O coordenador do BE desafiou hoje o primeiro-ministro a garantir que não vai ser paga uma compensação de 180 milhões de euros aos novos acionistas da EDP e REN, afirmando que está em causa "a palavra" de Passos Coelho. Numa conferência de imprensa na sede do partido, Francisco Louçã invocou as palavras do primeiro-ministro, Pedro Passos Coelho, no último debate quinzenal, considerando "estranho que o primeiro-ministro não soubesse que na véspera a sua secretária de Estado do Tesouro" tinha confirmado estes pagamentos à China Three Gorges, empresa chinesa que irá adquirir o capital da EDP, e à State Grid e à Oman Oil Company, empresas chinês e omanita que ganharam a privatização da REN. Louçã utilizou um vídeo do debate quinzenal de quarta-feira no Parlamento, onde Passos Coelho disse que "não há lugar, seguramente, a qualquer compensação financeira pelos dividendos de 2011". "O primeiro-ministro não pode não saber, não se trata aqui de um despacho de um secretário de Estado, trata-se de um caderno de encargos aprovado no Conselho de Ministros, de um decreto de privatização aprovado no Conselho de Ministros e de uma deliberação sobre quem vai ser o comprador na privatização, escolhido diretamente pelo Conselho de Ministros", notou Francisco Louçã. O líder bloquista disse que "estavam prometidos 36 milhões de euros à REN" e que já depois do debate quinzenal a EDP veio confirmar que seriam pagos "144 milhões de euros" ao acionista chinês. "Se o primeiro-ministro nos diz que não vai haver lugar a qualquer compensação financeira, seja porque desconhece o contrato que assinou, seja porque parece tão estranha a formulação deste contrato, então eu desafio diretamente o doutor Pedro Passos Coelho a rever os termos do contrato da EDP, e sobretudo da REN, para garantir que o Estado português e os contribuintes não perdem estes 180 milhões de euros, que são seus, que são dinheiro do Estado e que são precisos no Estado", desafiou o bloquista. DN
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