A cidade de Detroit, nos Estados Unidos da América, foi à falência. Com menos população, com menos receitas fiscais, com muita despesa extra e desnecessária e muita corrupção, teve um fim desagradável, o estoiro das contas. Mas, e essa é a novidade, quando na América uma cidade ou um estado, ou uma grande empresa, vão à falência, há leis especiais que entram de imediato em funcionamento. Para as empresas, é o famoso capítulo 11. Para as cidades, como Detroit, é o capítulo 9. Ambos protegem as instituições contra a voracidade dos credores, permitindo-lhes executarem planos de recuperação financeira que passam, eis a palavra mágica, pela "reestruturação da dívida". Eis como, em países civilizados, se resolvem problemas difíceis. Porém, na Europa não há disto. Não há um capítulo 11 ou um capítulo 9 para países que estão aflitos. Ninguém aceita o princípio da "reestruturação das dívidas", ninguém aceita que os credores percam dinheiro. Sobretudo porque esses credores são alemães. É uma infelicidade para a Europa. Enquanto na América as coisas se resolvem depressa e com soluções inteligentes, por cá andamos aos solavancos, afundados numa austeridade estúpida que nada resolve. A Europa continua mergulhada na armadilha da dívida. Já a América avança. |
sexta-feira, 19 de julho de 2013
Detroit pode, mas Portugal não
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