Há dias, escrevi sobre um blog de revolucionários da tanga, defendido por Pacheco Pereira como claro de opinião. Demonstrei que não. Dei o exemplo de um defensor da "violência revolucionária" que, ainda há pouco, ganhava a vida promovendo a McDonald's, ícone do imperialismo americano. Tratava-se de alguém que, em nome de uma agência de comunicação, promovia a McDonald's, empresa que, se fosse incendiada por radicais gregos, deixá-lo-ia extasiado. Dizem-me: mas ele tinha de ganhar a vida. Pois eu digo: não, um revolucionário anticapitalista não faz propaganda à McDonald's. Como eu, que sou contra o terrorismo, não promoveria a ETA, nem esganado. Não é tão simples? O tal blog pespegou um post com o título "A amnésia de Ferreira Fernandes" e mostrou um panfleto dos SUV, uma organização revolucionária, de 1975. Mas que amnésia?! Alguma vez escondi que fui revolucionário? Nunca o gritei, porque não me orgulho, nunca o escondi, porque não me envergonho, disse-o sempre e simplesmente, porque foi assim. Porque fui o que fui, desertei da tropa colonial, vivi anos no exílio, fui expulso da tropa em 1975, fui preso e expulso de França onde vivia. Era essa a minha opinião, vivi-a. Nunca fui um revolucionário da tanga. Não me atirem com o passado porque eu meto-o ao peito.
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