Há muitos anos, quando vivi na Noruega, li um livro de Fernando Namora com o nome de "Os adoradores do sol". Falava desse fascínio que os nórdicos sentem pelos dias luminosos, que aproveitam à saciedade, quando os deuses decidem, não tão raramente quanto se possa pensar, retirar-lhes de cima o "céu cinzento sob o astro mudo", como reza uma canção que deveria, particularmente nos dias que correm, ser de aprendizagem obrigatória nas nossas escolas.
Nesta sedução pelo sol, os parisienses são uma espécie de nórdicos: espojam-se pela esplanadas, à frente de uma bica ou de uma água. Ontem, dia em que Paris foi bafejado pelo verão de S. Martinho, foi um fartote. E (vá lá!) uma chatice: não havia lugar para pôr a cara ao sol (sem conotações franquistas...).
Deixo-os com esta magnífica e clássica fotografia das "cabeleireiras" de Doisneau.
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