quarta-feira, 29 de setembro de 2010

"The Washington Post" adverte "Em Portugal, as tentativas de travar os gastos desenfreados estão a ficar aquém das promessas"

Portugal continua sob o foco dos principais jornais do mundo, e não pelas melhores razões. Hoje é o "Washington Post" que se debruça sobre os efeitos negativos nos mercados que poderão ter os actuais apuros da dívida pública portuguesa e irlandesa. Os juros da dívida não param de subir nos chamados países periféricos da Zona Euro, especialmente Portugal e Irlanda. Se as coisas piorarem, os analistas prevêem que a situação possa despoletar uma nova ronda de turbulência financeira nos mercados de todo o mundo, de Nova Iorque a Hong Kong, diz hoje o “The Washington Post”. Apesar de a situação não ser a mesma com que o mundo se deparou quando as finanças gregas entraram numa espiral baixista, visto que entretanto foi criado um Fundo de Estabilização Financeira, o certo é que “se a situação se deteriorar na Irlanda ou Portugal”, isso poderá reacender um forte pânico em toda a Europa, particularmente Espanha”, sublinha o jornal norte-americano. “A revisão do ‘rating’ da dívida espanhola, esta semana pela Moody’s, poderá resultar num ‘downgrade’ da classificação ‘Aaa’. Uma tal decisão poderá despoletar um movimento de vendas de obrigações espanholas e agravar os problemas da Irlanda e de Portugal”, refere a mesma publicação, lembrando que os apuros destas duas economias já levaram o euro a cair de máximos de cinco meses face ao dólar. “Em Portugal, as tentativas de travar os gastos desenfreados estão a ficar aquém das promessas, relançando receios de que o país possa precisar de seguir as pisadas da Grécia, que na passada Primavera assegurou um resgate de 145 mil milhões de dólares por parte do FMI e da UE”, diz ainda o “The Washington Post”. O "Financial Times" e o "The Wall Street Journal" estão entre os inúmeros jornais que ontem se debruçaram também sobre as dificuldades de Portugal para reduzir o défice. Ontem, os juros da dívida soberana portuguesa superaram os 6,6% pela primeira vez desde a entrada no euro e na Irlanda também atingiram um recorde depois de a agência de notação financeira Standard and Poor’s ter vindo dizer que o custo do resgate do Anglo Irish Bank poderá ser superior a 47 mil milhões de dólares. Na Grécia, Itália e Espanha também subiram. Jornal de Negócios.

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