terça-feira, 8 de maio de 2012

Hoje

A França acordou hoje diferente, por sua livre vontade, por deliberada opção em favor da mudança, num tempo em que a preocupação com o futuro levou uma maioria de eleitores a designar, para a chefia do Estado e para a condução da governação, alguém que lhes propõe novos rumos.

Durante semanas, assistimos por aqui a um magnífico exercício de democracia, a debates com grande vivacidade e à livre contraposição de projetos. Como tem vindo a acontecer um pouco pela Europa, nesse espaço de liberdade emergiram algumas vozes e ideias que acordaram perigosos e divisivos fantasmas. Mas a França é um velho e grande país, habituado a este tipo de embates, com instituições fortes e respeitadas. O futuro da democracia francesa não apresenta quaisquer nuvens.

Para Portugal, um amigo tradicional da França, onde hoje vive a nossa maior comunidade no exterior e onde se integraram já, de uma forma quase ímpar, centenas de milhares de cidadãos de origem portuguesa, a solidez do processo político francês é uma garantia da estabilidade naquele que é hoje um dos nossos principais parceiros comerciais e turísticos, bem como o nosso maior investidor externo. Mas, mais importante do que isso, um país com o qual partilhamos essa comunidade de valores e de destino que é a Europa comunitária, a qual, podendo ter imensos problemas para resolver, continua a ser, ainda assim, o espaço privilegiado onde, para eles, poderão ser encontradas as necessárias soluções.

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