O Bloco de Esquerda receia pelo futuro do Centro de Formação Profissional da Indústria de Calçado de S. João da Madeira. Este Centro de Formação tem vindo a perder algumas funções, como a venda de calçado ao público, por exemplo, mas tem-se mostrado fundamental na formação e inovação na indústria de calçado, bem como na qualificação e ministração de formação modular a milhares de pessoas por ano. Há muito que se percebeu que o caminho da sobrevivência da indústria de calçado é o caminho da modernização e inovação, não só tecnológica, mas também a nível de design, produto e acabamento. Assim, não se percebe a razão para o desinvestimento notório no CFPIC, do qual daremos alguns exemplos:
a) Ano após ano, o actual director tem reduzido pessoal neste Centro de Formação, o que implica, como é óbvio, perda de funcionalidades e valências;
b) A própria qualidade de equipamentos de apoio têm vindo a deteriorar-se inexplicavelmente. Pelos formandos do CFPIC já chegou, inclusivamente, a correr um abaixo-assinado para melhorar a qualidade das refeições servidas na cantina. O serviço está concessionado a um privado que tem cortado na qualidade da comida, ainda que mantenha o preço da refeição diária;
c) Os trabalhadores são obrigados a almoçar nesta cantina, pois o CFPIC resolveu deixar de pagar subsídio de alimentação aos formandos, substituindo-o pela refeição diária na cantina. Caso os formandos decidam almoçar noutro local que não seja a cantina do CFPIC, os formandos não só perdem o subsídio de alimentação, como ainda têm que pagar uma outra refeição. Lembremo-nos que muitos dos formandos que frequentam o CFPIC são formandos que chegam aqui através do IEFP, que se encontram em situações muito difíceis e que estão a ser explorados financeiramente por esta empresa que lhes cobra caro e serve mal.
d) Sabemos também que no CFPIC as bolsas de formação atribuídas aos formandos são bastante baixas, comparativamente com outros centros de formação. Para além disso, o CFPIC não tem pago o subsídio de material e o subsídio de alimentação, ao contrário de outros centros de formação.
Para além do desinvestimento notório, chegou ao conhecimento do Grupo Parlamentar do Bloco de Esquerda que existiram pressões do director do centro sobre alguns dos funcionários, para que estes saiam e seja continuado o caminho da redução do pessoal. A situação relatada assume-se como insustentável aos nossos olhos, pelo que são necessárias respostas claras por parte da tutela.
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