sexta-feira, 2 de setembro de 2011

Nós damos 500 mil euros a sindicatos e patrões.

Esta não me passava pela cabeça!!!

“Este governo tem uma relação platónica com o corte da despesa. Ai, sim, gostamos muito, mas depois não concretizam. Se o governo está sem ideias para os cortes, aqui o sujeito está disposto a ajudar. E não me faltam ideias. Por exemplo, parece-me inconcebível que exista um subsídio para a concertação social. Sim, é isso mesmo: a concertação social é subsidiada. Quem diria? Com o nobre objectivo de ajudar a preparar tecnicamente as reuniões da concertação social, nós, os idiotas dos contribuintes, damos 500 mil euros a sindicatos e a confederações patronais . Ora, com ou sem crise, esta ajudinha é ilegítima. Não faz sentido. A concertação social é um ato institucional. E um encontro entre dois actores institucionais não deve ser subsidiado, até porque os ditos actores têm receitas próprias (não ganham à reunião). Neste caso em concreto, os sindicatos e as confederações têm receitas próprias e devem preparar o seu trabalho só com base nessas receitas. Em qualquer parte do mundo, trabalhadores e empresários juntam-se em organismos que defendem os seus interesses e, por isso, pagam quotas que alimentam esses organismos. Em Portugal não é assim? Será que Portugal é o único sítio onde os sindicatos não recolhem x por cento sobre o ordenado dos trabalhadores? E será que as nossas confederações não têm uma sistema de quotas para os seus sócios? Sindicatos e confederações têm de fazer a concertação social com o dinheiro que geram junto dos seus sócios. Aliás, é para isso que servem as quotas. Os líderes sindicais e patronais não precisam de ajudas de custo, sobretudo quando se está a falar de meio milhão de euros. "Ai, meio milhão é simbólico". Pois, meus caros, quando o corte toca no nosso bolso, a nossa despesa é sempre simbólica. Expresso.

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