Em julho do ano passado, em São Petersburgo, Elvas e as suas fortalezas passaram a ser consideradas "património mundial" da UNESCO. Tenho alguma responsabilidade pessoal neste exercício, porquanto me coube convencer o Comité do Património Mundial da organização de que o processo de preparação do caso de Elvas estava suficientemente amadurecido para poder merecer a sua aprovação. Não era essa a visão das autoridades da UNESCO, mas conseguimos revertê-la.
Porque "já sei do que a casa gasta", alertei, de imediato, para a necessidade de serem colmatadas algumas deficiências evidentes na conclusão do processo de proteção, que nos tínhamos comprometido a ultrapassar. E chamei a atenção para o risco de que, se acaso tal não fosse feito, o mesmo Comité que aprovou a consagração daquele bem patrimonial poder vir a colocar Elvas como "património em risco".
Há dias, a imprensa trouxe a notícia de que o belo Forte da Graça foi saqueado. Vale a pena ler a notícia aqui. E é também instrutivo tomar nota da posição assumida pelas várias entidades envolvidas, cada uma "chutando" para a outra a responsabilidade pela situação criada.
Resta lembrar que Portugal concorre este ano a um dos 21 lugares no Comité do Património Mundial, nomeadamente com base na experiência ganha em proteger os bens que a UNESCO consagrou no seu território...
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