Há duas semanas, o papel global relativo do português e do francês esteve em debate em Paris, durante um dia, numa iniciativa realizada na Maison de l'Europe, sob o impulso das delegações da Comissão Europeia em Lisboa e em Paris. Figuras interessadas de ambos os países animaram um debate onde se juntaram perspectivas bastante realistas com outras que, pelo menos no breve período a que pude assistir, relevavam muito de uma visão marcada apenas por um simpático voluntarismo sem visão prospectiva sólida. De qualquer forma, esta é uma temática que há vantagem em tentarmos continuar a seguir e a aprofundar, porque, em ambos os casos, tem muito a ver com questões culturais identitárias que se interligam e a que nos importa estar atentos.
A este respeito, descobri hoje na internet um texto de Guy Sorman, um autor francês de quem, quase por um mero acaso, havia comprado, há menos de um ano, numa livraria de Buenos Aires, uma obra em "contra-corrente" às ideologias do quotidiano mediático, intitulada (na versão argentina que tenho) "La economía no miente", onde se releva a importância dos mercados em tempos de crise.
É esse mesmo Sorman que agora escreve, de Lisboa, um texto sobre a questão do francês no mundo, onde refere o estatuto de que hoje essa língua dispõe em Portugal. No artigo, o autor nota, de passagem, que "le Portugal déteste se percevoir en petite nation". É uma nota curiosa, mas talvez Guy Sorman, com o tempo, venha a entender melhor que essa reacção se deve apenas à circunstância de, de facto, não sermos uma pequena nação - também por razões de natureza cultural e estratégica que não faria mal serem reflectidas pela própria França.
Leia esse texto aqui.
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