- Petralhas temem que escândalo de lavagem de dinheiro no Banco Espírito Santo chegue ao "Pai e ao Filho"
- A Matemática numa linguagem simples
- O elo fraco da corrente
- O que é a Esquerda, depois da queda (final)
Posted: 25 Jul 2014 06:26 AM PDT Edição do Alerta Total – www.alertatotal.net Petralhas acompanham, com uma lupa banhada a ouro, as consequências da Operação Monte Branco, iniciada pelo Departamento Central de Investigação e Acção Penal de Portugal, para apurar transferências ilegais entre gestores de fortuna, em um dos maiores escândalos globais de lavagem de dinheiro. Ontem, alguns ricos políticos brasileiros ficaram "apertadinhos" com a detenção provisória do banqueiro Ricardo Salgado, diretor executivo do Grupo Espírito Santo e patriarca da família que empresta o nome à instituição financeira com a qual membros da cúpula petista costumavam fazer negócios e investimentos. Pavor maior: o escândalo português pode ter ligações com a Operação Lava Jato no Brasil... Ricardo Salgado pagou fiança de € 3 milhões e voltou para casa, no Estoril. Mas o que ele falou em sete horas de depoimentos aos promotores lusitanos pode ter complicado a vida de alguns brasileiros, principalmente políticos "novorricos" que tinham negócios bilionários com o Grupo Espírito Santo, e muito dinheiro depositado no BES. Um dos alvos da investigação do Ministério Público português são as triangulações entre Portugal, Brasil e países africanos (principalmente Angola e Moçambique). Suspeita-se que muito dinheiro seja lavado em jogadas de compra e venda de diamantes e em operações nas bolsas de valores, em súbitas trocas de ações de grandes empresas. Os "investidores" brasileiros andam apavorados porque o Grupo Espírito Santo vive um inferno político-econômico. O governo e o Banco Central de Portugal têm dito que o BES tem capital suficiente para enfrentar os riscos decorrentes de dívidas da família. No entanto, a Espírito Santo International (ESI), holding controlada pelo Grupo Espírito Santo (GES), já entrou com "pedido de proteção contra os credores" na Justiça da Luxemburgo. Como a medida tem o mesmo efeito da recuperação judicial no Brasil, a conjuntura fica obscura. As incertezas são grandes. A holding Rio Forte, que integra o Grupo Espírito Santo, falhou em pagar mais de US$ 1 bilhão em dívida à Portugal Telecom (cuja sigla, por ironia, é PT). O grupo de telecomunicações foi obrigado a aceitar um corte em sua parte na empresa resultante da fusão com a brasileira Oi – na qual membros da cúpula petista e aliados teriam grande volume de ações ordinárias e preferenciais. Investidores minoritários da PT vão entrar com ações contra os dirigentes da empresa, por não terem avaliado, de forma correta e transparente, os riscos da dívida das empresas envolvidas na fusão. Em nome de quem? Comentário nada religioso de quem pressente problemas com as denúncias de lavagem de dinheiro contra uma das maiores instituições financeiras portuguesas – onde alguns novos ricos brasileiros têm investimentos: "A coisa já está esquisita para o Espírito Santo, em Portugal. Breve, pode ficar feia para o Pai e o Filho, no Brasil..." Ou seja, o perigo é que seja revelado em nome de quem, aqui no Brasil, tem dinheiro supostamente levado-lavado lá na terrinha... Rejeitada Vai tomar no TCU? O advogado de Nestor Cerveró, Edson Ribeiro, apela ao estatuto da Petrobras para justificar que Dilma Rousseff é inteiramente responsável pela decisão de compra da refinaria Pasadena, nos EUA. Ribeiro considera equivocada a decisão do TCU de inocentar Dilma e demais membros do Conselho de Administração da Petrobras, jogando a culpa de eventuais erros apenas nos membros da diretoria executiva, que estão com seus bens bloqueados: "O ministro relator foi induzido ao erro. Ele partiu de um pressuposto falso, que inúmeras vezes repetido, passou como se fosse verdadeiro. É falsa a declaração de Dilma de que o resumo executivo das condições de compra de Pasadena era técnica e juridicamente falho. Essa argumentação acabou responsabilizando quem não deveria ser responsabilizado, os diretores". Não podia, mas pode... Por meio de petição apresentada ontem, o advogado Edson Ribeiro tentará invalidar a decisão do TCU de responsabilizar apenas os diretores. Ribeiro também questiona que o ministro José Jorge não poderia ocupar a posição de relator do caso, por já ter sido membro do Conselho da Petrobras: "Ele foi presidente do conselho de administração da Petrobras em 2001 e 2002, tem interesses em sua decisão. Não basta o julgador ser um homem honesto e íntegro. Ele precisa parecer. Para isso, não deveria ser julgador". Hora da mudança Ex-helicóptero do Garotinho Desejando fazer dinheiro para a caríssima campanha deste ano, o deputado Antony Garotinho vendeu seu helicóptero de quatro lugares, avaliado em R$ 4,5 milhões. Um empresário carioca pagou ontem a primeira parcela de R$ 1 milhão - grana sacada do Banco Safra. O restante ficou dividido em quatro vezes, e a grana deve ajudar a campanha de Garotinho a decolar ao governo do Estado do Rio de Janeiro. Tem culpa eu, Paulinho? Dane-se o aeroporto? A petralhada inunda a internet de charges para tentar enrolar Aécio Neves no rolo do aeroporto particular do tio dele, na cidade mineira de Claudio... Guerra a Israel? Dilma Rousseff articula com os demais sócios do Mercosul a emissão de uma declaração de condenação do uso desproporcional da força por Israel contra a Faixa de Gaza. O texto deverá ser aprovado durante a reunião de cúpula do bloco, segunda e terça-feira, em Caracas. Petistas, petralhas e os diplomatas do Itamaraty ficaram PTs da vida com a declaração do porta-voz da chancelaria de Israel, Yigal Palmor, de que o Brasil é um "anão diplomático" e "parceiro diplomático irrelevante". Anãozada Top, top e top... Moscas do poder Não tem remédio, não... Espetáculo de dança Um megashow dos bailarinos e bailarinas da Georgia Doações ao Alerta Total Os leitores, amigos e admiradores que quiserem colaborar financeiramente conosco poderão fazê-lo de várias formas, com qualquer quantia, e com uma periodicidade compatível com suas possibilidades. Nos botões do lado direito deste site, temos as seguintes opções: I) Depósito em Conta Corrente no Banco do Brasil. Agência 4209-9, C/C: 9042-5, em favor de Jorge Serrão. OBS) Valores até R$ 9.999,00 não precisam identificar quem faz o depósito; R$ 10 mil ou mais, sim. II) Depósito no sistema PagSeguro, da UOL, utilizando-se diferentes formas (débito automático ou cartão de crédito). 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A Matemática numa linguagem simples Posted: 25 Jul 2014 05:57 AM PDT Dica do Alerta Total – www.alertatotal.net Por Jorge Serrão Grande parte dos economistas reconhecia que a pessoa que mais claramente sabia explicar o que acontecia na área econômica era o "não economista" Joelmir Beting. Sua ida para o plano eterno foi uma perda inestimável para o nosso PIB (Produto Inteligente Brasileiro). De fato, Joelmir era inigualável. Ele conseguia traduzir em uma linguagem simples, recheada de analogias, os mais complexos acontecimentos econômicos. E, com um humor refinado, facilitava o entendimento dos fenômenos econômicos pelos seres humanos "normais". O exemplo de Joelmir nos remete a um questionamento da maior importância: Seria possível, dizendo e explicando as coisas de maneira mais simples, facilitar o entendimento da matemática – matéria que inferniza a vida dos estudantes e é a maior responsável pela evasão escolar? Uma tentativa que merece ser conferida é a apresentada pelo dedicado colaborador do Alerta Total, o engenheiro João Vinhosa. Para demonstrar que a Matemática é mais fácil que parece, Vinhosa usa o vídeo "Cálculo: Funções, Limites e Derivadas (Uma Abordagem Simplificada)" cujo endereço se segue Vídeo recomendado para a Petralhada estudar um pouco e parar de jurar que 1 + 3 = 13... |
Posted: 25 Jul 2014 05:53 AM PDT Artigo no Alerta Total – www.alertatotal.net Por Carlos Maurício Mantiqueira Toda corrente tem a força de seu elo mais fraco. Se um elo for de barbante e os demais de aço, a corrente terá a resistência do barbante. Da mesma forma, os governos tem a qualidade de seu membro mais fraco. Um jornal publicou que o (des)governo atrasa o pagamento de seus fornecedores para manter o caixa. Com essa atitude dá o mau exemplo e interrompe a cadeia de pagamentos. Os prejudicados devem chorar para o bispo. O pseudo poder judiciário levará anos, senão décadas, para apreciar eventuais ações contra esse abuso de poder. Vencidas as causas, os precatórios decorrentes também sofrerão o calote eterno. Não é por acaso que o país já tenha sido chamado de anão diplomático. A governanta escapou, por enquanto, do TCU. E, agora, não adianta tentar jogar a culpa no mordomo. Não escapará do escárnio interno e externo. Carlos Maurício Mantiqueira é um livre pensador. |
O que é a Esquerda, depois da queda (final) Posted: 25 Jul 2014 05:52 AM PDT Artigo no Alerta Total – www.alertatotal.net Por Carlos I. S. Azambuja A Revolução Bolchevique, na Rússia atrasada e medieval, contrariou - repetimos - as previsões de Marx que havia vaticinado que o advento do socialismo supunha o anterior desenvolvimento econômico e social do capitalismo, que seria superado pela apropriação coletiva, por todos os trabalhadores, dos frutos da produção da sociedade. Na Rússia, sob o nome de socialismo, os bolcheviques implantaram um sistema econômico improvisado na arruinada casca rural do antigo império czarista. Lenin, posteriormente, tentou justificar esse equívoco de Marx, ao definir a Rússia czarista como "o elo mais fraco da cadeia imperialista". Recorde-se que a Revolução Bolchevique não derrubou o regime czarista, caído em fevereiro de 1917, antes do final da I Guerra Mundial, mas sim o que o sucedeu, o chamado Governo Provisório, chefiado por Kerensky. Stalin, que em 1924 tornou-se o sucessor de Lenin, privilegiou a igualdade em detrimento da liberdade e da fraternidade, socializando militarmente a agricultura, causando a morte de milhões de camponeses, impondo um regime brutal ao país e a seu próprio partido e constituindo um Estado ditatorial. Logo a esquerda mundial, já dividida, colocou-se entre os que apoiavam as medidas de Stalin e os que se colocavam contra o caminho assumido pelo dirigente do partido da classe operária soviética. Os caminhos escolhidos pelo stalinismo expropriaram a burguesia - é verdade - mas colocaram no Poder, não os trabalhadores, mas uma burocracia que mais tarde viria a ser conhecida como a Nomenklatura, ou uma Nova Classe, segundo a expressão do dissidente iugoslavo Milovan Djilas. Todavia, a Revolução Bolchevique, apesar de tudo isso, não deixou de ser um ponto de referência para a esquerda de todo o mundo, um marco para as lutas políticas internacionais. Ao final da II Guerra Mundial foram definidas, pelo chamado Tratado de Yalta, as áreas de influência entre as duas maiores potências emergentes - a União Soviética e os EUA -, ficando a URSS com espaço livre para expandir sua influência ao Leste da Europa. Com isso, a Checoslováquia, Bulgária, Albânia, Polônia, Hungria, Iugoslávia, Alemanha Oriental e, mais tarde, a China, a Coréia do Norte e o Vietnã do Norte, se agregariam ao chamado campo socialista, constituindo regimes à imagem do modelo soviético: planejamento econômico centralizado, partido único, sistema político fechado, ausência de liberdade e forte presença da própria União Soviética dentro desses Estados. Na Ásia, a China, a Coréia do Norte e o Vietnã instalaram regimes à semelhança do soviético em países ainda mais atrasados do que a Rússia de 1917, contrariando, mais uma vez, as previsões de Marx. Tudo isso criou uma bipolaridade no mundo entre as áreas de influência dos EUA e da URSS, estreitando as alternativas para os demais países. Em Cuba, em 1959, com a vitória da guerrilha castrista, foi implantado no país um regime de partido único que impediu, e impede até hoje, a pluralidade política, a autonomia sindical e tolhe a liberdade. Um regime que hipotecou a liberdade das pessoas a um suposto bem-estar social. Esse regime, que também se intitula socialista, vige até hoje, embora já descaracterizado face à forçada opção pela economia de mercado, antagônica aos preceitos marxistas. Em 1968, no auge da revolução cubana, com a chamada Revolução Cultural chinesa, com a resistência vietnamita ao poderio norte-americano, com as lutas pacifistas e por igualdade racial nos EUA, com os distúrbios que ficaram conhecidos como o Maio de 1968, no Quartier Latin, em Paris, e com o surgimento de movimentos guerrilheiros em toda a América Latina, o mundo parecia à beira de uma virada à esquerda, embora essas ações não contassem com a anuência da maioria, senão da totalidade dos partidos comunistas de linha ortodoxa, que pregavam métodos legais e institucionais de luta, com receio que os acontecimentos fugissem do seu controle. A utopia de então baseava-se em lemas tais como "é proibido proibir", "seja realista, peça o impossível", e outros semelhantes. A morte de Che Guevara, em outubro de 1967, na Bolívia, a derrota dos trotskistas e anarquistas do "maio francês", a tomada do poder por regimes militares em diversos países da América Latina - Brasil, Uruguai, Argentina, Peru e Bolívia -, a derrota dos movimentos guerrilheiros em alguns países da região, a ruptura – ou pseudo-ruptura - entre a China e a União Soviética, prenunciaram o advento de tempos duros para a esquerda. Poucos anos depois, em setembro de 1973, era deposto no Chile o regime marxista de Salvador Allende, ficando Cuba e a Europa como única opção de refúgio aos grupos guerrilheiros latino-americanos e seus aliados. Finalmente, ao final de década de 80, o desmoronamento do socialismo real nos países subjugados do Leste-Europeu, e o desaparecimento da própria União Soviética em dezembro de 1991, iriam marcar o fim de uma época histórica iniciada em 1917 com a Revolução Bolchevique. Tudo isso, no entanto, deixou uma montanha de mortos e uma monumental fatura, ainda impossível de calcular por inteiro, como estamos assistindo, com as dores do parto de umaNova Ordem Mundial e o advento do terrorismo como forma de luta, o nacionalismo extremado, o fundamentalismo, a imigração, os conflitos tribais, o contrabando de material nuclear e o crime organizado. Segundo a análise do sociólogo e escritor marxista Emir Simão Sader, em seu livro "O Anjo Torto", o comunismo já produziu no Brasil três gerações diferentes de movimentos de esquerda: os comunistas, os anarquistas e os socialistas do início do século representaram a primeira geração; a segunda foi a das organizações guerrilheiras de luta armada, nos anos 60 e 70, que elevaram o seqüestro de pessoas e de aviões, os assaltos a bancos e a estabelecimentos comerciais, à condição de tática militar; e a terceira é aquela que a partir da Anistia de 1979 se consolidou e representa a atualidade, embora ainda não refeita do choque que representou o desmonte do socialismo real e hoje submersa num mar de lama, sob o olhar passivo das "autoridades", quase todas também submersas nesse mar de lama. A tática utilizada pelas organizações guerrilheiras dos anos 60 e início dos 70, exportada por Cuba para toda a América Latina e alguns países da África, consistia em utilizar um pequeno grupo de revolucionários dispostos ao sacrifício: obtêm armas, montam um bom sistema de abastecimento, propaganda, sabotagem e recrutamento nas cidades, e transforma-se em um foco militar e político que catalisaria todas as rebeldias e iria crescendo de forma inexorável até transformar-se em um exército, ganhando a população, derrotando o inimigo e apoderando-se do Poder. Essa tática revelou-se uma utopia, onde quer que tenha sido posta em prática. O esquema soviético de tomada do poder, por sua vez - que ainda persiste em algumas cabeças, apesar do fim do socialismo real -, sempre consistiu em ter um partido minoritário, porém seleto, ligado à classe operária e valendo-se de um jornal, greves, atividades parlamentares, declarações, comícios, manifestações, panfletagens, etc., ir ganhando, através de um paciente e tenaz trabalho de doutrinamento e infiltração, primeiro a classe operária e depois a maioria da população. Num dado momento, reunidas as chamadas condições objetivas e subjetivas, a direção do partido, através de manifestações e palavras-de-ordem, greve geral e atividades clandestinas de destacamentos armados, daria o golpe final no regime, que cairia facilmente porque, necessariamente, se encontraria em seu mais alto grau de decomposição. Segundo uma famosa definição de Lenin, "seria o mesmo que dar um soco num aleijado". Em nenhum lugar do mundo jamais essa tática obteve êxito. A tática chinesa, de cerco das cidades pelos campos, através da instalação de uma guerrilha rural, tentada no Brasil através da chamada guerrilha do Araguaia, também se revelou inócua. Mas, o que é a esquerda, hoje? Denominações de partidos comunistas foram abandonadas. Antigos ídolos e referências, como Lênin, Stalin, Mao-Tsetung, os símbolos da foice e martelo, e conceitos considerados imutáveis, como a "inevitabilidade do socialismo" - que passou a ser encarado como "uma possibilidade" -, a tomada revolucionária do Estado e seu posterior fortalecimento como via de transição ao socialismo, a ditadura do proletariado, o partido único, a economia centralmente planificada, etc., foram relegados às calendas, em todo o mundo, pela quase totalidade daesquerda. Tudo isso agravado pelo esgotamento histórico e a crescente divisão da classe operária, em nome da qual o Poder seria tomado. Apesar dos esforços daquela parte da esquerda onde há sinais de vida inteligente que busca uma nova utopia, uma "utopia viável" (expressão de Fernando Henrique Cardoso, no Estado de São Paulo de 27 de agosto de 1995), ainda não foram encontradas respostas para as questões deixadas pelo fim do socialismo. Alguns insistem na tese de que o que caiu não foi "o socialismo", mas sim "o socialismo real", uma deformação do "socialismo", e defendem um retorno a Marx, ou seja, um retorno ao século XIX. Aliás, não é a primeira vez que a esquerda se volta para Marx. Na década de 50, quando os crimes de Stalin e "as realidades inaceitáveis da União Soviética" foram expostos por Kruschev, a volta a Marx "representou um esforço de auto-retificação da esquerda, bem como de reinserção na linha de frente da aventura intelectual" (Roberto Schwarz, autor de "Um Seminário de Marx", Folha de São Paulo de 08 Out 95). Todavia, pelo que se conhece dos escritos de Marx, Engels, Lenin e seus epígonos, não pode haver uma esquerda que defenda o livre mercado ou, como escreveu o deputado Roberto Freire,"um livre mercado com elementos públicos e privados", sem deixar de ser esquerda. Ou pode? Restará à esquerda defender o fim das desigualdades sociais. Mas isso é pouco, pois não há quem seja contra o fim das desigualdades sociais. Nem mesmo Hitler, na década de 30, com seu nacional-socialismo, quando assumiu o Poder, deixou de prometer isso. A esse respeito, são muitas as semelhanças. O comunismo iria criar o homem-novo, e o nazismo, uma super-raça. Ambos com a pretensão de dominar o mundo. A Rússia transformou-se num grande soviete, uma República Socialista Soviética, enquanto o nacional-socialismo objetivava a criação de uma única, indivisível e total Volksgemeinschaft (Comunidade Popular). Ambos eram antiliberais e realizaram programas sociais para as massas. Todavia, é cedo ainda para analisar tudo o que realmente aconteceu no mundo do marxismo, desde quando, em 1848, foi publicado o Manifesto Comunista, e muito menos o que virá a acontecer agora após o seu desmoronamento. Em 1989, quando das festividades de comemoração dos 200 anos da Revolução Francesa, um filósofo chinês, em Paris, perguntado sobre como encarava aquela revolução, respondeu ser prematura qualquer análise, pois não havia ainda uma perspectiva histórica. Dados Bibliográficos: - "Direita e Esquerda; Razões e Significados de uma Distinção Política", Norberto Bobbio, EDUNESP, 1995; - "Política: Pra Que? Atuação Partidária no Brasil Contemporâneo", Marcelo Ridenti editora Atual, 1993; |
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