sábado, 12 de setembro de 2009

Notas

Eu sou tão fanatico dos Moleskine que onde vou compro sempre um ou mais, para os meus apontamentos!
 
 

Não há ninguém que perceba melhor do que eu o fascínio que os famosos cadernos da Moleskine provocam nas pessoas. Tenho um grande amigo brasileiro que diz sentir-se "nu", se se esquece do Moleskine! Desde há muito que sou um infatigável coleccionador daquilo que os britânicos apelidam de "stationery", categoria comercial onde se incluem pequenos livros, de capa dura ou mole, de folhas brancas, quadriculadas ou de linhas, destinados a apontamentos diversos.
(Uma nota curiosa, de cultura "de almanaque": chama-se "stationery" a estes produtos porque se vendem em sítios fixos e não em vendedores ambulantes: "si non è vero, è bene trovato"...)
Compro-os incessantemente pelo mundo, para angústia de espaço de quem vive comigo, pela certeza que temos que, nem com outra vida, chegaria a ter tempo para os escrevinhar a todos. E tenho-os de várias espécies e tamanhos: desde uma "raça" muito bruxelense, usada na União Europeia, com capa dura coberta a pano acinzentado, até uma vienense de tom verde escuro brilhante, passando por alguns azuis fortes, com belíssimo aspecto e que quase dá pena de encetar. Nas reuniões internacionais, se vislumbro do outro lado da mesa alguém com um modelo que me interessa, não deixo logo de inquirir onde o adquiriu - e lá vou eu... Tenho agora encomendados, num encadernador de Vila Real, exemplares de um novo modelo que vi nas mãos de um amigo, coberto a carneira, que vai passar a estrela (episódica) do armário onde jazem dezenas desses livros e cadernos, separados, "às paletes". E, claro, também tenho um Moleskine, mas apenas um.
Dito isto, convém que ninguém se iluda. O mundo pode produzir toda a espécie destes caderninhos anti-Alzheimer (chamo-lhes assim porque neles tomo nota incessante de tudo o que posso esquecer), mas os melhores de todos - e os mais baratos de todos - encontram-se no Porto, na Papelaria Heróica, no número 110 de uma das mais bonitas artérias da Invicta, a Rua das Flores, paralela à Mouzinho da Silveira, para quem desce da estação de S. Bento para a Ribeira. Há décadas que lá me abasteço desses livrinhos, de capa preta, convencendo-me eu que os passaram a produzir também em papel quadriculado (eram só brancos e de linhas) depois de anos de operosas conversas que tive com os antigos proprietários. Eles fizeram-me a vontade, mas os actuais donos "estragaram-me" a gramagem da capa, o que torna agora os cadernos um pouco mais duros e menos maleáveis. Mesmo assim, valem muito a pena. Experimentem!
Já agora, se forem à rua das Flores, aproveitem para nela ver uma das mais belas igrejas do Porto e, quase em frente, um dos melhores alfarrabistas do país, para coisas contemporâneas, o "Chaminé da Mota". E, por hoje, basta de publicidade!

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