É triste, mas é a nossa realidade. Paulo Futre, ao contrário de Álvaro Santos Pereira ( "El canadiano") tem um programa. E não estou a falar do "Futrebol", programa desportivo estreado recentemente e que é provavelmente das coisas mais hilariantes que até hoje tive oportunidade de assistir em formato televisivo. Obrigado TVI, nunca me desiludiram. Estou sim a referir-me a um "programa" que consegue efetivamente gerar emprego e que por esse facto o torna completamente diferente dos vastos programas governamentais que geram desconfiança generalizada, desperdício de dinheiros públicos e zero de emprego. A taxa de desemprego nunca esteve tão alta. Os 15% bem maquilhados estão ai à porta. Assustador. UM MILHÃO, DUZENTAS E QUARENTA MIL PESSOAS SEM EMPREGO. Álvaro Santos Pereira é uma espécie de Roberto das redes da baliza onde entram os desempregados todos os dias a grande velocidade. Paulo Futre , ou "El português", no meio de uma tonteria desenfreada, um delírio delicioso em que entra quando começa a relatar factos da sua vida, alguns facilmente adaptáveis a um filme de Hitchcock conseguiu, com uma espécie de rubrica semanal, implementar um modelo de sucesso para a criação de emprego. É fácil, as empresas que necessitam de trabalhadores entram em contacto com o programa, os trabalhadores que necessitam de colocação fazem o mesmo, a empresa tem os seus 5 minutos de fama, o trabalhador passa a ter um emprego e Futre faz um brilharete estando presente na assinatura do contrato. Simples e eficaz. São os craques do Futre. Já "el canadiano" de craque não tem nada. Quando ouço Álvaro Santos Pereira sinto debilidade. Debilidade enquanto ministro, debilidade extrema enquanto líder que deveria ser da nossa empobrecida Economia e, pior ainda, um reflexo da fragilidade inquietante deste governo. Quando ouço as suas atrapalhadas declarações consigo perceber que esteve governo é uma espécie de navio da companhia Costa Cruzeiros, completamente à deriva no Oceano político, sem rumo, sem ideias, sem planos que ultrapassem a obsessão compulsiva em relação ao défice, à austeridade e à vassalagem ao relação ao exterior e à troika que levam a que o que se passa no país real seja posto sempre em segundo plano. Sempre. Sem misericórdia para quem neste país vive, ou sobrevive. E se este governo é um navio da companhia Costa Cruzeiros, temo que Álvaro Santos esteja para os comandos da nossa Economia como Francesco Schettino esteve ao leme do 'Costa Concordia'. Um dia o barco vai ao fundo. Expresso.
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