sábado, 31 de outubro de 2009

Moedas


A apresentação da política portuguesa de ajuda ao desenvolvimento estava a correr bastante bem, naquela reunião com homólogos, no final dos anos 80, numa capital europeia. O grupo técnico que eu integrava fazia, sector a sector, uma descrição, devidamente quantificada, da nossa política de cooperação. O "número" já tinha sido ensaiado em duas ocasiões, em língua inglesa, e estávamos agora a experimentá-lo, pela primeira vez, em francês.
Uma boa parte da reunião já tinha decorrido quando nos começamos a dar conta de alguma agitação do lado dos nossos interlocutores. Todos trocavam impressões entre si e, aparentemente, alguma coisa naquilo que estava a ser dito pelo nosso colega os impressionara. Mas, ouvindo-o, nada nos soava a estranho. Até um certo momento.
Com efeito, sou eu próprio que detecto que, num determinado ponto da sua apresentação, o meu colega se referia a um montante em "ecus" - na altura a moeda escritural que estava em voga na União Europeia e que equivalia, se bem me lembro, a cerca de 150 escudos portugueses, a nossa moeda da época. Confesso que estranhei: não era vulgar apresentar valores em "ecu", até porque a moeda quase "oficial" da ajuda ao desenvolvimento era o dólar americano.
Foi então que, num instante, realizei o que se estava a passar. O nosso colega estava a referir-se aos nossos escudos e, em lugar de referir o nome da nossa moeda em português, decidira "traduzi-la". Ora em francês, "escudo" é, de facto, "écu", mas apenas com o significado daquela arma de defesa antiga, redonda, para evitar golpes de espada.
A perturbação e a incredulidade da delegação interlocutora eram plenamente justificadas. Nas suas contas, a nossa ajuda pública ao desenvolvimento estava a ser multiplicada por ... 150 vezes! Somos um país generoso na nossa ajuda externa, mas há limites!
Saltei da cadeira e, com a delicadeza possível, interrompi a reunião e expliquei ao nosso colega o lapso que estava a cometer. Qual quê?! Desagradado, ficou furioso comigo e teimou que estava a traduzir bem o nome da nossa moeda. Só com a ajuda de um terceiro elemento da nossa delegação foi possível convencê-lo.
Hoje, as coisas seriam diferentes: as novas gerações de diplomatas raramente optam por falar francês e, com o euro, acaba por ser tudo muito mais fácil. Embora, talvez, com menos graça.

Sair & entrar


 

Há dias, num jantar aqui em Paris, veio à baila a origem da nossa expressão "sair à francesa", que também é usada noutros países europeus. Desde há muito que a liguei à ideia de alguém que, numa festa ou numa outra ocasião social, se escapule "sem dizer água-vai" (e aqui está outra expressão interessante, desta vez muito lisboeta) aos donos da casa. Por que razão isso aparece ligado aos franceses, sempre tidos por seguidores estritos de protocolo, não se sabe.
Isto leva alguns, mais simpáticos ou mais imaginativos, a irem para a justificação de que se trata de uma corruptela de "saída franca", isto é, saída livre de mercadorias, sem pagar impostos. A verdade é que a expressão é antiga entre nós. Nicolau Tolentino, o poeta satírico que morreu em 1811, escreveu: "Sairemos de improviso/despedidos à francesa". O que inviabiliza as versões que a ligam ao tempo das invasões napoleónicas.
Pelo sim pelo não, os franceses "passaram a bola" através da Mancha e criaram a expressão "sortir à l'anglaise", fórmula que já tenho visto utilizada num sentido não físico, por exemplo, designando uma escapatória numa conversa que se torna menos conveniente. Quem souber mais sobre isto que se levante por escrito.
Para que este post não pareça agressivo para o país que tão generosamente me acolhe no seu seio, para utilizar a fórmula do saudoso A.B. Kotter, aqui fica uma diplomática nota de tom auto-flagelatório: em Itália, "entrare alla portoghese" significa ter acesso a algo sem ser convidado ou sem pagar.
Só que, neste caso, e repercutindo outro clássico, parece que a História nos absolverá. Com efeito, a ideia terá ficado na memória italiana pelo facto de, aquando da famosa embaixada do rei dom Manuel I ao papa Leão X, os cidadãos portugueses que a integravam terem sido, por um gesto de hospitalidade local, isentos de pagamento para a frequência de locais públicos. Daí decorre, talvez, a generalização que passou a fazer-se. Mas, porque não tenho vocação para ser um "historiador à Saraiva", também não garanto, em absoluto, a consistência desta versão. A qual, como por lá também se diz, "se no e vera e bene trovata".

O pequeno jardim sob ameaça

bifemalpassado

 

Futurismo

 

Há semanas, passei pela casa onde Mário de Sá Carneiro se suicidou, em 1916, no nº 29 de rue Victor-Massé, aqui em Paris. O poeta de "A confissão de Lúcio" foi, porventura, um dos escritores portugueses que deixou mais referências sobre a sua estada em Paris, como recordaremos em breve neste blogue.
Hoje de manhã, na Sorbonne, na abertura do colóquio internacional "Le Futurisme et les Avant-Gardes au Portugal et au Brésil", Fernando Cabral Martins destacou a figura de Mário de Sá-Carneiro que, com Fernando Pessoa, criou, em 1915, a revista cultural "Orfeu".
É muito interessante esta iniciativa coordenada por Maria Graciete Besse, agregando diversas entidades dedicadas aos estudos portugueses e brasileiros que operam no ensino universitário parisiense. Ela "responde", de forma muito digna, ao esquecimento a que Portugal e o Brasil foram votados nas referências internacionais assinaladas na exposição internacional que foi organizada no ano passado pelo Centre Pompidou, ligada ao centenário do "manifesto" futurista de Marinetti, de 1909.
Saiba mais sobre este colóquio aqui.

Negociação


 
Foi numa sala do Altis, em Março de 1976. Frente-a-frente, delegações de Portugal e de S. Tomé e Príncipe, país recém-independente. O tema era o chamado "contencioso financeiro" e, no caso específico, os arranjos necessários para garantir a transferência dos descontos para a segurança social feitos pelos funcionários públicos portugueses, durante os últimos meses do regime colonial, que se encontravam depositados no Banco central de S. Tomé.
As conversas estavam a decorrer bem, até que um zeloso membro da nossa delegação, que estava no uso da palavra, decide suscitar, sem conhecimento do secretário de Estado que a chefiava, o seguinte tema: haveria cerca de 800 contos de descontos feitos pelos agentes da Direcção Geral de Segurança (novo nome dado à PIDE), a polícia política do regime derrubado no 25 de Abril. Portugal pretendia que o Governo santomense entregasse esse dinheiro.
No cômputo geral do que estava em jogo, o montante era perfeitamente irrelevante e só um espírito "pucuínhas" e burocrático, sem o menor sentido diplomático, teria tido a peregrina ideia de solicitar a respectiva restituição. Tecnicamente, o problema poderia ter algum sentido, mas, politicamente, era uma atitude completamente desastrada. E aquela era uma discussão política.
Antes que o chefe da delegação portuguesa pudesse aperceber-se da dimensão da patetice que acabara de ser dita pelo burocrata, o seu homólogo santomense levanta-se e afirma que, perante uma atitude deste teor, que considerava como ofensiva, o seu país abandona as conversações.
Ficámos todos em sobressalto. As relações com o novo governo santomense eram excelentes e um incidente destes era mais que escusado. A delegação de S. Tomé e Príncipe seguiu, naturalmente, o seu chefe, e levantou-se da mesa. Do lado português, ainda um pouco aturdidos, fizémos o mesmo.
Todos? Não! O governante português que dirigia a nossa delegação não só não se levantou como, para grande surpresa de quem o olhava como o salvador da situação, esperando que ele alcançasse rapidamente o seu homólogo santomense, que já abandonava a sala, e o convencesse a retomar o diálogo, foi-se "enterrando" na respectiva cadeira, com metade do corpo a deslizar mesmo sob a mesa das negociações.
O espectáculo era surreal e ninguém percebia o comportamento do nosso político - um homem de bem, que mais tarde iria ter uma carreira destacada no Portugal democrático. A sua cara denotava embaraço e, pouco a pouco, fomo-nos dando conta de que, afinal, procurava algo debaixo da mesa.
A explicação foi dada em segundos: o nosso governante havia tirado os sapatos durante a reunião de trabalho. Com os momentos precipitados que tinham acabado de suceder, e ao procurar calçá-los, terá acabado por lhes dar um pontapé e enviado ainda para mais longe, pelo que toda a sua estranha coreografia não representava senão o seu denodado esforço para se calçar, antes de ir tentar uma "démarche" diplomática. De facto, em peúgas, seria um pouco estranho estar a promover um diálogo político...
Tudo acabou em bem, os sapatos apareceram, os santomenses regressaram à mesa negocial e lá descalçámos mais essa bota...

sexta-feira, 30 de outubro de 2009

YikeBike - Urban Freedom

Excelente forma de locomoção. amiga do ambiente.

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Ministério da Economia Inovação e Desenvolvimento É o cartoon de António Martins!!!


Para conhecimento de todos: 

Ministro da Economia, da Inovação e do Desenvolvimento: José António Fonseca Vieira da Silva

- Secretário de Estado Adjunto, da Indústria e do Desenvolvimento: Fernando Medina

- Secretário de Estado do Comércio, Serviços e Defesa do Consumidor: Fernando Serrasqueiro

- Secretário de Estado do Turismo: Bernardo Trindade

- Secretário de Estado da Energia e da Inovação: Carlos Zorrinho

ECONOMIA

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OS  TRÊS  PILARES  DA  ECONOMIA

 

quinta-feira, 29 de outubro de 2009

compensação

1º Mate umas moscas, mas com cuidado.
2º Deixe ao sol por 1 hora até secar.
3º Recolha as moscas, pegue lápis e papel... e deixe a imaginação fluir.
 
 

 Alguns exemplos ... 
 
 


Fw: Estudantes


 
A foto tem a qualidade própria de um telemóvel, mas achei que, apesar de tudo, valia a pena inseri-la como demonstrativa da "subversão" por que passou ontem a Embaixada de Portugal em Paris, com a invasão pacífica de dezenas de jovens portugueses e luso-descendentes - do ensino primário ao superior.
Mais de duzentas pessoas, que incluíram familiares e professores, estiveram presentes numa sessão de distribuição de bolsas a estudantes com dificuldades económicas e de prémios de estímulo à aprendizagem do português. Esta é uma iniciativa da Embaixada, com a preciosa ajuda de empresas nacionais que operam em França - Banco BCP, Banco Espírito Santo et de la Venétie, Caixa Geral de Depósitos, Fidelidade e Inapa.
Esta foi uma excelente demonstração do sentido de responsabilidade social de empresas que sabem interpretar a palavra solidariedade.

quarta-feira, 28 de outubro de 2009

Asterix e Obélix, o desalento de uns aniversários.

Comprei a semana passada, o ultimo livro da colecção. Os aniversários de Asterix e Obélix.
Como fiel seguidor que sou, destes aventureiros irredutíveis, fiquei mais uma vez decepcionado, com a escrita. Desde a morte de um dos fundadores, exactamente o homem que fazia a prosa - René Gosciny - que a qualidade vem decaindo. O que é certo é que já saíram uns dez livros após esse nefasto acontecimento!
Mas o que mais me escandalizou nesta aventura, e calculo que seja uma cedência lusófona, é a alteração dos nomes das personagens. Deve ser de acordo com a nova ortografia brasileria...
Tirando Astérix e Obélix, o chefe, o bardo, o ferreiro, o peixeiro, o ancião, a mulher do chefe, etc todos mudaram de nome!
Não fora eu ser um grande apreciador e ter todos os livros, este eu deitaria fora, ou devolveria ao "ilustre" que fez esta "gracinha" de mau-gosto.
Personagens
Asterix, o herói gaulês e o melhor amigo de Obelix. O seu nome provém da palavra francesa asterisque (asterisco).
Obelix, o distribuidor de menires e o melhor amigo de Asterix. Adquiriu força sobre-humana permanente ao cair dentro de um caldeirão cheio de poção quando era um bebê. Adora o cachorrinho Idéiafix, o qual o acompanha em suas aventuras com Asterix. Só pensa em duas coisas: comer javalis e bater nos romanos. Seu nome provém do francês obelisque (obelisco), relativo ao seu trabalho com menires.
Panoramix, o velho druida que aconselha Asterix, Obelix e o chefe Abracourcix – é o único a saber preparar a poção mágica. O seu nome provém do francês panoramique (panorâmico).
Matasetix ou Abracurcix (no original, Abraracurcix), é o chefe da aldeia. O seu nome provém do original francês à bras raccourcis (braço partido), em português evoca "abra um curso".
Cacofonix ou Chatotorix, (no original, Assurancetourix), o bardo. Um péssimo cantor, mas um bom companheiro. O seu nome provém do francês assurance tous risques (seguro contra todos os riscos).
Idéiafix (no original, Idéfix), o cão–mascote da aldeia. O seu nome provém do francês ideé fixe (idéia fixa).
Prolix, o profeta charlatão. O seu nome provém de prolixo.
Decanonix ou Veteranix (no original, Agecanonix), o habitante mais idoso da aldeia (conta 93 anos), também conhecido como Geriatrix em algumas versões. O seu nome provém do francês age canonique (idade canônica).
Éautomatix ou Automatix (no original, Cétautomatix), ferreiro que sempre critica a qualidade dos peixes vendidos por Ordenalfabetix. O seu nome provém do francês c'est automatique (é automático).
Ordemalfabetix ou Ordenalfabetix (no original, Ordralfabetix), o peixeiro que sempre está brigando com Automatix por causa de suas críticas. O seu nome provém do francês ordre alfabetix (ordem alfabética).
Júlio César, o majestoso e inteligente imperador romano, inimigo dos gauleses.
Boapinta ou Naftalina (no original, Bonemine), ), é a mulher de Abracurcix, sempre arrependida de ter casado com este. Seu nome, no original (Bonemine), vem do francês bonne mine, significando "estar em forma", "estar bem", "disposta".

Saramago

Mário Crespo

O debate tinha chegado ao fim. Dois sábios tinham arguido os seus pontos de vista tão opostos como o fogo e a água. "a Pilar como se dissesse água". Tinham brandido naipes de conceitos que buscam há décadas em abismos de milénios profundos. E jogaram-nos em palavras de infinita precisão. Mais de 70 anos de um lado. Mais de 80 do outro: - Não tenho 87. Tenho 86. Diz um grito de rispidez de quem sabe que doze meses de vida são 365 milhões de eternidades. Ou 366. "a Pilar, que não deixou que eu morresse". "Também eu estive muito doente, de resto só esta semana é que voltei a dar aulas" disse o outro. Falaram de Deus e de deus com a eloquência dos conhecedores que já tinham pressentido os fins de tudo e tinham regressado mais um bocadinho. " a Pilar, os dias todos". Falaram da Palavra que ficou repetida em mil livros e mil línguas. "a Pilar, que ainda não havia nascido, e tanto tardou a chegar". Falaram da palavra que ficou e da que foi perdida. Da palavra do senhor que não se ouviu e da do Senhor que foi inventada. Falaram do princípio dos tempos que os dois procuram como nómadas por desertos ouvindo os murmúrios divinos que ambos julgam escutar. Um, os silêncios. O outro, os cânticos. Discutiram tudo isto com um reluzente brilhantismo apaixonado. Falaram sempre com uma afagante cordialidade que contagiou. Que enterneceu. Que foi solene. Que foi importante. Um apelo no fim. "Que a Declaração Universal dos Direitos do Homem inclua o direito à dissidência. E o direito à Heresia. "Oh homem, você não pode ser herege, não precisa disso se não acredita. Eu sim. Se escrevesse isso seria herege". Disse, defendendo as imagens e interpretações que vão adaptando o bem e o mal divino à vontade humana. "Mas quem é que vos deu o direito para alterar…para interpretar a Bíblia". E acabou. Infelizmente. Carreira das Neves o Catedrático franciscano foi o primeiro a levantar-se e a chegar-se a Saramago (ainda sentado) e num longo afago mascarado de aperto de mão prometeu uma ida a Lanzerote. "Qualquer dia". "Isso enchia-me de felicidade" Disse Saramago abrindo mais um sorriso delimitando infinitos pactos de entendimento numa arca de alianças eternas dos homens de boa vontade. Eu fiquei aos 62 anos subitamente cheio de vontade de chorar e de gratidão. Porque vivo no país de Saramago que tem como pátria a minha língua. Porque viajo com ele em jangadas de pedra que cruzam atlânticos e em passarolas que passam por cima da profunda maldade dos banais. Porque saltito pelas cortes de reis passados e impérios futuros montado no elefante mágico que ele nos deu para impressionarmos o universo. Porque sou também da pátria dele e sei que ele há-de viver por muitos anos nas ruas da minha cidade e ocasionalmente eu posso cruzar-me com ele, como a Joana Latino, minha colega, disse que gostava de fazer quando o entrevistou em Lanzerote. Porque ele vai continuar a ajudar-me a entender mais mundos que ainda não foram descobertos e que ele já conhece, porque viveu sempre na terra de amanhã onde eu nunca entrei. E que mos vai dando um a um. E eu fico mais rico. Porque ele vai continuar a começar os seus livros com dedicatórias encantadas com os hinos à vida de infinita beleza que só ele sabe compor. "a Pilar, a minha casa". Porque "sábio é o que se contenta com o espectáculo do mundo" como disse Ricardo Reis no ano da sua morte. Porque só há um país no mundo inteiro que tem um José Saramago e é o meu país. E o dele. Graças a Deus. JN.

Frases

"A Europa do euro entrou num caminho que, a longo prazo, não permitirá sustentar de forma equilibrada o rápido envelhecimento da população."
 João Ferreira do Amaral, professor de Economia, "Diário Económico", 28-10-2009
 

Trinta quadros de grandes empresas sob suspeita de corrupção

Desde quando alguém é julgado e/ou punido, por esse acto em Portugal. O ultimo julgado e condenado, que me recorde, foi o Vale e Azevedo, mas esse tinha pisado, segundo se consta, demasiados calos... Também esteve preso Oliveira e Costa, mas já não está, e o julgamento ainda não foi feito. Caso BPN, que ainda hoje suga os dinheiros publicos em favor de alguns, que não sei quem são, mas com os milhões já lá colocados fazia-se uma ponte nova no Tejo e mais uns aumentos de ordenado para a população toda, e nãoo era tão pouco quanto isso. Mas o dinheiro vai continuando a entrar, sem ninguém dar satisfações.
 
A Polícia Judiciária desencadeou hoje a operação "Face Oculta" que teve como alvos os domicílios e os locais de trabalho de cerca de três dezenas de quadros médios e superiores de grandes empresas.
Publico

A CE e os retardatários aoAcordo de Lisboa.

A europa deve criar mecanismos de defesa, para que, países como a Republica Checa, Eslováquia (que até já tinha assinado), Polonia (também assinou depois de varias exigências), que afinal nem sabem bem o que querem, possam ser descriminados, relativamente aos que acordam e respeitam os acordos, assinando-os em tempo util.
O futuro da Europa amarrado ao passado
O Tribunal Constitucional checo decide hoje sobre um recurso que poderá vencer a resistência ao tratado do Presidente, Vaclav Klaus, baseada num episódio de 1945.

Desvios dos taxistas fazem com que sejam grupo de alto risco ao H1N1

Associação Nacional de Transportes Automóveis Ligeiros (ANTRAL) defende hoje que os taxistas também deveriam ser considerados um grupo de risco e, portanto, vacinados contra a gripe A.
Num comunicado da ANTRAL, publicado hoje, lê-se que “em virtude dos desvios que os taxistas fazem para chegar da Portela ao Marquês do Pombal, passando por Espanha, Inglaterra e por vezes pelo México, países onde a incidência de gripe A é enorme, todos deviam ser vacinados”, lembrando ainda que “a esmagadora maioria dos taxistas passa os dias de descanso em locais com grandes aglomerações de pessoas, como o Estádio da Luz, em Lisboa, e o Centro de Estágios do Benfica, no Seixal”, pelo que incorrem em maiores riscos, concluindo que “no dia de hoje, os profissionais do sector apenas são protegidos da gripe A pela medalhinha de São Eusébio, padroeiro dos taxistas”.
Inimigo Publico

Para entender a crise financeira - The Last Laugh - Subprime

Para não esquecer.

terça-feira, 27 de outubro de 2009

Iraque.


Mais de 155 mortos e largas centenas de feridos, na sequência de atentados em Bagdad, no Iraque, no domingo, dão bem a medida da tragédia que continua a marcar o quotidiano deste país.
Desde a invasão, em 2003, o número de mortos por causas violentas é muito discutido, mas em nenhuma das estimativas é inferior a 100 mil mortos. Vários estudos chegam a multiplicar este número por quatro ou mais.
Estas são as verdadeiras "armas de destruição maciça". Afinal, encontraram-nas.

Música na Embaixada.


Chama-se Quarteto Sofia Ribeiro & Gui Divignau. Sofia canta e compõe, Gui toca contrabaixo, compõe e dirige musicalmente o grupo, de que também fazem parte Leonardo Montana, ao piano, e Mathieu Gramoli, na bateria. O português é uma língua que lhes é comum, porque se cruzaram por terras e músicas por onde passa a sonoridade bem diversa que elegeram como sua forma de expressão.

Mais de uma centena de pessoas esteve a ouvi-los, com manifesto agrado, na noite de ontem, na Embaixada. Do jazz ao fado, da bossa nova a Zeca Afonso, eles deram vida a mais um programa "Entre-pautas/Entre-partitions", organizado pela delegação do Instituto Camões em Paris.

Uma nota: se quiser ouvir Sofia Ribeiro, procure os seus discos "Dança da Solidão" (2006) e "Orik" (2008). É o que eu vou fazer.

Nova América


"Só no dia 28 de Junho deste ano é que tomei bem consciência de como as coisas haviam mudado nas relações entre os Estados Unidos e a América Latina: liguei a televisão e vi que os Estados Unidos estavam a vencer o Brasil em futebol. Nesse mesmo dia, nas Honduras, tinha havido um golpe de Estado e o meu país não tinha nada a ver com isso!".

Este é um comentário, irónico e verídico, feito por um responsável político da administração Obama.

Desenrascanço... vale a pena ver

Um site norte-americano fez uma lista das 10 palavras estrangeiras que mais falta fazem à língua inglesa. A palavra portuguesa "desenrascanço" é a que lidera.
"Bakku-shan" é a palavra usada pelos japoneses quando se querem referir a uma rapariga bonita, vista de costas.
"Nunchi" é outra das palavras escolhidas. É coreana e é usada para falar de alguém que fala sempre do assunto errado, um género de desbocado ou inconveniente.
"Tingo" é uma expressão usada na Ilha da Páscoa, Chile, e significa pedir emprestado a um amigo até o deixar sem nada. A lista das "10 palavras estrangeiras mais fixes que a língua inglesa devia ter" é liderada pela palavra portuguesa "desenrascanço". Esta é a expressão que, segundo os autores do site norte-americano, mais falta faz ao vocabulário inglês.
O "desenrascanco", segundo os norte-americanos
Depois de percorrer duas páginas com explicações das nove palavras estrangeiras mais fixes, chega-se ao número 1. A falta da cedilha não importa para se perceber que estamos a falar do "desenrascanço", tão típico da nossa cultura.
"Desenrascanco: a arte de encontrar a solução para um problema no último minuto, sem planeamento e sem meios", explica o site dando como exemplo a célebre personagem de uma série de televisão MacGyver.
"O que é interessante sobre o desenrascanco - a palavra portuguesa para estas soluções de último minuto - é o que ela revela sobre essa cultura". "Enquanto a maioria de nós [norte-americanos] crescemos sob o lema dos escuteiros 'sempre preparados', os portugueses fazem exactamente o contrário", prosseguem os autores.
"Conseguir uma improvisação de última hora que, não se sabe bem como, mas funciona, é o que eles [portugueses] consideram como uma das aptidões mais valiosas: até a ensinam na universidade e nas forças armadas. Eles acreditam que esta capacidade tem sido a chave da sua sobrevivência durante séculos".
"E não se ria: a uma dada altura eles conseguiram construir um império que se estendeu do Brasil às Filipinas" à custa do desenrascanço, sublinham os autores, terminando o texto:
"Que se lixe a preparação. Eles têm desenrascanco", termina o artigo. 

O Fundo da Linha.

clique no titulo. ou aqui

Frases

"Nos últimos anos, a PT foi sugada pelos accionistas em seis mil milhões de euros de dividendos, como recompensa por chumbar a OPA. Talvez essa sangria tenha criado o equívoco de que a empresa serve para se servirem dela. Estará o equívoco desfeito?"

 Pedro Santos Guerreiro, "Jornal de negócios", 27-10-2009

A melhor história de sempre... de génio

A isto pode chamar-se, saber fazer render o território.......fintando a EMEL de lá (Londres )

 «Transcrito do The London Times»


[]

 

No exterior do England 's Bristol Zoo existe um parque de estacionamento para 150 carros e 8 autocarros. Durante 25 anos, a cobrança do estacionamento foi efectuada por um muito simpático cobrador.

As taxas eram o correspondente a 1.40 € para carros e 7.00 € para os autocarros.
Um dia, após 25 sólidos anos de nenhuma falta ao trabalho, o cobrador simplesmente não apareceu.

A administração do Zoo, então, ligou para a Câmara Municipal e solicitou que enviassem um outro cobrador. A Câmara fez uma pequena pesquisa e respondeu que o estacionamento do Zoo era da responsabilidade do próprio Zoo, não dela. A administração do Zoo respondeu que o cobrador era um empregado da Câmara. A Câmara, por sua vez, respondeu que o cobrador do estacionamento jamais fizera parte dos seus quadros e que nunca lhe tinha pago ordenado.

Enquanto isso, descansando na sua bela residência nalgum lugar da costa da Espanha (ou algo parecido), existe um homem que, aparentemente, instalou a máquina de cobrança por sua conta e então, simplesmente começou a aparecer, todos os dias, cobrando e guardando as taxas de estacionamento, estimadas em   560 € por dia... durante 25 anos!!! Assumindo que ele trabalhava os 7 dias da semana, arrecadou algo em torno de 7 milhões de Euros.
E ninguém sabe, nem sequer, seu nome ...!!
!

 

 

 

 

 




segunda-feira, 26 de outubro de 2009

Pedras ainda virtuais


 

"Vidago e Pedras Salgadas abrem em 2010", titulou na passada semana o "Expresso", com base em declarações da direcção da UNICER. O calendário é "definitivo".

O caso de Vidago não é para aqui chamado, embora só nos possamos felicitar pelo êxito daquela bela estância termal. Mas, por razões que já deixei explicadas, o que nos interessa é o caso da Pedras Salgadas (e os leitores deste blogue atentos a esta "novela" podem visitar os anteriores posts - aqui, aqui, aqui e aqui), uma vila em progressiva decadência, muito em especial devido ao fecho do respectivo parque termal, numa decisão unilateral da UNICER, em aberto incumprimento com o calendário a que se tinha comprometido.

Note-se então no que se diz no artigo do "Expresso", pela pena da jornalista Conceição Antunes, sobre as Pedras Salgadas:

- "Em Pedras Salgadas abriu este mês o Spa termal já renovado, mas só por um período experimental. A abertura oficial está agendada para Maio de 2010, altura em que será anunciado o projecto definitivo para o hotel de Pedras Salgadas, cujas obras irão arrancar em 2011".

- "Há muito que se anunciava a reabertura dos parques de Vidago e das Pedras Salgadas, cujos atrasos têm dado origem a protestos das populações".

- Presidente da UNICER em discurso directo: "Houve atrasos, porque o calendário inicial era impossível de cumprir. Obrigava a fazer a reconstrução dos parques em ano e meio" (Confesso que estranho, mas registo, esta confissão de irresponsabilidade por parte da empresa. Se era impossível de cumprir, por que razão a empresa assinou o contrato?).

- Presidente da UNICER: "Esta administração da UNICER teve de refazer não só o calendário mas toda a orçamentação, e para um investimento muitíssimo superior" (Trata-se de uma acusação pública de incompetência à anterior administração, presidida pelo Engº Ferreira de Oliveira. Teria talvez sido interessante o jornal ouvi-lo a este propósito).

- Presidente da UNICER: "Compreendo a impaciência da população, sobretudo de Pedras Salgadas, que há três anos não pode utilizar o parque termal. E posso garantir que o hotel vai ser uma realidade".

Basta cotejar a primeira nota e estas últimas palavras do presidente da empresa com o que ficou registado em anteriores declarações da UNICER para ter bem claro que muita coisa mudou, no prazo de pouco mais de um mês, no discurso da empresa. Terá isso alguma coisa a ver com a movimentação entretanto feita pela população das Pedras Salgadas? Cada um que tire as conclusões que bem entender.

Já agora, uma nota de apoio cultural ao presidente da UNICER: Vidago é, de facto, um parque romântico, mas não é "ligado ao surrealismo"! Surrealista é a situação que as populações das Pedras Salgadas têm vivido nos últimos anos, graças ao inacreditável comportamento da UNICER. Será talvez esse embaraço a razão do artístico lapso...

Ponderado tudo isto, pode-se concluir que a população das Pedras Salgadas continua a ter no horizonte, por ora, apenas um "hotel virtual", cujas obras a UNICER promete que irão arrancar em 2011 (para terminarem quando?) e cujo projecto definitivo será anunciado em Maio de 2010.

Atento o cadastro de promessas não cumpridas por parte da UNICER, todas as dúvidas sobre o seu comportamento futuro são, no mínimo, legítimas. Mas cá estaremos para ver se "esta administração" da UNICER cumpre, com rigor, o calendário que anunciou e a que agora se comprometeu publicamente.

Até lá, porém, urge saber se todo este imenso atraso é, ou não, compatível com os anteriores compromissos assumidos e se a AICEP considera que este flagrante incumprimento não obriga à assunção de compensações financeiras. É o que vai ser perguntado formalmente à AICEP, esperando poder contar com uma atenção do "Expresso" para as cenas dos próximos capítulos. É que estamos certos que o facto de não sermos fortes anunciantes nas páginas do jornal, como é o caso da UNICER, não limitará o seu interesse na auscultação de quem se contrapõe à posição da empresa incumpridora.

Estou também certo que estas questões serão acompanhadas com a maior atenção, agora sem dimensões de luta interpartidária a poluir a sua indiscutível dimensão cívica, pelos responsáveis eleitos, a nível local e distrital. E também pelos sectores relevantes do novo Governo, em cujo âmbito de competências o dossiê evoluirá.

Este é um tempo novo nesta questão, que agora vai começar. A seu tempo, haverá novidades...

Termino este post com uma saudação muito sincera de admiração pelo empenhamento do "movimento cívico" que, nas Pedras Salgadas, tem cuidado em manter esta questão viva, para evitar que a vila morra.

José Saramago O que me vale, caro Tolentino, é que já não há fogueiras em São Domingos!

Bom artigo.

Rio Grande

Tomando carona com Saramago, informo que o primeiro bispo do Brasil, foi D. Pero Fernandes Sardinha, morto e devorado pelos Caeté, na Paraíba. Acusado de corrupção, vendia indulgências (penas eclesiásticas convertidas em pecuniárias, de acordo com denúncia de Duarte da Costa). Mas os valores ficavam por debaixo da bata, não para o Vaticano ou a Coroa Portuguesa... E, Fernão Pires, era um padre degredado para o Brasil, assassino confesso e um dos principais aliados de Sardinha. Era também corrupto. Gomes Ribeiro, Deão de Salvador e "visitador" da costa do Brasil em nome do bispo Sardinha, do qual se tornou inimigo, não menos corrupto, também. Este, no começo, nos primeiros trinta anos de Pindorma, foi o Clero de Salvador. Homens de Deus, que empunhavam o Livro Sagrado, em nome de Jesus, os primeiros malfeitores desta nossa terra, Por isso, acredito que Saramago não esteja tão errado assim... - Expresso.pt

O Presidente Russo depois do almoço dos G-8.

O Presidente Russo depois do almoço dos G-8.
Parece bem "tocado" (como um cacho). Acho que fazia anos.

Poema aos homens constipados - Lobo Antunes

Poema aos Homens Conrtipados
(Sátira aos HOMENS quando estão com gripe)
António Lobo Antunes

Pachos na testa, terço na mão,
Uma botija, chá de limão,
Zaragatoas, vinho com mel,
Três aspirinas, creme na pele
Grito de medo, chamo a mulher.
Ai Lurdes que vou morrer.
Mede-me a febre, olha-me a goela,
Cala os miúdos, fecha a janela,
Não quero canja, nem a salada,
Ai Lurdes, Lurdes, não vales nada.
Se tu sonhasses como me sinto,
Já vejo a morte nunca te minto,
Já vejo o inferno, chamas, diabos,
Anjos estranhos, cornos e rabos,
Vejo demónios nas suas danças
Tigres sem listras, bodes sem tranças
Choros de coruja, risos de grilo
Ai Lurdes, Lurdes fica comigo
Não é o pingo de uma torneira,
Põe-me a Santinha à cabeceira,
Compõe-me a colcha,
Fala ao prior,
Pousa o Jesus no cobertor.
Chama o Doutor, passa a chamada,
Ai Lurdes, Lurdes nem dás por nada.
Faz-me tisana e pão de ló,
Não te levantes que fico só,
Aqui sózinho a apodrecer,
Ai Lurdes, Lurdes que vou morrer.

domingo, 25 de outubro de 2009

Vídeo chocante contra uso do telemóvel ao volante.

Uma campanha contra a escrita de SMS ao volante usa imagens chocantes como ferramenta educacional. O vídeo mostra um acidente de viação e está a ser exibido em escolas britânicas.
A polícia da região de Gwent, no País de Gales, recorreu a uma medida extrema para impressionar os jovens condutores, informa a BBC News.
As autoridades estão a usar um vídeo, que mostra três amigas que durante uma viagem provocam um violento acidente. A causa do acidente é uma distracção da motorista quando esta está a escrever um SMS, provocando assim a morte das suas amigas. O vídeo mostra também as operações de socorro.
Devido ao seu forte impacto, as autoridades decidiram usar o vídeo como uma ferramenta educacional e estão a exibi-lo nas escolas. O
objectivo é reduzir os acidentes rodoviários entre os jovens britânicos.
Um estudo recente da RAC Foundation revela que 50 por cento dos jovens escrevem mensagens de telemóvel enquanto conduzem. Só que, escrever um
SMS é mais perigoso do que falar ao telemóvel, porque os olhos se desviam da estrada em média seis segundos. Dados da Fundação RAC
revelam que escrever um SMS reduz os reflexos do condutor em 35 por cento.

Veja aqui o vídeo:

http://diario.iol.pt/noticia.html?id=1083286&div_id=4562

DIVULGUE

Canal luso de TV, na Internet.

O canal de TV, na internet para todos aquelas que estão ausentes da Pátria!.
 

Agradecimento

 

A Nossa Candeia concedeu a este blogue uma distinção - "Your Blog is just perfect to learn something every day"- que muito agradecemos.

Solana

 

Javier Solana define-se a si próprio como um "optimista profissional". Só pode, como se diz no Brasil! Com uma Europa que, entre si, se divide sobre as relações com a Rússia, sobre o (eufemisticamente chamado) "processo de paz" no Médio Oriente, sobre a reforma do Conselho de Segurança, sobre a representação europeia no G20 e nas instituições de Bretton Woods, sobre a adesão da Turquia, sobre a amplitude de revisão do Tratado de Não-Proliferação Nuclear - para apenas mencionar alguns dos muitos pontos de divergência intra-europeia - o chefe da diplomacia da UE faz um esforço notável para mostrar uma cara alegre.

Hoje de manhã, aqui em Paris, Solana respondeu, durante quase duas horas, a questões colocados por um auditório reunido em torno do Institute for Security Studies, dirigido por Álvaro de Vasconcelos. Com transparência e frontalidade, embora sempre com o tal oficioso "optimismo", o chefe da diplomacia europeia abordou os múltiplos desafios externos com que a União está confrontada.

De todas as intervenções, transpareceu a ideia de que a entrada em vigor do Tratado de Lisboa é um passo muito positivo no sentido do reforço da coerência da acção externa da União Europeia. Mas igualmente ficou claro que permanecem muitas interrogações sobre o modo como será possível compatibilizar o papel futuro do conjunto de "figuras" que o novo Tratado colocará no terreno, nomeadamente no tocante à respectiva visibilidade em nome da União. E que é na sábia escolha de algumas dessas personalidades que reside a chave do sucesso para uma futura representação externa - unificada e eficaz.

quinta-feira, 22 de outubro de 2009

OS POLÍTICOS E A NOVA REDE FERROVIÁRIA


A discussão da nova rede nunca foi abordada correctamente, pois só foi considerado o transporte de passageiros, tendo sido ignorado o tema mais crucial para Portugal que é o transporte ferroviário das mercadorias para a União Europeia.Nestas eleições legislativas, a nova rede ferroviária de bitola (distância entre carris) europeia voltou a ser um dos principais temas de discussão: o TGV. No ano

Pare, Escute, Olhe


de Jorge Pelicanohttp://www.pareescuteolhe.com

Afeganistão - Segunda volta

bifemalpassado

Malas


Há dias, ao transportar uma mala através de uma praça da província francesa, do hotel fronteiro para a estação do caminho de ferro, dei comigo a reflectir numa sábia recomendação que recebi de um antigo embaixador, já há umas dezenas de anos.

Falávamos precisamente da França, das suas belas estações ferroviárias e do prazer de viajar de comboio, que nos era comum. Foi então que o embaixador me comentou: "Você reparará que há quase sempre uns hotéis situados em frente às estações, algumas vezes colados a elas, em França com o nome frequente de "Hotel de la Gare". Siga o meu conselho: nunca se instale num desses hotéis!".

Intrigado, perguntei: "Porquê? Por causa do ruído dos comboios? Têm fraca qualidade?".

"Não, nada disso, homem!", responde-me o embaixador. "O problema é outro: são sempre demasiado longe para se carregar as malas e demasiado perto para se poder alugar um taxi!".

Os hotéis "de la Gare" já passaram um pouco de moda, as malas agora já têm rodas, o que infirma um pouco o raciocínio da época, mas, mesmo assim, com o tempo a pesar-me, cada vez tendo a dar mais razão ao meu velho embaixador.

Estrasburgo (1) - Elsau


Elsau é uma zona periférica de Estrasburgo, com sérios problemas sociais, enfrentados com coragem e capacidade de liderança por Eric Elkouby, um responsável político da "Mairie" da cidade. Questões étnicas, forte desemprego e outras tensões marcam o quotidiano complexo desse sector da cidade, que foi, curiosamente, o primeiro ponto de fixação dos portugueses, nos anos 70.

Hoje, os portugueses representam aí um importante factor de promoção da estabilidade, como me sublinhou, com entusiasmo, o deputado Armand Jung, uma das figuras mais activas do grupo parlamentar de amizade França-Portugal, na Assembleia Nacional francesa. Com efeito, a "Association Sportive de Strasbourg Elsau Portugais", dirigida por Alfredo da Fonseca, está hoje no centro de um magnífico projecto de integração, louvado por todas as comunidades, e que se constituiu um aliado essencial dos modelos de integração que procuram recuperar o tecido social daquela área da cidade.

É muito agradável para um responsável diplomático português ouvir, das autoridades francesas, rasgados elogios à contribuição dos nossos compatriotas para as soluções de integração de outras comunidades. Melhor prova não pode haver de que os portugueses são, já hoje, parte da solução para as questões inter-étnicas com que a França se debate. Da mesma forma que, em nenhum momento do seu passado em terras francesas, constituíram parte dos problemas que emergiram nesse terreno - nunca é demais lembrá-lo.

Saudades do Meireles


A patética tragédia que envolveu a eleição autárquica na freguesia de Ermelo, em Mondim de Basto, fez-me recordar que, em Outubro de 1969, há precisamente 40 anos, fomos por lá fazer campanha eleitoral pela Oposição Democrática contra o Estado Novo.

Como já aqui foi referido, as listas eleitorais, ao contrário do que hoje sucede, eram então impressas sob responsabilidade das forças políticas promotoras (aliás, só havia duas: a "Situação" e a "Oposição"...) e entregues pelo correio ou directamente aos eleitores, neste caso num porta-a-porta mais seguro, mas nem sempre fácil.

Numa reunião da Comissão Democrática Eleitoral de Vila Real, dirigida por essa figura, para mim inesquecível, que foi o médico Otílio de Figueiredo, e que congregava o escasso número de quantos, no distrito, abertamente se dispunham aos riscos de enfrentar o regime, demo-nos conta que o concelho de Mondim de Basto era o único onde não dispúnhamos de nenhum contacto. Na discussão sobre o assunto, ao ser constatada esta lacuna, o Carvalho Araújo protestou: "Ora essa! Temos lá o Meireles! Já fez connosco o Norton e o Delgado. O Meireles é fixíssimo". (Um parêntesis para dizer que o nome "Meireles" me ficou na memória, mas posso estar enganado. Porém, para o que aqui importa, é irrelevante).

Convém esclarecer que o Carvalho Araújo era um homem já idoso, feroz republicano, que havia sido demitido da função pública nos anos 30, por actividades anti-regime. Tinha sempre um semblante grave e fechado, tratando-nos a nós, os mais novos que andávamos envolvidos na acção política da Oposição, com visível distância e até alguma desconfiança. Na verdade, não tínhamos andado com "o Norton" ou com "o Delgado": as eleições em que Norton de Matos havia sido candidato presidencial tinham tido lugar em 1949 (eu tinha nascido no ano anterior, o que, como se compreenderá, condicionou muito a minha participação na respectiva campanha...) e a idêntica aventura de Humberto Delgado fora em 1958 (altura em que as minhas prioridades se centravam na admissão ao liceu...). Porém, se o Carvalho Araújo assegurava o apoio do tal Meireles, era uma oportunidade que havia que aproveitar.

Assim, no dia seguinte, com a mala de um carro (creio que era um NSU do Délio Machado) cheia de envelopes já endereçados com boletins de voto, lá avançámos nós para Mondim. Aí chegados, com o Carvalho Araújo no comando das operações, fomos à procura do Meireles. Tarefa que se revelou menos viável, porque o Meireles havia falecido... já há sete anos!

Quando pensávamos que o Carvalho Araújo se ia deixar abater pela dura realidade, ele renasce: "Não há problema! Vamos à farmácia!". Olhámo-nos intrigados: "À farmácia? Para quê?". O Carvalho Araújo lança-nos, condescendente, a sociológica revelação: "Meus amigos, os farmacêuticos são sempre gente com espírito liberal, as farmácias são espaços de tertúlia, confiem em mim!". Verdade seja que as alternativas eram poucas e tínhamos necessidade de "despachar" as centenas de boletins de voto (os inscritos de então não eram muitos) que levávamos connosco.

O nosso homem tomou conta das operações, foi falar com o responsável da única farmácia local e, impante, regressou com o anúncio: "Eu não lhes dizia?! É um democrata, fica com os boletins de voto e encarrega-se de distribuí-los". Ficámos banzados! E a nossa admiração pelo sentido estratégico do Carvalho Araújo cresceu, de modo exponencial.

Semanas mais tarde, quando o nosso resultado eleitoral em Mondim de Basto se computou no magérrimo resultado de escassas dezenas de votos, o pior em todo o distrito de Vila Real, creio que tivemos a piedade de não comentar com o Carvalho Araújo a eficácia da sua "operação farmácia". E, mesmo sem o termos conhecido, sentimos fortes saudades do Meireles.

Estrasburgo (2) - Europa


A racionalidade económica da manutenção de Estrasburgo como sede das instituições europeias é, muitas vezes, posta em causa e tida como um reflexo de uma velha teimosia francesa. Mas Estrasburgo é muito mais do que uma das sedes dos Parlamento Europeu, do que o local onde funcionam o Conselho da Europa ou o Tribunal Europeu dos Direitos do Homem. A capital da Alsácia, encostada à Alemanha, palco de históricas tragédias, é, em si mesma, a verdadeira representação daquilo que é a própria Europa.

No passado sábado, fiz parte de um painel de um colóquio, na majestosa "Salle de l'Aubette", da "Mairie" da cidade, sob o tema "De Nice a Lisboa - que futuro para a Europa?". Impressionou-me ver reunida e mobilizada uma audiência de mais de uma centena de pessoas para, durante hora e meia, ouvir e participar activamente, numa discussão franca e aprofundada, sobre as grandes temáticas europeias. A juventude do auditório e a vitalidade das suas contribuições foram para mim a prova provada de que o centro da Europa passa, definitivamente, por Estrasburgo.

quarta-feira, 21 de outubro de 2009

Diz Saramago:Novo livro não vai incomodar católicos

José Saramago afirmou hoje, em Penafiel, que o seu novo livro, intitulado “Caim”, não vai escandalizar os católicos, mas admitiu que poderá gerar reacções entre os judeus. “Na Igreja Católica não vai causar problemas porque os católicos não lêem a Bíblia, só a hierarquia, e eles não estão para se incomodar com isso. Admito que o livro possa incomodar os judeus, mas isso pouco me importa”.

Em entrevista à Lusa, por ocasião do lançamento do novo livro, Saramago falou de uma obra em que regressa ao tema religioso, contando, em tom irónico e jocoso, a história de Caim, filho primogénito de Adão e Eva, quase duas décadas após o escândalo provocado pela sua obra “O Evangelho segundo Jesus Cristo” (1991).“Caim interessa-me há muitos muitos anos, é uma coisa que foi crescendo e que, de repente, já não consegui suster, tive que começar a escrever”, disse José Saramago, que elaborou este livro, com 181 páginas, muito rapidamente, em apenas quatro meses.O autor salientou que não é, de forma nenhuma, um autor de livros religiosos, que é uma matéria que só lhe interessa porque está desde sempre muito presente na mente dos homens, e na história da Humanidade.“Para este livro voltei a consultar a Bíblia, mas ela não é de nenhuma forma leitura da minha preferência, é apenas um instrumento necessário para escrever este livro”, frisou.Segundo o Antigo Testamento da Bíblia, Caim terá sido o filho primogénito de Adão e Eva, que matou Abel, seu irmão mais novo, num acesso de ciúmes, após verificar que Deus mostrara preferência por este.“Caim matou o irmão porque não podia matar Deus. É uma história horrível de crime e violência e, mostra um Deus cruel, porque deixa que isso aconteça”, afirma Saramago.O autor escolheu, para contar a história de Caim, que considera uma história de extrema violência e crueldade, um tom irónico, trocista. “Sim, é uma porta aberta para a ironia, há um anjo enviado por Deus com uma missão e que chega atrasado por avaria de uma asa, coisas assim. Cada livro diz ao autor como quer ser escrito, neste caso foi em tom irónico”, disse o Nobel português.A sexualidade está também muito presente no livro. “Isso surpreendeu-me até a mim, porque costumo ser muito discreto nesse particular. Aqui decidi envolver a Lilith, sempre descrita como uma mulher má, numa grande sensualidade”. No Antigo Testamento, Lilith, a primeira mulher de Adão, revoltou-se por ser sempre obrigada a ficar por baixo nas relações sexuais, tendo sido mais tarde acusada de ser a serpente que deu a comer a maçã, o fruto proibido, a Eva.“Podem dizer que há muita violência no livro, mas de facto não precisei de juntar violência nenhuma, basta a que está nos textos bíblicos, que é mais que muita”, disse o autor. O escritor referiu que o problema mais complexo na feitura de “Caim” foi a sua estruturação temporal, uma vez que o ordenamento cronológico não funcionava. Optou, por isso, por uma estrutura não cronológica em que o narrador usa as expressões “tempo passado” e “tempo futuro” para contar, respectivamente, o que aconteceu e o que irá ocorrer. Saramago referiu que já está a trabalhar num novo livro e que, embora tenha apenas algumas dezenas de páginas escritas, já sabe qual será a última frase.Sublinhou, ainda, que os seus livros não têm mensagem. “Não gosto de falar em mensagens, nem quero passar mensagens. A mensagem é tudo aquilo que o leitor possa tirar do livro e isso pode resultar em coisas muito diferentes, de leitor para leitor”. Publico.

IT`S COOL MAN . Mário David versus José Saramago.


O eurodeputado social-democrata Mário David exortou Saramago a renunciar à cidadania portuguesa por se sentir “envergonhado” com as recentes declarações do Nobel.
É evidente que este Sr. Mário David, nos envergonha muito mais! Os seus resquicios fascisoides, que ainda perduram, no seu cerebro, impedem-no de entender Saramago, nas suas dissertações literárias.
A biblia é um livro, adoptado pela igreja, e seguem-no quem quiser, num país livre e democrata - que é suposto ser o português!
Religião é uma coisa, Estado é outra coisa.
A democracia, Sr. Mário David, é algo demasiado interessante que permite, ao Sr dizer o que diz e, a mim poder contraria-lo. O que quanto a mim é optimo e tenho que aceitar, como admissivel, que o Sr. seja deputado social-democrata e tenha um lugar de relevo no parlamento europeu!
Com os seus preconceitos, contra os não reliosos e com especial enfase nos não cristãos, eu nunca o escolheria para ir para lado algum, com excepção de ir para uma convento.
Refrei-se, pois é grave a sua intervenção.
Quem o Sr. se julga ser para mandar embora um cidadão português, que não cometeu crime nenhum, que eu saiba, excepto o ter direito de opinião, de dizer do que gosta e do que não gosta! ?
Não tenho de especial interesse na obra de Saramago, pois não gosto do seu estilo literário. Não o conheço pessoalmente, nem tenho interesse em especial em conhecer. Mas se ele - Saramago- quer ir para Espenha viver e naturalizar-se é um problema dele! Não é da conta de qualquer lacaio de sacristia!
Sr. Mário David, se não sabe de história, deve no minimo saber ler e, nessa circunstancia sugiro-lhe que vá ler o que devia, antes de emitir opinião, e então entenderá a origem e conteudo, da biblia tal como a conhecemos, e depois leia também sobre um determinado imperador, numa determinada circunstancia, o que fez para consensualizar a biblia, e "leia" de facto a biblia! Seguidamente analise-a friamente, se conseguir.
Se alguém hoje escrevesse um livro, com os ensinamentos da biblia (livro), provavelmente não venderia nenhum.

terça-feira, 20 de outubro de 2009

Estrasburgo (3) - Português

Francisco Seixas da Costa


Os meses que levo de funções em França ensinaram-me que a questão do ensino da língua portuguesa é uma realidade muito complexa, com uma variedade de situações que aconselham uma abordagem diferenciada.
Desta vez, analisei longamente, com diversos responsáveis da Universidade de Estrasburgo, bem como com docentes portugueses que aí operam, a importância de podermos caminhar para modelos de maior identificação da língua portuguesa no quadro do respectivo processo de ensino e formação. Portugal está disposto a conceder meios acrescidos para tal fim, desde que seja possível consensualizar novos formatos académicos, susceptíveis de abrirem as portas a uma frequência acrescida de alunos.
Neste domínio, há uma realidade e um mito que importa referir.
A realidade é que a promoção do português no plano internacional não deve ser vista, nos dias de hoje, como uma responsabilidade exclusiva de Portugal. Todos os países que se exprimem oficialmente em português têm hoje consciência que a difusão e o prestígio da sua língua comum são elementos constitutivos da sua própria relevância no quadro global. Por essa razão, Estados como o Brasil e Angola, com recursos capazes de poderem auxiliar a uma expansão da língua que nos é comum, estão hoje ao nosso lado numa luta que, no passado, parecia uma responsabilidade única de Lisboa. Com isso, ganhamos todos e ganha cada um.
O mito é a ideia de que o interesse em promover o ensino da língua portuguesa em França tem a ver, exclusivamente, com a vontade estratégica de Portugal de aculturar as novas gerações de luso-descendentes no cultivo da mesma língua. Quem assim pensa, esquece a importância crescente para a própria França de ter gente preparada para actuar em português, por exemplo, em mercados da importância do Brasil ou de Angola. E põe de lado, do mesmo modo, a consideração do interesse de um país como a França em sublinhar e promover a riqueza que constitui a sua própria diversidade interna, ao serviço de uma agenda de influência global. Daí que a continuidade das emissões em língua portuguesa na Radio France Internationale me parece que faz parte do quadro de interesses específicos da própria França.
Vamos ter muito que falar sobre a língua portuguesa em França.

O francês


O óbvio declínio do estatuto da língua francesa no mundo é algo que, com grande frequência, tenho sentido como uma preocupação entre amigos franceses. E que é igualmente um motivo de tristeza para quantos, entre os portugueses da minha geração, se habituaram a ter o francês como a primeira língua estrangeira de cultura. Mas a vida é o que é e até os franceses têm hoje de se resignar com a prevalência do "soft imperialism" da língua inglesa.

Há duas semanas, o papel global relativo do português e do francês esteve em debate em Paris, durante um dia, numa iniciativa realizada na Maison de l'Europe, sob o impulso das delegações da Comissão Europeia em Lisboa e em Paris. Figuras interessadas de ambos os países animaram um debate onde se juntaram perspectivas bastante realistas com outras que, pelo menos no breve período a que pude assistir, relevavam muito de uma visão marcada apenas por um simpático voluntarismo sem visão prospectiva sólida. De qualquer forma, esta é uma temática que há vantagem em tentarmos continuar a seguir e a aprofundar, porque, em ambos os casos, tem muito a ver com questões culturais identitárias que se interligam e a que nos importa estar atentos.

A este respeito, descobri hoje na internet um texto de Guy Sorman, um autor francês de quem, quase por um mero acaso, havia comprado, há menos de um ano, numa livraria de Buenos Aires, uma obra em "contra-corrente" às ideologias do quotidiano mediático, intitulada (na versão argentina que tenho) "La economía no miente", onde se releva a importância dos mercados em tempos de crise.

É esse mesmo Sorman que agora escreve, de Lisboa, um texto sobre a questão do francês no mundo, onde refere o estatuto de que hoje essa língua dispõe em Portugal. No artigo, o autor nota, de passagem, que "le Portugal déteste se percevoir en petite nation". É uma nota curiosa, mas talvez Guy Sorman, com o tempo, venha a entender melhor que essa reacção se deve apenas à circunstância de, de facto, não sermos uma pequena nação - também por razões de natureza cultural e estratégica que não faria mal serem reflectidas pela própria França.

Leia esse texto aqui.

Aliados


A literatura lusófona tem, em França, um aliado seguro: as Editions Métailié. Há 30 anos que as letras do Brasil começaram a merecer a sua atenção e há 25 anos que os autores portugueses aí começaram a ser acolhidos.

(Devo confessar, em jeito de nota à margem, que cada vez sinto uma tentação para trabalhar na promoção da língua portuguesa através do conceito da lusofonia, sem com isso descurar a minha obrigação primeira de tratar do que é especificamente português.)

Hoje, ao final da tarde, na Gulbenkian de Paris ("where else?", diria George Clooney), a fundadora e directora da editora, Anne Marie Métailié, lado-a-lado com alguém que por aqui é um "embaixador" constante e teimoso do Portugal cultural, Pierre Léglise-Costa, falaram desses já longos anos de bom trabalho. Por aí estiveram também escritores como Lídia Jorge, José Eduardo Agualusa e Pedro Rosa Mendes - sendo este último o novo delegado da Agência Lusa em França, um "luxo" jornalístico-cultural de que poucos países se podem gabar.

Léglise-Costa é responsável na Métailié pela "Bibliothèque Portugaise", onde também já foram publicadas obras de Vergílio Ferreira, José Régio, Jorge de Sena, Mário Cláudio, Maria Gabriela Llansol, Eduardo Lourenço e Agustina Bessa Luís.

O debate foi muito interessante, com Pedro Rosa Mendes a falar, entre outras coisas, do destino complexo da língua portuguesa em Timor-Leste, com Lídia Jorge a defender a importância da narrativa e com Agualusa a chamar ao português "uma língua com afeição a diversas geografias".