Analistas consideram que operação de troca realizada esta manhã foi positiva, pois pode ajudar Portugal a sair do programa da ‘troika' de uma forma mais suave do que o previsto.
"Os alívios nos reembolsos de dívida nos próximos dois anos deverão aumentar as hipóteses de Portugal sair do seu programa de resgate, senão de uma forma igual à Irlanda, então com um apoio adicional menor do que o antecipado", segundo referiu o estratega do Rabobank Lyn Graham-Taylor.
O analista reagia assim à operação de troca de dívida realizada esta manhã pelo IGCP, que permitiu adiar para 2017 e 2018 reembolsos de 6,6 mil milhões de euros em obrigações do tesouro com maturidade nos próximos dois anos.
"Ficou acima das nossas expectativas e deverá ser visto como positivo para o sentimento dos periféricos", acrescentou o responsável do Rabobank.
Para Steven Santos, da XTB Portugal, "Portugal foi hoje bem sucedido" na operação. "O ano de 2014 é crítico para a gestão da dívida portuguesa, visto que termina o programa da troika e Portugal quer reconquistar o acesso completo aos mercados internacionais", referiu o especialista, acrescentando que: "Com esta troca, o IGCP vai assumir juros superiores (cerca de 322 milhões), porém, só irá pagar em 2017 e 2018. O rendimento maior reflecte a maior duração da dívida. Nessa altura, a economia portuguesa já deverá estar a crescer e teremos a possibilidade de nos financiar de forma independente a longo prazo".
E conclui: "É uma operação inteligente mas perigosa, porque depende da saída completa do programa da troika e da aceitação de Portugal nos mercados internacionais".
Rabobank já admite saída "limpa" de Portugal após troca de dívida | Económico
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