Um novo fenómeno está a preocupar a França: o chamado "déclassement" social.
Tradicionalmente, o bem-estar e a confiança na sociedade baseia-se muito na regra optimista de que cada geração consegue, em regra, face à geração dos respectivos pais, consagrar uma "subida" social. Os pais lutam para que os seus filhos tenham uma vida melhor do que a que eles próprio tiveram e o alimentar dessa perspectiva constitui uma das forças-motrizes do progresso e da satisfação intergeracional.
Ora os últimos números conhecidos em França revelam que, sendo ainda a ascensão social maioritária no país, começam a ser quantitativamente muito importantes os casos em que os filhos de uma geração acabam por ter condições de vida inferiores às dos seus pais, não obstante possam ter acesso a certos símbolos de modernidade que muitos confundem com saltos no bem-estar (internet, iPod, discotecas, telemóveis, roupa de marca, etc), dando uma imagem ilusória de progresso. O insucesso escolar, a aumento da competição académica e profissional, o desemprego e as dificuldades de acesso a uma habitação condigna - com consequências numa saída cada vez mais tardia da casa das famílias - tudo isto aponta para consagrar um "déclassement" social. Daí à gestação de um clima acentuado de "malaise" e de inadaptação, com consequências políticas curiosamente muitos pouco unívocas, é um passo muito curto.
Estarão as forças políticas tradicionais à altura de se confrontarem com esta nova geração de "enragés" sociais?
Tradicionalmente, o bem-estar e a confiança na sociedade baseia-se muito na regra optimista de que cada geração consegue, em regra, face à geração dos respectivos pais, consagrar uma "subida" social. Os pais lutam para que os seus filhos tenham uma vida melhor do que a que eles próprio tiveram e o alimentar dessa perspectiva constitui uma das forças-motrizes do progresso e da satisfação intergeracional.
Ora os últimos números conhecidos em França revelam que, sendo ainda a ascensão social maioritária no país, começam a ser quantitativamente muito importantes os casos em que os filhos de uma geração acabam por ter condições de vida inferiores às dos seus pais, não obstante possam ter acesso a certos símbolos de modernidade que muitos confundem com saltos no bem-estar (internet, iPod, discotecas, telemóveis, roupa de marca, etc), dando uma imagem ilusória de progresso. O insucesso escolar, a aumento da competição académica e profissional, o desemprego e as dificuldades de acesso a uma habitação condigna - com consequências numa saída cada vez mais tardia da casa das famílias - tudo isto aponta para consagrar um "déclassement" social. Daí à gestação de um clima acentuado de "malaise" e de inadaptação, com consequências políticas curiosamente muitos pouco unívocas, é um passo muito curto.
Estarão as forças políticas tradicionais à altura de se confrontarem com esta nova geração de "enragés" sociais?
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