sexta-feira, 23 de agosto de 2013

Polónia: “Horário flexível não significa exploração”

Os polacos que se cuidem!

 

Uma alteração à legislação laboral entra hoje em vigor, concedendo aos polacos o direito de trabalhar em "horário flexível", escreve o diário, sublinhando as vantagens desses contratos para os trabalhadores com filhos pequenos.

A alteração legislativa sobre o horário flexível foi bem recebida pelos empregadores, que acreditam que isso permitirá às empresas responderem melhor às condições do mercado, e contestada pelos sindicatos, que temem que esta resulte em exploração dos trabalhadores, sobretudo porque o "período experimental" – o máximo de tempo que alguém pode trabalhar até ter direito a subsídio de férias – aumentou agora para doze meses.

Segundo Wojciech Konecki, líder da organização polaca de fabricantes de equipamentos domésticos,

períodos experimentais longos, mas não necessariamente de doze meses, ajudarão a não ter de dispensar pessoal qualificado.

Os sindicatos defendem que a situação pode ser melhorada permitindo que os períodos experimentais longos sejam apenas usados nos acordos coletivos de trabalho.


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Eslováquia: “Bruxelas pede devolução dos seus fundos”

O vice-primeiro-ministro encarregue dos investimentos, Ľubomír Vážny, está atualmente a negociar com a Comissão Europeia o montante da multa, que poderá ascender a 100 milhões de euros, por utilização abusiva de fundos europeus.

Apesar do impacto nefasto das sanções sobre a economia do país, o editorial do SME saúda a sanção, porque poderá contribuir para moralizar a classe política:

Não somos o primeiro país a desviar fundos. Mas a omissão encontrou uma solução. Em caso de suspeita, pode aplicar grandes multas, […] o que muda o sentimento muito difundido de que a utilização abusiva dos fundos provenientes de Bruxelas não é grave.


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Presseurop acompanha a atualidade alemã

Editorial

A 22 de setembro – dentro de exatamente um mês – os alemães serão chamados às urnas para renovar o seu Parlamento. Devido ao papel que a Alemanha desempenha na Europa, e ao peso político que adquiriu no seio da União Europeia (além do seu peso económico tradicional), a votação é por vezes qualificada de "primeira volta das eleições europeias", previstas para o próximo mês de maio.

O Presseurop irá portanto dedicar uma especial atenção à Alemanha a partir de hoje e durante as próximas semanas até ao escrutínio.

Através da imprensa alemã, e da visão que os jornais de países vizinhos têm sobre a nação, tentaremos dizer-vos quais são as implicações – nacionais e europeias – da campanha e o estado de espírito em que se encontram os alemães. Como é que vêm o papel que desempenham no seio da Europa, assim como outros aspetos que nos permitirão perceber melhor este país que faz diariamente parte das conversas dos europeus mas do qual, na verdade, pouco se sabe.


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No amor como na guerra

Francisco Seixas da Costa

 

José Cutileiro é um dos mais argutos comentadores da coisa internacional que regularmente publica na nossa imprensa. Com uma escrita límpida, ponteada de humor e ironia, o seu conhecimento das grandes questões geopolíticas oferece-nos perspetivas muito interessantes, enriquecidas por uma considerável experiência nas lides diplomáticas. Não tendo sido "diplomata de carreira", José Cutileiro foi dos poucos "embaixadores políticos" que a carreira, com gosto e por total mérito, aceitou como um dos seus.

 

Num artigo ontem publicado no "Jornal de Negócios", José Cutileiro aborda o reacender do conflito hispano-britânico sobre Gibraltar. Nele refere a dúvida, existente em muitos meios, sobre se este súbito zelo de Madrid não se ficará a dever à necessidade da criação de um fator de diversão externa que faça esquecer as trapalhadas que envolvem, na política interna, o governo de Rajoy. E, intitulando o texto "No amor como na guerra", José Cutileiro refere a frase algo marialva de um amigo seu, que sempre dizia: "Eu, se não tenho uma coisinha por fora, dou mau viver em casa".
 

Imagino que o feminismo militante salte de fúria perante esta "incorreção política". Mas que tem graça, lá isso tem!


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quinta-feira, 22 de agosto de 2013

Mandado de detenção europeu: UE lança ultimato à Croácia para efetuar reformas legislativas

"A UE pede à Croácia para alterar as suas leis ou enfrentará sanções" titula o EUobserver depois da Comissão Europeia ter lançado um ultimato a Zagreb para efetuar uma série de alterações que permitirão aplicar o mandado de detenção europeu.

As alterações jurídicas controversas, que foram executadas três dias antes de a Croácia aderir à UE no dia 1 de julho, impedem a extradição de cidadãos de um Estado-membro para outro. A Croácia tem até a meia-noite de 23 de agosto para apresentar um prazo que determinará quando irá eliminar as alterações.

Estas alterações, que proíbem extradições relacionadas com crimes cometidos antes de 2002, enfureceram a Alemanha, que acredita que servem apenas para impedir a extradição de Josip Perković, o antigo diretor da polícia secreta jugoslava, procurado pela Alemanha por ter assassinado o desertor croata Stjepan Đureković em Wolfratshausen, na Baviera, em 1983.

O Ministério Público Federal alemão emitiu um mandado de detenção europeu para extraditar Perković, mas ainda não recebeu nenhuma resposta por parte das autoridades croatas. Se Zagreb não cumprir as ordens, a UE poderá suspender o financiamento do seu mais recente membro.


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anti depressivo

 

Eleições alemãs 2013 : “Ajudas à Grécia perturbam campanha eleitoral”

 

"Um mês antes das eleições legislativas de 22 de setembro, a campanha eleitoral sobe de tom. Os partidos discutem a concessão de uma nova ajuda à Grécia, que o ministro das Finanças Wolfgang Schäuble invocou a 20 de agosto, durante um comício eleitoral", escreve Die Welt.

Angela Merkel afirmou que poderá ser encarado um novo programa de ajuda mas que, de momento, "não estava em condições de indicar o montante", acrescenta o diário.

A oposição duvida: durante um comício eleitoral, o ex-chanceler social-democrata Gerhard Schröder acusou-a de ter "mascarado" e "escondido" a situação.


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UE-Suíça: “Passo decisivo do Conselho Federal em direção à Europa”

 

 

"Finalmente, uma visão clara!", congratula-se Le Temps, após a adoção, a 21 de agosto, pelo Conselho Federal (governo) de um projeto de mandato de negociação com Bruxelas no domínio institucional elaborado pelo Ministério dos Negócios Estrangeiros suíço.

Para o diário de Genebra,

o sinal é simbolicamente importante. [...] A maioria dos sete Sábios quer aproveitar a boa disposição de Bruxelas para tirar do impasse uma via bilateral paralisada durante tantos meses.

O dossiê é particularmente sensível no que diz respeito a saber se o Tribunal de Justiça da UE pode vir um dia a condenar a Suíça ou a resolver o diferendo do país com a UE.


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Drogas: “Cultura ilegal de canábis explode na Bélgica”

 

Cerca de vinte pessoas serão julgadas pelo tribunal penal de Liége (Sul), no outono, após o desmantelamento de uma vasta rede de cultura e comércio de canábis pelas polícias belga e holandesa durante o último mês.

Um caso que confirma a explosão da cultura clandestina de canábis nos dois últimos anos, escreve La Libre Belgique que cita um magistrado:

Há uns anos, quando tínhamos um caso, era relativamente amador. Agora, não passa praticamente uma semana sem que encontremos hangares ou moradias com uma estrutura profissional.

A última diretiva belga sobre a canábis remonta a 1 de fevereiro de 2005 e autoriza as pessoas maiores a terem na sua posse três gramas de canábis e a cultura para uso estritamente pessoal e dentro dos limites do respeito pela ordem pública.


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Grécia: “Guardiões” do euro abrem a porta a alívio da dívida

Durante um comício eleitoral em Ahrensburg, no Norte da Alemanha, o ministro das Finanças alemão, Wolfgang Schäuble declarou que "a Grécia vai precisar de mais um programa" de ajuda internacional — o terceiro desde 2010 — após 2014, noticia o jornal Ta Nea.

O diário ateniense que titula "Grécia nas urnas (mas alemãs)", escreve que, a um mês das eleições legislativas alemãs de 22 de setembro, a questão da dívida grega está no centro da campanha eleitoral.

O jornal acrescenta ainda que Schäuble, "fiel" à linha austera da chanceler Angela Merkel, rejeitou sempre a hipótese de uma nova restruturação da dívida grega. O diário Ta Nea escreve ainda que o seu "mensageiro" Jörg Asmussen, membro do conselho de administração do Banco Central Europeu (BCE), estará em Atenas a 21 de agosto para discutir com as autoridades gregas os cenários de alívio da dívida.

Um cenário que também não exclui Olli Rehn: o comissário europeu para os Assuntos Económicos e Monetários, disse ao diário finlandês Helsingin Sanomat que encara uma nova ajuda à Grécia sob a forma de prolongamento do prazo de reembolso dos empréstimos.

A Comissão, o BCE e o Fundo Monetário Internacional vão reavaliar em conjunto, durante o outono, o programa de reformas da Grécia e a viabilidade da sua dívida, anunciou Rehn, invocando "a possível continuação do programa e do seu financiamento", sem fornecer mais pormenores.

Na Alemanha, o jornal Süddeutsche Zeitung reconhece a Schäuble o mérito de ter dito a verdade aos eleitores "quatro semanas e meia antes das eleições" e "não quatro semanas e meia depois", e acrescenta que

há muito tempo que os especialistas sabem que a Grécia não conseguiria voltar novamente aos mercados em 2015. O país ainda precisa de assistência durante um período transitório. […] A questão é: de onde virá o dinheiro? […] Será melhor que Schäuble o diga aos eleitores, uma vez mais antes das eleições.


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Ideias: Redescobrir os valores europeus

 

Adevărul, Bucareste – O projeto europeu não consegue diminuir o fosso que ainda existe entre os países da Europa Ocidental e os da Europa Central e Oriental. Por isso, é preciso que a União e os Vinte e Oito façam um enorme esforço de comunicação sobre o que os une, defende um escritor romeno. Ver mais.


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Timor Leste - a infância

Francisco Seixas da Costa

 

 

Ontem, ao ver o primeiro-ministro Xanana Gusmão numa cerimónia de homenagem a antigos combatentes pela independência de Timor-Leste, recordei um episódio divertido, aquando de uma sua visita privada a Nova Iorque, nos primeiros meses de 2001.

 

Xanana era um homem livre e, por essa época, fazia declarações segundo as quais não desejava ocupar qualquer lugar de Estado, no novo Timor-Leste, que dentro de um ano seria um país independente e pelo qual tanto tinha lutado. Andava feliz, com a sua mulher e um filho de escassos meses.

 

Eu era então o representante diplomático português junto das Nações Unidas. Convidei Xanana para almoçar, não só para lhe manifestar a imensa simpatia e admiração que tinha (e tenho) por ele, como grande figura humana e política, mas igualmente porque estava encarregado de o tentar convencer de que a responsabilidade que tinha para com o seu país não acabara ainda e que era importante que aceitasse a ideia de vir a liderar o novo Estado, candidatando-se às eleições presidenciais. Era essa a perspetiva prevalecente em Lisboa e, a mim, como representante diplomático junto das Nações Unidas, fora-me pedido que somasse a minha voz à de quantos assim pensavam, um pouco por todo o mundo.

 

O almoço iria ter lugar num restaurante, perto da nossa missão junto da ONU. Porque queria falar um pouco a sós com Xanana e com a sua mulher, pedi-lhe que viessem ter ao meu gabinete. As restantes pessoas que eu também tinha convidado para esse almoço com Xanana, entre os quais estava o jornalista do "Expresso" Tony Jenkins, que iria fazer depois um belo texto sobre a conversa à refeição, chegariam meia-hora mais tarde.

 

Expuz a Xanana as razões que víamos como óbvias para a necessidade do seu compromisso com a vida política timorense. Revelei-lhe que, em Portugal, governo e presidente da República coincidiam nesta mesma leitura. Ele mostrava-se ainda muito relutante à ideia da candidatura, com a sua mulher numa atitude que me recordo ser então de apoio às reticências do marido. Argumentava que era mais importante ficar na sociedade civil, ao lado dos seus antigos companheiros de armas, os mesmo que ontem foram homenageados. Ficou-me a convicção de que, à época, era bem genuína essa sua atitude de recusa do regresso à política.

A certa altura, tive de sair, momentaneamente, do gabinete. Quando regressei, encontrei a seguinte cena: a pequena mesa de acrílico que existia entre os sofás tinha-se transformado no lugar de mudança das fraldas do filho de Xanana, o qual observava, divertido e encantado, a operação a que a sua mulher se dedicava.

"Não há problema, pois não?", perguntou-me Xanana, como aquele sorriso são e simples que o carateriza. Claro que não havia. Ou melhor, tavez passasse a haver. É que, concluída a operação, ficou a pairar no meu gabinete um odor bastante forte e difícil de afastar, num edifício onde as janelas não abrem e o ar condicionado é o único meio de circulação de ar.

 

Tudo estaria bem e se atenuaria com o tempo se, neste entretanto, não tivessem entrado pelo gabinete dentro, trazidos pela minha secretária, os restantes convidados para o almoço. Pelas suas caras, logo depreendi que ficaram com as narinas alerta para aquele peculiar e inconfundível odor, sobre cuja explicação decidi não elaborar. Procurei fazer sair toda a gente, com rapidez, para o restaurante, mas imagino que alguns devam, até hoje, estar intrigados por que diabo o gabinete do embaixador português na ONU cheirava daquela maneira...


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quarta-feira, 21 de agosto de 2013

Justiça de faraós

Francisco Seixas da Costa

 

No Egito, o julgamento de responsáveis da Irmandade Muçulmana vai ter início no dia 25 de agosto! É inegável que as novas autoridades do Cairo conseguiram, de uma penada, resolver a questão da morosidade do sistema judicial. Não seria de nos inspirarmos?

 

Entretanto, o prémio Nobel ElBaradei irá ser acusado criminalmente, por virtude de se ter demitido das funções de vice-primeiro ministro. Neste caso, justifica-se um alerta de prudência ao dr. Paulo Portas...


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Áustria: “ÖVP pode limitar poderes da UE”

O secretário de Estado austríaco dos Assuntos Europeus e Internacionais, o conservador Reinhold Lopatka (ÖVP), pediu para "Bruxelas entregar alguns poderes aos Estados nacionais", noticia Die Presse.

"Em certas áreas, como a política social e de emprego, a colaboração europeia não faz qualquer sentido [...] tendo em conta os diferentes níveis de rendimento", explicou.

Lopatka "junta-se, assim, ao coro de líderes europeus que, nas últimas semanas, defenderam abertamente a ideia de se reapropriarem de algumas competências da UE", escreve o diário. Tratam-se de lideres de governos conservadores, como o primeiro-ministro britânico David Cameron, "a chanceler alemã Angela Merkel [e] o primeiro-ministro holandês Mark Rutte".


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Espanha: “A via, em julgamento”

O juiz que está a investigar o acidente de comboio de 24 de julho, em Santiago de Compostela, convocou funcionários da Adif, a empresa pública espanhola que gere as infraestruturas ferroviárias de Espanha, para prestarem depoimento sobre medidas de segurança na linha em que o acidente ocorreu.

A empresa apressou-se a declarar que é normal ser convocado para prestar esclarecimentos – "imputar", em Espanha – num caso como este e sublinha que não houve qualquer acusação contra si ou funcionários seus, noticia La Gaceta. O processo legal espanhol permite, no entanto, que a empresa seja acusada depois de terem sido prestados esses depoimentos.

A investigação do juiz concluiu que as mortes "resultaram obviamente" da excessiva velocidade a que circulava o comboio, mas também se concentra no facto de as medidas de segurança naquela via serem ou não suficientes.


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Crise económica: “Se os BRIC estão mal, a Europa também está”

O Brasil, a Rússia, a Índia e a China veem a sua atividade económica baixar e as empresas europeias poderão pagar esse preço, adverte o Berlingske.

"Se o abrandamento económico se agravar, pode afetar as exportações e custar empregos", escreve o diário, que cita Allan von Mehren, do Danske Bank :

Investimos demasiado nesses países, porque as expectativas em relação ao seu crescimento eram demasiado elevadas. Atualmente, o dinheiro está a começar a sair.


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Reino Unido: “Fracking vai baixar a conta de energia, diz o líder do Poverty”

A fraturação hidráulica ou fracking, a controversa técnica para extrair gás de xisto das rochas, tem o potencial de fazer baixar a conta de energia e de salvar as famílias de baixos rendimentos das funestas consequências dos elevados custos da eletricidade, segundo a opinião do líder do Fuel Poverty Advisory Group do Reino Unido, noticia The Times.

Os comentários de Derek Lickorish foram feitos depois de centenas de pessoas se terem manifestado, durante vários dias, na aldeia de Balcombe, no West Sussex, onde a empresa de energia Cuadrilla Resources começou recentemente a explorar gás de xisto.

Cerca de cinco milhões de britânicos estão em risco de entrar em carência de energia, uma vez que os preços se mantêm elevados. Há uns meses, as reservas de gás do Reino Unido estiveram perigosamente em baixo numa altura em que as anormalmente baixas temperaturas de primavera fizeram disparar a procura em todo o Norte da Europa.


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Disputa sobre Gibraltar: As colónias negam a lógica da História

The Guardian, Londres – Os dias do império britânico acabaram e manter territórios outrora estratégicos, como Gibraltar, é uma relíquia do passado. O florescente sucesso de Gibraltar enquanto paraíso fiscal tem frustrado o seu vizinho empobrecido e a lutar contra a crise, mas o seu futuro parece seguro. Ver mais.


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Escutas americanas: O Governo britânico pressiona “The Guardian”

O escândalo da espionagem norte-americana deu uma reviravolta inesperada depois de o marido do jornalista que revelou o programa de vigilância nacional ao jornal The Guardian ter sido detido, no domingo, no aeroporto londrino de Heathrow durante nove horas, num ato justificado pela legislação britânica antiterrorista.

A notícia de primeira página apela a que o Governo britânico se explique sobre a detenção de David Miranda, o companheiro de Glenn Greenwald e cita fontes que indicam que a sua apreensão não foi solicitada pelos Estados Unidos.

Um editorial com o título "Uma quebra de confiança e de princípios", contestou a lei antiterrorista utilizada para a detenção, acrescentando que

a detenção de Miranda foi em parte uma investigação sem fundamento do serviço de segurança, uma perseguição policial e um aviso governamental para os jornalistas e os delatores. Foi uma tentativa de intimidar o jornalismo num dos poucos espaços onde a jurisdição não se aplica e não há repercussões legais.

Entretanto, o editor do Guardian, Alan Rusbridger, afirmou que quando o jornal publicou as suas revelações sobre a espionagem norte-americana – cujas informações foram fornecidas pelo antigo funcionário da NSA Edward Snowden – um alto funcionário do Governo entrou em contacto com ele, pedindo-lhe para destruir ou devolver os ficheiros. Caso não obedecessem, o Governo iria tentar impedir a publicação do caso pelo Guardian através de "meios legais". Rusbridger acrescentou:

Foi então que ocorreu um dos momentos mais bizarros na história do Guardian – com dois especialistas em segurança do GCHQ a supervisionar a destruição de discos rígidos na cave do jornal, apenas para terem a certeza de que não havia nada nos destroços que pudesse ser do interesse dos agentes chineses.


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Polónia: “Dados bancários voam para os Estados Unidos”

Em setembro, a Polónia vai iniciar negociações com os Estados Unidos para assinar um acordo com vista à partilha de dados de clientes bancários com Washington. O acordo é consequência da US Foreign Account Tax Compliance Act (FATCA) de 2010, que obriga as instituições financeiras estrangeiras a recolherem dados sobre os seus clientes norte-americanos e a partilhá-los com os serviços de impostos dos Estados Unidos.

O diário sublinha que o acordo terá

graves consequências para os clientes dos bancos polacos e outras instituições financeiras, como as corretoras. Os novos clientes passarão a ter de preencher um formulário especial para responder à pergunta sobre as suas ligações com os EUA.

O acordo terá de ser aprovado pelo parlamento e, provavelmente, pelo tribunal constitucional que deverá assegurar que o mesmo está em conformidade com a constituição polaca.


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Gibraltar: “UE vai mediar Gibraltar”

Na segunda-feira, o primeiro-ministro espanhol Mariano Rajoy e o presidente da Comissão Europeia José Durão Barroso concordaram em enviar uma missão de averiguação da UE a Gibraltar, para examinar os postos de controlo fronteiriço introduzidos por Espanha no âmbito da corrente disputa com o Reino Unido sobre a soberania do território.

Espanha aumentou o controlo fronteiriço para as pessoas que viajam entre Gibraltar e Espanha desde o início do diferendo, em julho, e ameaçou introduzir uma taxa de 50 euros para quem passar a fronteira, embora Bruxelas tenha considerado o imposto ilegal.

Na conversa telefónica que manteve com Barroso, Rajoy insistiu na necessidade da UE reprimir a lavagem de dinheiro e o contrabando no Rochedo. La Vanguardia acrescenta que,

para Espanha, a questão importante é que a missão averigue e pare o contrabando e, acima de tudo, que a UE controle a lavagem de dinheiro em Gibraltar.


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O outro Kahn

Francisco Seixas da Costa

 

Aqui há meses, foi Vitorino Magalhães Godinho. O "Público", no obituário que lhe fez, colocou uma imagem do seu irmão, José Magalhães Godinho.

 

Hoje, o "Diário de Notícias", na edição escrita, e o "Expresso", no on-line, pespegam uma foto de Jean-François Kahn em lugar de Jean Kahn.

 

Ora, ora! Um erro acontece a qualquer jornalista, dirá o leitor.

 

Pois não é assim. Um profissional do jornalismo minimamente qualificado tem todo o direito de não conhecer a figura do militante judaico francês Jean Kahn. Mas é inadmissível que desconheça a figura de Jean-François Kahn, um homem que esteve no "Le Monde" e no "L'Express", que ficou na história do jornalismo francês por ter teimado em investigar o caso Ben Barka e, muito em especial, que foi o fundador e diretor por uma década do "Marianne", uma revista que teve um papel decisivo no panorama da imprensa francesa.

 

Deve ser defeito meu, mas cada vez admito menos o analfabetismo profissional. E, com tristeza o digo, ele é cada vez mais frequente no jornalismo português. 


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terça-feira, 20 de agosto de 2013

Terrorismo: Segundo a NSA, a Al-Qaeda tem comboios europeus na mira

 

"Alerta vermelho para as autoridades de segurança: a organização Al-Qaeda planeia atentados nos comboios de alta velocidade da Europa", escreve o jornal Bildzeitung, segundo o qual a Agência Nacional de Segurança norte-americana (NSA) captou, há umas semanas, uma conversa telefónica entre altos responsáveis da Al-Qaeda.

Na opinião dos especialistas em segurança citados pelo diário, "esses atentados poderão ser feitos através de atos de sabotagem das linhas, nos túneis ou, ainda, com bombas colocadas dentro dos comboios".

Segundo o Bild, as autoridades alemãs estão a vigiar com especial atenção as linhas de comboio de alta velocidade, bem como as estações graças a "medidas invisíveis", como as rondas feitas por polícias à civil.

Segundo o Süddeutsche Zeitung, o Governo alemão e os serviços de segurança reagiram de forma serena perante as informações do Bildzeitung. "As medidas de segurança, que já são muito importantes, postas em prática pela polícia federal, não foram reforçadas", escreve o jornal.

Em Paris, Le Monde lembra, no entanto, que

desde o início de agosto, os Estados Unidos, bem como muitos outros países, entre os quais a França, fecharam várias embaixadas no Médio Oriente e em África, invocando risco "extremamente elevado" de atentado.


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Livre circulação: “Alerta laranja” para os trabalhadores da Europa central e oriental

Numa carta aberta publicada por De Volkskrant e The Independent, o ministro holandês dos Negócios Estrangeiros e do Emprego Lodewijk Asscher e o diretor do think-tank britânico Demos David Goodhart alertam a União Europeia contra as "consequências negativas" da chegada dos trabalhadores da Europa central e oriental. Mencionam um "alerta laranja", um termo utilizado na Holanda quando a água dos rios atinge um nível inquietante. As últimas restrições à livre circulação dos trabalhadores romenos e búlgaros serão levantadas na Alemanha, na Holanda e no Reino Unido, no dia 1 de janeiro de 2014.

Asscher e Goodhart estimam sobretudo que poderá provocar um "dumping salarial" por parte dos trabalhadores da Europa central e oriental, em detrimento dos seus homólogos com menos formação académica no local – por outro lado, os mais educados poderão tirar partido da livre circulação. Propõem portanto sanções contra as empresas que exploram esses trabalhadores ao aplicarem as regras salariais dos seus países de origem. Para o Volkskrant, esta situação abre o debate sobre a necessidade de existir acordos salariais a nível europeu.

Na sua crónica publicada no diário de Amesterdão, o escritor holandês Arnon Grunberg, critica a falta de "propostas concretas" e de provas sobre "a nocividade da imigração do trabalho" na carta de Asscher e Goodhart. Para Grunberg,

a imigração, por motivos económicos, é sempre acompanhada de abusos, alguns trabalhadores imigrantes recebem por exemplo menos do que o salário mínimo. Mas o facto de andarmos nos transportes públicos sem pagar não é motivo para os suprimir. A maioria dos economistas sabem que o salário mínimo não tem praticamente nenhum efeito positivo.


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Namorar no Procópio

Francisco Seixas da Costa

 

Uma folha da manhã coloca o bar "Procópio" entre os dez melhores lugares para namorar em Lisboa. Claro que é! Como é para conspirar, para chalacear, para negociar, para conversa fiada e até para não fazer nada, que é o que de melhor se faz por lá.

Porém, antes que revoadas de casais incautos se aprestem a ir já arrulhar por ali, convém que se saiba que a reabertura pós-estival dessa catedral de bem-estar pós-laboral e noturno, gerida pela simpatia da Alice Pinto Coelho e oficiada às mesas e ao balcão pelo profissionalismo do Luís e do Carlos, só terá lugar a 26 de agosto. Até lá, o pessoal procopiano mais tradicional continuará a andar desasado pela cidade - uns refugiando-se mediaticamente no Snob, outros tendo de abifar no Café de S. Bento, outros ousando uma traição turística no Pavilhão Chinês, alguns indo mesmo jantar tardiamente ao Paparrucha, onde a presença do Juvenal lhes faz lembrar que, por anos, na porta ao lado, o Pedro V servia de principal lenitivo para esse mês de obrigatória abstinência da verdadeira "sede da sede".
 

Daqui a seis dias, o bar ficará de novo à disposição dos clientes, que agora são cada vez mais jovens, numa renovação geracional que, além de muito saudável (até para a vista), se torna bem agradável para a caixa registadora e para os cofres estatais de Maria Luís (que nada tem a ver com o Luís da casa, bem entendido!). Sob boa música, as várias mesas passarão a ser ocupadas, não apenas por casais a namorar, mas por "muitas e desvairadas gentes", numa mescla serena, às vezes ruidosa, sempre bem disposta e, por regra, bem sóbria, porque essa é a imagem de marca da casa. O Procópio, à sua maneira, contribuirá assim para atenuar os "blues" do ajustamento. Ainda ninguém se lembrou de levar a "troika" ao Procópio?

Nem todas as mesas, porém, estarão livres. A "mesa dois" será sempre a bi-hebdomadária exceção: desde há décadas fica cativa, agora às quartas e sextas-feiras, para um grupo restrito (ia escrever seleto, mas arrependi-me a tempo) de clientes. (Bem apertados, na "Dois", cabem oito pessoas; por um mistério da multiplicação, neste caso, dos copos, o jantar anual da "Dois", reúne 80 figurantes). Privilégios elitistas? Não, apenas a confirmação de que, no Procópio, como na tropa e nos conventos, a antiguidade é um posto.


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segunda-feira, 19 de agosto de 2013

"Portugal europeu - e agora?"

Francisco Seixas da Costa

 

Como orador na conferência "Portugal europeu - e agora?", organizada pela Fundação Francisco Manuel dos Santos em 13 e 14 de setembro, foi-me pedido pelo "Diário de Notícias" um curto depoimento, em resposta à questão "Quando se sente europeu?".

 

Aqui fica o texto, a que o DN deu o título de "Nunca me engano de pátria":

 

"Sou um europeu pela razão. Até à idade adulta, olhei a Europa de fora. Vivia num país que tinha por opção o isolamento, tido como virtude patriótica. Dizia um jornal do regime: "Portugal não é um país europeu e tende cada vez mais a sê-lo cada vez menos". A Europa era o lugar onde estava a liberdade. Desconfiei da Europa "unida", apresentada num registo demasiado maniqueu, que não ia de par com o meu radicalismo de então. Depois, também pela razão, acabei por tomá-la como sinónimo da democracia em que quero viver. Hoje, sendo europeu, prefiro dizer quando me não sinto como tal: quando olho a triste "realpolitik" externa de Bruxelas, o silêncio cobarde face às manifestações de intolerância cívica de dirigentes europeus, o cínico abandono da solidariedade, agora que as vantagens do mercado único já estão adquiridas para alguns. Sou europeu porque os interesses de quem por aqui nasce se sentem melhor protegidos nesta Europa. Mas nunca me engano de pátria, mesmo sabendo que é politicamente incorreto dizê-lo."


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República Checa: “Graças à restituição, a [República] Checa será reavaliada. Em 250 mil milhões”

O Gabinete nacional de terras vai lançar um concurso público para as principais empresas agrimensoras do país por 250 mil milhões de coroas (um milhão de euros), gerando assim "o primeiro grande negócio em torno da restituição de bens às Igrejas", confiscados pelo regime comunista sem compensação, noticia o jornal Hospodářské noviny.

Segundo uma decisão do Tribunal Constitucional de 3 de junho passado, o Estado checo deverá devolver às comunidades católica, protestante, ortodoxa e judaica um conjunto de propriedades com um valor estimado em cerca de três mil milhões de euros.

Para o diário,

as pesquisas complicadas dos documentos históricos muitas vezes escritos em letra gótica que provam que os bens pertenciam verdadeiramente às Igrejas e foram confiscados durante o "putch" de fevereiro de 1948, fazem lembrar um livro policial.


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Alemanha: “O regresso do novo mercado”

 

O ministro alemão da Economia, Philipp Rösler, quer "dar um empurrão ao novo mercado" para melhorar o financiamento do crescimento das start-ups de Internet na Alemanha, escreve o jornal Handelsblatt.

Segundo o diário, os responsáveis do ministério da Economia e da Bolsa alemã, bem como do Conselho de Bolsas de valores "Deutsche Startups", encontraram-se em junho e em agosto para discutirem os meios de facilitarem o acesso aos mercados das start-ups, reintegrando o chamado índice do "novo mercado", o das empresas de Internet cotadas em bolsa. Esse índice "controverso" foi suspenso há dez anos, "depois de uma série de escândalos e de quedas dramáticas", lembra o diário.

O "novo mercado", que deverá ser lançado em 2014, deverá no entanto ser dirigido aos investidores institucionais, acrescenta o Handelsblatt.


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Espiolhices

Francisco Seixas da Costa

 

É muito curiosa a atitude de "espanto" de alguns poderes europeus quando confrontados com a "evidência" da espionagem americana no seio das suas estruturas diplomáticas ou no âmbito das comunicações à escala global. Pressionados pelas opiniões públicas ou por alguns políticos mais vocais, as chancelarias afetadas reagiram com "indignação" a esta intrusão, a qual, na generalidade dos comentários, se afigura contrastante com "as excelentes relações de cooperação e amizade" existentes entre os EUA e esses Estados.

O que mais me surpreende nas reações em face destas "revelações" é que a opinião publicada ainda lhes confira alguma importância. É que só uma grande ingenuidade pode fazer crer que se tratou de uma "surpresa" para alguém que os EUA andem a espiolhar os seus aliados. Há pilhas de livros que provam que, desde sempre, Washington sempre fez isso com regularidade. Mas também é mais do que óbvio que outros países, com maior ou menor sucesso, tentam a todo o custo obter informação classificada alheia e que, sem ser necessário dizê-lo, este jogo "do gato e do rato" é uma rotina vetusta nas áreas da "intelligence" internacional. Surpresa para alguém? Não brinquem...

O caricato de toda esta história foi a suposta "espionagem" detetada na representação da União Europeia em Washington. A menos que Langley possa estar interessado em conhecer os comentários pessoais que João Vale de Almeida e a sua equipa façam dos seus interlocutores americanos, é uma evidência que, em quaisquer matérias de natureza substantiva, os EUA não necessitarão de espiar a delegação europeia, tendo, com toda a certeza, amigos fiéis e relações privilegiadas dentro da União que, quando necessário, de bom grado lhes darão tudo quanto precisarem saber da vida interna da Europa.  


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Polónia: “Alemães tratam-se na Polónia porque é mais barato e mais rápido”

 

A Polónia tornou-se um destino de turismo médico, com cada vez mais estrangeiros a recorrerem ao país para tratamentos, usando o cartão de Seguro Europeu de Saúde.

Na primeira metade de 2013, os estrangeiros receberam tratamentos médicos no valor de 30 milhões de PLN (7,1 milhões de euros) e os hospitais polacos admitiram qualquer coisa como 17 mil pacientes alemães, sobretudo nas províncias que ficam próximas da fronteira da Polónia com a Alemanha.

O diário escreve que a Polónia se tornou atraente para os pacientes de cardiologia alemães e os austríacos, especialmente para aqueles que não fizeram seguros de saúde adicionais nos seus países de origem, mas os hospitais queixam-se de que não são completamente reembolsados dos custos decorrentes do tratamento de doentes estrangeiros.


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Gibraltar: “Se se aproximarem será pior para vocês”

No domingo, 18 de agosto, o ministro chefe de Gibraltar Fabian Picardo mandou a Real Polícia de Gibraltar intercetar os barcos de pesca espanhóis que protestavam contra a decisão do governo [de Gibraltar] de afundar 70 blocos de cimento nas águas territoriais onde os pescadores costumam trabalhar.

A manifestação faz parte de uma disputa que começou há algumas semanas e que provocou um incidente diplomático com os funcionários espanhóis a aumentarem o controlo fronteiriço às pessoas que viajavam entre "O Rochedo" e Espanha.

A polícia espanhola também esteve no protesto que durante uma hora decorreu na baía que ambos os lados reclamam como sua, escreve La Razón. Gibraltar diz que afundou os blocos para ajudar ao desenvolvimento de um recife artificial, mas Espanha protesta dizendo que foi apenas para impedir os pescadores espanhóis de trabalharem naquela área.


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Bélgica: “Cortados os subsídios de quem vai combater para a Síria”

 

Os municípios de Antuérpia e de Vilvoorde suprimiram das listas de beneficiários de prestações sociais 29 habitantes que foram combater para a Síria. Consequentemente, essas pessoas perderam o direito a qualquer ajuda pública.

De Standaard escreve que, nos últimos meses, a polícia e os serviços secretos belgas descobriram repetidamente que os belgas que foram combater ao lado dos rebeldes sírios continuam a receber subsídios, incluindo subsídio de desemprego.

"Apesar da agitação no seio da comunidade muçulmana ser muito grande, terão lugar novas partidas [para a Síria]", declarou o autarca de Vilvoorde.


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Algaraviadas

 

Francisco Seixas da Costa

 

É muito curiosa a expetativa criada em torno da possível reação do Tribunal Constitucional às medidas previstas no Orçamento geral do Estado. Foram os políticos quem desenhou as normas constitucionais. Foram os políticos quem preparou o Orçamento, ferido ou não de inconstitucionalidades. E, no fim de tudo isto, o eventual "odioso" de uma decisão passa para os juízes do Tribunal Constitucional. Ou será que o facto desses mesmos juízes serem escolhidos por via política leva a que, de certa forma, sejam vistos por alguns como uma espécie de câmara informal de representação da balcanização ideológica parlamentar?


Escrevi isto no blogue em 24 de março. Não tiro uma linha, claro.


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“TIREM AS MÃOS DO NOSSO ROCHEDO”

JPP

 

 

Uma das razões pelas quais a União Europeia não pode ter o upgrade político que os engenheiros utópicos do europeísmo desejam é porque, como velho continente, - muita guerra geopolítica, nacional, e civil durante muitos séculos, muitas raças, culturas, tradições "história" hard, - só com muita prudência se pode avançar sem retirar debaixo do tapete um dos múltiplos conflitos nacionais que lá estão escondidos. Um desses, o "rochedo" inglês em território espanhol, está de novo a aquecer os ânimos entre o Reino Unido e a Espanha, motivando uma florida retórica bélica do Presidente da Câmara de Londres. Espanha que, por sua vez, têm umas possessões em Marrocos, de que também não quer ouvir falar que não são "espanholas". Se começarmos por Portugal, estamos em perfeita felicidade, porque Olivença se bem que não inteiramente "resolvida", não excita ninguém a não ser o seu Grupo de Amigos. Mas, caminhando para dentro da Europa, temos as "nacionalidades" espanholas, em particular o País Basco e Catalunha, depois a Córsega, o Reino Unido às voltas com a independência da Escócia e com a ferida do Ulster, a Itália com o pequeno problema do Trentino- Alto-Ádige e o grande problema da Lega Nord. Quanto mais para o centro leste da Europa, pior. Temos a pilha explosiva das Balcãs, de que nem vale a pena falar, a fronteira greco-turca no Mar Egeu, o Epiro entre a Grécia e a Albânia e a Macedónia (perdão FYROM, "antiga república jugoslava da Macedónia", nome oficial), a Moldávia dividida, as múltiplas leis que após a II Guerra limitaram os direitos de propriedade alemães na República Checa, na Dinamarca, na Polónia, toda a complicada fronteira da Federação Russa, não sustentada em acordos internacionais mas apenas acordos temporários, de Spitzberg no Ártico, passando pelo enclave de Kaliningrado, à Ossétia na Geórgia. 

 

Com excepção habitual dos Balcãs e do Cáucaso, a maioria dos conflitos estão naquilo que se chama "baixa intensidade", mas estão lá. Nenhum desapareceu, alguns estão em crescendo, como se vê com o "rochedo", ou com a rejeição da Alemanha na Grécia, que vai buscar as memórias da guerra e da ocupação. A União Europeia e a OSCE têm tido um papel positivo em evitar muita conflitualidade, mas esta situação devia ser sempre um sinal de prudência para as aventuras da criação utópica de uns "Estados Unidos da Europa", que meia dúzia de burocratas e governantes, mais bruxelenses do que nacionais, pensam que se pode fazer escrevendo bonitas palavras num papel.


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Reformados...

Reformados


...que  os  da '' peste  grisalha ''  mostrem a força que têm aos  '' imberbes fedorentos '' ... faremos a diferença!!!
 
Aos dignatários do Governo.

Mandante e mandados, fiéis seguidores dos ditames da troika:

Agradeço ao governo pelo que tem feito pelos reformados, pois eles não precisam de aumento (e podem muito bem viver sem 13º e 14º mês), não pagam  luz, gás, rendas, remédios, etc., como todas as outras categorias. Tudo lhes é dado gratuitamente, ao contrário de presidência, governo, parlamentares,juízes,  assessores, etc., que têm de trabalhar duro para conseguir o pouco que têm.

Reformado, só trabalhou por 30, 35, 40 ou mais anos, descontando durante esses anos todos para uma Segurança Social que hoje o acha culpado de todos os males.
Reformado vive como teimoso, pois agora já não precisam mais dele, agora que já não trabalha ; é um vagabundo e só serve para receber o valor da reforma.
Além disso, a única greve que os reformados podem fazer é a de não mais morrerem e entupirem um pouco mais os hospitais públicos, com suas doenças.

É ISTO QUE NÓS MERECEMOS DE QUEM NOS DEVIA RESPEITAR?

Não!  Finalmente, é preciso fazer qualquer coisa!

Recordemos que se quaisquer destes políticos lá estão e têm estado, é em resultado do nosso  voto.

Lembremos o que ao longo de 38 anos tem acontecido sucessivamente ao nosso País.
 
Se para moralizar este sistema tivermos que anular o voto como protesto por todos estes oportunismos, pois que o façamos.
Não resultam a abstenção ou o voto em branco. 
Somente uma cruz grande de um canto ao outro do Boletim de Voto.

50% + 1 de votos nulos obrigam à repetição das eleições com outras listas eleitorais.
Imaginemos o impacto que uma votação assim (diferente) teria em Portugal e a imagem que daríamos à Europa e ao Mundo.
Alguém tem que começar e de alguma forma consistente e consciente para os meter todos na ordem.
Acabemos-lhes com os privilégios. 
Temos que ser nós a repor isto no seu devido lugar. 
 
É ESSA A NOSSA FORÇA!

No fim, tudo está na nossa mão. 
Temos é que atuar com o(s) meio(s) que temos para nos defendermos.
Portugal precisa acordar e começar a pensar seriamente nas próximas eleições, já que os idosos continuam a ser os votantes em maior número no país.
Afinal, será que as redes sociais e os correios electrónicos só servem para brincarmos às ?
Amizades??

Pensemos nisso!...
Não deixem de repassar....
 
E PREPAREM-SE PARA VOTAR... EM ....VOTO NULO!

LEMBREM-SE:
NÓS,OS DA PESTE GRISALHA, SOMOS MAIS DE 3 MILHÕES!

 

sexta-feira, 16 de agosto de 2013

As nossas praias são parques temáticos

 

Domingos Amaral

Hoje, estar numa praia do Algarve é como visitar um parque temático desportivo.

Mente sã em corpo são.

Na areia, há quem jogue raquetes, futebol, vólei, ou quem faça skiming à borda de água.

Ainda existem, é evidente, as atividades mais antigas, como a corrida ou o passeio à borda de água.

Mas o modernismo chegou, e há já belas massagens em barraquinhas, de meia hora ou 50 minutos.

Depois, podemos ir para a água de gaivota a pedais, de colchão, de caiaque. 

Há também o surf (raro, pois há poucas ondas), e em dias de vento o windsurf (fora de moda), ou o kyte surf (em alta).

Descoberto recentement, o paddling também já faz a sua aparição, e os seus praticantes solitários às vezes lembram gôndolas de Veneza, outras canoas dos arrozais do Vietnam. 

Embora agora já a uma distância bem mais razoável do que acontecia no passado, cruzam o mar motas de água e jet-skis, sempre barulhentos demais.

Os barcos de serviço puxam bóias, pneus gigantes, bananas, tudo cheio de pessoas que gritam, excitadas.

Uma vez por outra, ainda se vê uma pessoa a fazer ski aquático, mas também está claramente fora de moda.

Bem mais fácil é ver um páraquedas a levantar, fazendo subir dois candidatos a "rangers de Agosto", que gostam de molhar os pés e as pernas vindos do ar.

No horizonte, há veleiros de velas recolhidas enquanto a bordo se come e bebe, ou ainda barcalhões de milionários, tipo Saint Tropez, cujos tripulantes só vêm a terra para almoçar a meio da tarde.

E, como se isto tudo não fosse suficiente, há avionetas constantes no céu, a anunciarem grandes festarolas para a noite, com DJ´s de nomes estranhos, cheios de consoantes e em inglês.

Em poucas horas, contei 15 delas, puxando longos avisos de que há sítios "a bombar" até altas horas. 

E, se pensam que isto tudo junto é desagradável, estão enganados.

Uma praia é um hino à boa saúde, ao desporto, à actividade.

Mente sã em corpo são, é isso que são as nossas praias.

Embora me pareça que falta ainda um bom serviço de bar, com caipirinhas a serem servidas à borda de água.

Aí sim, o parque temático estaria completo.  


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Investigação: Novos colonatos põem em risco o papel de Israel em programa da UE

O anúncio feito a 13 de agosto, por Israel de que ia dar luz verde para a construção de 942 novas casas para colonos judeus, na Cisjordânia pode impedir a participação daquele país num programa de investigação da UE que envolve muitos milhões de euros, escreve o EUobserver.

O anúncio foi feito na véspera do recomeço das negociações de paz, em Jerusalém. O EUobserver também salienta que a comunicação surgiu no momento em que funcionários israelitas e da UE tinham agendado um encontro em Telavive, em 14 de agosto, para discutir a já problemática participação de Israel no programa de investigação e inovação Horizon 2020.

Prevê-se que os delegados israelitas comuniquem à UE que as restrições que esta impôs no mês passado a empresas israelitas, obrigando-as a assinar cláusulas de territorialidade nos acordos de financiamento, são inaceitáveis.


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IMIGRAÇÃO, UM DESAFIO PARA A EUROPA (4/5): A Áustria aos refugiados: fiquem calados ou arriscam a deportação

Gazeta Wyborcza, Varsóvia – A Áustria, onde os democratas-cristãos fazem parte da coligação, está a deportar refugiados paquistaneses, condenando-os praticamente à morte. E, no entanto, poucas semanas antes o Papa Francisco tinha falado em defesa deles. As suas palavras moveram muitas pessoas, mas pelos vistos não chegaram aos ouvidos dos políticos austríacos, realça a Gazeta Wyborcza. Ver mais.


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As pragas do Egito

Francisco Seixas da Costa

 

Nestes dias de verão, volto a recorrer a textos do passado para evocar o presente. Aqui fica um post de há um ano e meio, que creio curioso revisitar:

 

Há uns anos, visitei, na sua casa no Cairo, um antigo e proeminente embaixador egípcio, que havia tido uma carreira brilhante, iniciada nos tempos de Gamal Abdel Nasser, que se prolongara pelo mandato de Anwar Al Sadat e se concluíra sob a égide de Hosny Mubarak. Era um homem altamente preparado, com imenso "mundo", que havia feito o circuito das mais importantes missões diplomáticas egípcias.



A conversa derivou, a certo passo, para a política, tendo eu evocado a sucessão de Mubarak. O tempo - foi há quase dez anos - das "primaveras árabes" estava ainda longe, mas ousei perguntar se não teria chegado o momento para uma abertura do regime, em direção ao pluripartidarismo, atenta a necessidade de esvaziar as tensões políticas.



O meu interlocutor olhou-me nos olhos e, embora nada surpreendido com a minha pergunta, para ele natural num observador ocidental, retorquiu-me: "Infelizmente, ao final desta minha vida, cheguei à conclusão que o Egito só pode ser gerido por um regime autoritário. As pessoas não estão educadas para a democracia e, se acaso esse sistema viesse aqui a ser introduzido, os extremistas islâmicos acabariam por transformar este país num polo de instabilidade. E os primeiros a sofrer seriam vocês, na Europa e na América, podem crer!".



Um amigo irlandês que me acompanhava nessa conversa olhou-me, na tentativa de perceber como iria reagir, já que tinha sido eu a suscitar a questão. Por respeito pelo idoso diplomata, arranjei um circunlóquio para evitar contraditá-lo, para lhe louvar as vantagens da liberdade, para lhe dizer que, também entre nós, havia quem dissesse que o povo português não estava preparado para a democracia e que, afinal, o sistema tinha-nos conquistado, sem sobressaltos de maior.



Há pouco mais de um ano, voltei ao Cairo. Recordo-me de ter notado, de forma muito nítida, o aumento de véus na cabeça das mulheres, em especial das jovens adolescentes. Confirmei que essa crescente tendência estava a impor-se, com muita rapidez, desde a minha última visita. Um outro egípcio, bem mais liberal, que tentava ajudar-me a interpretar a evolução do país, simplificou a realidade nestes termos: "Para as jovens egípcias, o véu é hoje uma espécie de farda...". Para logo acrescentar, baixando a voz: "Esperemos que não haja guerra!".



Hoje, lembrei-me destas duas conversas que tive no Egito.


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