"Concordo que houve falta de lealdade (por parte do ex-primeiro-ministro José Sócrates). Há um dever de cortesia. Era lógico que o Presidente fosse informado antes de Bruxelas", declarou esta noite o presidente do grupo Jerónimo Martins, Alexandre Soares dos Santos, em entrevista à RTP. Alexandre Soares dos Santos ressalvou, contudo, não saber se essa atitude seria motivo suficiente para Cavaco Silva ter demitido José Sócrates, considerando antes que o Presidente da República nunca devia era ter começado por viabilizar um Governo minoritário. "Sempre achei que o antigo primeiro-ministro não ouvia nada do que se lhe dizia. Dizia sempre a mesma coisa e não dizia nada de jeito", afirmou em seguida. Em entrevista ao Grande Jornal da RTP, no dia em que foi lançado o portal da Fundação Francisco Manuel dos Santos, o empresário voltou a tecer duras críticas a José Sócrates, afirmando que "o último Governo foi mau", mas acrescentando que "andaram todos pelo mesmo caminho nos últimos quinze anos"." Andaram a gastar o dinheiro mal gasto e agora querem crescimento. Mas aonde é que está o dinheiro?", referiu, a propósito do atual momento que o país atravessa, considerando que a consolidação orçamental tem agora de ter primazia e que "não há, nem deve haver, margem para negociar". Soares dos Santos pensa que já se atingiu o limite no aumento dos impostos, ao mesmo tempo que refere não perceber por que motivo o corte dos subsídios não se estendeu também aos privados. O empresário diz gostar muito do atual ministro da Economia: "sabe o que pretende fazer, facilita o diálogo e tenho dificuldade em compreender por que é tão atacado". Acusa o atual Governo de ter embarcado num populismo, em que se corta nas pequenas coisas, defendendo que ao invés seria preciso pagar bem para trazer gente nova e competente para a administração pública que diz precisar de uma limpeza por encontrar-se "carregada de funcionários, sem espírito de missão". Expresso.
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