítica com a ameaçadora delação premiada do doleiro Alberto Youssef e do ex-diretor de Abastecimento da Petrobras, Paulo Roberto Costa – a quem Lula chamava, carinhosamente, de Paulinho. O segundo é o que pode se desdobrar das ações judiciais contra Eike Batista, até outro dia "grande amigo" e "parceirão"...

 
A pergunta que não quer calar é: Alguém se lembra da badalada reunião de Dilma Rousseff com 28 mega-empresários do Brasil, em 22 de março de 2012, na qual estava presente o então badalado e prestigiado Eike Batista (que aparece na fotografia na ponta esquerda)?
 
Outra pergunta que não quer calar é: O que será que Lula da Silva e Dilma Rousseff falam dele, agora, que Eike está denunciado pelo Ministério Público Federal por diversos crimes: formação de quadrilha, indução de investidores a erro, falsidade ideológica e insider trading (informação privilegiada para manipular o mercado), além da investigação sobre lavagem de dinheiro tocada pela Polícia Federal?
 
O PTitanic resiste a afundar pela via eleitoral. Mas tem risco de terminar com a blindagem do casco quebrada pela ação do Judiciário. A aposta dos petistas é sempre na impunidade ampla, geral e irrestrita que amaldiçoa a República Sindicalista do Brazil. Mas, se a canoa virar, para surpresa generalizada, os ratos terão de ser bons nadadores, para não morrerem no oceano de merda que engrossa a cada segundo.
 
O sem graça de tudo é que as pesquisas induzem a vitória reeleitoral de Dilma Rousseff, mesmo com tantas denúncias de corrupção e a evidente crise econômica – que obriga o governo a fazer malabarismos verbais na propaganda, junto com manobras arriscadas no câmbio, nas contas públicas e, em breve, nas tarifas públicas manipuladas para frear uma inflação que insiste em subir.
 
Ou a grande maioria do eleitorado brasileiro é realmente formada por imbecis, idiotas, ignorantes, cínicos ou pragmáticos beneficiados por clientelismos, ou um grande esquema de compra de votos, combinado com fraude eleitoral, está em andamento para assegurar a continuidade do PT nos apodrecidos poderes da República.

 
Rosemary Noronha, Paulo Roberto Costa, Marcos Valério, Henrique Pizzolato e Alberto Youssef são alguns personagens com potencial para virar a República de cabeça para baixo. Só vai depender do Judiciário cumprir seu papel... Justamente aí (sem trocadilho infame), mora o problema...
 
 
Mundo desabando
 
O Ministério Público e a Polícia Federal querem investigar e ouvir diretores do Bradesco, Itaú, Santander, HSBC e BB - para apurar se houve possível conivência com a lavagem de dinheiro investigada no âmbito da operação Lava-Jato.
 
Se a lava Jato chegar, realmente, ao sistema financeiro, das duas uma:
 
Ou a casa cai de uma vez, ou a impunidade terá de ser comprada a peso de ouro.
 
Qualquer bebê de colo sabe que Alberto Youssef, Paulo Roberto Costa e companhia limitada não teriam condições de lavar mais de R$ 10 bilhões, sem alguma conivência de grandes instituições financeiras...


 
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A transcrição ou copia dos textos publicados neste blog é livre. Em nome da ética democrática, solicitamos que a origem e a data original da publicação sejam identificadas. Nada custa um aviso sobre a livre publicação, para nosso simples conhecimento.

© Jorge Serrão. Segunda Edição do Blog Alerta Total de 24 de Setembro de 2014.

Sorridente Presidência de Lewandowski cuidou das comprometedoras delações premiadas da Lava Jato

Posted: 24 Sep 2014 06:04 AM PDT


Edição do Alerta Total – www.alertatotal.net
Por Jorge Serrão - serrao@alertatotal.net
 
Não foi à toa que Ricardo Lewandowski assumiu ontem a Presidência da República Federativa do Brasil, durante viagens de Dilma e Temer, e impedimentos políticos-pessoais de Renan e Alves. O presidente do Supremo Tribunal Federal teve a espinhosa missão de também presidir ontem uma tensa reunião que tratou das delações premiadas resultantes dos vários processos da Operação Lava Jato – que investigam lavagens de dinheiro que ultrapassam R$ 10 bilhões.
 
A tensão ficou mais alta na reunião com a confirmação de que o doleiro Alberto Youssef voltou atrás e agora também deseja embarcar na delação premiada adotada pelo seu parceiro Paulo Roberto Costa. O caso ganhou preocupação infernal porque o Procurador-Geral da República, Rodrigo Janot, rejeitou o que definiu como "cartel de leniência coletivo" proposto pelas empreiteiras e fornecedores da Petrobras apanhados, com provas, na Lava Jato. A temperatura do inferno subirá quando se mexer com os bancos que agiram como lenientes parceiros de Youssef e Paulo Costa.
 
Tudo que o PT não desejava era que tal acordo fosse fechado antes do primeiro turno da eleição – no qual as pesquisas amestradas indicam a vitória de Dilma Rousseff. O temor gigante é que denúncias comprometedoras da Lava Jato vazem agora e, pior ainda, depois, em meio à guerra de foice no escuro do segundo turno. O azar dos petistas é que a pressão de bastidores feita por eles parece ter conseguido o efeito contrário. Apavorou o doleiro Alberto Youssef – que já estava amedrontado com as revelações de Paulo Roberto Costa, da contadora Meire Poza, de seu sócio Carlos Alberto Pereira da Costa e da doleira Nelma Kodama. 
 
Quem definiu, objetivamente, a atitude de Youssef foi seu advogado Antônio Figueiredo Basto – que é contra a delação premiada: "Bateu o desespero". Basto analisou que Youssef aceitou colaborar com a força-tarefa por pressão da família e porque, de repente, viu-se cercado de delatores. Outro advogado de Youssef, o estelar Antônio Carlos de Almeida Castro, o Kakay, também justificou a reação de Youssef: "Quebraram a resistência do cara com uma prisão de seis meses. Ele está alquebrado. Tínhamos uma tese imbatível, mas a pressão falou mais alto".  
 
O advogado Basto revelou que Youssef decidiu fazer acordo de delação ontem à tarde – coincidindo com a tensa reunião comandada pelo sorridente Presidente Lewandowski, em Brasília. Nesta quarta-feira, Basto e Youssef terão um novo encontro na Superintendência da Polícia Federal, em Curitiba. Em seguida, o advogado deverá apresentar ao Ministério Público Federal a proposta de acordo.
 
Se realmente toda sujeira vier à tona, o Brasil será obrigado a passar por uma faxina geral. O problema atual é que o departamento de limpeza não demonstra, claramente, disposição de começar o trabalho efetivo. Por isso, é altíssimo, o risco de o escândalo bilionário acabar punindo apenas alguns bodes expiatórios, para que muitos políticos poderosos, da base aliada do governo, sejam poupados. É enorme a chance de se repetir o que aconteceu com o Mensalão. Agora, quase todos os condenados estão soltos, desfrutando do que faturaram, sem que se tenha chegado ao verdadeiro chefão da quadrilha (que o Supremo Tribunal Federal decidiu que nem existiu).
 
Por enquanto, quem paga o pato calado é o publicitário Marcos Valério Fernandes de Souza. O ex-diretor de Marketing do Banco do Brasil, Henrique Pizzolatto, continua preso na Itália – e a petralhada nem quer que se lembre dele nestes tempos eleitorais. Só se Valério e Pizzolato quebrarem o silêncio forçado pelas pressões é que algo muito grave pode acontecer (ou não) na República Sindicalista do Brazil, até logo mais governada pelo sorridente ministro Ricardo Lewandowiski.

Por onde anda o Lobão?
 

Dever de casa

 
Disputa infernal

 
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© Jorge Serrão. Edição do Blog Alerta Total de 24 de Setembro de 2014.

Diagnóstico e Prognóstico

Posted: 24 Sep 2014 03:29 AM PDT


Artigo no Alerta Total – www.alertatotal.net
Por Carlos Maurício Mantiqueira
 
A ética impede que um médico tente diagnosticar uma pessoa querida.
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Deve-se partir do pior cenário até encontrar a situação real.
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Brasileiro que sou, tentarei não incorrer no erro de mal avaliar a situação do país por me recusar a admitir certos cenários.
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A falência múltipla de órgãos e instituições nos leva a considerar um quadro de gangrena e ou septicemia.
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O núcleo do câncer é o judiciário. Se tivesse funcionado minimamente não teríamos o desastre do legislativo e do executivo.
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O paciente espera por um milagre.
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Parasitas de toda sorte se assustam com a possibilidade da morte do hospedeiro e sua própria ruína.
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Vão tentar uma solução de meia-sola.
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O remédio salvador virá.
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É um composto de chumbo, ferro e fel.
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Deverá ser ministrado em doses cavalares.
 
 
Carlos Maurício Mantiqueira é Livre Pensador.

Desmascarando Dilma

Posted: 24 Sep 2014 03:28 AM PDT


Artigo no Alerta Total – www.alertatotal.net
Por João Vinhosa
 
Na entrevista levada ao ar pelo programa Bom Dia Brasil, da TV Globo, na última segunda-feira, 22 de setembro, Dilma colocou em prática o mais elementar ensinamento contido no livro "Como vencer um debate sem precisar ter razão" – considerado, com todos os méritos, um autêntico manual de patifaria intelectual.
 
Em citado livro, o autor, Schopenhauer, falecido em 1860, desmascara os esquemas de argumentação maliciosa e falsa, que não saem de moda, principalmente nos ambientes políticos.
 
Parece até que, ao escrever o tópico sobre "ampliação indevida", o arguto filósofo estava descrevendo o procedimento de Dilma na citada entrevista. Foram as seguintes as palavras textuais do velho Schop: "Levar a afirmação do adversário para além de seus limites naturais, interpretá-la do modo mais geral  possível, tomá-la no sentido mais amplo possível e exagerá-la."
 
Vejamos que esse foi exatamente o procedimento de Dilma, ao responder se achava legítimo ficar botando medo nas pessoas ao dizer que, "se a sua adversária Marina for eleita, os pobres vão passar fome, os banqueiros vão fazer as maiores maldades com o povo, acaba o pré-sal, as pessoas não vão mais comprar casa própria".
 
Relativamente a reduzir o papel dos bancos públicos (Caixa, Banco do Brasil e BNDES), Dilma se superou.
 
Ela distorceu a colocação de Marina, afirmando que ninguém mais fará obras de infraestrutura no país: "Não sai rodovia, ferrovia, porto, aeroporto. Não sai metrô. Não sai VLT. Esquece, porque não sai." Além disso, previu o fim do financiamento do Plano Safra, e atemorizou os carentes pretendentes do "Minha Casa Minha Vida", vociferando: "nunca esse país vai ver uma casa própria para população mais pobre".
 
Ora, alguém precisa alertar a candidata Dilma que, em respeito à inteligência do respeitável público, ela deve parar com a enganação. O que se encontra em discussão não são os aspectos por ela comentados; o que se encontra em discussão é outra coisa: se há interesse da sociedade brasileira em diversos investimentos suspeitos, como os citados pela mídia, enumerados a seguir:
 
1 – "O BNDES aprovou um financiamento para a modernização de aeroportos cubanos, que será feita pela Construtora Odebrecht";
 
2 – "O BNDES já repassou o equivalente a mais de R$ 1 bilhão à construtora Odebrecht pela reforma do porto de Mariel, em Cuba, um negócio mantido em sigilo, por até 30 anos, pelo governo brasileiro, que considera que a revelação dos detalhes do financiamento "põe em risco as relações internacionais do Brasil" e pode "levantar questionamentos desnecessários";
 
3 – "O aporte do BNDES ajudará na implantação de uma unidade de liquefação de gás natural e na construção de um tanque de estocagem do gás natural liquefeito (GNL) e uma estação de enchimento de carretas. 'Trata-se da primeira unidade de fabricação de GNL do Brasil, com previsão de abastecer distribuidoras, indústrias e postos de gás natural veicular em regiões de São Paulo, Paraná, Goiás e Distrito Federal', observou o BNDES".
 
Cumpre esclarecer que o aporte citado no item 3 acima se refere ao financiamento obtido junto ao BNDES para ajudar na implantação da Gemini – sociedade por meio da qual o Governo entregou o cartório de produção e comercialização de gás natural liquefeito para uma empresa privada pertencente integralmente à norte-americana Praxair.Inc.
 
Fica visto, assim, que tal empresa privada – em cujo prontuário consta uma multa de 2,3 bilhões de reais pelo crime de formação de cartel, objetivando, entre outras coisas, fraudar licitações para superfaturar contra nossos combalidos hospitais públicos – além de ter sido beneficiada por um crime de lesa-pátria, teve, para concretizar o ato lesivo à Petrobras, seu investimento patrocinado pelo BNDES (banco cujo papel Dilma não quer ver reduzido).

Por outro lado, a entrevista do Bom Dia Brasil nos colocou diante de uma vergonhosa realidade: mais uma vez, Dilma insistiu em depreciar a atuação da Polícia Federal em outros governos.

Será que ninguém tem coragem de dizer à Dilma que ela deve evitar falar no nome da honrada instituição, enquanto não houver uma enérgica manifestação sobre o depoimento que prestei à Polícia Federal há três anos sobre a Gemini – empresa arquitetada no período em que Dilma acumulava as funções de Ministra de Minas e Energia e presidente do Conselho de Administração da Petrobras?

Finalizando, apresento o link da entrevista de Dilma, e – com o objetivo de ver se ela para de uma vez por todas de citar a "Polícia Federal de meu governo" – apresento, também, os links de documentos relativos à Polícia Federal. Mais: para aqueles que tiverem interesse em maiores detalhes (inclusive a íntegra de meu depoimento e um Acordo de Quotistas mais viciado que o relatório de Pasadena), recomendo navegar no www.maracutaiasnapetroroubobras.com




 

João Vinhosa é Engenheiro.

Polícia Federal é do Brasil

Posted: 24 Sep 2014 03:26 AM PDT


Artigo no Alerta Total – www.alertatotal.net
Por Jorge Pontes

Quando a presidente Dilma Rousseff diz com orgulho que são os órgãos de seu governo que estão investigando os escândalos de corrupção da Petrobrás ela está, em realidade, esbofeteando os 13.000 policiais federais que compõem o Departamento de Polícia Federal. Trata-se do mais puro uso político do trabalho de uma instituição que transcende a esse ou aquele governo.

Tal afirmação consubstancia-se em verdadeiro escárnio, um desrespeito aos integrantes de uma corporação que só vêm conseguindo algum resultado nesse governo, unicamente em razão da abnegação de seus agentes e delegados.

A sociedade melhor entenderia que, apesar desse governo, a Polícia Federal, órgão permanente do Estado brasileiro, e assim como tal previsto na Constituição da República, conseguiu um sucesso histórico na condução da Operação Lava a Jato, que desvendou a máquina de desviar dinheiro instalada na Petrobrás.

O que de fato vem sendo observado, principalmente por nós, policiais federais, é o empenho do atual governo para controlar politicamente as ações da polícia judiciária da União.

Poderíamos citar um grande número de dissabores aos quais fomos submetidos, todos devidamente disfarçados em medidas "de gestão", e impostos pelo atual governo à Polícia Federal. Contudo, em se tratando do tema "autonomia", é imperioso registrar que na administração do atual Ministro da Justiça foi estabelecido o "vazamento institucional" na Polícia Federal.

Explico: a aplicação do Decreto nº 7.689/2012, à Polícia Federal, impõe a prévia autorização ministerial para a concessão de diárias de servidores em missão. Com 123 unidades em todo o país, para atender 5.561 municípios, a Polícia Federal se vê refém do Governo Federal  em ter as suas grandes operações repressivas sendo indiretamente monitoradas por meio deste Decreto.

O artigo 7º do aludido Decreto acaba sendo, de fato e de direito, um mecanismo que viabiliza o conhecimento prévio e o controle das operações da Polícia Federal, uma vez que o deslocamento de 3 a 10 servidores por período superior a 40 dias indica uma possível operação de inteligência, bem como o arregimentação de mais de 10 servidores para o mesmo evento por 2 a 5 dias indica a deflagração de uma grande operação.

Por exemplo, na solicitação para um contingente de 250 policiais federais, percebendo três dias e meio de diárias na cidade de João Pessoa/PB, fica claro que encontra-se em curso medidas visando deflagração de uma operação repressiva de grande porte na capital paraibana. Tal situação é uma afronta aos princípios da compartimentação e sigilo das operações policiais.

É importante que a sociedade brasileira saiba que o orçamento da Polícia Federal no Governo Dilma caiu drasticamente. E assim também está ocorrendo com os recursos das diárias e passagens e, igualmente, diminuíram substancialmente os recursos das operações sigilosas, de modo que as ações policiais contra políticos são realizadas com verba não sigilosa, exatamente esta que depende dessa autorização do Ministério da Justiça.

Obrigar a Polícia Federal a pedir autorização para pagar diárias de policiais, e, por conseguinte, dar conhecimento prévio a servidores do Ministério da Justiça, sobre as operações em andamento, é uma forma indireta de o Governo controlar as operações do DPF.

Em qualquer academia de polícia de qualquer país do planeta, ensina-se que as operações policiais têm seu sucesso garantido na medida em que o seu sigilo absoluto é preservado.

Talvez, aqui no Brasil, em razão de não termos quase ninguém do estamento político-governamental envolvido no cometimento de crimes graves, a coisa seja um pouco diferente.
 

Jorge Barbosa Pontes é Delegado federal e ex-diretor da Interpol.

O silêncio de todos nós

Posted: 24 Sep 2014 03:24 AM PDT


Artigo no Alerta Total – www.alertatotal.net
Por Milton Pires
 
Meus caros Amigos: Trabalhando desde junho de 2010 na UTI do Hospital Nossa Senhora da Conceição em Porto Alegre, minha contínua luta contra as barbaridades feitas contra a saúde pública no Brasil são do seu conhecimento. Foi através do blog de Ricardo Setti na Revista VEJA que, no início de 2013, "Santa Maria e a Guerra do Vietnam" (artigo de minha autoria) chegou ao conhecimento público trazendo um sério aviso sobre a vinda dos médicos cubanos.
 
Depois de "Carta à Presidente Dilma" e de uma série de outros textos publicados tanto no meu blog "Ataque Aberto" quanto no grupo de Facebook "Inglourious Doctor" comecei a pagar, pessoalmente, dentro do meu emprego, o preço das minhas opiniões políticas.
 
Assassinar reputações de inimigos não é tática nova da esquerda brasileira. O doutor Romeu Tuma Júnior provou isso ao país. Trabalhando num grupo hospitalar que atende 100% dos pacientes pelo SUS, no qual entrei por concurso público e que é controlado por gente do PC do B, acredito que não seja necessário ser teórico da conspiração para compreender e aceitar o que acontece com aqueles que se opõem ao modelo de gestão de saúde no Brasil.
 
Antiga, mas eficiente, a tática é sempre a mesma – má desempenho nas avaliações funcionais e relatos de conflitos e dificuldade de relacionamento no local de trabalho funcionam como estopim dos processos administrativos em que se pretende "limpar" o serviço público dos opositores.
 
Ontem, dia 22 de setembro, chegando ao Hospital Conceição para trabalhar na UTI, fui notificado de que meu ponto estava "suspenso". Encaminhado ao setor de RH recebi informação de que eu mesmo, como médico, estou suspenso do hospital por 60 (sessenta dias) sem perda de remuneração.
 
Argumenta a instituição que isso visa não prejudicar o processo administrativo disciplinar – PAD número 51/14 em que se pretende a minha exoneração. Nâo sei quais são os termos de acusação..não sei ao que respondo e não tive, até agora, chance de defesa alguma. Em apelação administrativa de avaliação funcional prévia considerada muito insuficiente, testemunhas identificadas como "trabalhador da saúde 1,2,3,4..etc.." me acusam de "não examinar os pacientes, não lavar as mãos, de conflitos com familiares de pacientes da UTI , de jogar equipamentos no chão e não usar equipamentos de proteção individual"...e afirmo a vocês que não sei, oficialmente, o nome de NENHUMA das pessoas que disseram isso naquele processo, que não lhes foi exigida prova alguma e que, tomadas como VERDADES corroboradas pela minha chefia tais declarações acabaram com a minha vida funcional.
 
Meus amigos, o que está acontecendo comigo não é exceção; é a regra sobre aquilo que os médicos brasileiros enfrentam no seu trabalho quando decidem questionar a maneira dessa gente conduzir a saúde pública. Minhas chances no processo administrativo, cuja cópia sequer tenho ainda, não são muitas; na justiça comum acredito que haja alguma alternativa...
 
Resta nesse momento apelar àquilo que essa gente mais teme – a publicidade..a divulgação em massa e pela imprensa que ainda está livre daquilo que eles querem fazer na surdina..daquilo que eles fazem melhor e querem esconder...o assassinato de reputação e o total aparelhamento do serviço público no Brasil garantidos pelo terror infundido por essas pessoas naqueles que são seus subordinados..o efeito é garantido por lei...
 
A Lei do Silêncio de todos nós...
 
 
Milton Simon Pires é Médico.

O Papel de Stalin na glorificação de Hitler

Posted: 24 Sep 2014 03:23 AM PDT


Artigo no Alerta Total – www.alertatotal.net
Por João Guilherme Ribeiro
 
Já falei neste livro muitas vezes: O Grande Culpado, de Viktor Suvorov (Amarylis, 2010).
 
Quem não leu, não conhece os meandros da conspiração, os detalhezinhos sórdidos da manipulação desses grupelhos minoritários, sempre invocando largos princípios, apenas para chegar ao poder e perpetuar-se nele.  O autor é um dos gênios da espionagem soviética, best seller na Rússia, um dos poucos com cabedal para examinar os arquivos da extinta URSS.  O livro é um choque de cabo a rabo.
Vou dar um exemplo.  Há um capítulo chamado "O papel de Stálin na glofificação de Hitler".  Surpreso?  Eu também fiquei.
Transcrevo:
 
"Stálin entendia, melhor do que qualquer outro, que a revolução chega como resultado de uma guerra.  A guerra acirra tensões, arruína economias e conduz a nação para perto de limites fatais, além dos quais cessa toda a existência.  Em matéria de guerra e paz, ele aderira ao seguinte princípio: se os social-democratas, com seu pacifismo, desviam a atenção do proletariado para longe da revolução e da guerra, uqe é a semente da revolução, então é preciso travar uma luta impiedosa contra os social-democratas.  Em 6 de novembro de 1927, Stálin lançou o slogan: "É impossível acabar com o capitalismo sem acabar com os social-democratas". (Pravda, 6 de novembro de 1927). No ano seguinte, Stálin declarou que a guerra aos social-democratas seria a primeira missão para os comunistas: "Primeiramente, uma luta contra os social-democratasm em todas as frentes [...] incluindo a exposição do pacifismo burguês."  Com relação aos que queriam guerra – por exemplo os  "fascistas alemães" (os comunistas não os chamavam de "nazistas" porque não queriam que seu povo conhecesse o aspecto "socialista" e "trabalhador" do nome do partido de Hitler – a posição de Stálin era clara e rígida: deviam ser apoiados."
 
E foram os comunistas que deram a vitória ao Partido nazista em 1932, quando este estava em franco declínio e na bancarrota.  Hitler foi eleito com o apoio comunista.  Aí Suvorov tem um racional bem interessante:
 
"A democracia é estruturada de tal modo que, durante os pontos de virada da história, grupos minoritários assumem o papel principal.  [...]  Quando tudo vai bem, o povo concorda com o modo de ação dos líderes, mas em tempo de crise, surgem ideias e planos alternativos.  As alternativas políticas dividem a nação quase que por igual, em duas visões exatamente opostas.  Em tal situação, um teceiro grupo – minoritário – torna-se fazedor de reis e seu papel pode ser decisivo."
 
Suvorov formou-se na Academia Militar de Alto Comando de Frunze, em Kiev.  E recebeu o mais completo treinamento profissional que um oficial de inteligência pode receber.  Junte a isto o acesso a arquivos que ninguém viu e posso dizer a você, sem susto, mano: quem não leu esse livro não conhece os subterrâneos dos anos a partir da Revolução Russa, financiada com dinheiro alemão, nem dos anos de entre guerras nem da primeira metade da segunda guerra mundial.
 
Agora, faça um paralelismo com o que ocorre agora.  É só colocar o molho de Gramsci.
 
 
João Guilherme C. Ribeiro é Empreendedor Cultural.

Bolchevismo: doença social do século XX

Posted: 24 Sep 2014 03:22 AM PDT

Mais de 80 anos após 1917, a tentativa de responder às grandes questões suscitadas pelo fenômeno marxista-leninista mal começou".(Martin Malia, autor de A Tragédia Soviética: A História do Socialismo na Rússia, 1917-1991, New York: The Free Press, 1994.)
 
Artigo no Alerta Total – www.alertatotal.net
Por Carlos I. S. Azambuja
 
Que ideologia é essa, criada por Wladimir Ulianov Lenin em 1903, o Bolchevismo?
Recordemos que no decorrer do Século XX, a Rússia mudou cinco vezes de denominação no mapa-mundi: Império Russo (antes de 1917), República Russa (1917), República Soviética Federativa Socialista da Rússia (1918-1922), União das Repúblicas Socialistas Soviéticas (1922-1991), Federação da Rússia (1993 em diante). O Hino Nacional mudou quatro vezes: Deus salve o Czar (antes de 1917), A Marselhesa (1917), A Internacional (1918-1944), União Indestrutível (1944-1991) e, por fim, o hino atual, a Canção sem Palavras (1993 em diante).
As divisões administrativas e territoriais da Rússia foram cortadas, recortadas e retalhadas. Cidades foram desbatizadas e, em seguida, rebatizadas, algumas várias vezes para chegar hoje a resultados absurdos: a região de Leningrado tem São Petersburgo como capital regional, a de Sverdlovsk tem Iekaterimburgo como capital, e assim por diante.
No início do século, Lenin exclamava com voz patética: `Dê um partido aos revolucionários e nós devolveremos a Rússia´. E eles a devolveram, de fato, com a cabeça baixa, na maior desordem. Nada, a não ser a perda de um século inteiro, um século de atraso que separa a Rússia dos países civilizados. Dezenas de milhares de pessoas foram mortas. O país ficou na miséria, atrasado, e a Nação viu seu capital biológico empobrecido. Nenhuma perspectiva radiosa se esboça para a Nação. Por que? Simplesmente porque a sociedade foi parcialmente atingida, contaminada pela mentira.
O Bolchevismo e o fascismo são duas faces de uma mesma medalha: a medalha do mal universal. O terror bolchevique tinha por objetivo fazer nascer a sociedade sem classes, sem impurezas, como água destilada; o terror hitlerista tinha objetivos mais previsíveis, limpar a Europa, depois o mundo, dos povos inferiores. Em primeiro lugar os eslavos e os judeus, depois os amarelos e os negros. Apenas os loiros de olhos azuis teriam direito de viver sobre a Terra.
Desde os primeiros dias da guerra civil a população passou a viver sob uma anarquia tirânica e criminosa. Qualquer um dos patifes chekistas podia, deliberadamente, condenar à morte uma pessoa como pertencente a uma classe inferior. Stalin mais tarde democratizou esse processo, colocando ordem nessa anarquia criminosa: triplicou o número de patifes e os incluiu numa troika. Graças à anarquia, esse regime criminoso aparecia como inocente: "o poder é bom, os homens é que são ruins"
Todos os regimes - mesmo os democráticos - recorrem, em caso de guerra, à autarquia no domínio da informação, limitam sua difusão, o direito de circulação das pessoas e das idéias. O bolchevismo, porém, tornou tudo isso uma constante em sua política em tempos de paz. Lênin proibiu todos os jornais `burgueses´ e apenas os jornais comunistas continuaram a ser publicados. O partido passou a decidir que livros seriam lidos, quais as canções a serem cantadas e os temas a serem discutidos.
O controle da informação e o fechamento das fronteiras, o Gulag e a ausência de leis, todas essas humilhações encorajaram a população soviética a tomar como se fosse vida verdadeira a pseudo-realidade na qual se era obrigado a viver. A reeducação das massas chegara a tal ponto que as pessoas substituíam o ser pelo parecer.
Após sete anos de ditadura leninista, tudo tinha sido roubado da Rússia e de seu povo. O ouro, os diamantes, as divisas, tudo que fora confiscado para as ditas necessidades da`Revolução Mundial´ passara, de fato, para os bolsos dos dignitários do partido. A nobreza foi exterminada. Os comerciantes, os empresários, a intelligentsia e os oficiais, a fina flor do Exército, foram liquidados. Milhões de camponeses pereceram; a classe operária tornou-se poeira, embora o bando de Lênin tenha prosseguido seus crimes em seu nome.
A economia se desintegrou. A maior frota fluvial do mundo, orgulho dos comerciantes, naufragou. O mato cresceu nas vias das melhores estradas de ferro do mundo. O melhor sistema bancário do mundo estava falido. Milhares de culturas agrícolas - cujas colheitas eram outrora superiores às da Europa Ocidental e da América - foram saqueadas e arruinadas. Destruído também o melhor sistema de educação do mundo, implementado por Alexandre II e aperfeiçoado por Stolypin.
Stalin foi o mais engenhoso, o mais esperto de todos os bolcheviques. Ele previa seus golpes com anos de antecedência, conhecia a vida das prisões, beneficiava-se de uma memória fantástica e assimilava os textos de maneira quase fotográfica. Levava uma vida simples e detestava todos os revolucionários, inclusive seu mestre, Lenin, e mais ainda a mulher dele, Krupskaia. Como cínico e pragmático inveterado, Stalin sabia como ninguém que para se tornar um Guia inconteste era preciso permanecer na sombra de Lênin.
Como pode ter acontecido que milhões de pessoas inocentes, tenham sido exterminadas pela simples vontade de um grupo de criminosos, enquanto milhões de outras foram condenados a sofrimentos intermináveis, excluídas da sociedade, vítimas da crueldade da máquina do Estado? No entanto, a tragédia não foi apenas o número de mortos, mas também o comportamento dos sobreviventes.
De acordo com os dogmas oficiais do bolchevismo, duros e inflexíveis, a política da violência é a parteira da História, a revolução forçada é a locomotiva da História, e a luta de classes até a destruição completa de uma classe é o pilar do pensamento. Os bolcheviques pregam a ditadura do proletariado, a destruição da propriedade privada, a negação do Estado de Direito e da sociedade civil, a limitação do direito das nações e dos direitos humanos, a recusa da educação familiar e, por fim, a instauração do império mundial do comunismo.
Os bolcheviques fizeram da intolerância uma ideologia de Estado, como se vê agora na Criméia e na Ucrânia. Eis por que há décadas eles se massacram implacavelmente, sem generosidade, nem compaixão. O objetivo único é o de pisotear tudo o que está ao seu alcance. A Rússia só conhecerá a saúde e a prosperidade curando-se do bolchevismo. O bolchevismo não tem o direito de escapar de suas responsabilidades pelo golpe de Estado de outubro de 1917 e pela política de terror vermelho que se seguiu.
Não tem o direito de escapar de suas responsabilidades pela destruição do campesinato russo, suas tradições e seus princípios e pela destruição de igrejas cristãs, de monastérios budistas, de mesquitas e de sinagogas, pela execução de religiosos, pela caça aos fiéis.
Não tem o direito de escapar de suas responsabilidades pela destruição das camadas tradicionais da sociedade russa: os oficiais, a nobreza, os comerciantes, a intelligentsia, os cossacos, os banqueiros e os industriais.
Não tem o direito de escapar de suas responsabilidades por suas práticas de falsificação, por acusações mentirosas, por condenações extrajudiciais, por execuções sem julgamento, pela utilização da tortura, pela organização dos Gulags e pela utilização de gás de combate contra populações civis. O moedor de carne da repressão leninista-stalinista custou a vida de 20 milhões de pessoas.
Não tem o direito de escapar de suas responsabilidades pela incapacidade com que as operações contra as tropas de Hitler foram conduzidas, em particular nos primeiros meses do conflito, quando todas as tropas regulares estacionadas na zona oeste do país foram exterminadas ou aprisionadas. Apenas um muro de 30 milhões de mortos pôde proteger o país da escravização do seu povo por uma potência estrangeira.
Não tem o direito de escapar de suas responsabilidades pelos crimes contra os antigos prisioneiros de guerra soviéticos, que foram conduzidos diretamente, assim como se faz com o gado, dos campos de concentração alemães para as prisões e campos soviéticos. Praticamente todos os grandes canteiros de obras soviéticos foram compostos pelos prisioneiros políticos. Foram eles os responsáveis pela construção de usinas químicas, das minas de urânio, das instalações ao norte do círculo polar e por tantas outras obras.
Não tem o direito de escapar de suas responsabilidades pelas perseguições organizadas contra cientistas, contra escritores e contra artistas, contra engenheiros e contra médicos, pelas perdas colossais infligidas à ciência e à cultura nacionais, à genética, à cibernética, à economia, à lingüística, à literatura e à arte.
Não tem o direito de escapar de suas responsabilidades pela organização de processos racistas - contra o Comitê de Judeus Antifascistas -, pelas campanhas criminosas contra os dissidentes e contra todas as pessoas que pensavam ou escreviam fora das diretrizes do partido.
Não tem o direito de escapar de suas responsabilidades pela militarização total do país, cujo resultado foi a ruína da população e o retardo catastrófico do desenvolvimento da sociedade.
Enfim, o bolchevismo não tem o direito de escapar de suas responsabilidades pela instauração de uma ditadura contra o ser humano, contra sua honra, contra sua dignidade e contra a sua liberdade. O resultado das ações criminosas do poder bolchevique foi o desaparecimento de 60 milhões de pessoas e a destruição da Rússia.
Do ponto de vista histórico, o bolchevismo é um sistema baseado na loucura social.
Do ponto de vista filosófico, o bolchevismo é o retardamento subjetivo dos processos objetivos, a incompreensão completa da realidade das construções sociais.
Do ponto de vista econômico, o bolchevismo conduziu a resultados mínimos a um custo máximo, graças à rejeição voluntarista das leis de mercado. Conduziu a uma anarquia as forças produtivas e a uma burocratização absoluta as relações de produção.
Hoje, a fim de chegar às mudanças cardeais no domínio social, é indispensável concentrar toda atividade do governo nos eixos de ação que proporcionem a queda definitiva do comunismo e uma transformação qualitativa completa da sociedade, mediante uma política dos `Sete D´: Desparasitagem, Desestatização, Desmonopolização, Desindustrialização ecológica, Desmilitarização, Desanarquização e, por fim, a Desbolchevização. Só assim, a Rússia poderá ir adiante, na direção de um estilo de vida mais normal.
A seguir, algumas observações de Alexander Iakovlev - ex-membro do Politburo do Partido Comunista da União Soviética, líder do clã dos reformadores e inventor da famosa Perestroika, que provocou, em 7 anos, a implosão do sistema soviético:
"Gostaria de fazer algumas observações sobre o Livro Negro do Comunismo. A força dessa obra reside na amplitude de sua documentação. Ela descreve o comunismo e sua influência catastrófica no desenvolvimento da humanidade como um fenômeno mundial. Mas parece que uma confusão de definições ocorre nas Ciências Políticas atuais. O comunismo real nunca pôde e nunca poderá existir. A teoria do comunismo é uma utopia, uma brincadeira do espírito, uma trapaça cruel, uma aposta nos instintos, uma especulação sobre as monstruosidades e sobre as contradições sociais. Marx e Engels souberam adaptar, com grande habilidade, um comunismo secular às condições particulares da época do acúmulo primitivo de capital, ao mesmo tempo em que declaravam que o comunismo era a conseqüência natural da sociedade, designando a classe operária como a que iria sepultar o capitalismo (...) Esse belo sonho transformou-se em uma prática monstruosa que chamo de bolchevismo. É possível encontrá-lo em todos os países, mas sempre revestido com suas tradições particulares: o nazismo na Alemanha, o fascismo na Itália, o franquismo na Espanha, o maoísmo na China, etc.
Uma outra de minhas observações concerne à inexatidão da data apresentada como aquela da derrubada do bolchevismo na Rússia. Os cientistas políticos soviéticos e russos compreenderam como data o fracasso do levante militar e fascista da direção bolchevique em agosto de 1991. Essa data, de fato, foi retomada pelos cientistas políticos ocidentais, mas eu a refuto. Primeiro, a derrubada do regime não ocorre de uma hora para outra, constituindo-se, ao contrário, de uma lenta eclosão da novidade em todos os domínios da vida, em particular nas consciências.
A agonia do comunismo-bolchevismo começou no dia seguinte à morte de Stalin.
Uma das fases mais críticas dessa agonia começou em 1985, durante o lançamento da Perestroika. Muito antes de 1991 (quando Boris Yeltsin decretou o fim da União Soviética) o artigo 6º da Constituição - concernente ao `papel dirigente do PCUS´ na sociedade soviética - tinha sido abolido, a época da glasnost e do parlamentarismo já havia começado, não ocorriam mais ataques contra a Igreja e contra os dissidentes, o processo de reabilitação das vítimas da repressão política recomeçara e um ponto final fora colocado na Guerra Fria (...). O partido comunista ainda detém a maioria no Parlamento e o mesmo ocorre em várias regiões. Ademais, ele ainda deseja tomar o poder. Portanto, é impossível falar de morte do comunismo. As reformas continuam lentas e os estudantes ainda estão aprendendo suas lições em seus antigos manuais".
O texto acima foi transcrito do livro Cortar o Mal pela Raiz! História e Memória do Comunismo na Europa, diversos autores sob a direção de Stéphane Courtois, editora Bertrand do Brasil, 2006.
Carlos I. S. Azambuja é Historiador.

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