Francisco Seixas da Costa
Rui Machete, que hoje entrará no governo como ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros, assume, com este seu regresso, uma atitude muito rara na política portuguesa: ocupar um lugar inferior a outro já exercido na orgânica institucional do Estado. É que Machete foi já vice primeiro-ministro, num governo do "bloco central". Posso estar enganado (e não tenho à mão meios para confirmar esta ideia), mas iria jurar que, na historia política pós-25 de abril, só Freitas do Amaral passou por uma situação idêntica, quando entrou para o governo socialista, em 2005. Contrariamente ao que sucede em alguns países, em Portugal raramente se vê alguém "baixar" de posição. Em França, Laurent Fabius e Alain Juppé foram ministros dos Negócios Estrangeiros depois de terem sido primeiros-ministros. Nos governos italianos, Andreotti teve vários cargos ministeriais, depois de chefiar o executivo. |
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