sexta-feira, 1 de janeiro de 2010

A demissão prematura de Mourinho

O ano acaba mal: José Mourinho, o meu treinador português preferido, demitiu-se. Não, não se demitiu do Inter, mas da selecção nacional. Ele que dissera que um dia seria seleccionador nacional veio, agora, garantir que não, não quer. Recusou com a Constituição na mão, como nos tribunais americanos se jura sobre a Bíblia. José Mourinho disse: "Se algum dia for seleccionador direi não aos naturalizados." Lá está, recusou ser seleccionador. Como ele não pode negar a nacionalidade a um cidadão português, como são os naturalizados (portugueses plenos, com a excepção de poderem ser eleitos presidentes da República), Mourinho serviu-se de uma forma floreada (quem não floreia no futebol que deite a primeira pedra) para dizer não à selecção nacional. Disse que não quer naturalizados na selecção, como podia ter dito: "Se algum dia for seleccionador direi não a quem vota no CDS (ou a quem é cristão ortodoxo)"... Pronto, Mourinho demitiu-se. Tenho pena é que me tenha tirado já a ilusão. Gostava de ficar à espera até que ele viesse para a selecção, como prometeu, "no fim da carreira". Tenho de me contentar com Pepe, o naturalizado, que felizmente não esperou pelo fim da carreira para dar alguma coisa à selecção portuguesa. A dele.

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