quarta-feira, 7 de agosto de 2013

Alerta Total

Senado renova contrato de R$ 5 milhões para Hospital Sírio-Libanês salvar políticos que não usam SUS

Posted: 06 Aug 2013 06:57 AM PDT

 

O Hospital Sírio-Libanês parece que faz mesmo jus ao apelido dado nas redes sociais de "SUS dos Políticos". O Senado mantém um contrato semestral, no valor de R$ 5 milhões, para atendimento VIP e de emergência aos parlamentares que ficam doentes. O mais recente acordo foi renovado, recentemente, pelo presidente do Congresso, senador Renan Calheiros.

 

Embora também tenha uma unidade em Brasília, os políticos que necessitam de assistência médica preferem se socorrer, mais longe dos holofotes do poder, na sede do Sírio-Libanês, no bairro classe A dos Jardins, em São Paulo. Foi o recente caso do ex-Presidente da República e do Senado, o imortal José Sarney, vítima do mordaz mosquito da dengue maranhense.

 

A família do Sarney (um hipocondríaco confesso) preferiu o desgaste político de removê-lo de um hospital em seu estado natal para o Sírio – que tem fama de milagres, como a cura dos cânceres presidenciais - de laringe contra Luiz Inácio e do linfático contra Dilma. Sarney continua internado na unidade semi-intensiva do Sírio-Libanês, sem previsão de alta, tomando antimicrobianos por via venosa.

 

Os políticos tupiniquins adoram tirar proveito do máximo de privilégios aos quais o falido sistema democrático do Brasil lhes dá "direito". Recentemente, também esteve internado no Sírio-Libanês, para uma cirurgia cardíaca de emergência, o deputado federal José Genoíno – um dos condenados no julgamento do Mensalão e que terá de tomar muita medicação para controlar a pressão arterial faltando poucos dias para a apreciação dos recursos (os embargos declaratórios e infringentes) que podem salvá-lo ou não.

 

O Hospital Sírio-Libanês é uma empresa filantrópica. Em 1921, um grupo de idealistas e abnegadas mulheres integrantes da primeira geração de imigrantes sírios e libaneses vindos ao Brasil fundou a Sociedade Beneficente de Senhoras. O objetivo desse grupo, liderado por dona Adma Jafet, era oferecer a São Paulo um centro de assistência médica à altura da importância da cidade.

 

Toda vez que um importante político é internado no renomado hospital paulistano fica no ar uma pergunta sempre sem resposta. Quem está pagando a cara conta dos serviços médicos. Tudo indica que não seja o mesmo Sistema Único de Saúde que atende aos cidadãos normais que não podem pagar os caríssimos planos de saúde – nem sempre eficientes em suas coberturas de internação e exames.

 

Agora, com a revelação do convênio com o Senado – que pode ser classificável como uma "filantropia" para o hospital classe A – descobre-se mais uma vantagem de ser político no Brasil, além dos altos salários, empreguismo de familiares e cabos eleitorais, privilégios mil e outras "vantagens" ocultas ao cargo público.

 

Piada criminal

 

Frase anedótica que circula pelo caluniador mundo da internet acerca de um famoso centro de excelência em saúde:

 

"O Hospital será convertido em penitenciária porque é referência nacional em recuperação de bandido".

 

Quem sabe o slogan até não se transforma em promessa de campanha do ministro da Saúde, Alexandre Padilha, que sonha em roubar o governo de São Paulo da mãos dos tucanos.

 

Juquinha vai de carro...

 

Depois do escândalo gerado pelo uso de helicóptero oficial de luxo para transportar babás e o cachorrinho Juquinha do Rio de Janeiro para a mansão praiana em Mangaratiba, o governador do RJ resolveu dar uma de moralista.

 

Baixou ontem um ato regulamentando que só podem voar nos helicópteros do estado as autoridades do primeiro escalão.

 

Voos só serão permitidos em missões oficiais e sem a presença de familiares.

 

Queda do Maçom na PMRJ

 

Parte da Maçonaria no Rio de Janeiro está enfurecida com o governador Serginho Cabral.

 

Tudo porque ele exonerou o comandante-geral da Polícia Militar, Coronel Erir Ribeiro da Costa Filho – um mestre-maçom instalado que ficou apenas um ano e 10 meses no cargo.

 

Cabralzinho apenas atendeu a um pedido de seu secretário de Segurança José Mariana Beltrame, que não fora consultado sobre uma anistia a punições de PMs que cometeram faltas disciplinares leves.

 

Igual ao Papa

 

Quando assumiu o comando da PM fluminense, o Coronel Erir tinha dado um exemplo parecido com o do argentino Jorge Mario Bergoglio ao assumir o papado.

 

Erir preferiu não desfrutar das mordomias da residência oficial do comandante da PM, na praia do Flamengo.

 

A exemplo do Papa Francisco, que preferiu uma moradia mais modesta que a de Bento 16, Erir continuou morando em sua casa mais simples, em Nilópolis, na Baixada Fluminense...

 

Participa, Otário

 

 

 

Mistério econômico

 

As donas de casa, que fazem compra diariamente nos supermercados, cobram uma explicação oficial do governo para a milagrosa queda no índice de inflação de julho.

 

Todo mundo quer saber onde os pesquisadores que cuidam do IPCA conseguiram encontrar quedas de preços de alimentos.

 

Seria bom governo revelar onde acharam as promoções da pesquisa, para que todo mundo faça suas comprinhas mensais nestes lugares...

 

Chaplin tinha razão...

 

Cena antológica do filme "O Grande Ditador", que sempre merece ser revista, por evocar valores democráticos:

 

 

Intriga do Carvalho

 

 

 

Vida que segue... Ave atqueVale! Fiquem com Deus.

 

O Alerta Total tem a missão de praticar um Jornalismo Independente, analítico e provocador de novos valores humanos, pela análise política e estratégica, com conhecimento criativo, informação fidedigna e verdade objetiva. Jorge Serrão é Jornalista, Radialista, Publicitário e Professor. Editor-chefe do blog e podcast Alerta Total: www.alertatotal.net. Especialista em Política, Economia, Administração Pública e Assuntos Estratégicos.

 

A transcrição ou copia dos textos publicados neste blog é livre. Em nome da ética democrática, solicitamos que a origem e a data original da publicação sejam identificadas. Nada custa um aviso sobre a livre publicação, para nosso simples conhecimento.

© Jorge Serrão. Edição do Blog Alerta Total de 6 de Agosto de 2013.

Uma Estratégia Nacional para a Amazônia Legal

Posted: 06 Aug 2013 04:41 AM PDT

Artigo no Alerta Total – www.alertatotal.net

Por Maynard Marques de Santa Rosa

 

"Se o governo federal entende que a Amazônia só faz parte do Brasil para lhe pagar imposto, não tem de que se estranhar se os habitantes de lá acharem que tal honra lhe sai muito cara, e procurarem constituir-se em nação independente".

(Associação Comercial do Amazonas ao governador Jonathas Pedrosa, em Jul 1913 – Antonio Loureiro, em A GRANDE CRISE, pág. 146).

 

1. Considerações Básicas

 

A Bacia Amazônica é uma imensa região natural da América do Sul, provida de um sistema fisiográfico fechado, dotado de características ecológicas singulares e isolado do restante do continente. Essa configuração da natureza tem favorecido a unidade política da Amazônia Brasileira.

 

O território amazônico encerra um potencial incomensurável de recursos naturais, sendo a última fronteira biológica e mineral do planeta. Contudo, o conhecimento dessas peculiaridades ainda representa um desafio à ciência.

 

A "esfinge amazônica" de Djalma Batista destaca um dilema histórico: povoá-la e explorá-la, com o risco de desequilibrar os ecossistemas, ou preservá-la para o futuro, privando a geração presente do usufruto de seus recursos e aceitando um risco crescente à soberania nacional.

 

O professor Armando Mendes alertou que "o maior problema político da Amazônia é o seu vazio populacional". Sem população, não existe atividade econômica, nem presença institucional. Daí, a causa principal da ausência do Estado.

 

O povoamento efetivo dos vales da calha Sul do rio Amazonas ocorreu durante o ciclo da borracha, graças ao atrativo da "hevea brasiliensis", uma árvore de grande produtividade, que enriqueceu os seringais. Na Calha Norte, porém, o território permaneceu deserto, devido ao predomínio da seringueira "hevea benthamiana", de baixa produtividade, que inviabilizava a sua exploração econômica. A área compreendida entre os estados de Roraima e Amapá, ainda hoje, continua como um grande vazio demográfico, potencializando o risco geopolítico da Região.

 

O professor Samuel Benchimol enfatizava que "a poluição maior é a da miséria", e que "os anseios sociais da comunidade nativa não podem ser ignorados em favor de interesses exógenos". A pobreza vem aumentando, com o crescimento vegetativo da população, que avança a uma taxa superior à média nacional. Segundo o IBGE, são 42% de pobres. Assim, dentre os 24 milhões de habitantes da Amazônia Legal, há cerca de 11 milhões de pessoas na pobreza.

 

Em acréscimo, a falta de condições de sobrevivência na área rural estimula um fluxo migratório contínuo, que engrossa as cidades e esvazia o interior. Atualmente, 80% dos nativos residem nas cidades, enquanto apenas 20% povoam o imenso deserto verde.

 

O abandono da Região Amazônica vem sendo inspirado pelas campanhas midiáticas do movimento ambientalista-indigenista internacional, que, sem dúvida, constitui o maior risco à soberania nacional. Outras ameaças menos decisivas provêm da biopirataria, que, de certa forma, é dirigida por esses mesmos grupos de interesse; do crime organizado transnacional e das guerrilhas do entorno estratégico.

Portanto, é preciso superar os óbices existentes, para integrar a Amazônia, desenvolvê-la em bases autossustentáveis e tornar a sua economia autossuficiente.  

 

2. Plano Estratégico de Integração e Desenvolvimento

 

Um plano estratégico deve englobar um conjunto criterioso de políticas do setor público, com potencial sinérgico para provocar a deflagração de outras atividades do setor privado, atraindo investimentos que lhe complementem o escopo.

 

Para a Amazônia, a primeira providência há de ser legislativa e midiática. É preciso substituir o paradigma da "preservação ambiental" pelo da "sustentabilidade", isto é, a preservação do equilíbrio ecológico. O ser humano não pode ser considerado um intruso na natureza. Se esse sofisma fosse verdadeiro, a Terra já teria entrado em colapso, devido à explosão populacional dos dois últimos séculos. Como exemplo, o projeto URUCU da Petrobrás mostrou que é possível explorar sem degradar.

 

Nesse contexto, também, é preciso reverter o paradigma da "interação indígena", introduzido na Constituição Federal de 1988, por pressão do movimento indigenista internacional, retornando o País à política tradicional de "integração do índio à comunhão nacional", como previsto no Estatuto do Índio, a fim de lhe proporcionar as condições de acesso ao progresso. A massa de 68,5% de mestiços na composição populacional da sociedade nativa indica o caminho natural a ser seguido, desmentindo as teses artificiais dos chamados "antropólogos da ação". Essa providência visa a contribuir para a integração psicossocial da Região e do Brasil.

 

O passo seguinte é estimular a formação de um grande mercado regional na Amazônia brasileira, a fim induzir atração gravitacional sobre as economias circunvizinhas, sem depender das hesitações dos condôminos da OTCA. Para isso, aplicar um plano de desenvolvimento regional integrado e autossustentável, com as ações propostas a seguir, a fim de reverter a matriz econômica extrativista, tornando a Região autossuficiente.

 

Conectar fisicamente o território brasileiro a todos os países condôminos da Pan-Amazônia, a despeito das restrições existentes, como reservas indígenas e áreas da proteção ambiental contíguas à Faixa de Fronteira. Esses entraves foram criados, exatamente, para impedir ou retardar a integração.

 

Conceber um programa de infraestrutura, a exemplo do antigo POLAMAZÔNIA, que estimule investimentos públicos e privados para efetivar a vocação geoeconômica de Belém como entreposto de comércio internacional; de Manaus, como centro regional; de Vilhena e Porto Velho, como entrepostos entre a região Centro-Oeste e a Amazônia; e da região Acre/Rio Branco, como grande entreposto entre o Brasil e o Oceano Pacífico.

 

Desatar as restrições ambientais e indigenistas de Roraima, a fim de liberar o desenvolvimento do Estado, reativando o seu potencial agropecuário e mineral. Cabe observar que o território roraimense está inserido no espaço geopolítico definido como "Ilha da Guiana", uma área de exclusão socioeconômica preconizada pelos centros decisórios do movimento indigenista-ambientalista internacional.

 

Planejar a autonomia progressiva do território do Alto Rio Negro/S. Gabriel da Cachoeira, mediante uma evolução institucional e da sua infraestrutura econômica e social.

 

Construir o complexo hidrelétrico do rio Trombetas, a fim de prover energia para o médio Amazonas, viabilizar a exploração do alumínio e expandir o polo estratégico de Oriximiná.

 

Transformar os canteiros dos empreendimentos hidrelétricos federais na Região em polos de desenvolvimento econômico e social.

 

Paralelamente, vitalizar a presença diplomática e de inteligência junto aos centros decisórios do movimento indigenista-ambientalista internacional, antecipando providências e neutralizando as suas campanhas midiáticas. Simultaneamente, "quebrar o braço nacional" desse mesmo movimento, por meio de um controle estrito sobre as ONGs internacionais que operam no Brasil e suas subsidiárias nacionais. Essa estratégia implica estancar as transferências de recursos públicos para as ONGs indigenistas e ambientalistas, amparadas no Termo de Parceria previsto no Art. 2º da Lei das OSCIPs (Lei 9790, de 23 de março de 1999).

 

E, objetivando contribuir para a integração física dos centros estratégicos regionais, recomenda-se a execução dos seguintes projetos:

 

- restauração e pavimentação da rodovia BR-319 (Manaus-Porto Velho);

 

- pavimentação da rodovia BR-163, para efetivar a ligação alternativa entre o Centro-Oeste (Cuiabá) e o Médio Amazonas (Santarém);

 

- pavimentação da rodovia Transamazônica, no trecho entre Altamira/PA a Humaitá/AM. Cabe esclarecer que é falso o noticiário de que essa estrada degrada o ecossistema amazônico, pois o seu traçado desenvolve-se na faixa de transição entre os ecossistemas da Bacia Amazônica e do Cerrado do Centro-Oeste.

 

- proteção do fluxo rodoviário regional, com a presença permanente da Polícia Rodoviária Federal em todas as rodovias federais.

 

- construção de um complexo rodoferroviário e de transmissão de energia e dados sobre o rio Amazonas, na região de Óbidos/PA, para integração da Calha Norte e do polo de Oriximiná/PA à região de Santarém.

 

No campo da saúde, criar programas destinados à erradicação das principais moléstias tropicais que flagelam a população nativa. Para isso, vitalizar e integrar os centros de pesquisa científica sediados em Manaus e Belém e estender a rede de pesquisa de campo às regiões endêmicas, visando ao desenvolvimento de vacinas e medicamentos de ponta.

 

No campo da Ciência e Tecnologia, implementar um plano estratégico de pesquisa e desenvolvimento, vitalizando e integrando as atividades e a comunidade científica dos institutos de pesquisa de Manaus e Belém (INPA, EMBRAPA, EMÍLIO GOELDI e outros). Fomentar, prioritariamente, os projetos de estudo e pesquisa do solo, da água e da flora, voltados à agricultura, à silvicultura, à fitoterapia e à aquicultura, assim como a atividade de extensão rural.

 

No quadro das políticas sociais governamentais, criar programas de nutrição, saúde e educação específicos para os indígenas e a população rural da Faixa de Fronteira. Mediante alterações na legislação geral, atribuir um tratamento preferencial aos indígenas, para ingresso no serviço público dessas áreas, priorizando o seu recrutamento como técnicos de saúde, vigilantes sanitários, fiscais de órgãos federais e outros serviços.

 

Formar mão-de-obra indígena, para depois absorvê-la no serviço público, considerando que a melhor estratégia de assimilação é pelo recrutamento de seus membros para a assistência social às suas próprias comunidades. Esta proposta, que se inspira no trabalho do marechal Rondon, poderia ser concretizada com o apoio do Exército.

Finalmente, aumentar a presença militar no território, consoante o planejamento das Forças Armadas, e ampliar as atribuições da autoridade militar, concedendo-lhe poder de polícia em toda a Amazônia Legal, em acréscimo à sua destinação constitucional.

 

3. Epílogo

 

A indecisão política e as condições adversas geradas por pressões e outros óbices têm postergado indefinidamente a solução dos problemas amazônicos. Enquanto isso, cresce a população, potencializam-se as carências e esvai-se a esperança.

 

Como ficou demonstrado pelos jornalistas Lorenzo Carrasco e Silvia Palácios, em seu livro Quem Manipula os Povos Indígenas Contra o Desenvolvimento do Brasil, há uma estranha convergência de interesses socialistas e capitalistas ligados à Amazônia, em conspiração contra a soberania brasileira, fazendo com que grupos de aguerridos militantes de esquerda batalhem por objetivos inconfessáveis da elite capitalista global.

 

Em resposta a esse cenário conflituoso, este trabalho sintético visa a contribuir com uma agenda de propostas específicas para a conscientização patriótica em torno de um interesse nacional tão candente.

 

Um século depois, o brado de alerta de Euclides da Cunha, no auge do ciclo da borracha, permanece a ecoar, ainda mais forte, clamando a atenção das novas gerações:

 

 "Se as nossas autoridades não se preocuparem com a Amazônia, mais cedo ou mais tarde ela se destacará do Brasil, natural ou irresistivelmente, como se desprega uma nebulosa de seu núcleo, pela expansão centrífuga de seu próprio movimento".

 

 

Maynard Marques de Santa Rosa é General de Exército na Reserva.

O Carma do Mensalão

Posted: 06 Aug 2013 04:37 AM PDT

Artigo no Alerta Total – www.alertatotal.net
Por Paulo Roberto Goitaç

 

Desde junho de 2005, quando Roberto Jefferson denunciou o esquema do mensalão até hoje, já se passaram mais de sete anos. 

Em agosto de 2007, o STF aceitava denúncia e abria ação penal contra 40 acusados de participação no assustador arranjo de corrupção na política, com compra de votos, visando à aprovação no Congresso de projetos de interesse do governo. 

 

Somente em julho de 2011, o Procurador Geral da República, Roberto Gurgel, pedia a condenação de 36 dos 38 implicados e em agosto de 2012 seria iniciado o julgamento propriamente dito que viria terminar quatro meses depois, com o estabelecimento das penas. 

 

Um jornal de grande circulação, edição de 17/12/2012, afirmava, logo após o término do julgamento, que, por decisão do STF, onze condenados ficariam presos em regime fechado, em presídio de segurança média ou máxima, entre eles Marcos Valério e o ex-ministro José Dirceu, além de anunciar a perda, por decisão do plenário do STF, de mandato de três parlamentares condenados.

 

Por outro lado, o presidente do Supremo, Joaquim Barbosa, através da mesma edição, previa que o acórdão que oficializaria as sentenças, seria publicado  em até 60 dias, contados a partir daquela data. 

 

A partir do fim do ano passado, o processo entrou na chamada fase recursal, já prevista. O resultado foi a passagem célere pelo prazo previsto de homologação das penas, graças ao emprego de  subterfúgios jurídicos, tais como os embargos infringentes, ininteligíveis para o público não versado em leis. 

 

Até agora, início de agosto de 2013, nenhum dos condenados iniciou cumprimento de pena e dois dos parlamentares cassados, é de pasmar, fazem parte da Comissão de Constituição e Justiça da Câmara, havendo até o momento somente uma perspectiva de retomada do julgamento até meados de agosto. 

 

Trata-se, como se vê, de uma sequência que envergonharia a justiça de qualquer país democrático balizado pelo estado de direito.

 

Se sobrevierem outros atrasos e forem configuradas intervenções de caráter político, que parecem estar esporadicamente surgindo, com o objetivo de anular ou aliviar penas de implicados ligados ao governo, ou ainda, pior, de tentar anular o julgamento, a sociedade correrá sério risco de se sentir desamparada por dispor de um Judiciário falido e o país de perder o respeito da comunidade internacional. 

 

Está em nossas mãos monitorar os acontecimentos e reagir antes que seja tarde. 

 

 

Paulo Roberto Gotaç é Capitão-de-Mar-e-Guerra, reformado.

O MENDACIUM

Posted: 06 Aug 2013 04:35 AM PDT

Artigo no Alerta Total – www.alertatotal.net

Por Jacornélio M. Gonzaga

 

"Na mentira patológica, o ato de dizer mentiras é com freqüência um fim em si mesmo. Um mentiroso que mente deliberadamente sabe que mente, ao passo que um mentiroso patológico pode não saber."

 

Na mitologia grega, PROMETEU, filho do Titã Jápeto e de Clímene, era primo de ZEUS (Júpiter), o deus que mandava no Monte Olimpo, que embora fosse bem mais alto que o Morro do Alemão, sem teleférico e longe da Linha Amarela, era a morada dos doze deuses chefões daquela quadra do tempo.

 

À época, só existiam os deuses e seus familiares, portanto ninguém trabalhava. Depois da "intentona" dos Titãs, o socialismo bolivariano foi implantado e os moradores do Olimpo, que continuaram sem trabalhar, passaram sentir a falta de artigos de primeira necessidade. Historiadores citam que houve até a necessidade da importação de papel higiênico. ZEUS, muito preocupado com o andar da carruagem, e sentindo a necessidade de cobrar novos impostos, para sustentar as diversas bolsas do Olimpo, resolveu povoar o planeta Terra, dando a seu primo – PROMETEU - a missão de educar os mortais, que seriam a nova fonte de recursos.

 

Antes de roubar o fogo de ZEUS – no sentido literal da palavra – para dá-lo aos homens, PROMETEU, que era também um grande escultor, resolveu usar toda sua habilidade para esculpir uma nova forma que representasse uma reflexão filosófica de atitude, que ele achava essencial para regular o comportamento das pessoas: aVerdade. Como naquela época o português ainda era restrito aos garrafeiros e "burros sem rabo", PROMETEU deu o nome de ALETHEIA (Veritas) à sua nova obra.

 

O preocupado escultor, sentindo-se cansado e sem descendentes com dons artísticos, havia feito uma seleção para uma vaga de "training" em sua oficina. O jovem DOLUS (Trapaça) fora o vencedor da acirrada concorrência, tendo demonstrado, de imediato, suas características de interesse e astúcia.

 

Trabalhando incessantemente em seu ateliê, o dedicado CEO (1) da humanidade dava os últimos retoques em ALETHEIA, quando foi convocado por ZEUS para comparecer, com urgência, ao Olimpo. Como hoje, já naquela época, atender ao chefe tinha caráter emergencial; e lá se foi o diligente escultor em direção ao Olimpo, sabendo que teria de encarar uma baita subida, passando por encardidos becos, sempre disputado por facções rivais.

 

DOLUS, sentindo no afastamento de PROMETEU a sua grande oportunidade para mostrar serviço ao mestre, aproveitou o tempo para moldar uma réplica de VÉRITAS, copiando todas as características com apurado esmero. A pequena estátua estava ficando idêntica, mas um imprevisto aconteceu: PROMETEU foi assaltado quando cortava caminho por uma das vielas da "comunidade" (2) da Rocinha e retornou ao ateliê para buscar mais dinheiro para dar aos ladrões, caso fosse abordado novamente.

 

Apavorado com o repentino retorno do mestre, DOLUS sentou-se sobre a réplica, o que ocasionou dano às partes inferiores da peça - os pés. Estudiosos de mitologia dizem que houve também o esmagamento do dedo mínimo da mão esquerda.

 

Desconfiado, o Antônio Francisco Lisboa (3) da época mandou que seu estagiário se levantasse, tendo ficado admirado com a perfeição da réplica elaborada pelo aprendiz. Mas, a fim de comprovar a semelhança, colocou as duas estatuetas no forno e, quando estavam completamente cozidas, infundiu-lhes a vida.

 

VERITAS deu seus primeiros passos com firmeza, ao contrário de sua estátua gêmea que, por ser uma falsidade, uma ilusão, um produto de subterfúgios, após cambaleantes passos, empacou, não mais conseguindo sair do lugar.

 

PROMETEU batizou a grotesca imitação com o nome de PSEUDOLOGOS, em homenagem aos espíritos especializados em farsas, mentiras e engodos; posteriormente, os romanos deram o nome de MENDACIUM (Falsidade) àquela divindade grega da dissimulação.

 

Passam-se os anos, os séculos, os milênios e chegamos aos dias atuais e lá encontramos o MENDACIUM de Garanhuns (Caetés), o deus, que mesmo nunca sabendo de nada, é o responsável pelo(a): pagamento da dívida externa; autossuficiência energética (incluindo o petróleo); inclusão de milhões e milhões de pessoas na classe média; total erradicação da pobreza; fim da inflação; saúde pública de primeiro mundo, que "dá vontade 'dagente' ficar doente"; segurança pública em nível suíço; educação modelo Coréia do Sul; e, blá. Blá, blá.....

 

O MENDACIUM de Garanhuns não é um mentiroso patológico, ele mente deliberadamente e sabe que mente. Suas mentiras têm o aval e a colaboração do séquito de daimones que compõe a corte petralha; e dos aproveitadores e vendilhões que manobram a política "Panis et Circensis", em voga na Ilha de Vera Cruz.

 

O dito popular nos ensina que a MENTIRA tem pernas curtas e os gregos e romanos nos passaram que ela não tem pés, assim sendo, acredito que, de vez em quando, alguma coisa falsa pode começar com sucesso e nos enganar alguns anos, mas com o tempo, VÉRITAS (VERDADE) é a certeza da vitória.

 

(1) CEO é a sigla inglesa de Chief Executive Officer, que significa Diretor Executivo em português. CEO é a pessoa com maior autoridade na hierarquia operacional de uma organização. É o responsável pelas estratégias e pela visão da empresa.

 

(2) Nome politicamente correto dado às favelas na Grécia antiga.

 

(3) O Aleijadinho

 

Jacornélio é especialista em história grega. Concorreu a uma bolsa de estudos no Oráculo de Delfos, na Grécia. Por não ser filiado a ParTido foi preterido. Em função disso, fez seus estudos mitológicos em OLÍMPIA/SP. 

 

 

Revisão: Paul Essence e Paul Word Spin (in memoriam).

Edição do Alerta Total – www.alertatotal.net

Leia também o site Fique Alerta – www.fiquealerta.net
Por Jorge Serrãoserrao@alertatotal.net

 

 

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