terça-feira, 30 de abril de 2013

Holanda: Livrem-se do Rei. Contratem um ator

The New York Times, Nova Iorque – A 30 de abril, a Rainha Beatriz da Holanda abdicou a favor do seu filho Willem-Alexander. Uma vez que a monarquia não tem poder político e custa muito dinheiro, o autor Arnon Grunberg propõe que a família real seja substituída por atores profissionais, que farão o mesmo trabalho pesando muito menos no dinheiro dos contribuintes. Ver mais.


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"Os bancos são piores do que a máfia"


“Vejo todos os dias muitas semelhanças entre o mundo dos negócios e os negócios de rua da máfia. Foi essa a inspiração do livro. A única diferença é que, infelizmente, muitas vezes a máfia faz as coisas melhor e de forma mais honrosa do que as pessoas na sociedade”. As declarações pertencem a Louis Ferrante, um ex-elemento da máfia que virou guru de gestão.
Em entrevista à Rádio Renascença, Ferrante vai ainda mais longe. : “Durante a crise económica, muitos bancos deixaram as pessoas sem nada e nem se importaram com isso. A máfia nunca faria isso. Eles sabem que não podem ganhar dinheiro com as pessoas se elas não tiverem nada”. 
Aliás, o autor de ‘Aprenda com a Máfia’, livro que chega agora ao mercado português, assegura que “há muitas semelhanças com a banca, mas também há muitos aspectos em que a máfia é melhor”, até porque, os mafiosos “nunca retirariam ninguém de casa, iriam preferir ajudar o tipo a manter os pagamentos”.Noticias ao Minuto

VOLTEI

Parece a capa de um LP...dos anos 70 !!!! 

 

Voltei, voltei
Voltei de lá
Ainda ontem estava em França
E agora já estou cá

Vale mais um mês aqui
Do que um ano inteiro lá

Ainda ontem eu pensava
E sonhava cá voltar
Ai, eu já não suportava
Ficar longe do meu lar

Agora já estou aqui
Já me passou esta dor
Tanto, tanto que eu pedi
Este milagre ao Senhor

 

 

 


França-Alemanha : “Um vento glacial”

Enquanto os dois países debatem há vários meses qual a estratégia a seguir para sair da crise, a tensão aumentou ligeiramente na sexta-feira, dia 26 de abril, após um documento do Partido Socialista francês sobre a Europa ter sido divulgado pela imprensa.

Nesse documento é denunciada "a intransigência egoísta" de Angela Merkel. Apesar de o texto final, que deverá ser aprovado a 30 de abril, ser mais moderado, estamos longe da "tensão amigável" com a chanceler alemã mencionada anteriormente pelo Presidente francês François Hollande.

Uma atitude da França denunciada por Le Figaro, que no seu editorial considera que

nada é mais irresponsável do que fazer de Angela Merkel e da política europeia da Alemanha o bode expiatório das dificuldades que se acumulam no nosso país. Este cálculo, elaborado ao mais alto nível em Paris, é simplesmente maquiavélico, ao desejar que a chanceler alemã enfrente dificuldades no período eleitoral de setembro (as eleições legislativas ocorrerão no dia 22) e que a Alemanha seja obrigada a abandonar a sua exigência de rigor para satisfazer uma Europa do Sul incapaz de se reformar.

Para Le Monde, "este joguinho é não só infantil como extremamente perigoso", por vários motivos:

Primeiro porque atribuir a responsabilidade das dificuldades políticas e económicas da França à União Europeia favorece ainda mais o euroceticismo. […] Depois, porque, apesar de Merkel fingir ser indiferente aos ataques pessoais de que é alvo no sul da Europa, o caso ganha obrigatoriamente uma nova dimensão quando a ofensiva provém de Paris.

Do lado alemão, Der Spiegel estima que este desacordo franco-alemão representa um obstáculo para a saída da crise:

François Hollande deposita as suas esperanças num novo Governo, após as eleições legislativas alemãs, mais aberto e disposto a fazer compromissos. Já não espera nada do Governo atual. Um ano após o início do seu mandato, a relação franco-alemã está pior do que os mais pessimistas, de ambos os países, alguma vez tinham imaginado. Berlim e Paris estão em desacordo sobre quase todas as decisões políticas para ultrapassar a crise.


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Tempus fugit

Francisco Seixas da Costa

Ó diabo! Já passaram três meses desde que cheguei a Portugal. Tenho de ter mais cuidado, porque, se me distraio, o tempo vai por aí fora...


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Holanda: “[A monarquia é] tonta, mas nem tanto”

No dia da renúncia da rainha Beatriz e da ascensão ao trono do seu filho Guilherme Alexandre (46 anos), o jornal enumera "as sete razões para festejar hoje, sem arrependimentos", apesar das muitas críticas à monarquia holandesa.

Entre essas razões, o jornal indica a competência do Rei; a sua ausência de qualquer influência política, desde o ano passado; "o lado glamouroso" em comparação com um Presidente; o seu papel de representação durante as visitas internacionais de caráter comercial e a "coesão nacional" que suscita.


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Chipre: “Difícil de responder a um dilema com uma única escolha”

O parlamento cipriota deverá adotar hoje, 30 de abril, por estreita maioria, o memorando de entendimento com a troika de credores internacionais (UE, BCE e FMI) e o acordo sobre o empréstimo de €10 mil milhões nele incluído, "criando assim as condições para a entrega da ajuda" financeira nos próximos dias.

Só a União Democrática do Presidente Nicos Anastasiades, o Partido Democrata e o Partido Europeu — 29 a 30 dos 56 lugares do parlamento— deverão votar o texto.

Depois de ter afastado a hipótese — defendida pelo Partido Comunista — de deixar a zona euro, "esta é a única opção que resta a Chipre", escreve o diário.


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CNN

Francisco Seixas da Costa

 

 

O nosso embaixador oferecera um almoço a uma importante personalidade de visita àquela capital. Por várias vezes, durante a conversa, o visitante referiu que a sua filha fazia um estágio na CNN, em Atlanta. O relevo que ele dava a esse simples facto começou a irritar-me. Na boca exagerada do babado pai, a jovem estava já a caminho seguro para um estrelato mediático à escala universal. 

 

Dei por mim a comentar:

 

- Também tenho na família uma pessoa que trabalhou na CNN. Mas já foi há muito tempo.

 

E mais não disse. Mas a conversa mudou de rumo.

Quando ficámos a sós, o embaixador comentou:

 

- Você nunca me tinha dito que tinha tido um familiar na CNN.

 

- Foi a minha cunhada. Trabalhou por lá há bastantes anos, na CNN, na Companhia Nacional de Navegação...


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Itália: “Letta põe termo ao IMU e ao financiamento dos partidos”

A 29 de abril, a nova coligação governamental de Itália, liderada por Enrico Letta (Partido Democrata), foi aprovada na câmara baixa do parlamento com 453 votos contra 153 e espera-se que receba, igualmente, o apoio do Senado, a 30 de abril.

No seu discurso perante os deputados, Letta revelou alguns dos pontos essenciais do seu programa de Governo: cortar custos do trabalho e reduzir o imposto sobre imóveis (IMU), como exigido pelos seus parceiros de coligação do Partido do Povo pela Liberdade, bem como abolir a atribuição de dinheiros públicos aos partidos. Prometeu começar as reformas dentro de 18 meses.

Depois do voto do Senado, Letta iniciará uma série de visitas diplomáticas a Bruxelas, Berlim e Paris na esperança de tranquilizar os parceiros europeus da Itália mas também para pedir uma interpretação mais flexível do Pacto de Estabilidade para o seu país.


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França-Alemanha: “Berlim declara que a França é um Estado problemático”

"O amor desvaneceu. Na crise do euro, a relação franco-alemã arrefeceu", resume o diário económico.

"Após as severas críticas dos socialistas franceses contra a chanceler, os dois Governos tentaram limitar os danos", escreve o Handelsblatt, mas agora "é o número dois de Angela Merkel que deita achas na fogueira": o ministro da Economia, Philipp Rösler, elaborou recentemente um relatório, obtido pelo jornal, onde "enumera os erros económicos e políticos do país vizinho".

Nomeadamente, "o aumento do custo do trabalho e os encargos elevados ", "o segundo número de horas de trabalho mais baixo da UE", "o peso da fiscalidade e da proteção social mais elevado da zona euro".

Segundo Rösler, a competitividade da França está em declínio e as indústrias, esmagadas pelo peso dos impostos, abandonam o país, adianta o Handelsblatt.

"A França está a deslizar para o Sul" considera ainda o ministro, segundo o qual o país poderá deixar de desempenhar o seu papel estabilizador na crise do euro.


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Viva a ASAE!

Francisco Seixas da Costa

A pretexto de uma qualquer revisão da equipa governamentativa, tudo indica estar em preparação uma operação de desativação da função repressiva e policial da ASAE, instituição que alguns novos ventos pretendem qe se dedique agora mais à "formação" e à "educação". Fico preocupado, porque sei bem "do que a casa gasta". Temo mesmo o pior, porque conheço o Portugal retrógrado que se esconde por detrás das medidas de "compreensão" com "os legítimos interesses do pequeno e médio comércio", com que se pretende "humanizar" a ASAE.

 

A ASAE sempre incomodou bastante. Incomodou os comerciantes desonestos que fazem concorrência àqueles que pagam regularmente os seus impostos, incomodou alguns donos de unidades hoteleiras, restaurantes e cafés que punham no bolso o que deveriam investir em equipamentos e métodos de higiene para salvaguardar a saúde pública dos seus clientes, incomodou certos industriais e armazenistas para quem a validade e salubridade dos produtos eram identificáveis com preciosismos e rigor excessivo, incomodou os taxistas piratas que sonham passar pelo Estoril no caminho entre o aeroporto e a Baixa. E incomodou muita mais gente, em especial, claro, alguma classe política que sobrevive demagogicamente e faz o seu "fond de commerce" do voto dos supracitados e daqueles que deles dependem ou influenciam, às vezes por mera iliteracia cívica.

 

Eu já vivi no Portugal do comércio "à balda", das cozinhas imundas das tascas e restaurantes com baratas e ratos, do salve-se quem puder e do arranjismo do comércio e indústria que, com a total complacência dis poderes públicos, não tinha o mínimo respeito pelo público pagante. Eu sou do país que assistiu, por décadas, à "guerra" heróica e quase sempre muito solitária da Deco, ao esforço magnífico de homens "chatos" como Beja Santos, à má vontade e ao amiguismo (e, às vezes, à mais comezinha e disfarçada corrupção) que, por muito tempo, bloqueou a defesa do consumidor em Portugal.

 

Como governante, e com imenso gosto e empenho, representei, por mais de cinco anos, Portugal no conselho de ministros do "mercado interno" da União Europeia, onde ajudei a ligar o nome do nosso país a medidas de modernidade que o procuraram afastar de um mundo de outros tempos, que hoje só quero esquecer e ao qual me recusarei obstinadamente a regressar.

 

Não me venham com acusações de "fundamentalismos" anti-tabágicos, de excessos de rigor e de falta de flexibilidade na adaptação às medidas que a mera lógica da defesa do consumidor exigia. Não tenho a menor complacência para uma certa brigada snobe, acantonada na trincheira finaça do Ancão ou da Comporta, que defende a venda, sem condições mínimas de higiene, das bolas de Berlim no quente dos Verões sulistas, elitistas e liberais - para utilizar uma máxima consagrada.

 

Eu também não gosto do tom Dirty Harry que o diretor da ASAE às vezes assumia, detesto aqueles coletes "operacionais" que o seu pessoal usava (usa?), fiquei por vezes incomodado com o espetáculo mediático com que a ASAE envolvia algumas das suas operações, sob o "voyeurisme" das televisões. E aceito, sem dificuldade, que possa ter havido, aqui ou ali, algum excesso, no cumprimento das leis que a ASAE tem por obrigação fazer respeitar. Mas recuso-me a confundir tudo isso com o essencial: a ASAE foi uma benção para o consumidor português.

 

Por isso, para mim, e para sempre no futuro, nomeadamente na luta política que sobre isto aí virá, viva a ASAE!


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O Benfica está...quase lá!

Domingos Amaral

Há dois anos, de cada vez que o FC Porto ganhava um jogo próximo do final do campeonato, o seu treinador da altura, André Villas-Boas, costumava dizer que assim se ia "desmoralizando os adversários".

Era verdade, e continua verdade. Quando o clube que lidera ganha mais um jogo, já perto do fim, os rivais perdem moral.

É essa a primeira consequência da importantíssima vitória do Benfica ontem, na Madeira. Era neste jogo que os nossos adversários apostavam todas as fichas, prevendo a perda de pontos do líder do campeonato.

Vítor Pereira, o ainda treinador do FC Porto, disse mesmo que tinha "a certeza" que o Benfica ia perder pontos na Madeira. As suas certezas, como se viu, saíram furadas, e o Benfica ganhou "limpinho", como costuma dizer Jorge Jesus. A "grande conspiração da arbitragem" que estava a ser montada desde a semana passada contra o Benfica, caiu em saco roto.

A verdade é que a equipa, depois de andar adormecida a primeira parte, acordou na segunda e mostrou o que vale, derrotando um Marítimo que me pareceu cansado, depois de tanto ter corrido atrás do prejuízo. O Benfica ganhou por 2-1, mas se tivesse metido um terceiro golo ninguém estranhava, pois teve várias oportunidades.

E, de repente, as coisas deram uma importante volta. É que, até aqui, toda a gente dizia que o Benfica tinha o calendário mais difícil na ponta final do campeonato.

Mas olhem agora! Vencidos Sporting e Marítimo, o Benfica tem dois jogos em casa (Estoril e Moreirense) e uma difícil ida ao Dragão pelo meio.

E o FC Porto? Ora vejam: uma ida à Madeira (Nacional), um jogo em casa contra um líder que tem 4 pontos de avanço (Benfica) e o último jogo em...Paços de Ferreira, que é só a equipa sensação deste ano e está em 3º, a lutar pela...Liga dos Campeões! 

O que é mais fácil? Vencer Nacional, Benfica e Paços, dois deles fora de casa, ou vencer dois jogos em casa, contra Estoril e Moreirense? Pois é, bem dizia o Villas-Boas que os adversários se vão desmoralizando assim...

Contudo, não chegámos ainda ao Marquês de Pombal, nada de embandeirar em arco! O Estoril é uma das boas equipas deste ano, está em 5º lugar e pode causar sérios problemas ao Benfica. Não há vitórias antecipadas, e por isso os benfiquistas têm de encher a Luz com euforia e ânimo, já na próxima segunda-feira, para ultrapassar mais essa provação.

Aliás, pelo caminho há outra etapa duríssima, chamada Fenerbahçe. É já na quinta e lá estarei. Espero que o meu filho viva ao meu lado a enorme alegria que é vencer em casa uma meia-final e carimbar o passaporte para Amesterdão!

Espero, mas vai ser um osso duríssimo de roer. O resultado de 0-1 é um dos mais difíceis de virar, e nas estatísticas das provas europeias, é importante relembrar que quem vence a primeira mão, em 70 por cento dos casos segue em frente. Portanto, o Benfica não vai só jogar contra os turcos, vai também jogar contra a tradição estatística europeia.

Será um jogo inesquecível e de emoções fortíssimas, e espero que uma Luz enorme, entusiasmada, a arrebentar pelas costuras, faça a diferença.

É que, todos os que amam futebol sabem disso, é com estes momentos que todos nós, desde crianças, sonhamos! O nosso clube numa final europeia é o sonho de qualquer menino, e eu não sou diferente do meu filho!


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PRÓXIMO LIVRO, A SAIR EM MAIO-JUNHO

JPP

 

 

 


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segunda-feira, 29 de abril de 2013

Depois de Cristo

 

Francisco Seixas da Costa

Eu tinha feito um comentário conjunturalmente algo ácido a propósito da "performance" de uma certa personagem político-institucional. Acontece-me cada vez mais, confesso. No grupo em que estávamos, um colega, diplomata ainda no ativo, saiu-se com esta:

 

- Você diz isso porque já está depois de Cristo!

 

Nesse instante, essa pessoa foi chamada por alguém e abandonou, por momentos, a sala. Perguntei aos circunstantes se tinham percebido o que ele teria querido significar com o que tinha dito. Ninguém tinha entendido o comentário. Por que raio estaria eu "depois de Cristo" e não "antes de Cristo"?

 

O colega regressou e eu pedi que fosse mais claro. Foi:

 

- Você já se pode dar ao luxo de dizer essas coisas, de fazer esses comentários, porque já não precisa "deles", porque já recebeu, creio que há quase 10 anos, a grã-cruz da ordem militar de Cristo, a mais alta condecoração a que poderia ambicionar. Ora eu ainda ando a lutar por ela, pelo que comigo "a coisa fia mais fino", tenho de ter muito cuidado, embora - confesso! - partilhe em pleno a sua opinião...

 

Percebi a prudência desse colega. Mas não pude deixar de pensar que, precisamente nos tempos imediatamente antes de eu receber "o Cristo" (como na carreira, simplificadamente, sempre nos referimos àquela comenda), eu tinha dito publicamente de alguns "deles" o que Maomé não diz do toucinho. Não de todos, reconheço. Não por receio, mas simplesmente porque o não mereciam.


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Bélgica: “Família real: é preciso copiar a Holanda?”

Amanhã, Guilherme Alexandre, 46 anos, sucederá à mãe, a Rainha Beatriz, no trono da Holanda.

Ora, para os belgas, esta entronização poderá ter "o ar de um ensaio geral", porque "desde há vários meses que há cada vez mais rumores sobre a abdicação de Alberto II a favor do seu filho Filipe". Diz-se, de facto, que o Rei está cansado e que "o príncipe tem pressa de reinar". No entanto, para o diário belga,

a perspetiva de um cataclismo político na noite das legislativas de 25 de maio de 2014 complica ainda mais uma passagem de testemunho que já há alguns anos levanta interrogações, especialmente no que diz respeito à capacidade do príncipe Filipe para ser Rei dos belgas.

Mas as diferenças entre os dois países "relativizam a oportunidade de comparar as duas subidas ao trono".


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Casas mortas

 

Francisco Seixas da Costa

 

Ontem decidimos fazer um desvio para tentar visitar, numa aldeia da Beira, um casal amigo, já bem idoso, que não víamos há quatro ou cinco anos. Ele era uma figura muito interessante, com atividade cívica no passado e um pensamento crítico sobre o presente. Com ela eu tinha uma longínqua ligação familiar. Costumava falar-lhes para lhes enviar um abraço pelo Natal. Há três anos, fui por ele informado do estado de doença da senhora. Nos dois Natais passados não havia conseguido contactá-los e, por razões que não vêm para o caso, não tinha outra maneira de saber deles.

 

Ontem, aproximámo-nos da aldeia, devo dizê-lo, com um mau pressentimento. O facto do portão de acesso à moradia estar aberto deu-nos um minuto de esperança. Mas os estores da casa estavam corridos, a campainha já não soava. O descaso das ervas que cobriam o pátio, bem como outros sinais evidentes, indiciavam que ninguém por ali vivia. Perguntou-se a um vizinho. Informou que o cavalheiro tinha morrido há dois anos, a esposa há já alguns meses. Atenta a respetiva idade, não era algo de surpreendente, mas não deixou de ser um choque forte sentir que, para sempre, deixaríamos de poder contar com o acolhimento, caloroso e amigo, de duas figuras a quem, durante muitos anos, visitávamos com grande prazer, quando passávamos nas imediações. Ontem, acabou a única razão que nos levava àquela aldeia serrana.


Esta experiência lembrou-me outra, com poucos meses.

Várias vezes durante a última década, em passagens por Portugal, teimávamos em tentar contactar um amigo que, por uma razão que nunca apurámos, havia deixado de aparecer, já mesmo nos últimos atarefados anos em que por aqui vivíamos. Era uma pessoa com um mundo muito próprio, alguém que se revelara um bom amigo em diversas ocasiões, e que era simultaneamente uma figura interessante, culta, com "mundo" e personalidade. Mas, de há muito, o seu telefone não atendia, as notas que deixávamos na sua caixa do correio, na casa que ocupava num bairro antigo, nunca tiveram a menor resposta. Por muito estranho que isso possa parecer, não tínhamos outros amigos comuns que nos pudessem dar nota do seu paradeiro, nem lhe conhecíamos uma ocupação que a ele nos pudesse conduzir.

 

Há uns tempos, ainda antes do nosso regresso definitivo a Portugal, passámos uma última vez pela casa desse amigo, num bairro popular, mas o seu nome deixara de figurar na campaínha da porta. Meses mais tarde, surgiu-me a ideia de procurar no Facebook pessoas com o mesmo apelido, que não era muito vulgar. Escrevi a cerca de uma dezena, tentando saber "o que era feito" do nosso amigo. Obtive duas respostas. A de um brasileiro, dizendo não ter qualquer ligação familiar com o nosso amigo e a de um irmão, informando da sua morte, já ocorrida há mais de um ano. Sem mais pormenores. Dos restantes possíveis (e alguns bem prováveis, por várias razões) familiares, recebi apenas um estranho silêncio.

 

Decidi anotar aqui estes dois momentos tristes. Porventura é prova de alguma ingenuidade pensar que as pessoas ficam à nossa espera eternamente, que o tempo não passa para elas, da mesma forma que passa para nós, que os azares as poupam sempre. Mas nem por isso me choca menos confrontar-me com o silêncio destas casas que, para nós, apareceram de súbito mortas, sem que tivéssemos tido oportunidade de trocar uma última palavra com quantos as ocupavam e também faziam parte do nosso mundo.     


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Polónia: “Deixem-nos perdoar a nós próprios”

 

Antes do 70º aniversário do massacre de Wołyń, os padres cristãos do Conselho da Igreja Ucraniana pediram aos polacos e aos ucranianos que, mais uma vez, expressem o seu perdão por "uma sucessão do mal que remonta a várias centenas de anos".

Em 1943-1944, os nacionalistas ucranianos mataram mais de 100 mil polacos em Wołyń, que antes da Segunda Guerra Mundial pertencia à Polónia. Nos ataques de retaliação calcula-se que tenham sido mortos cerca de 20 mil ucranianos.

O Gazeta Wyborcza escreve que

este apelo sem precedentes […] tem a possibilidade de arrefecer as tensões antes do aniversário, que se celebra em julho, e que prova sempre ser um teste difícil às relações polaco-ucranianas.


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Islândia: “À espera de Sigmund e Bjarni”

As eleições legislativas de 27 de abril saldaram-se numa derrota do Governo social-democrata de Jóhanna Sigurðardóttir e pelo regresso ao poder do centro-direita. Com 26,7% dos votos, o Partido Independente de Bjarni Benediktsson obteve 19 dos 63 lugares do Alþingi (parlamento), tal como o Partido do Progresso de Sigmundur Davíð Gunnlaugsson (24,43% dos votos).

Com 12,9% dos votos, a Aliança social-democrata obteve nove lugares, enquanto o Partido Pirata (5,1% dos votos) fica com três lugares, tornando-se assim o primeiro do seu género a fazer uma entrada num parlamento nacional.

O partido da Independência e o partido do Progresso já iniciaram conversações para formarem o próximo Governo de que Benediktsson (43 anos) deverá ser o chefe, mesmo que Gunnlaugsson reivindique igualmente o lugar de primeiro-ministro, defedendo que o seu partido foi o que mais subiu escreve o jornal Fréttablaðið.

Os dois partidos, acrescenta o Morgunblaðið,

são céticos quanto ao processo de integração na União Europeia e o seu resultado eleitoral poderá retardar a adesão da Islândia à UE.


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"Swaps"

Francisco Seixas da Costa

 

Como muito bem lembra hoje Pedro Santos Guerreiro no "Jornal de Negócios", o grande problema que a questão da "negociata" dos "swaps" (aquisição de produtos financeiros para reduzir riscos de variações de preços de fatores não controláveis) suscita pode ser menos a eventual questão dolosa por parte de quem representou o Estado na transação (culpabilidade que, a existir, pressupõe a devida imputação criminal e deveria acabar na prisão dessa gente), mas, muito simplesmente, a discussão da competência de quem tinha por obrigação defender o interesse público. É que poderemos ter de chegar à conclusão de que quem nos (a nós, contribuintes) representou no negócio pura e simplesmente não sabia o que fazia e não tinha habilitação técnica para tal. 

 

Quem, com regularidade, clama por "menos Estado", e passa os dias a indignar-se pelos gastos do setor público, também deveria interrogar-se sobre se, muitas vezes, tais cortes não afetam já a sustentação da massa crítica mínima, em matéria técnica, para a defesa do interesse público (que é também o seu) e para o funcionamento capaz da máquina oficial. É que fazer omoletes sem ovos é, quase sempre, uma obra difícil. Um destes dias, com a máquina do Estado desativada e desmotivada, começarão, de facto, a ter razão os que proclamam que "o Estado não funciona". Mas esses mesmos deixam de ter a menor legitimidade para protestar sempre que o que "sobrar" desse mesmo Estado, no "estado" em que o deixarem, vier a comportar-se da mesma forma que estes "hábeis" negociadores dos "swaps".


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Portas e Gaspar: chegou ao fim o casamento de conveniência?

Domingos Amaral

Segundo li no Expresso, o último conselho de ministros, de sexta-feira passada, foi um sarilho de Estado. De um lado, Vítor Gaspar, sempre fiel ao seu fanatismo austeritário; do outro um novo grupo, formado por vários ministros do PSD e encabeçado por Portas.

Rezam as crónicas que este último terá ameaçado demitir-se, se os cortes propostos por Gaspar fossem avante. E, no braço de ferro que aconteceu na reunião, Portas tinha com ele, não só os ministros do CDS, mas também quatro ministros do PSD, porque afinal ainda há gente lúcida naquele partido.

Paulo Macedo, Paula Teixeira da Cruz, Aguiar Branco e Álvaro Santos Pereira, todos defenderam que a austeridade louca com que Gaspar se prepara mais uma vez para brindar o país, é uma tragédia e não trará nada de bom, nem a Portugal, nem ao Governo.

Cortes e mais cortes, nos salários e nas pensões, como propõe o fanático Gaspar, só trarão mais recessão e desemprego, e afundarão na desgraça e na miséria o povo. 

É bom saber que há gente no Governo que tem a noção das coisas, mas parece-me que isso, sendo boa notícia para o país, não augura nada de bom para este Governo.

É que Passos Coelho está ainda demasiado inclinado para apoiar Gaspar. Ambos têm sido paladinos intensos da austeridade "à la Merkel". Quase que se pode dizer que a Alemanha tem em Passos e Gaspar os seus mais fiéis escudeiros.

Quando, por essa Europa fora, se vão multiplicando as vozes que gritam contra a loucura da austeridade, desde Barroso a Schultz, desde a Grécia à Irlanda, desde a França à Itália, é espantoso de ver como só Passos e Gaspar ainda defendem a via germânica.

Cada vez mais isolados, Passos e Gaspar são completamente subservientes perante a Alemanha de Merkel e Schauble, e fazem tudo o que eles defendem ou mandam.

Contudo, são eles que nos governam. Passos é o número 1 e Gaspar o número 2, o restante Governo terá de se submeter às suas vontades, e portanto à visão germânica que postula a continuação de uma austeridade feroz.

Os ministros Macedo, Cruz, Branco e Pereira bem podem espernear e guinchar contra Gaspar, mas não conseguem alterar a sua determinação. Ou se submetem ou são substituídos, essa é que é essa.

Quanto a Paulo Portas, já vimos este filme umas vezes. Se lhe perguntarem se está de acordo, dirá que não está. Se lhe perguntarem se tentou alterar o rumo das coisas, dirá que tentou. Se lhe perguntarem se no final acabou por aprovar tudo, acabou por aprovar tudo.

Por mais murros na mesa que Portas dê, por mais ameaças que faça, já sabemos que, no final, lá acabará por ir a reboque de Passos e Gaspar, e marcará mais umas viagens pelo mundo para promover os nossos azeites, chouriços e produtos afins.

A vida é o que é, e as pessoas são o que são, e não há ainda em Portas a força para traçar uma linha vermelha e dizer: daqui não passam.

Era melhor para Portugal que Portas acabasse com esta farsa de uma vez por todas e esclarecesse o país que, ou Gaspar saía do Governo e as políticas mudavam, ou saía ele.

Porém, não creio que Portas seja capaz de tal acto de coragem histórica. O casamento de conveniência entre este PSD e este CDS, embora já degradado e triste, infelizmente para todos nós, deverá continuar.

Um dia, muita gente se irá arrepender de não ter tido a coragem de dizer não a este desastre que se abateu sobre Portugal. Mas, parece-me que esse dia ainda não será amanhã, data de um novo conselho de ministros onde se afundará, mais uma vez, o país. 

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MITOS DA SEMANA: “CONSENSO”

JPP

 

Um novo ministro falou onze vezes em "consenso" numa conferência de imprensa para anunciar coisa nenhuma, e o arrebatamento do engano foi conseguido. Aliás não é muito difícil. Logo a seguir vieram as "histórias" sopradas: que o novo ministro estava a mudar tudo, objectivos, linguagem, intenções, uma "lufada de ar fresco". Basta parar para pensar para se perceber que tudo isto é pura e simplesmente inverosímil. Um novo ministro, ainda por cima sem experiência qualquer de governo, entra no Conselho de Ministros sempre com prudência. Se é inteligente, vai aliás mais para ouvir e perceber do que para "entrar a matar", começando a "mandar".

 

 Sim, porque aquilo que é descrito como o impacto da sua presença e intervenção é o de quem "manda". Ora, a não ser em circunstâncias muito especiais, que em nada correspondem nem ao perfil do ministro, nem à atitude do primeiro-ministro de o pôr como homem forte do governo, essa atitude de "mando" geraria enorme controvérsia no Conselho de Ministros. Aqueles homens, por muito obedientes e agarrados ao lugar que estejam, - o que também não é verdade para alguns, - não iriam permitir que o parvenu fosse ali "revolucionar" a reunião, e implicitamente dizer-lhes que estão a fazer um mau trabalho. Por tudo isto, o papel do novo ministro não pôde nunca ter sido este. Pode ter aconselhado ao Primeiro-ministro algumas atitudes e comportamentos, mas também nada que não seja o óbvio, e o esperável. Sendo esse conselho "fruta da época", também não adiantaria muito. Entre a troika a dizer a Passos Coelho, no tom vago, abstrato e "estrangeiro" com que essas coisas podem ser ditas, que é preciso garantir o envolvimento do PS, e as opiniões de um ministro, mesmo salvífico, o Primeiro-ministro o que quer saber é do que a troika lhe diz. Portanto, quando ele lá chegou, já o "consenso" era a nova palavra de ordem. 

 

E aqui é que entra o novo ministro, para dar uma face "política" engolida com gosto pela comunicação social que vive na superfície das coisas. Na verdade, não há problemas para os ministros aceitarem que o novo ministro "dê a cara", que só ele pode dar visto que não tem passado de litígios parlamentares com o PS, e pode mais facilmente passar por "novidade". Isso eles não só permitem como estimulam, até porque sabem que estas coisas não duram muito. Velhas raposas muitos deles, se há coisa que eles sabem fazer é este jogo de dança com a comunicação social. Eles sabem, como já escrevi noutro sítio, que a "novidade é a cenoura da comunicação social" e por isso só um ministro a recitar onze vezes a palavra "consenso" podia exercer esse efeito. Mas e o "consenso"?


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sexta-feira, 26 de abril de 2013

Alerta Total: Senado paga R$ 14,6 mil por mês para garçons nomeados secretamente em 2001 servirem cafezinho



Artigo no Alerta Total – www.alertatotal.net


Leia também o site Fique Alerta – www.fiquealerta.net
Por Jorge Serrão – 
serrao@alertatotal.net





O Brasil ganha hoje, literalmente de bandeja, mais uma prova da falência múltipla das instituições pseudorepublicanas. O Senado tem sete garçons com salários entre R$ 7.300,00 e R$ 14.600,00. Certamente, o trabalho de servir cafezinho aos nossos ilustres senadores é uma das missões mais bem remuneradas do mundo. A revelação do jornal O Globo sobre o gasto amargo do cafezinho no Legislativo parece café pequeno perto de outros gastos secretos e inimagináveis.





Esse singelo exemplo de desperdício do dinheiro público é apenas uma pontinha dos diversos gastos sem qualidade na administração federal. Somando-se o dinheiro perdido com a corrupção e as despesas inúteis, temos a justificativa cínica para a máquina administrativa tupiniquim nunca conseguir cortar gastos. A consequência automática é aumento do déficit público e necessidade constante de manter altíssima a carga de impostos para bancar as mordomias e roubalheiras estatais.





O caso dos garçons do Senado é apenas uma singela alegoria de nosso regime capimunista – autoritário, perdulário e ineficiente. Os profissionais foram nomeados em 20 de setembro de 2001 por ato secreto da direção geral do Senado. Oficialmente, os garçons são classificados como “assistentes parlamentares”. Além de servirem cafezinho, podem cumprir outras atividades de “apoio” para justificar a excelentíssima remuneração no Legislativo.





Mordomias escandalosas e privilégios injustificáveis como o do caríssimo serviço de cafezinho do Senado se multiplicam entre os três poderes federais. O desrespeito completo ao dinheiro público, bancado pelos altos impostos pagos pelo otário cidadão-eleitor-contribuinte, também é comum nas  gastadoras, incompetentes e corruptas máquinas administrativas dos estados e municípios. Um País que funciona tão errado assim fica condenado a ser sempre subdesenvolvido e gerenciado pelo Governo do Crime Organizado – cujos integrantes têm vida de marajás.





Eis o alto preço que pagamos pelo Golpe de 1985 – que instaurou a Nova República - e pelo atual Golpe Militante Petralha – que prepara a perpetuação no poder com alguns golpes programados no Legislativo. Primeiro, a aprovação do projeto que impede a criação livre de novos partidos políticos, tirando-lhes o direito ao tempo de televisão e aos recursos do fundo partidário. Depois, com a aprovação do soviético sistema da lista fechada dos partidos para a eleição de deputados e vereadores. Por fim, com a criação do “financiamento público de campanha eleitoral” (estatizando o sistema político, sem acabar com o financiamento ilegal aos políticos pela via dos diversos tipos de “mensalões”).





O triste é que os desinformados cidadãos-eleitores-contribuintes brasileiros cairão facilmente no golpe institucional que prepara o Brasil para embarcar no “Socialismo do Século 21” – que já opera descaradamente na Venezuela, Argentina, Bolívia, Equador e Cuba. O esquema político corrupto e mentiroso do Foro de São Paulo está prestes a nos brindar com o “Triunfo de sua Vontade”.





A pergunta fundamental é: os segmentos esclarecidos – minoria na sociedade brasileira – terão condições políticas de reagir a tempo de reverter o golpe contra o Estado Democrático de Direito? Ou todos seremos engolidos pelo avassalador e corrupto sistema do Governo do Crime Organizado no Brasil?





Enquanto você pensa na melhor resposta, veja e reflita sobre o vídeo (acima) de uma reportagem sobre o funcionamento do parlamento na Suécia...

Síndrome de elefante branco: estádios que caíram no ostracismo

O estádio do Algarve,



Green Point


Construído na Cidade do Cabo para a Copa da África do Sul 2010, custou o equivalente a 2 bilhões de reais e, desde o fim do Mundial, não vem sendo utilizado nos torneios de futebol locais. Neste ano, nem sequer recebeu partidas da Copa Africana das Nações. A demolição do estádio chegou a ser cogitada pela prefeitura, mas esse símbolo do desperdício continua em pé.


15 milhões de reais é o custo anual de manutenção do Green Point


 A casa do rúgbi




Stade de France: poucos amistosos

Stade de France: poucos amistosos / Crédito: 

Ricardo Corrêa






Palco da final da Copa de 1998, o Stade France, em Saint-Denis, recebe poucos amistosos e jogos oficiais da seleção francesa de futebol. Desde a Copa do Mundo de Rúgbi de 2007, vem dando mais espaço a esse esporte, muito popular na França. Os craques da Le Bleu têm atuado no Parc des Princes, mais próximo do centro de Paris, também usado pelo Paris Saint-Germain. 


Jogos só no verão




Mar del Plata: aberto apenas uma vez por ano

Mar del Plata: aberto apenas uma vez por ano / Crédito: 

J.B. Scalco






O Estádio José María Minella, em Mar del Plata, foi construído em 1976 para a Copa de Mundo da Argentina dois anos depois. Desde então recebeu um único evento de porte, os Jogos Pan-Americanos de 1995. Como a cidade não tem nenhuma equipe na primeira divisão do país, o estádio é sede do torneio de verão, em janeiro, quando reúne as cinco maiores torcidas — todas de Buenos Aires. 


Bons exemplos olímpicos




Estádio Olímpico de Munique: recebendo outros eventos

Estádio Olímpico de Munique: recebendo outros eventos / Crédito: 

Getty Images






O Estádio Olímpico de Munique foi contruído para os Jogos de 1972 e serviu também à Copa do Mundo de 1974 — sediou oito jogos, entre eles a final. Por quatro décadas, foi também a casa dos dois clubes locais, o Bayern e o Munique 1860. Em 2005, quando a Allianz Arena ficou pronta para a Copa de 2006, o Olímpico foi esquecido para o futebol. Bem localizado, vem se mantendo graças a shows, corridas de carro e outros eventos.


Já o Estádio Olímpico de Nagano, no Japão, erguido especialmente para os Jogos de Inverno de 1998 por um custo equivalente a 214 milhões de reais, vem sendo subutilizado. Com capacidade para 30 000 pessoas, passou a receber somente partidas de beisebol de times profissionais e amadores. Partida de futebol, para esses estádios, é coisa do passado.





Paquidermes brasileiros




Teixeirão

Teixeirão / Crédito: 

Silvio Porto






O Parque do Sabiá, em Uberlândia (MG), teve público recorde em sua partida inaugural: 72 733 pagantes assistiram ao amistoso entre Brasil e Irlanda, em 27 de maio de 1982. Em 2012, o maior público foi de 2 242 pessoas, no duelo entre Patrocinense e Uberlândia, o time local, que disputa atualmente a segunda divisão mineira.


Nos clássicos entre River e Flamengo do Piauí disputados no Albertão, em Teresina, o cenário costuma ser desolador. A partida mais recente, em fevereiro, reuniu 2 809 pagantes. O estádio tem capacidade para 60 000 torcedores.


O Teixeirão, estádio do América de São José do Rio Preto (SP), abriga 36 426 lugares. Quando o time joga contra equipes da capital, costuma receber bom público. Mas, como a equipe está na terceira divisão, a arena tem ficado às moscas.

France: "A França nunca teve tantos desempregados"


O número de desempregados atingiu os 3,224 milhões, em março, ou seja 10,2% da população ativa. O desemprego aumentou 11,5% num ano, batendo o recorde de 1997.
“Aliás, o Governo não acredita realmente, sem que possa confessá-lo, nas promessas presidenciais de diminuição de desemprego este ano”, realça Le Figaro. No seu editorial, o diário de direita defende a utilização “de grandes meios” contra o desemprego […] mesmo que isso ofenda as ideias conservadores socialistas”: a redução drástica do custo do trabalho, a supressão das 35 horas, a revisão do subsídio de desemprego.
“Coisas […] que os países europeus com maior estabilidade já integraram há muito”, considera o diário.

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Espanha: "É preciso fazer qualquer coisa"



No primeiro trimestre deste ano havia 6,2 milhões de desempregados em Espanha, ou seja, 27,19% da população ativa, segundo os números publicados a 25 de abril pelo Instituto Nacional de Estatística.
É “um recorde dramático”, escreve o jornal Cinco Días, que acrescenta que em algumas regiões, como a Estremadura e a Andaluzia, a taxa de desemprego ultrapassa os 35% e exige uma “atenção máxima a uma emergência nacional”.
O Governo de Mariano Rajoy (centro-direita) deverá apresentar, a 26 de abril, medidas como a subida da carga fiscal sobre os salários para aumentar as receitas do Estado, facilidades para a criação de empresas e acesso ao financiamento para PME’s e a modernização e reforma da administração pública.

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Economia: “Europa : perto do fim do regime de rigor?”



Enquanto o ritmo das políticas de consolidação orçamental é criticado "no próprio seio dos templos mais rigoristas", nomeadamente pelo presidente da Comissão Europeia, José Manuel Barroso, o Libération interroga-se se isso não assinala "uma mudança de rumo a nível europeu". O diário de esquerda recorda nomeadamente que a política de rigor já chegou a ser posta em causa recentemente pela Holanda. Face ao risco de recessão, este "bom aluno" renunciou ao seu plano de poupanças de €4 mil milhões.
Na Europa, "seis países conseguiram, ou conseguirão, obter de Bruxelas uma prorrogação dos prazos", para regressar a uma situação de equilíbrio orçamental. Mas, realça o jornal, "o obstáculo a uma mudança de política europeia não se situa em Bruxelas, mas em Berlim".

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Economia: "A Alemanha defende a austeridade contra a UE"


As declarações de José Manuel Durão Barroso, segundo as quais “a política de austeridade atingiu os seus limites” foram recebidas com hostilidade pela coligação entre cristãos-democratas (CDU) e liberais (FDP), no poder em Berlim.
Assim sendo, o vice-chefe do grupo CDU do Bundestag qualificou de “asneiras” as afirmações do presidente da Comissão Europeia, enquanto o ministro dos Negócios Estrangeiros Guido Westerwelle (FDP) explicou que “ao abandonar a política de consolidação do orçamento, reforçaríamos o desemprego em massa durante muitos anos na Europa”.
Segundo as últimas estatísticas da UE, publicadas a 22 de abril, o défice da zona euro atinge os 3,7%. Vários especialistas preocupam-se com o facto de que “a Europa possa prosseguir com os seus esforços”, perante esta situação de fraco crescimento económico.

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Livre circulação: Suíça volta a fechar a porta a europeus


A Suíça decidiu, no dia 24 de abril, estender a todos os cidadãos da União Europeia (à exceção dos búlgaros e romenos, já sujeitos a um período de transição) a restrição das autorizações de trabalho de longo prazo, durante um ano. A medida entrará em vigor a 1 de maio e surge na sequência das quotas introduzidas em abril de 2012 para permanências de trabalho de curta duração de cidadãos da UE-8, da qual fazem parte os países da Europa de Leste que aderiram em 2004.
“A UE lamenta” a decisão, como diz o Neue Züricher Zeitung em título. Ao estender as restrições ao grupo da chamada UE-17, Berna faz uso da “cláusula de proteção” prevista nos acordos bilaterais, assinados com a UE em 1999. Esta cláusula aplica-se acima do limiar de 53 700 licenças emitidas. No entanto, o diário salienta que, se o Conselho Federal [o Governo suíço] tinha esperanças de escapar à acusação de discriminação, ao aplicar a cláusula a 17 países europeus, não convenceu Catherine Ashton. Segundo ela, [a Suíça] continua a fazer distinção entre os Estados-membros, o que é inaceitável.
Por seu turno, Le Temps considera que esta medida “não lesa a UE”. O diário de Genebra chama-lhe “cosmética migratória”, o que talvez tranquilize Bruxelas, mas não o povo suíço:
Esta decisão passa em Bruxelas, por três razões. A Suíça respeita o contrato com a UE. O dispositivo evita a discriminação entre europeus. Aplica-se apenas a permanências de longa duração, o que reduz o seu alcance. [...] Acreditar que se tranquiliza desta forma os suíços, parece demasiado ingénuo. Porque eles não são estúpidos e vão sentir que a pressão migratória europeia realmente não diminui. [...] Os suíços conseguem perceber, como já provaram, que a migração europeia, favorecida por boas razões em relação às migrações do resto do mundo, contribui para a prosperidade do país.

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Moldávia : “Iurie Leancă foi nomeado primeiro-ministro provisório da Moldávia”



A 23 de abril, o presidente Nicolae Timofti nomeou o vice-primeiro-ministro Iurie Leancă, do Partido Liberal Democrata (PLDM) para liderar o Governo, após o Tribunal Constitucional ter rejeitado na véspera o decreto que designava Vlad Filat (PDLM) para esse cargo.
Suspeito de corrupção, Filat foi obrigado a demitir-se no dia 5 de março, devido a uma moção de censura. Portanto, segundo o tribunal, este não poderia dirigir o Governo.

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