quinta-feira, 7 de novembro de 2013

Jardim cobra luz em atraso às câmaras da oposição.

Alberto João Jardim mandou executar as dívidas de eletricidade das sete câmaras da Madeira que deixaram de ser do PSD nas últimas eleições autárquicas.
O município de Santa Cruz considera a decisão um "ato de terrorismo" vindo do responsável pelo maior "calote" da história da região. No Funchal, já se fala de uma possível medida de retaliação por parte da Câmara da cidade, o que poderá obrigar o Governo a ter de pagar de imediato todas as contas de água atrasadas dos hospitais, centros de saúde, escolas, piscinas e pavilhões desportivos. 
A ameaça de corte no fornecimento de eletricidade às autarquias conquistadas por independentes e partidos da oposição começou pouco depois das eleições. Duas semanas após as tomadas de posse, a ameaça passou a decisão e as sete câmaras estão agora confrontadas com uma ordem de execução de dívida. O irónico da situação é que as dívidas foram todas feitas por Executivos do PSD. 
Se Santa Cruz, num comunicado, fala de terrorismo e de um ataque à população que decidiu, nas eleições, mudar a gestão da Câmara, no Funchal Paulo Cafôfo ainda não se pronunciou sobre a ordem de Jardim. Certo é que a Câmara do Funchal que este independente agora lidera tem trunfos para jogar em retaliação a esta decisão, a começar pelas contas da água que o Governo Regional se esqueceu de pagar nos últimos anos. 
Segundo o Expresso apurou, no Funchal as dívidas com o fornecimento de energia elétrica foram alvo de planos de regularização, tanto as mais antigas como as mais recentes. O Executivo anterior aderiu ao Plano de Apoio à Economia Local, com um  empréstimo para pagar a fornecedores, mas deu prioridade aos privados. Ainda assim, terá acertado com o secretário das Finanças o pagamento de algumas dívidas de eletricidade. 
A Câmara do Funchal entendeu sempre que, para pagar, deveria receber os atrasados das contas de água. A verdade é que os grandes devedores de água são organismos públicos, sobretudo hospitais, centros de saúde, escolas, piscinas públicas e pavilhões desportivos. Factos que Alberto João Jardim parece ter esquecido. 
No Funchal, as relações entre a autarquia e o Governo Regional são tensas há anos. No início do ano, o Governo de Jardim retirou várias ruas da cidade da tutela municipal.
Mais recentemente, já com Paulo Cafôfo no lugar de Miguel Albuquerque, o líder regional retirou ao município a gestão de um jardim. Agora avança com a execução das dívidas das contas da luz, o que, se for em frente, pode pôr em causa até a iluminação pública.


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