terça-feira, 31 de julho de 2012

Gestor com cargo em 73 administrações?!?!?!

Um campeão olímpico!!! O relatório é bem descritivo do que é a sociedade portuguesa!
“… Cerca de 4% dos administradores foram responsáveis por 20% dos lugares de administração, em empresas dentro e fora dos grupos onde exerciam funções. Identificaram-se 17 administradores que acumulavam lugares de administração em 30 ou mais empresas, havendo um caso de um administrador que pertencia ao órgão de administração de 73 empresas. Cinquenta e cinco membros dos órgãos de administração afirmaram desempenhar cargos apenas na sociedade (cinco eram executivos).
Os membros executivos dos órgãos de administração das sociedade cotadas a exercer funções a tempo inteiro acumulavam, em média, lugares de administração em 11,9 sociedades de dentro e de fora do grupo da sociedade cotada onde exerciam funções. Entre os administradores executivos que exerciam funções a tempo parcial, a participação média global em cargos de administração era de 15,5 empresas. Os administradores não executivos independentes desempenhavam, em média, funções de administração em 3,2 empresas, subindo este indicador para 8,3 no caso dos não independentes.
A idade média dos administradores executivos no final de 2010 era de 52,7 anos (53,6 em 2009) e a dos não executivos era de 57,1 anos (56,2 em 2009). No que respeita ao género, apenas 5,9% dos cargos de administração das sociedades cotadas (26 cargos em 440) eram exercidos por mulheres. Tomando em conta apenas os membros executivos, o número de lugares ocupados por mulheres era ainda menos relevante pois representavam apenas 4,0% do total. Nenhuma mulher desempenhava em termos efectivos as funções de Presidente da Comissão Executiva. Havia 22 empresas que não apresentavam mulheres no órgão de administração e 16 (em 32) que não integravam mulheres na comissão executiva. Apenas oito das 44 empresas integravam mulheres no respetivo órgão de fiscalização…” Relatório da CMVM relativo a 2010.

Londres 2012.

Após, para alguns, mais de quatro anos de preparação, incluindo campeonatos nacionais e internacionais alguns atletas Lusos tiraram férias e foram na comitiva olímpica, a Londres. Naturalmente que para muitos, as férias, são mais do que merecidas, pois a canseira de tanta prova, tanto treino, justificam bem umas férias pagas pelos portugueses, de uns dias em Londres.

HSBC multado no México por envolvimento em lavagem de dinheiro

Uma semana depois da divulgação do relatório do senado dos Estados Unidos que acusava o HSBC de ter exposto o país a rede de terrorismo e lavagem de dinheiro, o maior banco europeu pagou uma multa de 22,7 milhões de euros no México pelo seu fraco sistema de controlo no país.

A "Caras" em Pyongyang

O surgimento de Ri Sol-Ju, confirmada como mulher do novo líder norte-coreano Kim Jong-Un, é uma imensa novidade no mundo cinzento daquele regime. E começa já a ter os seus efeitos públicos no exterior.

Ontem, no "Lameirão", em Vila Real, dei-me conta, por um diálogo, da popularidade na nova primeira dama:

- Provaste um rissól?

- Não, comi um bolo de bacalhau. O "ri sol" está a dar é na Coreia. "Chinoca" mas bem gira...

Passe o comentário xenófobo do meu conterrâneo, que não resisti a transcrever, por aqui se vê como a "silly season" já abala a Trás-os-Montes. E este blogue com ela.

segunda-feira, 30 de julho de 2012

Observatórios em Portugal !!!



A quantidade imensa que anda a observar...
QUANDO É QUE APARECE UM PATRIOTA QUE PORÁ COBRO A ESTA POUCA VERGONHA? QUANDO É QUE ESTA MEDIOCRIDADE SERÁ EXTINTA E OS RESPONSÁVEIS JULGADOS PELOS DANOS CAUSADOS AO PAÍS?
Impressionante!
Vejam a imensa quantidade de gente que anda a observar e, como era de esperar, os resultados estão à vista!
Dá para imaginar quanta gente aqui trabalha ? ... vamos fazer um calculo !!!
Contamos pelo menos 111 Observatórios, vezes 20 "empregados" (entre Presidente e Vice, Adjuntos, Tesoureiros, Secretárias, Administrativos e Porteiros)... e pagamos bem caro por toda esta palhaçada. Depois queremos dinheiro para a saúde, a educação, e não há !!!

Observatório do medicamentos e dos produtos da saúde (só pode ser piada)
Observatório nacional de saúde (é mesmo piada)
Observatório português dos sistemas de saúde (...só para a saúde são 3 !!!)
Observatório vida (de quem?)
Observatório do ordenamento do território (e que bem que se vive)
Observatório do comércio (lícito ou ilícito?)
Observatório da imigração (o tal que faz bué da falta…)
Observatório para os assuntos da família (da pobreza das famílias)
Observatório permanente da juventude (dos boys)
Observatório nacional da droga e toxicodependência (quê?...)
Observatório europeu da droga e toxicodependência (hã!...)
Observatório geopolítico das drogas (...mais 3 !!!)
Observatório do ambiente (das passarinhas)
Observatório das ciências e tecnologias (dos Magalhães)
Observatório do turismo (e veem os trabalhadores ministeriais a viajar?)
Observatório para a igualdade de oportunidades (aí é que é! Somos todos iguais e bem observados)
Observatório da imprensa (ainda há gente que acredita)
Observatório das ciências e do ensino superior (para quê? Os putos estão a sair das escolinhas)
Observatório dos estudantes do ensino superior (das miúdaças, talvez)
Observatório da comunicação (falam, falam, falam e não os vejo a fazer nada)
Observatório das actividades culturais (boião da coltura)
Observatório local da Guarda (e de Barrancos, não?)
Observatório de inserção profissional (é para os deputados e ministros após ao aninhos de vigência)
Observatório do emprego e formação profissional (...???)
Observatório nacional dos recursos humanos (até daqueles…)
Observatório regional de Leiria (...o que é que esta gente fará ??)
Observatório permanente do ensino secundário (observar as pitas)
Observatório permanente da justiça (aí é que é!!!! Haja justiça)
Observatório estatístico de Oeiras (...deve ser para observar o SATU !!!)
Observatório da criação de empresas (tá a dar… todos os dias…)
Observatório Mcom (o que se vê nesta coisa?)
Observatório têxtil (e do algodão, aquele que não engana)
Observatório da neologia do português (os brasileirismos)
Observatório de segurança (talvez sejam aqueles que nos seguram as carteiras sempre abertas, para sair mais uns eritos)
Observatório do desenvolvimento do Alentejo (mas, com calma!..........................)
Observatório de cheias (...lol...lol...)
Observatório da sociedade de informação (outra vez a treta dos comunica, informa, aldraba)
Observatório da inovação e conhecimento (inovação: o desemprego é uma oportunidade; conhecimento: era bom que o mentor o conhecesse)
Observatório da qualidade em serviços de informação e conhecimento (...mais 3 !!!)
Observatório das regiões em reestruturação (porreiro!!!)
Observatório das artes e tradições (era uma vez um D Afonso que bateu na mãe)
Observatório de festas e património (ESTE É QUE É BOM!!! VOTO NESTE!!! VENHAM AS BEJECAS!!!)
Observatório dos apoios educativos (agora que tínhamos chegado às festas, vamos estudar?)
Observatório da globalização (até fico tonto)
Observatório do endividamento dos consumidores (...serão da DECO ??)
Observatório do sul Europeu (deve ser daqueles que andam sempre nas praias do Sul à nossa conta)
Observatório europeu das relações profissionais (s/ comentários)
Observatório transfronteiriço Espanha-Portugal (...o que é estes fazem ???)
Observatório europeu do racismo e xenofobia (biba as minorias, carago!!!)
Observatório dos territórios rurais (os grelos, os tomates, os marmelos e afins)
Observatório dos mercados agrícolas (lá está! O comercio dos grelos, os tomates, os marmelos e afins)
Observatório virtual da astrofísica (da Mara)
Observatório nacional dos sistemas multimunicipais e municipais (...valha-nos a virgem !!!)
Observatório da segurança rodoviária (e das multas)
Observatório das prisões portuguesas (para acomodar os pedófilos, criminosos e outros bons moços)
Observatório nacional dos diabetes (finalmente alguém válido!!!)
Observatório de políticas de educação e de contextos educativos (outra vez a escolinha? Tirem cursos ao domingo!!!)
Observatório ibérico do acompanhamento do problema da degradação dos povoamentos de sobreiro e azinheira (lol...lol...)
Observatório estatístico (alguém faça uma estatística dos custos desta treta toda)
Observatório dos tarifários e das telecomunicações (...este não existe !!! é mesmo tacho !!!)
Observatório da natureza (gosto daquela natureza ondulante, bem cheirosa, macia e……………………….)
Observatório qualidade (de quê?)
Observatório da literatura e da literacia (e o acordo ortográfico)
Observatório da inteligência económica (hé! hé!! hé!!!)
Observatório para a integração de pessoas com deficiência (vá lá, este passa, desde que nãos seja deficiência política)
Observatório da competitividade e qualidade de vida (qualidade de quem?)
Observatório nacional das profissões de desporto (correr ao Pingo Doce, fugir das Finanças, yoga nos Centros de Saúde e muito mais)
Observatório das ciências do 1º ciclo (outra vez o estudo, bolas)
Observatório nacional da dança (isso sim, haja música)
Observatório da língua portuguesa (mas quantas vezes se trata da língua?)
Observatório de entradas na vida activa (e as saídas? Isso é que é importante e ninguém está a ver)
Observatório europeu do sul (os mouros, carago)
Observatório de biologia e sociedade (coitados dos cibernautas)
Observatório sobre o racismo e intolerância (ok! Gostamos de todos)
Observatório permanente das organizações escolares (já nem comento a porra da escola)
Observatório médico (das doentes entre os 25 e 40 anos, gosto)
Observatório solar e heliosférico (cá para mim este deveria estar nas toxicodependências)
Observatório do sistema de aviação civil (...o que é este gente fará ??)
Observatório da cidadania (não há pachorra…)
Observatório da segurança nas profissões (devem estar cegos)
Observatório da comunicação local (...e estes ???)
Observatório jornalismo electrónico e multimédia (vão dar uma volta!)
Observatório urbano do eixo atlântico (...minha nossa senhora !!!)
Observatório robótico (vão roubar para a estrada)
Observatório permanente da segurança do Porto (...ACABEM JÁ COM ESTE !!!)
Observatório do fogo (...que raio de observação !!)
Observatório da comunicação (Obercom) (duas vezes observado é sempre melhor)
Observatório da qualidade do ar (...o Instituto de Meteo e Geofisica não faz já isto ???)
Observatório do centro de pensamento de política internacional (NEM CÁ DENTRO SE PODEM VER!!!)
Observatório ambiental de teledetecção atmosférica e comunicações aeroespaciais (...este É bom !!! com o nosso desenvolvimento aero-espacial !!!)
Observatório europeu das PME (nano micro …)
Observatório da restauração (lá está! As bejecas)
Observatório de Timor Leste (e conseguem ver de cá???)
Observatório de reumatologia (e de todo o poder político)
Observatório da censura (censurar a censura. Só neste país)
Observatório do design (dos cabeleireiros e arranjo de unhas)
Observatório da economia mundial (assim é que é. Observem as grandes economias. E, já agora, aprendam)
Observatório do mercado de arroz (arroz doce?)
Observatório da DGV (Das Gajas Vaidosas)
Observatório de neologismos do português europeu (mas mandaram os prof de português regressar, para que serve?)
Observatório para a educação sexual (até gosto)
Observatório para a reabilitação urbana (treta)
Observatório para a gestão de áreas protegidas (bué treta)
Observatório europeu da sismologia (...o Instituto de Meteo e Geofisica não faz isto também ???)
Observatório nacional das doenças reumáticas (outra vez)
Observatório da caça (era bom se fosse a caça às bruxas)
Observatório da habitação (olhem! Digam qualquer coisinhas aos bancos que nos levam as casas)
Observatório do emprego em portugal (...este é mesmo brincadeira !!!)
Observatório Alzheimer (agora é que é dos políticos)
Observatório magnético de Coimbra (e atraí mesmo? Só podem estar a gozar!!! A gastar erário público com magnetismo)
Pergunta: em que é que esta(s) gente(s) que tanto "Observa(m)" tornaram o País melhor ???

Ordem dos Arquitetos contesta alteração do Código dos Contratos Públicos

Em comunicado divulgado esta sexta-feira, a Ordem dos Arquitetos "expressa publicamente a sua frontal discordância do Decreto-Lei 149/2012, de 12 de Julho, e manifesta o seu mais veemente protesto pelo desprezo a que foi votado o trabalho de todas as entidades que participaram na Comissão de Acompanhamento ao Código dos Contratos Públicos".

Bloco acusa maioria PSD-CDS de “fechar o Ministro Relvas a sete chaves”

Na manhã desta segunda-feira, os partidos da maioria de direita que suporta o Governo chumbaram o requerimento do Bloco que pedia a audição urgente do ministro-adjunto e dos Assuntos Parlamentares, Miguel Relvas, na Comissão Parlamentar de Agricultura e Mar. O requerimento bloquista foi justificado com a necessidade de esclarecimentos sobre a atuação da recém-constituída comissão interministerial de apoio às vítimas dos fogos florestais.

Morreu um amigo! o actor Santos Manuel.

Com a morte deste excelente ator que se manteve fiel ao teatro e cinema, sem querer virar-se para as novelas, o teatro fica mais pobre. O seu nome verdadeiro nome era Manuel Santos. O amigo que tive o prazer de ver em varias peças de teatro, e também no cinema, com a Maria do Céu Guerra, Mário Viegas, Paula Só, Manuel Marcelino, Adelaide João, Fernanda Lapa, Helder Costa, Luís Lello, Paula Guedes, Margarida Carpinteiro e outros, desde a Barraca, ao TEC, e em filmes portugueses, que marcaram época!!! Foi com eles que vi uma das melhores peças de teatro, que vi: D.João VI.

Recordo bons momentos de convívio, no tempo em que eu e o meu irmão - que contracenou em filmes com o Santos Manuel - não tínhamos carro e o Santos Manuel vinha de Cascais ou de Lisboa, buscar-nos  aos Olivais, íamos jantar, beber uns copos e no fim o Santos Manuel trazia-nos a casa, e voltava para a dele!!! Esta generosidade não a posso esquecer nunca!!! O homem-ator era natural da, terra onde passei os verões da minha infância – Figueira da Foz. Com o decorrer dos anos fomo-nos afastando, mas isso não me impede de sentir uma grande tristeza pelo seu desaparecimento! Até um dia!

santosmanuel “O ator português Santos Manuel, ligado desde os anos 1960 ao Teatro Experimental de Cascais, morreu hoje aos 79 anos naquela cidade, disse à agência Lusa o ator Alberto Vilar. O corpo do ator estará em câmara ardente a partir das 1h:00 de segunda-feira na capela da Ressurreição, em Cascais, e o funeral realizar-se-á na terça-feira às 10h00 para o cemitério de Rio de Mouro, em Sintra, onde será cremado. De acordo com o Centro de Estudos de Teatro, Santos Manuel foi um dos fundadores da companhia Casa da Comédia em 1962, no ano em que se estreou profissionalmente na peça "Regresso ao Paraíso". A estreia no teatro amador deu-se em 1958 na Companhia do Teatro Popular de Almada com a peça "O frio", segundo dados biográficos daquele centro de estudos. Ao longo da carreira, Santos Manuel recebeu vários prémios, entre os quais o de melhor interpretação masculina em teatro em 1968 pela peça "D. Quixote". Nascido na Figueira da Foz em 1933, o ator representou na Casa da Comédia, no Teatro Aberto, no Teatro A Barraca, mas sobretudo e com maior regularidade no Teatro Experimental de Cascais, desde osanos 1960 até à atualidade. Também participou em série de televisão e em filmes, como "Cerromaior" (1981), de Luís Filipe Rocha, "O banqueiro anarquista" (1981), de Eduardo Geada.Uma das últimas peças na qual Santos Manuel entrou foi "Arsénico e Rendas Velhas", no Teatro Experimental de Cascais, com encenação de Carlos Avillez.” Ler mais: expresso.

quinta-feira, 26 de julho de 2012

TIM, Oi e Claro tentam reconquistar clientes

É no Brasil e como seria em Portugal? A telefónica passou ao lado, e nem os brasileiros (povo) sabe explicar porque…

“OPERADORAS ESTÃO INVESTINDO EM COMUNICAÇÃO PARA LIMPAR A IMAGEM, QUE FICOU ARRANHADA APÓS A DETERMINAÇÃO DA ANATEL DE SUSPENDER AS VENDAS DE CHIPS; PARA OS ESPECIALISTAS OUVIDOS PELO 247, ELAS ERRARAM NA FORMA DE COMUNICAÇÃO, MAS ESSA CRISE PASSARÁ EM BREVE… ver mais em: 247

quarta-feira, 25 de julho de 2012

Ex-presidente executivo do Anglo Irish Bank detido pelas autoridades irlandesas

Estes três ex executivos do Anglo Irish Bank (AIB) são acusados de 16 ilegalidades financeiras, relacionadas com a "prestação ilegal de assistência financeira", em julho de 2008, com o propósito de revalorizar de maneira fraudulenta as ações do AIB.

Krivine

 
"Sabes quem é aquele tipo, ali na mesa do canto? É o Alain Krivine, o histórico dirigente do troskismo francês". A revelação do meu amigo, feita no Café de Flore, há algumas semanas, trouxe-me à memória um outro tempo.

As tardes no Parlamento Europeu, em Estrasburgo, respondendo aos deputados, durante a presidência portuguesa de 2000, tiveram alguma graça. O secretariado-geral do Conselho preparava-nos umas respostas em "langue de bois", para as perguntas enviadas por escrito pelos deputados, com antecedência. A "emoção" estava, assim, nas réplicas a que os parlamentares perguntadores têm direito, feitas de improviso, muito mais "livres" e, às vezes, fugindo claramente ao tema da pergunta. Devo confessar que me dava um certo gozo exercitar a minha criatividade discursiva nas respostas a essa segunda parte de cada intervenção. Quase tanto como olhar, de viés, para as caras ansiosas dos funcionários do Conselho, que tão ciosamente haviam preparado as respostas "by the book" e que viviam esses momentos de liberdade do representante da presidência com clara expetativa e burocrática angústia.

Entre os deputados eleitos para o PE houve e há figuras gradas da política passada de vários países, muito ministros e até primeiros ministros. Mas aqueles que me "saíram em rifa", nesse semestre de 2000, foram quase sempre obscuros parlamentares, com nomes algumas vezes muito estranhos, de sonoridades gregas, eslavas ou nórdicas. É que esse tempo é utilizado, quase sempre, para afirmação da devoção desses deputados a causas muito específicas, o que lhes permite uma saliência mediática de que os seus colegas mais conhecidos já não necessitam.

Numa dessas longas tardes de Estrasburgo, ouço o presidente do parlamento anunciar: "Dou a palavra ao deputado Alain Krivine". Acordei do marasmo com aquela menção e, de imediato, procurei, no imenso areópago quase vazio, colocar um retrato no nome acabado de anunciar. O nome de Alain Krivine dizia-me alguma coisa.

Anos antes, numa visita a Paris, eu fora arrastado por uns amigos para assistir a um comício da "Ligue Comuniste Revolutionnaire", que teve lugar na "Mutualité", perto da Sorbonne. A LCR era um grupo trotskista com certa expressão na esquerda francesa e, embora as teorias de Trotsky pouco me dissessem, achei graça assistir a um comício dessa extrema-esquerda - num tempo em que, em Portugal, apenas a União Nacional e a sua sucessora Ação Nacional Popular reuniam em público sem medo de vigilância policial.

A pergunta que Krivine fez à presidência portuguesa foi, como era de esperar, violenta e agressiva, sobre uma temática que já não recordo. Devo confessar que tenho ideia de que a minha resposta foi mais "soft", nostalgicamente atenuada pela memória de um passado no qual, embora de forma menos radical, eu também acreditava em que os "amanhãs" poderiam vir a cantar. Depois, foi o que se viu...

Naquele final de tarde no Flore, perguntei ao Francis, que vaguava patronalmente entre as mesas, o que é que Alain Krivine estava a beber. Era um Chablis. Pedi outro para mim. Afinal, como dizia Voltaire, "les beaux esprits se rencontrent".

Garzón: “há uma clara intenção política” por trás do processo contra Julian Assange

O ex magistrado da Audiência Nacional Baltazar Gárzon assume que a situação de Assange " não é a melhor", adiantando que tal decorre do facto de existir "uma clara intenção política" por trás de todo o processo.

OUTDOOR EDUCATIVO EM SP

 

 
 
 
 
Outdoor do Citibank em SP - "Imperdível!!!"
 
Campanha publicitária do Citibank espalhada pela cidade de São Paulo através de Outdoors:

"Crie filhos em vez de herdeiros."
"Dinheiro só chama dinheiro, não chama para um cineminha, nem para tomar um sorvete."
"Não deixe que o trabalho sobre sua mesa tampe a vista da janela."
"Não é justo fazer declarações anuais ao Fisco e nenhuma para quem você ama."
"Para cada almoço de negócios, faça um jantar à luz de velas."
"Por que as semanas demoram tanto e os anos passam tão rapidinho?"
"Quantas reuniões foram mesmo esta semana? Reúna os amigos."
"Trabalhe, trabalhe, trabalhe. Mas não se esqueça, vírgulas significam pausas..."
"...e quem sabe assim você seja promovido a melhor ( amigo / pai / mãe / filho / filha / namorada / namorado / marido / esposa / irmão / irmã.. etc.) do mundo!"
"Você pode dar uma festa sem dinheiro. Mas não sem amigos."


E para terminar:
 
"Não eduque seu filho para ser rico, eduque-o para ser feliz. Assim, ele saberá o valor das coisas e não o seu preço."
 

         DIVULGUEM-NA POIS É SIMPLESMENTE MARAVILHOSO!
 
 

 







 


 
 

 
 

Parcerias Público Privadas Auditoria Tribunal de Contas Ruinosas e Análise José Gomes Ferreira

Boletim de Voto grego

A Reestruturação do Sector da Água - Saiba o que vai mudar



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7ª EXPO CONFERÊNCIA DA ÁGUA
O DEBATE SOBRE A REESTRUTURAÇÃO DO SECTOR
Dias 16 e 17 de Outubro de 2012
No Hotel Lagoas Park em Oeiras
 

 
A Expo Conferência da Água constituiu-se em Portugal, nos últimos seis anos, como o evento crucial do Sector da Água e do Saneamento, privilegiando o debate em torno dos grandes temas da atualidade nacional e internacional.
 
A edição de 2012 traz a Portugal Angola como país convidado!
A edição de 2012 traz a Portugal as três individualidades que melhor conhecem a realidade angolana em matéria de Água e Saneamento:


Ministro da Energia e Águas de Angola, Mestre Eng. João Baptista Borges;

Lucrécio Costa, Diretor Nacional para o Abastecimento de Água e Sanitização do Ministério de Energia e Águas de Angola;

Manuel Quintino, Diretor Nacional de Recursos Hídricos do Ministério de Energia e Águas de Angola. 
A edição de 2012 traz ainda a Portugal representantes das províncias de Benguela, Huambo e Huila.
Uma oportunidade única, inédita e rara para ficar a par das prioridades e oportunidades de Angola em matéria de abastecimento de água, saneamento e recursos hídricos e dos pressupostos fundamentais para o sucesso no mercado angolano.
 
Num ano de grandes mudanças para Portugal e, em particular, para o Sector da Água, a 7.ª Expo Conferência da Água não poderia deixar - naturalmente - de se centrar nas novas orientações e estratégias nacionais.
A 7.ª Expo Conferência da Água vai revelar o que vai mudar e debater a reestruturação do Sector da Água e o reforço do papel do Regulador, sem esquecer a importância da Eficiência na Gestão da Água.
Um evento About Media que antecipa o futuro pela informação.
 

Inscreva-se e aproveite as condições excecionais e irrepetíveis até ao dia 14 de Setembro.
Para mais informações não deixe de consultar o site www.expoagua.about.pt
 

 


Água&ambiente Conferências
Os Eventos de Negócios do Ambiente e EnergiaGrupo ABOUT Media
Tel: +351 21 880 61 36Fax: +351 21 880 61 37E-mail: expoagua@about.pt
 


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7ª EXPO CONFERÊNCIA DA ÁGUA
O DEBATE SOBRE A REESTRUTURAÇÃO DO SECTOR
Dias 16 e 17 de Outubro de 2012
No Hotel Lagoas Park em Oeiras

A Expo Conferência da Água constituiu-se em Portugal, nos últimos seis anos, como o evento crucial do Sector da Água e do Saneamento, privilegiando o debate em torno dos grandes temas da atualidade nacional e internacional.

A edição de 2012 traz a Portugal Angola como país convidado!
A edição de 2012 traz a Portugal as três individualidades que melhor conhecem a realidade angolana em matéria de Água e Saneamento:
  • Ministro da Energia e Águas de Angola, Mestre Eng. João Baptista Borges;
  • Lucrécio Costa, Diretor Nacional para o Abastecimento de Água e Sanitização do Ministério de Energia e Águas de Angola;
  • Manuel Quintino, Diretor Nacional de Recursos Hídricos do Ministério de Energia e Águas de Angola. 
A edição de 2012 traz ainda a Portugal representantes das províncias de Benguela, Huambo e Huila.
Uma oportunidade única, inédita e rara para ficar a par das prioridades e oportunidades de Angola em matéria de abastecimento de água, saneamento e recursos hídricos e dos pressupostos fundamentais para o sucesso no mercado angolano.

Num ano de grandes mudanças para Portugal e, em particular, para o Sector da Água, a 7.ª Expo Conferência da Água não poderia deixar - naturalmente - de se centrar nas novas orientações e estratégias nacionais.
A 7.ª Expo Conferência da Água vai revelar o que vai mudar e debater a reestruturação do Sector da Água e o reforço do papel do Regulador, sem esquecer a importância da Eficiência na Gestão da Água.
Um evento About Media que antecipa o futuro pela informação.

Inscreva-se e aproveite as condições excecionais e irrepetíveis até ao dia 14 de Setembro.
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Água&ambiente Conferências
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Preços da gasolina e gasóleo.

Segundo o ACP, desde o inicio do ano houve 63 subidas e 20 descidas nos preços da gasolina enquanto gasóleo aumentou 32 vezes e desceu apenas 15.

Vejamos então para a gasolina a estatistica: Passaram-se 206 dias. Significa um aumento a cada 3,2 dias!!! um decrescimo (hilariante…) a cada 10,3 dias!

Quanto ao gasóleo: Um aumento a cada 6,4 dias e um decrescimo a cada 13,7 dias!

Além destes dados é importante reter é o que efetivamente aumentou de preço a gasolina e o gasóleo, sabendo-se que em Portugal o preço está acima da media europeia, mesmo sem impostos!?!?!?!

Economia a funcionar com estes preços? Talvez, mas duvido!

O Sr. A. Amorim precisa de mais dinheiro! e tem no povo português o melhor meio de o ir buscar! Para quem não estava atento ou não teev forma de saber, este Sr. na sexta-feira comprou mais 5% da ENI (empresa que (ainda) está no capital da GALP. Os bancos não tinham dinheiro para lhe emprestar, de onde veio então? provavelmente do mesmo sitio que é a sócia do Sr. A. Amorim para estes negócios a filha do presidente de Angola…

terça-feira, 24 de julho de 2012

Acórdão do TC “chumba” referendo em Barcelos, mas põe em causa a Lei da RATA

O Acórdão n.º 384/2012 do Tribunal Constitucional, de 16 de Julho, "chumbou" a deliberação da Assembleia Municipal de Barcelos para um referendo local sobre a extinção de freguesias. Trata-se duma peça jurídica complexa e até contraditória que merece ser lida na globalidade.

segunda-feira, 23 de julho de 2012

Apontar ao alvo certo: a culpa é dos políticos ou é dos grandes capitalistas?

Não há dia que passe sem que receba uma qualquer mensagem de alguma amiga ou amigo que não venha invetivar os políticos como os grandes culpados pela marcha acelerada em direção ao estado de pobreza a que nos encontramos submetidos.

José Hermano Saraiva

José Hermano Saraiva, que acaba de desaparecer, foi um improvável ministro da Educação do último governo de Oliveira Salazar. Simples professor liceal, terá sido a sua fidelidade ao Estado Novo, aliada a uma inteligência viva e uma inegável capacidade de ação, que lhe assegurou a ascenção política. Ainda estou a ver a fotografia da tomada de posse, em Belém, ao lado de Américo Tomás, de fraque e calças de fantasia, em Agosto de 1968, na qual, recordo, surge também uma outra personalidade que há dias faleceu, Justino Mendes de Almeida.

Dias depois, Salazar cairia da cadeira de lona e, semanas mais tarde, os equilíbrios do regime fizeram com que Marcello Caetano confirmasse José Hermano Saraiva no cargo.

Não foi nada fácil a tarefa do ministro. Como ponto "alto" das questões que teve de gerir, recorde-se a "crise de Coimbra", em 1969. Quem viveu esse período lembra-se bem dele, ao lado do presidente Tomás, na inauguração do edifício das Matemáticas, em Coimbra, nesse tenso e verdadeiramente único momento em que Alberto Martins teve a coragem de pedir a palavra, em nome da academia, naquele que viria a ser o início de um dos maiores protestos de contestação universitária vividos em Portugal.

A agitação universitária propagou-se a Lisboa. No ISCSPU, José Hermano Saraiva decidiu não "homologar" a lista eleita da Associação académica, de cuja direção eu fazia parte (ver aqui um relato do nosso encontro com o ministro). Ficou claro que Marcello utilizou então Hermano Saraiva para afastar, do ISCSPU, o seu rival político Adriano Moreira, personalidade com a qual, à época, as lideranças académicas decidiram, taticamente, solidarizar-se. Isso veio a redundar numa invasão do Instituto pela "polícia de choque", chefiada pelo capitão Maltez, e pela dissolução dos órgãos legítimos da Associação, que passou a ser dirigida por uma complacente "comissão administrativa".

Com o tempo, Marcello Caetano substituiu Saraiva por Veiga Simão. No que me toca, devo dizer que a mudança não ajudou muito, porque não tive o ensejo de apreciar, em excesso, as credenciais, ditas liberais, do novo ministro: em 1971, como presidente eleito da Assembleia geral dos estudantes do ISCSPU, voltei a ver a minha escolha não "homologada" pelo novo ministro. Mas isso deve ser sina pessoal...

Usufruindo da oportunidade dada pela Democracia, José Hermano Saraiva viria a fazer escola como divulgador televisivo, e não só, da História pátria, confirmando a perceção de que a historiografia permanece como um dos poucos domínios culturais onde o pensamento conservador preserva uma certa notoriedade pública. A sua capacidade de "contador de História" era inegável e, embora muitos achem que isso foi muitas vezes feito em detrimento de algum rigor científico, a verdade é que ele terá contribuído para despertar o interesse pela História de Portugal - e esse será um importante serviço que o país, sem a menor dúvida, lhe ficou a dever.

PS - Não notei, como devia ter feito, que José Hermano Saraiva foi embaixador "político" em Brasília, nos tempos que antecederam o 25 de abril.

Ora Eça!

"Deste arroz com fava nem em Paris, Melchior amigo", dizia Jacinto, encantado com a feliz descoberta da simplicidade. Lá estive hoje, em Tormes, a ver a mesa onde Eça/Jacinto comeu um dia o celebrado arroz que o reconciliou com as favas.

Para quem possa fazê-lo, recomendo vivamente uma visita à casa de Tormes, onde hoje está a Fundação Eça de Queiroz, perto de Baião, se possível acompanhada por uma leitura calma, no local, das páginas que, em "A cidade e as serras", o escritor dedicou à paisagem e ao ambiente rústico que o terá impressionado, há quase um século e meio. Eça ter-se-ia porventura indignado com muitas edificações de discutível gosto que hoje pontuam a serra, mas, mesmo assim, a vista permanece soberba. Dê-se também um salto à estação de Aregos/Tormes, onde já não pontifica o Pimentinha e onde o Silvério, pela certa, nos não esperará. E, por gratidão e respeito por quem nos proporcionou o prazer dessa escrita ímpar, não se esqueça de deixar uma flor na campa de Eça de Queirós, no pequeno cemitério de Santa Cruz do Douro.

Tenho um amigo que costuma dizer, com alguma sobranceria, que gostar de Eça de Queirós é uma das mais banais expressões culturais de qualquer português. Pode ser que assim seja, mas, nesse caso, eu vergo-me sem custo a "eça" banalidade.

(Este post é dedicado ao meu amigo e incomparável queirosiano Luis Santos Ferro)

Angola: Bloco Democrático contesta afastamento das eleições

Angola: Bloco Democrático contesta afastamento das eleições

Milionários desviaram mais de 17 biliões para paraísos fiscais

Pois é...
Milionários desviaram mais de 17 biliões para paraísos fiscais
 

quinta-feira, 19 de julho de 2012

A lei das celuloses

Vinda de uma ministra que acumula as pastas da Agricultura, do Ambiente e do Ordenamento do Território, a proposta faz o pleno nas consequências negativas para todas essas áreas.

Governantes e governantes

Um dia, bem à minha custa, aprendi que, em Portugal, há dois tipos de membros do governo: os que já foram deputados e os que, emergindo da sociedade civil, sendo ou não militantes de partidos, nunca antes se sentaram nas cadeiras parlamentares. E há um mundo de diferenças entre eles.

Embora o não digam alto, os partidos políticos veem com maus olhos a escolha, pelos primeiros-ministros, de personalidades oriundas da "sociedade civil" que, por virtude de alguma especialização temática, são alcandoradas a postos governamentais.

Pode haver alguma razão nesta atitude: quem se dedica à política tem a legítima expetativa de, subindo o seu partido ao poder, poder ter direito a ocupar lugares no executivo. Ver uns "paraquedistas" ultrapassarem-nos, não deve agradar a quem se considera ungido pelo voto popular e, por essa razão, tem muito mais legitimidade para governar. Só que os partidos não desconhecem que a inclusão desse tipo de personalidades acaba por credibilizar os próprios governos, porque lhes garante uma componente técnica valiosa, com reflexos na sua imagem junto da opinião pública. No outro prato da balança, verifica-se que a falta de "calo" político faz com que, muitas vezes, essas figuras de perfil demasiado técnico, quando sujeitas às tensões da vida política e, muito em particular, às exigências da vida parlamentar, possam derrapar. Foi o que me aconteceu, um dia, em 1996.

Eu tinha ido à Assembleia da República para defender já não sei bem o quê, na minha qualidade de secretário de Estado dos Assuntos Europeus. Ao meu lado, na bancada do governo, estava o então secretário de Estado dos Assuntos parlamentares, António Costa.

Fiz a apresentação que tinha preparado e, como é de regra, preparei-me para a chuva de perguntas que se seguiria. Fui tomando notas, para lhes responder em conjunto, no final.

Uma das intervenções, de um deputado da oposição, tinha apenas uma questão irrelevante, que era um evidente pretexto para um discurso doutrinário de oposição geral, e a meu ver gratuita, à política europeia do governo. Logo que acabou de falar, saiu da sala, sem sequer aguardar pela minha resposta. Fiquei furioso.

No meu período de respostas, deixei para o fim a resposta a esse deputado, que tinha muito baixa estatura. Fazendo-me surpreendido, disse: "Relativamente à questão colocada pelo senhor deputado Fulano - que eu não consigo vislumbrar atrás da sua bancada... - devo dizer que fiquei perplexo, porque não me ficou claro o que pretendia com a sua intervenção. Por isso, e porque considero que não há nada de concreto a que eu possa responder, talvez seja legítimo concluir que o que disse se insere na preparação de curriculum para aquilo que consta serem as suas ambições a futuro líder parlamentar do seu partido".

Mal eu tinha acabado a frase e logo o António Costa, ao meu lado, me disse, alarmado: "No que você se foi meter! Agora, isto vai ser bonito". E foi. Ouvi logo um bruá vindo do lado do grupo parlamentar do partido do tal orador, um evidente mal-estar nas caras dos deputados do partido que apoiava o governo e, de imediato, um pedido urgente de palavra de um deputado ao presidente da Assembleia para "defesa da honra da bancada".

Fui "desancado" pelo deputado interpelante, que considerou que só podia levar à conta da minha "falta de experiência política" o que acabara de passar-se e que exigia um pedido de desculpas da minha parte. O António Costa perguntou-me o que eu queria fazer. Respondi-lhe que desculpa não pedia, porque considerava que a saída da sala do deputado que eu criticara era um gesto deselegante e que a minha reação fora motivada por isso mesmo. Com a sua maior experiência, o António Costa levantou-se, tomou a palavra e deu, com grande habilidade, a volta à situação, deitando "água na fervura", para meu grande sossego.

Na realidade, eu cometera uma grande imprudência e fora vítima do meu estatuto. A imprudência foi, desde logo, ter-me imiscuído na vida interna de um outro partido, o que fiquei a saber não ser aceitável pelas regras parlamentares consuetudinárias. Mas também aprendi que o facto de nunca antes ter sido deputado me criava uma posição "diminuída" perante os eleitos presentes na sala. Eu não era "um deles", pelo que estava longe de poder ter um estatuto para poder enveredar por graçolas que, se porventura fossem ditas por antigos colegas, teriam sido muito melhor toleradas.

HSBC-2 - Maior banco europeu acusado de lavar dinheiro da droga e terrorismo

Os executivos do HSBC, o maior banco europeu, ignoraram sistemáticos avisos de que estavam lavar dinheiro proveniente do tráfico de droga dos cartéis mexicanos e de fundos financeiros suspeitos de financiar grupos terroristas, de acordo com uma investigação do senado norte-americano cujo relatório foi divulgado esta segunda-feira.

Dissecação de uma greve dos médicos

Ninguém pergunta os danos que aconteceram aos cidadãos que precisavam de cuidados e não os tiveram! Aos que morreram e possivelmente poderiam ter sido salvos! aos que terão problemas no futuro, porque não foram assistidos e agravou-se o seu estado. Aos que estão há meses e outros á anos à espera de uma operação e não aconteceu, e não se sabe quando voltará a ser marcada? Grau de gravidade disso em perda de qualidade de vida, etc. Perguntas que ficarão sem resposta!!!
A greve dos médicos na semana passada foi um sucesso. Adesão superior a 95% dos profissionais. Blocos operatórios fechados quase na totalidade. Centenas de centros de saúde sem um único médico a trabalhar. Uma manifestação com 5000 médicos, vindos de todos os pontos do país, envergando as suas batas brancas em frente ao ministério, ocupando um quarteirão inteiro da avenida João Crisóstomo.

Viana


Viana do Castelo é uma terra à qual o nome de Pedro Homem de Melo ficará para sempre ligado, quanto mais não seja pelo poema que Amália cantou e que a imagem mostra.

O poeta tinha uma casa em Cabanas, perto de Afife, a poucos quilómetros da cidade. Hoje, ao passar na praça da República, lembrei-me de uma história que o meu pai, testemunha presencial, sempre contava.

Pedro Homem de Melo passeava-se com amigos. Do outro lado da praça surgiu José "Rancheiro", uma figura conhecida da cidade, senhor de palavra fácil e de uma voz forte. E que, alto e bom som, fez ecoar pela praça o seguinte poema (cito de cor), que está num azulejo em Cabanas, junto à casa de Homem de Melo:

"O rio passa em Cabanas
por entre fragas
tão lindo
que mesmo que vá descendo
parece que vai subindo".

Acabada a curta declamação, José "Rancheiro" acrescentou, também bem alto: "Belo poema!". Ao que Pedro Homem de Melo, visivelmente lisonjeado, reagiu, com aquela voz rouca que tinha: "... dito por Vossa Excelência!".

Não deixava de ser bonito um certo cavalheirismo de um outro Portugal.

Roménia e Comissão Europeia em rota de colisão

A Comissão Europeia e o actual primeiro ministro romeno, Victor Ponta, de 39 anos, estão em rota de colisão por causa das violações da Constituição e da separação de poderes de que Bruxelas acusa o chefe do governo de Bucareste.
 

Legalização da canábis regressa ao Parlamento

O deputado bloquista João Semedo apresentou esta quarta-feira a iniciativa que o Bloco pretende levar ao debate parlamentar a seguir à interrupção dos trabalhos da Assembleia da República. "Até lá, faremos um grande debate público sobre a matéria", acrescentou Semedo.

terça-feira, 17 de julho de 2012

Relatório do Congresso dos EUA denuncia lavagem de dinheiro no HSBC.

“O banco britânico HSBC colocou em risco o sistema financeiro americano ao se expor a possíveis atividades de lavagem de dinheiro vinculado ao tráfico de drogas ou ao financiamento do terrorismo, indicou nesta segunda-feira um relatório do Senado americano. O relatório de uma comissão de investigação do Senado vinculada à Segurança interior destacou as "graves omissões" no sistema antilavagem da filial americana do HSBC, o HBUS, que não conseguiu - segundo os parlamentares - vigiar de forma eficaz as atividades suspeitas. Desta forma, segundo os congressistas, o banco expôs o sistema financeiro americano a possíveis operações de lavagem de dinheiro da droga dos cartéis mexicanos. A filial mexicana transferiu, deste modo, cerca de 7 bilhões de dólares ao HBUS entre 2007 e 2008. O HBUS também manteve relações financeiras com estabelecimentos bancários suspeitos de ter vínculos com supostas organizações terroristas. O informe de 330 páginas citou, deste modo, o banco saudita Al Rajhi Bank. "Na era do terrorismo internacional, da violência vinculada à droga em nossas ruas e em nossas fronteiras, do crime organizado, deter o fluxo de dinheiro que apoia estes horrores é uma prioridade para a segurança nacional", escreveu em um comunicado o senador democrata Carl Levin, que preside a comissão.” yahoo

Publicação de cartas secretas do Papa gera escândalo na Itália.

A publicação de uma série de cartas confidenciais do papa Bento 16 sobre temas quentes, como as intrigas do Vaticano e os escândalos sexuais do padre mexicano Macial Maciel, provocou desconforto na Itália diante de um vazamento de informações sem precedentes.
Leia também: Vaticano processará responsáveis por vazamento
Após relatório duro, Papa ameniza tom com freiras dos EUA

Um resumo do livro, que estará a venda no sábado em toda a Itália com o título "Sua Santidade, cartas secretas do Papa", escrito por Gianluigi Nuzzi, autor do best-seller "Vaticano SA", sobre as finanças da Santa Sé, foi publicado nesta sexta-feira pelo jornal Il Corriere della Sera.

Baseado em cartas confidenciais destinadas ao papa Bento 16 e ao seu secretário pessoal, Gerog Gaenswein, o livro descreve manobras e confabulações dentro do Vaticano e inclui relatórios internos enviados para o Papa sobre políticos italianos como Silvio Berlusconi e o presidente da República Giorgio Napolitano.

Também relata os confrontos com a chanceler alemã Angela Merkel sobre aqueles que negam o Holocausto, e as confissões do secretário do fundador da Congregação Mexicana Legionários de Cristo, Marcial Maciel, acusado de abusar de crianças e de ter uma vida dupla com duas esposas e filhos.

Nuzzi teve acesso, possivelmente através de funcionários da Secretaria de Estado, a centenas de documentos, incluindo alguns que levam o selo "Reservado", que foram elaborados pelo mesmo secretariado.

Este é o maior vazamento de documentos na história recente do Vaticano, que até agora não se pronunciou oficialmente sobre o assunto.

Entre as informações vazadas, figuram diretrizes específicas para tratar de questões com o Estado italiano por ocasião da visita presidencial em 2009.

"Devemos evitar qualquer equivalência entre a família fundada sobre o matrimônio e outros tipos de uniões", diz o texto.

De acordo com trechos publicados pelo Il Corriere della Sera no suplemento especial "Sette", o secretário do papa recebeu por fax todos os detalhes do chamado "escândalo Boffo", a operação para desacreditar o editor do jornal Avvenire, jornal da Conferência Episcopal italiana, mediante acusações falsas de assédio homossexual e homossexualidade contra o jornalista Dino Boffo.

Tais cartas resumem o clima recente de guerra ocultada pelo poder dentro do governo central do Vaticano, a influente Cúria Romana, que minou a credibilidade da Igreja.

O nome do atual secretário de Estado, o cardeal Tarcisio Bertone, mão direita do Papa e número dois da Santa Sé, está presente em muitos dos documentos e é afetado de forma negativa, sendo possível que o livro seja uma operação midiática para atacá-lo.

O jornal italiano Libero também publicou comentários sobre o livro. Nuzzi chegou a comentar sobre o difícil ano vivido com os "corvos" do Vaticano, que lhe passaram os documentos entre "silêncios, longas esperas e precauções maníacas".

O jornalista confessou que não manteve mais contato com este "grupo informal" de informantes desde que o Papa nomeou uma comissão de inquérito, em março passado, para investigar os vazamentos, conhecidos como "Vatileaks". yahoo

Senado brasileiro também divulgará salários na internet.

“A exemplo da Câmara dos Deputados, o Senado também passará a divulgar os salários dos servidores na internet a partir do dia 31, de acordo com o presidente da Casa, José Sarney (PMDB-AP).

Leia também: Câmara divulgará salários na internet

O ato da Mesa que autorizou a divulgação dos salários foi publicado há 45 dias, no Boletim Administrativo de 1º de junho. Nesta segunda-feira, a direção do Senado o regulamentou.

A publicação dos salários na internet é uma determinação da Lei de Acesso à Informação (Lei 12.527/11), que obriga órgãos do Executivo, Legislativo e Judiciário a fornecer informações sobre suas atividades a qualquer cidadão. Os vencimentos serão apresentados de forma individual em seção específica do Portal da Transparência do Senado.”

Credenciais

A apresentação de credenciais por um embaixador, junto de um chefe de Estado estrangeiro, é um ato protocolar que difere bastante de país para país, dependendo dos usos e costumes locais, muitos deles marcados pela respetiva história. Em muitos casos, o próprio chefe de Estado introduz alterações às práticas nacionais, de acordo com a sua personalidade.

Foi o que sucedeu, aqui em França, com o presidente Nicolas Sarkozy. Sendo Paris uma das capitais do mundo com maior número de embaixadas, e tendo alguns países a propensão para não deixarem os seus embaixadores "aquecer o lugar", o ritmo de apresentação de credenciais acaba por ser muito intenso. Ao que me dizem, o presidente Jacques Chirac, não obstante o peso desse formalismo, fazia questão de falar uns minutos com cada novo embaixador, deixando perguntas ou comentários que tocavam as relações bilaterais. O seu sucessor, Nicolas Sarkozy, tinha optado por um fórmula mais "leve". Cerca de 20 novos embaixadores eram colocados, lado-a-lado, numa sala e o presidente cumprimentava-os sucessivamente, recebendo as respetivas cartas credenciais, as quais, de imediato, passava para o lado, para um seu colaborador, deslocando-se para frente do diplomata seguinte, até concluir a vintena de cumprimentos. Nessa altura, os embaixadores eram chamados a colocar-se numa espécie de semi-círculo em frente ao presidente o qual, por escassos minutos, trocava com alguns deles umas palavras de circunstância. Alguns colegas entenderam sempre este método demasiado expedito e menos conforme com a dignidade da sua função como representantes de um Estado estrangeiro. Outros compreendiam que, com uma agenda política carregada e com as relações diretas entre os chefes de Estado e de governo a processarem-se, nos dias de hoje, muitas vezes diretamente, era pouco sensato estar a pedir ao chefe de Estado francês um maior dispêndio de tempo.

Em 2009, na minha apresentação de credenciais, testemunhei uma cena curiosa. Eu tinha acabado de saudar o presidente francês, deixando-lhe, em brevíssimos segundos, uma palavra de identificação de quem eu era e entregando-lhe as minhas cartas credenciais. Nicolas Sarkozy passara, de imediato, para o diplomata seguinte, uma senhora, representante de um país africano, que procedeu de forma idêntica à minha. Ou quase. Mal o presidente havia seguido para a cena com outro embaixador, senti um toque no braço, por parte da minha colega, que, em voz baixa e preocupada, me disse: "Que acha que devo fazer? Esqueci-me de entregar ao presidente as minhas cartas credenciais!", mostrando-me, com uma cara algo angustiada, o seu envelope. A cena fora tão rápida que o presidente nem notara que, além do cumprimento, não recebera o documento que oficializava a qualidade da embaixadora. Sosseguei-a: "Não se preocupe, dá isso depois a alguém...". E tudo se resolveu, acabada a cerimónia, com a discreta entrega do envelope ao chefe do protocolo, que sorriu, divertido, perante o relato do sucedido.

Noutros quadrantes, as cenas podem ter outro sabor e picante, como, há anos, contei aqui.

Presidente da Transtejo admite vantagens na privatização

"Admito que seja a única possibilidade [a privatização], independentemente da minha opinião pessoal. A manter o serviço público tal como está, existe a necessidade de eliminar alguns constrangimentos que o Estado não tem condições por si só de os assumir", defendeu o presidente da Transtejo, João Pintassilgo, em entrevista à Lusa.

segunda-feira, 16 de julho de 2012

Grandes e pequenos

Ontem, durante um almoço de trabalho de alguns embaixadores europeus com a nova presidente da Comissão de Negócios estrangeiros da Assembleia Nacional francesa, Elisabeth Guigou, falou-se, como recorrentemente acontece, do conceito de "países grandes" e de "países pequenos" na União Europeia, a propósito da necessidade da gestão europeia não aparecer dominada por qualquer "diretório" auto-assumido, que afaste alguns das decisões que a todos importam.

O meu colega luxemburguês, George Santer, com a sua proverbial boa disposição, que muita falta vai fazer em Paris, quando, daqui a dias, trocar esta capital por Berlim, citava alguém, dizendo que, em rigor, só há dois "grandes" países na Europa: "La Grande-Bretagne et le Grand-Duché du Luxembourg..."

Angola: Polícia prende 10 pessoas em manifestação contra o Governo

Para este sábado, 14 de julho, estava convocada uma manifestação contra a candidatura de José Eduardo dos Santos, sob o lema "32 é muito", convocada por um autodenominado Movimento Revolucionário Estudantil (MRE). As autoridades do regime de Eduardo dos Santos estavam informadas oficialmente pelos organizadores, desde o passado dia 3, segundo a agência Lusa.

Manifestação contra a extinção de freguesias marcada para setembro

A marcha dos regedores... Não bastava este governo ter abdicado de mexer nos concelhos, agora só nos faltava esta...
A Plataforma Nacional contra a extinção de freguesias reuniu neste sábado em Gondomar, tendo participado vários movimentos e plataformas distritais e concelhias, criadas para combater a lei que visa extinguir centenas de freguesias.
 

Governo...

Governo entrega floresta às empresas de celulose!

sexta-feira, 13 de julho de 2012

Espanha prepara-se para subir o IVA e reduzir a Taxa Social Única

A prometida alteração da "estrutura fiscal", com um aumento dos impostos sobre o consumo, poderá acontecer mais cedo do que o Governo de Mariano Rajoy previa. Quem o deu a entender foi o ministro responsável pelas Finanças e Administrações Públicas, Cristóbal Montoro, ao defender que o IVA é baixo "por comparação com outros países" e que o Executivo respeitará as conclusões do último Conselho Europeu.

Contraditório

Por via de uma vida que me obriga regularmente, com algum gosto, a expor e debater ideias, fiz e continuo a fazer parte de painéis de um imensidão de colóquios, congressos, seminários ou coisas similares. Às vezes bem interessantes, outras vezes nem por isso.

Nesse mundo, há uma figura pública portuguesa, que já teve experiência governativa, com quem me cruzo, desde há muito. Temos visões políticas opostas, olhamos as coisas de maneira muito diferente, raramente coincidimos no modo de abordar as questões. Conhecemo-nos há mais de quase quatro décadas, temos modos muitos diversos de estar na vida e, por coisas que não vêm para o caso, cultivamos ambos uma espécie de insustentável tendência para nos "picarmos" em público. No meu caso, entretenho-me a procurar descortinar pontos que considero fracos no seu argumentário para depois os tentar desmontar de uma forma crítica, quase sempre sem me poupar a alguma ironia. No caso dele, julgo que é pior: quase nem precisa de ouvir o que eu digo para logo me atacar. Andamos neste "jogo" há anos.

Um dia, numa universidade americana, onde ambos éramos convidados para uma conferência, estávamos colocados em painéis diferentes, o que reduzia as hipóteses de um aberto conflito público. Eu fiz a minha apresentação, após o que a pessoa que dirigia a sessão abriu o debate ao auditório. Desse mesmo auditório, levantou-se então esse meu contraditor de estimação que, com ênfase, deixou logo claro que não concordava com o essencial do que eu tinha afirmado e com a perspetiva que eu defendera. E partiu daí para uma longa intervenção, disfarçada em pergunta, na qual, devo confessar, eu reconhecia muito pouco daquilo que tinha dito. Nada que fosse novo.

A meio dessa intervenção, sempre bem articulada e até com alguma graça, um colega de painel, creio que francês, disse-me ao ouvido: "Não percebo por que razão ele o está a contestar!". Divertido, respondi: "Não se surpreenda. É sempre assim. Já é uma velha história, entre nós". Ao que ele esclareceu: "Não é isso! É que ele não ouviu nada do que você disse. Ele entrou na sala no momento em que você estava precisamente a terminar a sua intervenção..."

Ontem, em Lisboa, cruzámo-nos, por acaso, e, naturalmente, saudámo-nos com a cordialidade conflitual que nos torna eternos adversários de estimação.

domingo, 8 de julho de 2012

Operação "Remédio Santo". Greve dos médicos…

As greves dos médicos e estas notícias são coincidências, ou não é nada disso?

“Os dez detidos na operação "Remédio Santo" revelaram o nome de 22 farmácias, do Grande Porto, e de mais três médicos envolvidos no esquema de fraudes com receitas…” expresso.

Director do Expresso diz que jornal ganharia processo a Relvas "com um advogado oficioso"…

As mentiras são tantas que os visados há muito que deveriam ter, e não só, pedido desculpa, por esse facto, como se deveriam demitir das funções exercidas inerentes a este assunto.

“A teoria que perdura por estes dias, quando faltam quatro meses para as eleições que podem reconduzir Obama ou convertê-lo num Presidente de um único mandato, é que ele é opaco, distante ou, no mínimo, difícil de entender. Ao mesmo tempo, uma nova e monumental biografia, escrita por um jornalista, vem desafiar a história pessoal que o próprio Obama tinha contado no seu livro de memórias. Quem é Obama? A América procura uma resposta em 2012…” publico

4 anos depois sabemos tudo sobre Obama?

A teoria que perdura por estes dias, quando faltam quatro meses para as eleições que podem reconduzir Obama ou convertê-lo num Presidente de um único mandato, é que ele é opaco, distante ou, no mínimo, difícil de entender. Ao mesmo tempo, uma nova e monumental biografia, escrita por um jornalista, vem desafiar a história pessoal que o próprio Obama tinha contado no seu livro de memórias. Quem é Obama? A América procura uma resposta em 2012.

sexta-feira, 6 de julho de 2012

Maioria chumba identificação obrigatória dos donos dos media.

É vergonhosa esta submissão, aos interesses, principalmente dos angolanos, que se tornaram acionistas maioritários, dos órgãos de comunicação, em Portugal. Falta de coluna vertebral, é o mínimo que se pode dizer… A comunicação está na “mão” dos interesses pouco claros, para os cidadãos.

“A maioria PSD/CDS rejeitou hoje, na Assembleia da República, os projetos do PS e do Bloco de Esquerda que visavam reforçar a obrigatoriedade dos mecanismos de identificação dos proprietários de órgãos de comunicação social. O diploma dos socialistas, que entre outros pontos pretendia aplicar no setor da comunicação social regras de identificação de acionistas em vigor na Comissão de Mercados de Valores Mobiliários (CMVM), foi apoiado por todas as outras bancadas da oposição. Tal como aconteceu com o projeto do PS, a maioria PSD/CDS também chumbou um diploma do Bloco de Esquerda que pretendia obrigar à divulgação de toda a cadeia de propriedade dos órgãos de comunicação social. Apesar de reprovado, este diploma do Bloco de Esquerda teve os votos a favor do PS, do PCP e do Partido Ecologista "Os Verdes". Expresso.

A palavra

Portugal esteve hoje presente naquele que é o "exame" anual a que a sua economia é sujeita no âmbito da OCDE (Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico), uma instituição multilateral sedeada em Paris, que acolhe 34 Estados democráticos e economias de mercado. Portugal foi um dos países fundadores da OCDE, em 1948, embora o seu regime estivesse então longe de ser democrático, mas a realpolitik da "guerra fria" a isso ajudou. Pode dizer-se, com algum rigor, que foi no âmbito da OCDE que algumas elites político-diplomáticas portugueses iniciaram a sua aculturação àquilo que viria, muitos anos mais tarde, a abrir o nosso caminho a uma integração plena nas instituições europeias.

Por alguns anos, estive ligado à representação governamental portuguesa nas reuniões da OCDE. Foi numa dessas presenças que aconteceu a historieta seguinte.

Naquele mês de abril de 1998, Portugal presidia à reunião ministerial anual da OCDE. No primeiro dia, o ministro das Finanças, Sousa Franco, dirigira a sessão plenária. Eu ainda lhe "dei uma mão" na condução de parte da respetiva sessão, chegado a meio do dia de Estrasburgo, onde estivera retido por uma qualquer razão.

No dia seguinte, coube a Jaime Gama, ministro dos Negócios Estrangeiros, para além de conduzir a sessão, orientar o almoço de trabalho, o qual é sempre é feito em torno de um determinado tema. Dessa vez, tratava-se do AMI (Acordo Multilateral de Investimentos), uma questão muito controversa, tão divisiva que o acordo nunca chegou a passar do papel. Sobre o assunto, eu havia mantido uma polémica, nas páginas do "Diário Económico", com o saudoso deputado do PCP, João Amaral. Creio que nunca lhe cheguei a dizer que vim a concluir que, afinal, era ele, e não eu, quem tinha razão sobre o assunto.

O ministro português dos Negócios Estrangeiros assumiu o seu lugar na presidência dos trabalhos, no topo da grande mesa quadrada, tendo ao seu lado o secretário-geral da organização e, à sua frente, a sofrível refeição que os integrantes têm direito a digerir durante essa hora e meia de exercício declaratório. Como me compepetia, sentei-me na cadeira da nossa delegação, por detrás da placa onde se lia o nome de Portugal. Claro está que, com o ministro português a assumir a presidência da sessão, eu me preparei para um almoço bem calmo.

Jaime Gama abriu a sessão, fazendo uma intervenção inicial, aí com uns cinco minutos, com que introduziu o debate. Conhecendo antecipadamente o texto, devo confessar que quase me não dei ao cuidado de atentar no que dizia o meu ministro. Só quando, em certo momento, "ouvi" um silêncio, é que percebi que terminara.

O presidente português da sessão convidou então os representantes dos Estados membros da OCDE a intervirem sobre o tema. Como muitas vezes acontece neste tipo de reuniões, nomeadamente em questões muito polémicas, há uma certa inércia em "abrir as hostilidades", com uma retração em fazer a primeira intervenção. E foi isso que aconteceu: ninguém se inscreveu para falar - o que é feito colocando, ao alto, a placa com o nome do respetivo país. Jaime Gama insistiu e voltou a anunciar que estavam abertas as inscrições. O silêncio manteve-se.

Foi então que o presidente da sessão olhou para mim, sentado num lugar bem distante do seu e disse, com a maior naturalidade do mundo: "Dou a palavra a Portugal".

Julguei ter ouvido mal, mas, ao detetar um leve sorriso na cara de Jaime Gama, percebi que ele me "passara a bola", como forma de resolver o súbito impasse. E, um tanto atrapalhado, lá avancei com um: "Thank you, mr. chairman. Mr. chairman, the Portuguese delegation considers that..." - e já nem sei bem o que disse, durante três ou quatro minutos, em que procurei debitar a doutrina que à época tínhamos sobre o AMI. No final da minha improvisada intervenção, já se viam diversas placas com nomes de países colocadas na vertical. E o debate lá avançou.

À saída, comentei para o ministro: "Pregou-me uma bela partida...". Jaime Gama, irónico, retorquiu: "Mas eu achei que você tinha tinha pedido a palavra...!"