Abri ontem o "Le Monde" e dei de caras com um título: "Lisboa, sim! Mas não para a Trienal de Arquitetura". O jornal francês lançava um forte ataque ao evento em curso na capital portuguesa, cujos organizadores são acusados de "preguiça maximalista e lúdica", da qual terá resultado uma mostra "pretenciosa e naïf". Tomei nota, mas não tenho a menor opinião sobre se o "Le Monde" tem ou não razão.
O artigo não deixa de notar que Portugal continua a ser um dos raros países do mundo que tem dois arquitetos a quem foi atribuído o equivalente ao prémio Nobel da Arquitetura, o prémio Pritzker: Siza Vieira e Souto Moura. (Por curiosa coincidência, vou participar amanhã numa reunião destinada a lançar uma iniciativa que tem como objetivo reforçar o reconhecimento internacional da nossa arquitetura).
Voltando ao texto do "Le Monde", registe-se o retrato cruel, mas infelizmente verdadeiro, que o jornalista produz sobre a Lisboa de hoje: "uma multidão de sem-abrigo, uma miríade de estabelecimentos comerciais fechados, obras suspensas ou quase um pouco por todo o lado e uma impressionante série de imóveis com janelas fechados ou quebradas, deixadas ao abandono, arruinadas". Não obstante, o jornalista estimula a que se visite Lisboa, dando sinais de clara solidariedade com um país em crise. Só faltou falar deste sol magnífico, que nem a crise nos tira!
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