quinta-feira, 9 de setembro de 2010

Bélgica.

Francisco Seixas da Costa

Por uma qualquer razão, ligada ao que julgo dever ser a esperança num
bom-senso residual, não me apetece acreditar na possibilidade de irmos
assistir a uma partição da Bélgica e à emergência de duas entidades
nacionais autónomas, dela resultantes. Para além da tristeza que causa ver a
desaparição de um país que tinha ganho uma forte identidade à escala global
e, em especial, dentro do projeto europeu, entendo que essa divisão, se
acaso vier a ter lugar, terá um efeito muito nefasto em toda a Europa. A
Bélgica não é a Jugoslávia, com todo o respeito que esta me merecia. O
efeito de contágio (Escócia, Catalunha, Padania, etc) não é de excluir. E o
rei dos belgas (que, por alguma razão, não é constitucionalmente o rei da
Bélgica) onde ficará, em tudo isto? Volto a dizer: espero que o bom-senso
ainda prevaleça.

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