O SMS, recebido na tarde da passada sexta-feira, da minha jovem "oficial de ligação" (pertencente ao "ask me team", aposto nas costas das respetivas t-shirts, que com imensa simpatia nos assiste) era bem claro: "You are requested to a meeting at 4 pm with the Minister of Agriculture of Azerbaijan". Seguia-se um endereço em Baku, em azeri. Olhei para o relógio e faltava menos de uma hora. Interrompi a reunião em que participava e, com um condutor arrancado à organização, que só entendia a língua local, zarpei para o encontro.
Pelo caminho, fiquei a matutar no que poderia dizer ao ilustre anfitrião. Seria alguma coisa de natureza bilateral, aproveitando a minha passagem por Baku? O meu ministro tinha passado por aqui há alguns meses. Teria ficado algo pendente? Algum "protocolo de cooperação" por cumprir? Porque não gosto de "brincar em serviço", e embora a embaixada portuguesa competente neste país seja a que está situada em Ancara e o Fórum em que eu participava nada tivesse de bilateral, antes de sair de Paris eu tinha pedido ao MNE um papel sobre o relacionamento Azerbaijão-Portugal. "À cause des mouches", como dizia um amigo meu "versado" em francês. Estudara-o e, como mandam as regras, deixara-o prudentemente em Paris. Mas não me recordava de nele se falar de agricultura. Ou seria a minha memória?
A agricultura não é propriamente o meu "forte", mas, porque a diplomacia se transforma, quando as coisas assim o exigem, numa nobre arte do desenrascanço elegante, fui preparando algumas ideias para a conversa com o governante azeri, à medida que o meu condutor furava pelo tráfego infernal da cidade, ungido do dever, e dos fantásticos direitos rodoviários correspondentes, de transportar uma personalidade estrangeira ao seu governante.
Talvez viesse à baila a questão da próxima revisão da PAC e a onda protecionista que se avizinha, com o alibi da "segurança alimentar" europeia. Ou seriam as nossas experiências nacionais, em especial em matéria de extensão rural, que mobilizavam a curiosidade de Baku? Ou talvez pudesse surgir na conversa algum "memorando" de colaboração entre universidades (interesseiramente, lembrei-me da UTAD). Logo se veria. Tomaria nota do que me fosse dito e informaria Lisboa (e a nossa gente em Ancara, claro).
Talvez viesse à baila a questão da próxima revisão da PAC e a onda protecionista que se avizinha, com o alibi da "segurança alimentar" europeia. Ou seriam as nossas experiências nacionais, em especial em matéria de extensão rural, que mobilizavam a curiosidade de Baku? Ou talvez pudesse surgir na conversa algum "memorando" de colaboração entre universidades (interesseiramente, lembrei-me da UTAD). Logo se veria. Tomaria nota do que me fosse dito e informaria Lisboa (e a nossa gente em Ancara, claro).
Cheguei sobre a hora à porta do imenso edifício do ministério. Um engravatado funcionário esperava-me, com olhar ansioso. Apressados, subimos por um elevador, depois seguimos por um longo corredor, até entrar numa sala de reuniões.
Para minha imensa surpresa, por lá estavam o grupo de colegas embaixadores junto da UNESCO, que comigo tinham vindo desde Paris. Todos tinham recebido o mesmo SMS e tinham saído das suas reuniões da mesma forma apressada que eu. E o encontro que estava prestes a começar era, muito naturalmente, com o ministro azeri da ... Cultura, com o qual discutimos temáticas que se prendem com as nossas tarefas na UNESCO.
Para minha imensa surpresa, por lá estavam o grupo de colegas embaixadores junto da UNESCO, que comigo tinham vindo desde Paris. Todos tinham recebido o mesmo SMS e tinham saído das suas reuniões da mesma forma apressada que eu. E o encontro que estava prestes a começar era, muito naturalmente, com o ministro azeri da ... Cultura, com o qual discutimos temáticas que se prendem com as nossas tarefas na UNESCO.
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