JPP
Estes conflitos não têm resposta tecnocrática, aquela para que o poder central se pode inclinar, encontrando critérios vagos e genéricos para decidir da localização da nova junta comum. A realidade local inclui factores que não são facilmente redutíveis a critérios objectivos. O mais importante é a história, essa coisa intangível para os tecnocratas, mas que pesa muito. Para além disso, a proximidade geográfica, ou a demografia, pode não reflectir os "locais centrais" da actividade económica e as deslocações das populações, assim como os equipamentos sociais e culturais são vistos como pertencendo a uma localidade e não a outra, tanto mais que muitos, dos mais antigos, resultam da contribuição das pessoas e de mecenas locais. Se os tempos fossem de abundância, estes problemas seriam minimizados pela consciência de que uma localidade não iria perder muito, perdendo a sede da freguesia. Na actual situação, em muitos casos com populações idosas e sem transportes, é uma verdadeira quebra imediata da qualidade de vida. Ao adiar-se esta decisão que deveria ser coincidente com a fusão das freguesias, transportou-se o problema para o terreno eleitoral, o que é dador de legitimidade e factor de mobilização, para os grupos que participarão na competição. Semeou-se assim, pela cobardia, um fogo pelas searas secas. |
Sem comentários:
Enviar um comentário