Os problemas com a classe "professoral" não são exclusivas de Portugal!
Várias escolas norte-americanas indicaram já que não vão transmitir amanhã o discurso de início do ano escolar do Presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, depois de educadores e pais um pouco por todo o país terem manifestado a sua oposição ao que classificaram como um “acto de doutrinação” ideológica.
Obama decidiu marcar o regresso às aulas nos Estados Unidos com um discurso aos estudantes norte-americanos, para incentivá-los a investir na sua educação e também a participar na vida cívica das suas comunidades.
De acordo com excerptos disponibilizados pela Casa Branca, Obama falará da sua própria experiência escolar e de como por vezes não queria fazer trabalhos de casa. O Presidente vai dizer que desistir dos estudos pode parecer uma boa ideia, mas nunca é: “Estão a desistir de vocês próprios e também do vosso país”.
Antes de Obama, outros dois Presidentes, os republicanos Ronald Regan e George H. Bush, tiveram a mesma ideia — e foram elogiados pela iniciativa. Mas Obama acabou por ver-se envolvido numa enorme e surpreendente controvérsia, alimentada por grupos de interesse e comentadores conservadores, que logo classificaram a mensagem do Presidente como uma forma encapotada de disseminar “propaganda liberal”.
O furor começou depois do gabinete do Presidente ter divulgado um primeiro resumo da sua intervenção, para que os professores pudessem preparar as suas aulas. Aí se referia que Obama iria sugerir que os alunos “ajudassem” o Presidente a governar, por exemplo escrevendo cartas para a Casa Branca dando conta de ideias e iniciativas que gostassem de ver concretizadas.
Perante a oposição dos conservadores, a Casa Branca recuou e retirou essa sugestão do discurso. No fim-de-semana, o secretário da Educação, Arne Duncan, viu-se obrigado a defender a iniciativa esclarecendo que o objectivo do Presidente é tão só o de “passar uma mensagem de responsabilidade pessoal, desafiando os estudantes a levar a sério a sua educação”.
A posição dos conservadores desencadeou uma reacção igualmente acalorada em defesa da iniciativa do Presidente. E até alguns membros do Partido Republicano consideraram a polémica “ridícula”, como por exemplo Newt Gingrich, antigo líder da maioria republicana no Congresso, ou o senador Lamar Alexander, que foi secretário da Educação. “É sempre um privilégio quando o Presidente dos Estados Unidos fala directamente para nós. Os pais e professores deviam aproveitar essa situação”, considerou.
Para “sossegar” os professores e encarregados de educação, a Administração comprometeu-se a divulgar a intervenção de Barack Obama um dia antes. O discurso, na íntegra, já está disponível no site da Casa Branca.
Sem comentários:
Enviar um comentário