JPP
Muita gente sabe que durante as campanhas eleitorais (e em bom rigor, sempre) eu tento fazer a maior recolha possível dos materiais relacionados com a actividade política: panfletos, livros, bandeiras, T-shirts, "brindes" de todo o tipo, fotografias de sedes, cartazes, etc. Tudo isto vai desaguar ao EPHEMERA que nesta campanha eleitoral autárquica já inclui material de cerca de 150 concelhos, e, em cada concelho ou freguesia , de todos os partidos e movimentos independentes. Muitos voluntários pelo país fora ajudam a esta recolha, que é a única feita sistematicamente para este tipo de materiais que são parte importante da nossa memória política. Em 2009, foi possível cobrir cerca de 210 concelhos, mas em 2013, a cobertura das freguesias melhorou bastante. Uma jornalista perguntou-me hoje "para que é que isso serve?". Acho que nem vale a pena responder, mas esta ignorância e desprezo, que contrasta com o engraçadismo do gozo com as campanhas mais pobres e ingénuas, sem agências de comunicação e finos consultores de marketing, explica porque razão, um ou dois dias depois do fim da campanha, tudo vai parar ao lixo e, só por excepção, é guardado um exemplar de cada. Para que fique esta memória eu visito as sedes e dirijo-me a todas as campanhas, sem excepção. De vez em quando, nas campanhas mais mediáticas isto dá origem a algumas excitações noutros partidos (no meu, quase sempre) e nos jornalistas que acham que lá por se cumprimentar alguém, e alguns candidatos são meus amigos, ou se entrar numa sede isso significa um apoio ou uma cumplicidade. Hoje, por exemplo, encontrei António Costa e visitei a sua sede, depois fui à sede do Partido Trabalhista (que estava fechada) e disse aos jornalistas que se quisessem saber qual era o meu trabalho, matéria em que estavam muito interessados enquanto eu estava com Costa, podiam acompanhar-me aos "trabalhistas". Nem um. Ontem visitei a sede do BE, do PAN e só não fui à do MRPP porque também estava fechada. Ontem também encontrei numa acção de campanha o candidato meu vizinho da coligação PSD-CDS, e anteontem estive na sede do PSD em Cascais, e a seguir no PS, que é ao lado, e no movimento independente "Ser Cascais". De uma ponta a outra do país, já visitei sedes e encontrei candidatos do PS, CDU, PSD, CDS, BE e de muitos movimentos independentes. Nalguns casos os candidatos pedem para tirar uma foto comigo, e como ser candidato em democracia não é pestífero, tiro sempre, mesmo sabendo que nalguns casos a vão por no Facebook ou no site da campanha. Qual é o problema? Mas há quem tenha problema e intrigue. Já aconteceu o mesmo em 2009. Quero lá saber, é para o lado em que durmo melhor. Aliás, o que me tiraria o sono é pensar que, no início de Outubro, a destruição dos sinais da campanha impedir, a mim e aos voluntário do EPHEMERA de fazer tudo o que se possa para salvar essa parte da memória colectiva. E, de passagem, pode ser que estas "surpresas" de me verem numa sede do PS ou da CDU, possa ajudar esta tarefa. Por isso, repito, recolho tudo, vou buscar as coisas às sedes sempre que possa, recebo pelo correio, e ainda falta cobrir razoavelmente 200 concelhos e, no total, há cerca de 12000 candidaturas... |
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