quinta-feira, 14 de fevereiro de 2013

Medina Carreira: recuo do PIB era "previsível" e só deverá piorar.

O economista Medina Carreira considerou hoje que o recuo de 3,2% da economia em 2012, superior às estimativas do Governo, já era previsível e defendeu que os indicadores económicos só deverão piorar já que o Estado está falido.

O Instituto Nacional de Estatística (INE) divulgou hoje que a produção de riqueza em Portugal diminuiu 3,2% em 2012, um valor mais negativo que o previsto pelo Governo e pela 'troika' na sexta revisão do programa, que apontavam para uma queda de 3% para a totalidade do ano. Segundo o Instituto Nacional de Estatística (INE) na primeira estimativa para o PIB do quarto trimestre de 2012, o produto terá caído 1,8% face ao terceiro trimestre de 2012, a maior queda em cadeia do ano. "Isto não é nada surpreendente", afirmou à Lusa Medina Carreira, referindo que "a surpresa que as pessoas mostram todos os trimestres é só conversa". Para Medina Carreira, as previsões "em geral falham" e os recuos vão repetir-se "enquanto não se resolverem os problemas de base", ou seja, enquanto o consumo, o investimento e as exportações não aumentarem e o desemprego for reduzido. "Os últimos 12 anos da economia portuguesa foram muito maus e não há forma visível e fácil de dizer como é que se sai disto porque o consumo não pode aumentar pois o poder de compra está a cair, os investimentos não existem porque não temos capacidade para investir e as exportações têm melhorado um pouco, mas como são uma parte relativamente pequena da economia, ela não arranca", disse. O economista lembrou ainda ter defendido, há cerca de oito anos, que o Estado ia falir, tendo na altura sido apelidado de pessimista e criticando o receio generalizado em relação à verdade sobre a situação do país. Dinheiro Vivo

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