sexta-feira, 23 de julho de 2010

Os privilegiados da ADSE!

O país está encalhado, mas ninguém tem a coragem para tocar nos privilégios dos funcionários públicos. Basta olhar para esse monstro salazarista que se chama ADSE.

I. A ADSE é como a lei das rendas: parece que já vem do tempo de Salazar, mas é intocável. Para os mais esquecidos, convém recordar que a ADSE é "um pedaço anacrónico da Saúde Pública, fundada por Oliveira Salazar quando ainda não existia o SNS e quando o estado era corporativo" . É impressionante como o 'regime de Abril' ainda assenta em várias coisas deixadas por Salazar.

II. A ADSE causa uma profunda injustiça, porque todos aqueles que não são funcionários públicos pagam a saúde duas vezes: pagam a sua própria saúde e, depois, têm de pagar a saúde dos senhores funcionários públicos (o subsistema da ADSE). Isto cria uma casta de gente privilegiada que vive, literalmente, acima do resto das pessoas. No emprego (vitalício) e na saúde (à borla), os senhores funcionários públicos têm privilégios completamente ilegítimos. Repito: ilegítimos. Por que carga de água os funcionários públicos têm tantos privilégios? Porquê? Qual é a noção de "justiça" que está a montante destes privilégios? 

III. Meus amigos, a saúde já consome todo o nosso IRS , e a ADSE é um dos elementos que causa esta insustentabilidade do nosso SNS. Basta olhar para as contas: em 2006, 90% das despesas da ADSE foram suportadas pelo Orçamento de Estado. Ou seja, os senhores funcionários públicos só pagam 10% da sua saúde (ou nem isso?). Meus amigos, o único caminho para a sustentabilidade é o seguinte: os funcionários públicos têm de pagar mais pela sua saúde. Os privilégios ilegítimos da função pública têm de acabar. Esta aristocracia sindical não pode continuar. Henrique Raposo (www.expresso.pt)

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