Francisco Seixas da Costa
Ontem, durante uma reunião de trabalho no Centro Norte-Sul do Conselho de Europa, foi focada a cooperação mantida entre o Centro e a Fundação Anna Lindh, com sede em Alexandria, no Egito, dedicada a desenvolver o respeito mútuo entre as culturas de ambas as margens do Mediterrâneo. Entre o Centro e a Fundação há importantes áreas de interesse comum que já têm sido exploradas e tentaremos continuar a aprofundar. Anna Lindh era ministra dos Negócios estrangeiros da Suécia quando, em 11 de setembro de 2003, foi barbaramente assassinada num loja, em Estocolmo, por razões nunca totalmente esclarecidas. Entre 1998 e 2001, cruzei-me com regularidade com Anna Lindh nos Conselhos de ministros "Assuntos Gerais", onde ela era homóloga de Jaime Gama. Era uma mulher sorridente, pessoalmente muito agradável, sempre determinada nas suas posições, com uma linha de intervenção política de onde decorria um evidente sentido de solidariedade internacional. Relevar a sua memória através da Fundação que leva o seu nome é uma merecida homenagem. A imagem mais forte que dela guardo foi a simpática despedida pública que me fez, durante o último Conselho de ministros da UE a que estive presente, em Bruxelas, em janeiro de 2001, ao tempo em que ela presidia ao Conselho. Nessa intervenção, fez uma simpática alusão ao facto de eu me sentar naquelas cadeiras desde há mais de cinco anos e disse da "inveja" que sentia por eu ir viver para Nova Iorque. Aí nos voltámos a cruzar, meses depois, pela última vez. Disse-me: "Já esqueceste Bruxelas? Nem te pergunto se estás a gostar de viver por aqui..." |
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