O projecto Recuperação e valorização das ruínas romanas da Cidade de Ammaia, um monumento nacional esquecido, promovido pela Fundação Cidade de Ammaia, é o vencedor do Prémio Vasco Vilalva para a recuperação e valorização do património de 2009. Das nove candidaturas apresentadas, o Júri premiou este projecto por unanimidade, destacando «a grande relevância histórica, patrimonial e técnico-científica do projecto de recuperação e valorização de um sítio arqueológico ímpar no panorama nacional». A Cidade Romana de Ammaia terá sido fundada em finais do séc. I a.C. e terá sobrevivido enquanto unidade urbana durante seis séculos. Situadas a curta distância da vila de Marvão, estas ruínas formam um dos exemplares mais significativos da civilização romana no Norte Alentejano. Com o intuito de as salvaguardar, foi constituída legalmente em 1997 a Fundação Cidade de Ammaia, proprietária dos terrenos onde se localiza grande parte da área que as ruínas ocupam. A coordenação científica dos trabalhos arqueológicos tem estado desde então a cargo da Universidade de Évora, e como resultado dessa intervenção é hoje possível observar nas ruínas de Ammaia um importante conjunto monumental que inclui o Forum, principal centro da vida política, económica, social e religiosa da região, bem como um complexo termal com diversas estruturas associadas. No sítio arqueológico foi instituído o Museu Monográfico da Cidade de Ammaia, que apresenta duas exposições com materiais recolhidos ao longo do tempo na cidade. Paralelamente aos trabalhos de escavação e de musealização, a Fundação procedeu também, com o apoio do Museu Nacional de Arqueologia, à implantação de um Laboratório de Conservação e Restauro, equipado com a mais recente tecnologia e que faz com que esta estrutura seja uma das mais bem fornecidas actualmente no nosso país. Este laboratório permitirá efectuar a conservação de praticamente todos os achados da Ammaia e estar aberto a outras entidades, mesmo para o desenvolvimento de trabalhos ligados à formação. A Fundação Cidade de Ammaia tem tido uma intervenção sobretudo de âmbito local e regional, mas também a nível nacional e internacional, através do estabelecimento de diversas parcerias com instituições públicas e de ensino. No futuro, a Fundação pretende ainda implementar uma rede ligada ao património arqueológico, demonstrando o papel que a cidade de Ammaia teve na época romana, permitindo estabelecer uma visão territorial que abarca grande parte do território do Norte Alentejano. O Prémio Vasco Vilalva, no valor de 50 mil euros, atribuído anualmente pela Fundação Calouste Gulbenkian para distinguir acções meritórias na área da defesa do património, será entregue no dia 9 de Março, às 11h00, no Auditório do Parque Natural da Serra de São Mamede – Quinta dos Olhos d'Água, em Marvão. Na ocasião, os responsáveis irão apresentar os projectos da Fundação Cidade de Ammaia que estão em curso, na presença da Condessa de Vilalva, do presidente do Conselho de Curadores da Fundação Cidade de Ammaia, Carlos Melancia, do presidente da Fundação Calouste Gulbenkian, Emílio Rui Vilar, e da administradora Teresa Gouveia. |
Sem comentários:
Enviar um comentário