quarta-feira, 27 de novembro de 2013

Vicente

Francisco Seixas da Costa

 

Em Portugal, goste-se ou não, há um jornalismo antes e outro depois do Vicente Jorge Silva. Para quem, como foi o meu caso, começou a ler o "Comércio do Funchal" (e nele meti uma "colherada" escrita em 1972) logo depois da  "revolução vicentina" de 1966, que, a partir de 1973, o acompanhou no "Expresso", apreciando depois essa aventura que hoje é só saudade que foi a "Revista", e, finalmente, que apreciou com admiração a sua criação maior - o "Público" -, Vicente Jorge Silva tem um papel de exceção no mundo mediático nacional. Pelo meio, ficaram os filmes, a "Invista" (onde me recordo de ter escrito algo de que me não lembro - contradição possível, como se vê) e muita opinião, com a política caseira no centro, a cuja momentânea sedução ele próprio não escapou.

 

Isabel Lucas, uma jornalista inteligente que "deixa respirar" os entrevistados (sei do que falo), fez ao Vicente uma longa entrevista que deu origem a um interessante livro, que li de um fôlego, com a atenção própria de quem sempre seguiu com atenção esse percurso ímpar, o qual, em si mesmo, espelhou muito de um certo país.

 

Ontem, durante uma bacalhauzada num lugar de amesendação onde, às segundas-feiras, uma heteróctlita e divertida gente (onde sou um cooptado recente), numa tertúlia improvável, troca graças e historietas das vidas, dei um abraço ao Vicente por esse seu excelente retrato, ele que nasceu numa consagrada família da fotografia madeirense.


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