segunda-feira, 17 de setembro de 2012

Greve de três dias na Galp deverá ser “uma das maiores de sempre”

A greve de três dias dos trabalhadores da Galp Energia que começou nesta segunda-feira, deverá ser “uma das maiores de sempre” no grupo, segundo Armando Farias, dirigente da Federação Intersindical das Indústrias Metalúrgicas, Químicas, Eléctricas, Farmacêuticas, Celulose, Papel, Gráfica, Imprensa, Energia e Minas (Fiequimetal).

De acordo com o coordenador da Fiequimetal, a paralisação tem como objectivo “a defesa dos direitos dos trabalhadores”, numa altura em que “a empresa quer tirar direitos aos trabalhadores, sobretudo aos que estão na contratação colectiva, o que é inaceitável” e resulta da aplicação do novo Código do Trabalho.
“A empresa quer tirar direitos aos trabalhadores, nomeadamente, aqueles que estão na contratação colectiva, e isso é inaceitável. Por outro lado, a empresa fez um aumento da comparticipação do regime de seguro de saúde, com agravamentos muito significativos das comparticipações a cargo dos trabalhadores”, disse Armando Farias à rádio Antena 1.
“A experiência que temos de greves com uma duração maior, como é o caso desta de três dias, [indica que] haverá sempre postos de abastecimentos que vão, de facto, esgotar”, disse ainda àquela rádio. De acordo com este dirigente sindical, o impacto da greve deverá ser mais sentido nas refinarias de Sines e de Matosinhos.
“Tudo indica que vamos ter uma das maiores greves de sempre na empresa e entendemos que a administração deveria sentar-se à mesa, negociar e encontrar uma solução que passa por manter os direitos dos trabalhadores”, declarou.
Esta paralisação pretende também retomar o protesto contra a actualização salarial de “apenas” 1%, ocorrida no início do ano, quando no primeiro semestre a empresa teve um lucro de cerca de 200 milhões de euros.
“Os custos com os salários dos administradores atingiram os 3,7 milhões de euros, isto é, aumentaram mais de 30 por cento”, criticou Armando Farias.
Empresa tenta minimizar impacto
Fonte oficial da petrolífera nacional disse à Lusa que “a Galp está a tomar medidas para que o impacto seja o menor possível e que não seja interrompido o normal abastecimento do país”.
Armando Farias explicou que “a experiência de greves com uma duração maior é que há postos de abastecimento que esgotam, mas isso não significa uma ruptura no abastecimento” até porque, realçou, “há hoje uma diminuição significativa do consumo”.
A greve, que começou às 0h00 na refinaria de Sines e às 6h00 na refinaria de Matosinhos, abrange todas as empresas do grupo liderado por Ferreira de Oliveira.
O preço dos combustíveis deve descer a partir de hoje, depois das sucessivas subidas registadas nas últimas semanas. A gasolina deve baixar 2 cêntimos por litro e o gasóleo deve registar uma descida de 0,5 cêntimos. Notícia actualizada às 8h10 Publico

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