I. À primeira vista, esta notícia parecia ser uma brincadeira de 1 de Abril. Mas, para mal dos nossos pecados e dos nossos bolsos, esta notícia é mesmo uma notícia: Bruxelas vai subsidiar férias em cerca de 30%. É o "rendimento mínimo garantido" em versão Tenerife. Já não chegava o acesso universal e gratuito à saúde e educação, agora também vai haver o acesso universal às viagens. A Europa já não sabe como pagar os "direitos" ligados à saúde, mas, mesmo assim, resolve inventar uma nova geração de direitos: os direitos idiotas. Isto seria cómico se não fosse mesmo grave, porque revela um continente inteiro a brincar em cima do abismo.
II. Como não podia deixar de ser, o "socratismo" já veio apoiar esta tontería. Bernardo Trindade, secretário de Estado do Turismo, apoia esta medida "porque constitui uma medida que permite democratizar o acesso às férias". Desta forma, o governo português apoia a alucinação política do comissário europeu responsável por este circo: "viajar, hoje em dia, é um direito". Mas é um direito porquê?
III. Nesta cultura europeia, a palavra "direitos" perdeu, de facto, o seu significado. Neste sentido, também quero entrar na brincadeira. Proponho, desde já, outra linda iniciativa à UE: o cidadão europeu que, por fealdade ou manifesta falta de jeito, não conseguir arranjar uma namorada deve ter direito a um subsídio para ir às meninas de Amesterdão. O sexo pago também deve ser um direito adquirido. Henrique Raposo, A Tempo e a Desmodo Expresso.pt
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