Vais hoje ter uma placa nas Escadinhas da Fonte da Pipa. Com a Fernanda e os amigos por lá. Imagino o que tu te ririas, Bartolomeu, se, há uns anos, falássemos disso, da ires ter uma placa numa parede. Vá lá! Se calhar, até achavas graça, mas alvitrarias, pela certa, para chocar alguns, que gostavas que desenhassem a foice e o martelo no retângulo de mármore. Não te fazem essa vontade, mas, descansa, também ninguém põe lá nenhuma setinha... Não sei se a pedra é de Pero Pinheiro, onde aculturaste as "troupettes" da Slade às gravuras da pátria. Mas é capaz de ser. A data foi bem escolhida: 5 de outubro. Lembra a imensa memorabilia, verde e vermelha, principalmente vermelha, que juntaste por décadas naquela casa. Ao longe, do terraço, vislumbrava-se o mar por onde o último Bragança com trono, que, coitado, nem sequer era o pior deles todos, embarcou para a "pérfida" terra do teu (e, por tua culpa, também meu) Crabtree. Mas por que raio estou eu para aqui a escrever-te, do Azerbaijão (é verdade, Barto, ando por aqui, por Baku, por mor da UNESCO que me calhou em rifa), algo que só uns "happy few" entendem? Olha!, porque hoje me deu para isto, para te mandar um abraço muito republicano...
Para todos os outros, aqui fica tudo numa só frase: hoje, em Sintra, será afixada uma placa evocativa, na casa que foi propriedade e onde viveu o gravurista Bartolomeu Cid dos Santos, antigo professor na Slade School of Fine Art, em Londres, cidade onde faleceu há quatro anos.
Para todos os outros, aqui fica tudo numa só frase: hoje, em Sintra, será afixada uma placa evocativa, na casa que foi propriedade e onde viveu o gravurista Bartolomeu Cid dos Santos, antigo professor na Slade School of Fine Art, em Londres, cidade onde faleceu há quatro anos.
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