Francisco Seixas da Costa Há menos de uma semana, aqui em Paris, falei longamente sobre Palma Inácio com o Dr. Mário Soares. Comentámos que a sua vida dava um belo filme. Acabo de saber que morreu hoje, na data mais revolucionária da França. O dia da Tomada da Bastilha é um dia bonito para Palma Inácio morrer.
Confesso que sempre tive uma grande admiração por Hermínio da Palma Inácio, como uma das grandes figuras da resistência ao salazarismo. Tive o feliz ensejo de lho dizer, há já bastantes anos, deles recebendo um agradecimento de grande modéstia. Desde jovem, lutou intensamente pela liberdade, tendo estado envolvido em imensas lutas e tentativas de sublevação. Foi preso e violentamente torturado pela PIDE, tendo tido um comportamento de grande dignidade na cadeia. A foto que ilustra este post recorda a sua saída de Caxias - a saída dos presos políticos a seguir ao 25 de Abril que foi atrasada precisamente porque o general Spínola não queria Palma Inácio em liberdade. E porque os outros presos não queriam sair sem ele.
Mário Soares contou, nessa bela noite de memórias em casa de amigos comuns, algumas histórias curiosíssimas sobre as suas relações com Palma Inácio. Entre as quais, o dia em que teve de escondê-lo em casa de José Fernandes Fafe, na linha do Estoril, depois de uma das suas épicas e legendárias fugas da prisão.
Durante muito tempo, o facto de Palma Inácio ter sido o chefe do grupo que assaltou a filial do Banco de Portugal, na Figueira da Foz, fez convergir na sua pessoa uma ignominiosa imagem de alguém que se havia apropriado, para finalidades pessoais, do dinheiro então obtido. Esse era o objectivo insultuoso que o regime ditatorial dele quis dar à opinião pública. Porém, quem conhece a história da oposição ao Estado Novo sabe bem que Palma Inácio foi um homem sério, que nunca utilizou essas verbas em seu proveito e que viveu sempre com grandes dificuldades, devotado às causas políticas em que acreditou. Mas terá sido essa "fama" a razão que atrasou a atribuição de uma merecida Grã-Cruz da Ordem da Liberdade, com que o presidente Jorge Sampaio o agraciou em 2000.
Leia mais sobre Palma Inácio aqui e aqui.
Confesso que sempre tive uma grande admiração por Hermínio da Palma Inácio, como uma das grandes figuras da resistência ao salazarismo. Tive o feliz ensejo de lho dizer, há já bastantes anos, deles recebendo um agradecimento de grande modéstia. Desde jovem, lutou intensamente pela liberdade, tendo estado envolvido em imensas lutas e tentativas de sublevação. Foi preso e violentamente torturado pela PIDE, tendo tido um comportamento de grande dignidade na cadeia. A foto que ilustra este post recorda a sua saída de Caxias - a saída dos presos políticos a seguir ao 25 de Abril que foi atrasada precisamente porque o general Spínola não queria Palma Inácio em liberdade. E porque os outros presos não queriam sair sem ele.
Mário Soares contou, nessa bela noite de memórias em casa de amigos comuns, algumas histórias curiosíssimas sobre as suas relações com Palma Inácio. Entre as quais, o dia em que teve de escondê-lo em casa de José Fernandes Fafe, na linha do Estoril, depois de uma das suas épicas e legendárias fugas da prisão.
Durante muito tempo, o facto de Palma Inácio ter sido o chefe do grupo que assaltou a filial do Banco de Portugal, na Figueira da Foz, fez convergir na sua pessoa uma ignominiosa imagem de alguém que se havia apropriado, para finalidades pessoais, do dinheiro então obtido. Esse era o objectivo insultuoso que o regime ditatorial dele quis dar à opinião pública. Porém, quem conhece a história da oposição ao Estado Novo sabe bem que Palma Inácio foi um homem sério, que nunca utilizou essas verbas em seu proveito e que viveu sempre com grandes dificuldades, devotado às causas políticas em que acreditou. Mas terá sido essa "fama" a razão que atrasou a atribuição de uma merecida Grã-Cruz da Ordem da Liberdade, com que o presidente Jorge Sampaio o agraciou em 2000.
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