segunda-feira, 12 de setembro de 2011

Reflexões em Setembro.

Depois do último aumento de impostos (o chamado de "solidariedade"), cujas razões ninguém entendeu, mandaram o ministro Vítor Gaspar explicar-se melhor na imprensa. Com o devido respeito pelo período "de graça", julgo que a emenda saiu pior do que o soneto. Podemos aceitar, bondosamente, a explicação do ministro de que quer andar sempre à frente dos imprevistos e das derrapagens orçamentais: quando pressente ou teme que as coisas possam estar ainda piores do que aparentam, ele, zás, nem hesita: aumenta mais um imposto. A questão é que esta estratégia de andar à frente dos perigos e além da troika não é inócua: ela causa danos e vítimas reais - mais falências, mais desemprego, mais recessão. Deus queira que ele tenha razão e todos os outros estejam enganados. Que a sua estratégia de queimar prazos e etapas e fazer Portugal regressar aos mercados, em condições aceitáveis e tão depressa quanto possível, não se venha a revelar antes uma estratégia para apressar o desastre - a criança deitada fora com a água do banho. Miguel Sousa Tavares (www.expresso.pt)

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