Às vezes, no mundo da cinefilia especializada, sinto haver um preconceito contra as mulheres excecionalmente bonitas. Em certas áreas críticas, há como que a noção de que o "valor acrescentado" que essa beleza constitui pode funcionar como um subliminar fator positivo na avaliação das suas "performances" artísticas. Isso conduz a uma exigência crítica maior, como que a procurar descontar sempre esse "atout". Acho essas reticências bastante perversas e injustas, porque elas podem, algumas vezes, voltar-se contra mulheres que, não tendo "culpa" de serem muito bonitas, nem por isso deixam de ser grandes atrizes.
Lembrei-me disto a propósito de Elizabeth Taylor, agora que a sua morte convoca todas as loas, com os seus olhos de cor azul ("azul até demais", como diz a canção brasileira) no centro dessas evocações. Nunca fui um fã muito fervoroso da atriz, embora reconheça que a sua prestação em "Quem tem medo de Virgínia Woolf?" foi magnífica e que, em outros filmes - recordo "Gata em telhado de zinco quente", "Bruscamente, no verão passado" e "Gigante" - ela teve momentos notáveis. Já a "Cleópatra"... Mas é defeito meu, que detesto filmes históricos.
Elizabeth Taylor teve uma vida que foi muito para além do alimentar do "gossip" hollywoodiano, que a imprensa sempre dela recortava. Soube ligar-se a algumas causas nobres e de cidadania, que lhe grangearam admiração.
Deixo o retrato que Andy Warhol dela fez e que, há um ano, esteve aqui exposto no Grand Palais. Hoje, acho que posso cometer a heresia de o colocar a preto-e-branco.
Lembrei-me disto a propósito de Elizabeth Taylor, agora que a sua morte convoca todas as loas, com os seus olhos de cor azul ("azul até demais", como diz a canção brasileira) no centro dessas evocações. Nunca fui um fã muito fervoroso da atriz, embora reconheça que a sua prestação em "Quem tem medo de Virgínia Woolf?" foi magnífica e que, em outros filmes - recordo "Gata em telhado de zinco quente", "Bruscamente, no verão passado" e "Gigante" - ela teve momentos notáveis. Já a "Cleópatra"... Mas é defeito meu, que detesto filmes históricos.
Elizabeth Taylor teve uma vida que foi muito para além do alimentar do "gossip" hollywoodiano, que a imprensa sempre dela recortava. Soube ligar-se a algumas causas nobres e de cidadania, que lhe grangearam admiração.
Deixo o retrato que Andy Warhol dela fez e que, há um ano, esteve aqui exposto no Grand Palais. Hoje, acho que posso cometer a heresia de o colocar a preto-e-branco.
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