"Sr. Secretário de Estado, por muitas 'malabarices' que o senhor queira fazer, a verdade é que esta proposta tem um objetivo: enganar as pessoas. Porque os senhores querem, com ela, é ofuscar a brutalidade do aumento da carga fiscal", avançou a deputada do Bloco de Esquerda durante o debate parlamentar.
sexta-feira, 28 de dezembro de 2012
A descoberta da pólvora
Porque será que nunca ninguém se tinha lembrado disto?
Espanha rejeita resgate “à portuguesa”
Ou seja, Espanha não estará disposta a receber ajuda da troika (União Europeia, Comissão Europeia e FMI) em troca de um severo programa de austeridade.
Cortes orçamentais levam a demissão de Administração da Casa da Música
quarta-feira, 26 de dezembro de 2012
Precisa de saber que…
A maior parte das famílias portuguesas (63%) não devia nada aos bancos ou a qualquer outra instituição financeira;
A maior parte das dívidas das famílias dizia respeito à aquisição de habitação (24,5% das famílias portuguesas estavam a pagar empréstimos que tinham contraído para adquirir habitação principal);
Wikileaks vai divulgar um milhão de documentos em 2013
Recibos verdes: Bloco abre mail para reclamações
O e-mail poderá ser usado pelos trabalhadores a recibos verdes que sejam vítimas deste tipo de situações. É importante que façam chegar o seu caso da forma mais completa e documentada possível, com cópia de reclamações, notificações e outra documentação que tenham para apoiar a reclamação.
O mail é: errosrecibosverdes@esquerda.net
Buraco do BPN continua a aumentar: 3.000 Milhões em incumprimento
O jornal "Expresso" deste sábado noticia que a situação das sociedades, criadas pelo ministério das Finanças, que ficaram com as dívidas ao BPN não pára de se agravar.
Os 500 maiores clientes do BPN, com dívidas superiores a 500 mil euros, deixaram de pagar o que devem. Em causa estarão já mais de 3.000 milhões de euros em incumprimento. Estas dívidas poderão agravar o défice das contas públicas em 2012.
Fundo Soberano de Angola – O Logotipo de 5.000 milhões de dólares
O Fundo Soberano de Angola (FSDEA), lançado em Outubro passado com grande fanfarra, mereceu cobertura mediática global de órgãos internacionais como o New York Times, CNN e Euromoney.
Jornalistas nacionais e estrangeiros apinharam-se no novo e impressionante escritório do FSDEA, nas imediações da Sagrada Família, em Luanda, para admirar a escadaria em espiral de aço inoxidável e vidro, mobiliário laqueado e as paredes cobertas de papel de seda cru.
O Natal onde não há chaminé
Há menos luzes reluzentes, daquelas que enfeitam as ruas anunciando a quadra festiva, daquelas, sobretudo essas, que espelham as expectativas de cada um. Embriagados nas notícias de privatizações e vendas agiotas de bens comuns, escondemos, desesperados, o direito a pelo menos uma quadra festiva recheada, talvez apenas polvilhada, com o que se tornou miragem no restante ano: esperança.
Boas Festas...
________________
Post-scriptum só para vilarealenses. O meu amigo Francisco Agarez insinuou, no Facebook, que a fotografia acima reproduzida não parecia ser de Vila Real. Ora isso é um óbvio absurdo. Mandei-lhe a seguinte mensagem:
Caro Francisco Agarez: mude de óculos, homem! A foto já tem uns anos, mas então não se vê logo que é a avenida Carvalho Araújo, em Vila Real? O vulto a subir é o Bertelo, saído da Sé, junto ao Pátio das Cantigas. A seguir, dos Correios, espreita o Setas e, logo adiante, passados os Quinchosos, junto ao portão do Seminário, lá está a batina do padre Sarmento. Os carros de praça que passam são do Falei e do Bragança. Na reentrância da pensão do Camposana está bem à vista a figura do Honório (não, não é o Fernando Pessoa!), com o saco de plástico na mão. Na vitrine da Pompeia, nota-se que o Neves está a correr os estores. Logo depois, o padre Henrique (então não vê?) está à porta da Voz de Trás-os-Montes, tendo ao lado o Alvelos, que acaba de fechar o Turismo (lá estão as bilhas de segredo de Bisalhães na montra!). Com algum cuidado, vê-se o dr. Zézé a sair do Clube pela escada para a avenida. E, um pouco acima, o Sarreiro encerra a sua loja e o Zé Araújo fecha a porta da Galeria d'Artes, ao lado do barbeiro. Não sei bem quem é o miúdo que está a sair da porta do edifício da Caixa mas, bem mais ao fundo, à direita, embora um pouco mais difícil de descortinar, podem ver-se garrafões a sair do Alcino para a carrinha do António da Toca da Raposa, bem como a barriga proeminente do Furriel, de chapéu na cabeça, a falar com o Chico Costa, de boina basca. Logo depois, bem visível, lá está a bela varanda dos Mota e Costa, com o João Albardeiro encostado à parede a falar com o Quim Rato. Finalmente, só por distração é que você não viu o Pincha e o Chico Cereja a discutir nas escadas do Tribunal. Caramba, homem, vá ao Frederico ver esses olhos! E já que anda ali pelo Pelourinho, compre-me um bolo-rei. Mas na Gomes velha, está bem?)
Em tempo: e o Francisco Agarez respondeu:
Tem toda a razão, meu caro Francisco, mas que quer? Ainda uso as cangalhas que o pai do Frederico me receitou em 1959 e que aviei no Ferreira oculista. Eu bem andava a estranhar ver tudo desfocado à minha volta e já me tinha convencido de que tinha mesmo de mudar de lentes. Mas quando me preparava para passar das intenções aos actos levei com o OE 2013 e encolhi-me todo. Tenho o azar de ter graduações diferentes nos dois olhos (defeito de fabrico de que já não tenho junto de quem reclamar), o que me impede de comprar os óculos novos numa loja das Three Gorges. E também, para lhe dizer quanto é franco, acho que o melhor é mesmo continuar assim, que o que está para vir não é bonito de se ver e já não tenho pernas para ir à caça de lebres e aparentados. Um Bom Natal para si e para a sua mulher".
Nos comentários, alguns vilarealenses ajudaram ainda a "ler" melhor a fotografia.
VIII Convenção do Bloco: “Vencer a troika”
Em 2012, o Bloco de Esquerda realizou a sua VIII Convenção, que deu lugar a uma importante renovação da direção partidária e elegeu pela primeira vez uma coordenação paritária.
Novos atores na luta contra a troika
Novas situações sociais e políticas levam muitas vezes ao surgimento de novos atores, novas organizações e movimentos sociais. Em Portugal, como noutros países da Europa mais atingida pelas políticas da austeridade, estão a surgir novos movimentos.
É só saúde!
PSD e CDS distribuem nomeações e negócios pelos seus 'boys'
Desagravo
A minha pergunta é muito simples: como é possível alguém ter o topete de qualificar o Professor Baptista da Silva como um "impostor" quando, nos últimos meses - eu diria mesmo, nos últimos anos! - muitos dos economistas portugueses, seus eventuais colegas, nos encheram os ouvidos e os dias com coisas bem menos bem articuladas? Não me venham dizer que esses economistas são todos uns impostores! Acredito mais rapidamente no Pai Natal do que nisso, desculpem lá!
Não conheço pessoalmente Baptista da Silva. A sua cara, porém, não me é estranha, embora não possa garantir, a 100%, tê-la avistado algum dia no "Indonesian lounge" ou na "cafeteria" do palácio de vidro, em Nova Iorque. Graça teria se tivesse sido nos corredores da OMPI...
Derretimento de gelo polar triplica em 20 anos
Quando se trata do derretimento do gelo polar, sempre houve investigações contraditórias sobre a intensidade do degelo e se realmente estava a ocorrer, o que servia de combustível para os céticos climáticos refutarem o aquecimento global. Mas um novo estudo promete acabar com essa dúvida, e afirma que a perda de gelo está a acelerar nos últimos anos.
Michael Löwy: "Sem indignação, nada de grande e significativo ocorre na história humana"
Fw: Fitas diplomáticas?
Ou será que, muito simplesmente, se trata de propaganda institucional para o próximo concurso de admissão de diplomatas, que me dizem que abriu há dias, sem grande divulgação?
quarta-feira, 19 de dezembro de 2012
Bloco acusa Governo de perpetuar erros nos escalões dos recibos verdes
A vitória de Obama: e agora, o que acontece?
Obama venceu as eleições com uma margem significativa tanto no voto popular quanto no Colégio Eleitoral. Os democratas venceram cada vaga verdadeiramente em disputa no Senado, exceto uma. Isto aliviou os democratas, que andavam preocupados, e espantou os republicanos, que consideravam certa a vitória. Agora, o mundo inteiro quer saber o que este resultado significa para o futuro imediato dos Estados Unidos e do mundo. A resposta não é simples.
terça-feira, 18 de dezembro de 2012
Troika&governo ignoram sistema de aposentação da função pública – Expresso e RTP1 fazem campanha de manipulação
RESUMO DESTE ESTUDO
O semanário Expresso e a RTP1, em perfeita articulação, prestaram-se recentemente a uma operação de manipulação da opinião pública visando prepará-la para aceitar/apoiar novos cortes nas pensões dos trabalhadores da Função Pública. E isto com o pretexto de que as pensões destes trabalhadores são mais elevadas do que as do setor privado. Numa peça jornalística publicada em 8/12/2012, o Expresso escrevia: O objetivo " é para cortar. FMI e Banco Mundial concordam, alegando não fazer sentido que o valor médio das reformas da Função Pública seja o dobro do setor privado – 1.263 euros contra cerca de 500 euros. A medida justifica-se (sublinhado e "bold" nosso) no quadro do megapacote de cortes – 4 mil milhões de euros de redução da despesa do Estado – que deverá estar definida até fevereiro, altura do próximo exame da "troika ". No mesmo dia, a RTP1, no telejornal das 20h00, portanto em pleno horário nobre, divulgou uma peça idêntica à do Expresso. Estes órgãos de informação apresentam tal intenção do governo e da "troika" como um facto necessário e justificado pois não explicaram por que razão o valor das pensões são diferentes. Ao ocultar as razões que justificam tais diferenças, estão a criar deliberadamente na opinião publica a ideia de que a intenção do governo e da "troika" é correta e justa, participando objetivamente numa operação de manipulação e de engano da opinião pública.
Vamos apresentar os factos que foram "esquecidos" pelo Expresso e RTP1, e parecem ser do desconhecimento do governo e da "troika" para o leitor poder tirar as suas próprias conclusões.
As pensões dos trabalhadores da Função Pública que entraram depois de 1993 são calculadas com base nas regras da Segurança Social, ou seja, da mesma forma que as do setor privado. Em relação aos trabalhadores que entraram para a Administração Pública antes de 1993, como consequência das alterações do Estatuto da Aposentação verificadas depois de 2005, as regras de aposentação são já muito semelhantes às do setor privado. A pensão desses trabalhadores correspondente ao tempo de serviço até 2005, é calculada com base no último vencimento recebido até 2005 revalorizado com base, não no índice publicado pelo Ministério da Solidariedade e da Segurança Social que tem em conta a taxa de inflação e do PIB que se aplica ao setor privado, mas sim com base no aumento verificado no índice 100 de vencimento da Função Pública, cuja subida é muito inferior ao índice publicado pelo Ministério da Solidariedade, prejudicando desta forma os trabalhadores da Função Pública. E depois esta remuneração assim calculada é multiplicada pelo número de anos e por uma taxa de formação da pensão que já está muito próxima da do setor privado. Em relação à pensão correspondente ao tempo de serviço destes trabalhadores depois de 2005, ela é calculada com base nas mesmas regras do setor privado.
As diferenças nos valores das pensões entre a Administração Pública e o setor privado resultam fundamentalmente de dois factos que são "esquecidos" tanto pelo Expresso como pela RTP1, e desconhecidos pelo governo e "troika". Mais uma vez a ignorância da realidade portuguesa por estes "senhores" é notória. E esses dois factos são fundamentais no cálculo do valor da pensão: os trabalhadores da Função Pública descontam sobre salários mais elevados (o nível médio de escolaridade na Administração Pública é muito mais elevado do que no setor privado, por isso a remuneração média é mais elevada) e a carreira média contributiva na Administração Pública é mais longa do que no setor privado. É evidente que descontando sobre remunerações mais elevadas, portanto contribuindo mais, e descontando em média mais anos para a CGA do que os trabalhadores do setor privado para a Segurança Social, os trabalhadores da Função Pública têm naturalmente o direito a ter pensões mais elevadas. É precisamente isto que foi ocultado tanto pelo Expresso como pela RTP1, configurando por isso uma autêntica operação de manipulação da opinião pública, e que os "senhores" do governo e da "troika" parecem desconhecer.
Segundo dados divulgados pela Direção Geral da Administração e Emprego Público (DGAEP) do Ministério das Finanças, 55,7% dos trabalhadores da Administração Central têm o ensino superior enquanto no setor privado corresponde apenas a 16,6%; e apenas 22,1% dos trabalhadores da Administração Pública Central têm o ensino básico enquanto no setor privado corresponde a 62,4%. É evidente que perante este grande desnível de escolaridade e, consequentemente de remunerações, a remuneração base média na Administração Pública é mais elevada (1.397 €/mês), por isso os trabalhadores descontam mais por mês para a sua pensão e naturalmente têm direito a uma pensão mais elevada. Para além disso, os trabalhadores da Administração Pública, no período 2002-2011, descontaram em média mais 6 anos do que os do setor privado. Portanto, descontando sobre salários mais elevados e descontando mais tempo, naturalmente têm direito a pensões mais elevadas. Isso também acontece na Segurança Social. Foi isto que o Expresso e a RTP1 ocultaram, e que o governo e "troika" parecem desconhecer. Este artigo encontra-se em http://resistir.info/ .
Bloco deu "passo" e espera que "outros também deem", disse Semedo após reunião com PS
O coordenador bloquista, João Semedo, disse no final da tarde desta segunda-feira, após uma reunião com o PS que "o diálogo não anula todas as diferenças mas aproxima" e que o Bloco deu "um passo" que espera que "os outros também deem".
5ª carta aberta aos associados do Montepio Geral
por Eugénio Rosa [*]
A PRÓXIMA SESSÃO DA ASSEMBLEIA GERAL DO MONTEPIO REALIZA-SE NO DIA 15/10/2012 NO COLISEU DOS RECREIOS EM LISBOA PELAS 21 HORAS.
NÃO FALTES PORQUE NESTA ASSEMBLEIA VAI SER VOTADO O PROJETO DOS ESTATUTOS DEFENDIDO PELO PRESIDENTE QUE TIRA PODER DOS ASSOCIADOS
As chefias do Montepio e os seus amigos, convocadas pelo seu presidente, apareceram maciçamente na assembleia de 3 de Outubro. O número de participantes ultrapassou 1.400. Apesar de ter sido denunciado na assembleia a utilização dos meios de transporte pagos pelo Montepio em beneficio dos apoiantes do presidente, mesmo assim não houve qualquer esclarecimento por parte dos atuais corpos gerentes do Montepio. Continuou-se a verificar o silenciamento total nos órgãos de informação do Montepio – Revista Montepio, Newsletter do Montepio – de qualquer informação aos associados sobre a data da realização da assembleia e sobre o projeto de Estatutos em discussão. Tal silenciamento parece ser intencional, com o objetivo de evitar a participação de grande número dos associados na assembleia para assim ser mais fácil a aprovação do projeto por parte da hierarquia e dos seus apoiantes. Confrontado com tal situação por vários associados, o presidente da mesa da assembleia geral, padre Vítor Melícias, só soube dizer que isso não era da sua responsabilidade. Durante a assembleia assistiu-se a uma insólita contagem dos votos. O presidente pediu que os associados que votassem NÃO se levantassem. Pessoas contratadas pelo Montepio fizeram a contagem dos associados que se levantaram. O número dos que votaram a favor não foi obtido por contagem, mas sim pela diferença entre o total obtido pela informática, tendo como base as entradas registadas, e número de votos resultante da contagem dos associados que se levantaram. Não se apurou se todos os associados que se registaram, aquando da entrada, estavam ou não na sala. Este forma de contar os votos a favor (apuramento através da diferença, e não pela contagem direta) provocou forte reação por parte de muitos associados, até porque é irregular. No entanto, o presidente da mesa da assembleia persistiu com tal pratica insólita. A parcialidade do presidente da mesa da assembleia geral tornou cada vez mais difícil o ambiente da assembleia. A culminar tudo isto assistiu-se no fim a um acontecimento também insólito. O presidente da mesa da assembleia pretendeu prolongar a assembleia com base num requerimento que afirmou ter entrado no inicio mas que não deu conhecimento nessa altura à assembleia. Face à a forte reação que tal atitude provocou retirou o requerimento dando por terminada a sessão.
Tudo isto – ausência de informação a todos os associados da realização da assembleia e do projeto de Estatutos através dos órgãos de informação próprios que o Montepio possui; contagem de votos a favor por diferença; condução da assembleia que gera em muitos associados o sentimento de que existe parcialidade; etc. - ilustra e prova de uma forma clara o ambiente de falta de transparência e a ausência de respeito pelos princípios do mutualismo que se vive atualmente no Montepio. Esperemos que na próxima assembleia não se impeça o debate profundo das alterações aos Estatutos através do expediente de requerimentos para silenciar as vozes criticas ao projeto.
É urgente alterar este ambiente, até porque ele não se limita apenas à assembleia geral. Também domina o conselho geral do Montepio, constituído por 23 membros, cuja maioria é submissa ao presidente. No dia 10 de Outubro realizou-se uma reunião do conselho geral do Montepio para analisar as contas da Associação Mutualista, da Caixa Económica, que é o banco do grupo Montepio, e das restantes empresas referentes ao 1º semestre de 2012.
O conselho de administração distribuiu previamente para essa reunião um resumo com informação - Desempenho do grupo no 1º semestre de 2012 - sobre a situação da associação mutualista e das várias empresas do grupo (durante a reunião apercebi-me que tinha sido distribuído aos restantes membros do conselho um relatório muito mais completo que não recebi). Com base na pouca informação que tinha recebido coloquei um conjunto de questões sobre a situação das empresas e a sua gestão, pedindo esclarecimentos. E fui confrontado com a insólita atitude do presidente de ignorar e não responder às perguntas que fiz. E foi só quando o confrontei com a falta de respeito que significava tal atitude é que, atabalhoadamente, respondeu embora de uma forma insatisfatória.
Para que os associados possam ficar com uma ideia mais clara do que acarreta a falta do controlo da atividade do conselho de administração por um órgão com poderes efetivos e que seja totalmente independente e não submisso ao conselho de administração, e avaliar o ambiente que se vive no conselho geral do Montepio e também a situação das empresas do grupo Montepio, penso que é importante dar a conhecer as questões que coloquei na reunião do último conselho geral do Montepio.
A primeira questão referiu-se à qualidade da informação disponibilizada pelo conselho de administração. Na pág, 15 do resumo fornecido aparece um gráfico onde consta que o crédito concedido aos clientes corresponde a 77,6% do ativo da Caixa Económica, cujo valor é 20.967 milhões €, o que dá 16.270 milhões € em Junho de 2012; mas na página seguinte (16) do resumo já se afirma que, na mesma altura, o credito concedido aos clientes atingia 16.960 milhões € na mesma data, ou seja, mais 690 milhões €. Naturalmente procurei ser esclarecido sobre esta diferença o que provocou a reação do presidente do conselho de administração já referida.
A segunda questão dizia respeito à gestão do conselho de administração e aos resultados obtidos pelas empresas do grupo Montepio. A empresa mais importante é a Caixa Económica. Os seus resultados foram apenas 4,8 milhões € no 1º semestre (taxa de rentabilidade =1,4%) tendo sido afetados negativamente, não só pela situação do país, mas também pela compra do Finibanco, a que nos opusemos, como consta de uma nota pública do próprio conselho de administração e também, a nosso ver, por outros erros de gestão cujas consequências são mais visíveis agora.
Para concluir basta ter presente o seguinte. Um dos problemas graves que enfrentam as instituições financeiras neste momento é o aumento rápido do incumprimento devido à recessão económica provocada pelas medidas de austeridade. Em Junho de 2012, o crédito concedido pelo Montepio atingia 16.960 milhões €, sendo 8153 milhões € (48,1% do total) credito à habitação, atingindo o credito ao consumo 702 milhões€, e sendo os restantes 8.105 milhões € (47,8%) crédito às empresas. As imparidade de credito já atingiam 765 milhões € e, entre Junho de 2011 e Junho de 2012, a taxa de incumprimento no crédito à habitação diminuiu no Montepio de 2,9% para 1,78%, enquanto a taxa de incumprimento no credito às empresas aumentou de 4,76% para 7,85% (+64,9%). Mas a situação grave revela-se quando se analisa o crédito às empresas por setores. E isso porque o crédito às empresas de construção e imobiliário representa, no Montepio, 49,3% do credito total concedido às empresas, enquanto no setor bancário é apenas de 33,7%. Parece que a gestão do Montepio apostava na especulação imobiliária. E agora os maiores rácios de incumprimento são precisamente nas empresas de construção cuja taxa aumentou, entre Junho de 2011 e Junho de 2012, de 6,18% para 11,13% (+63,4%), e nas de atividades imobiliárias que subiu, no mesmo período, de 3,52% para 7,07% (+99,4%). Confrontados por mim com estes dados, o presidente, começou por ignorar a questão, mas quando novamente confrontado respondeu que era uma herança do passado, embora ele já esteja no conselho de administração do Montepio há 9 anos. É evidente que tudo isto tem consequências negativas para todos os associados, já que reduz significativamente os resultados da Caixa Económica, que são transferidos para a Associação Mutualista para serem aplicados em beneficio dos associados, nomeadamente daqueles que colocaram as suas poupanças nela. Se juntarmos os resultados negativos de algumas empresas do grupo Montepio (a Lusitania não vida continua a apresentar prejuízos – 5,6 milhões € no 1º semestre de 2012 - desde que adquiriu a companhia de seguros Real que pertencia ao grupo BPN) os erros tornam-se ainda mais claros.
Tudo isto, a meu ver, resulta também da ausência de qualquer controlo efetivo dos atos do conselho de administração pelos associados através de um órgão efetivamente independente do conselho de administração. E é precisamente esta a questão mais importante que está neste altura em debate na assembleia com o projeto de alteração dos Estatutos, defendido pelo presidente, que agrava ainda mais a falta de controlo dos atos do conselho de administração. E isto porque o projeto pretende transformar o atual conselho geral do Montepio, cuja maioria de membros é submissa ao presidente do conselho de administração, em assembleia geral da Caixa Económica, passando para ela praticamente a totalidade dos poderes que atualmente pertencem à assembleia geral de todos os associados. E é esta miniassembleia geral, dominada pelo conselho de administração (os membros do conselho de administração são, por inerência, também membros da miniassembleia), que depois elege um conselho de administração para a Caixa Económica, que é proposto pelo conselho de administração do Montepio, podendo um elemento deste ser membro da administração da Caixa Económica e, neste caso, é seu presidente. Para além disso é criado um conselho geral e de supervisão cuja maioria dos membros são os membros do conselho de administração do Montepio, que vai supervisionar os administradores da caixa Económica, que são pessoas escolhidas e da confiança do conselho de administração do Montepio. Portanto, não existe qualquer segregação real de funções entre os órgãos que são controlados e os órgãos que controlam, já que pertencem a estes os membros dos órgãos que devem ser controlados. Por outras palavras, quem controla, controla a si próprio ou controla pessoas da sua total confiança pois foram eles que as escolheram. Portanto, se a projeto de Estatutos defendido pelo presidente for aprovado, a ausência de controlo efetivo do conselho de administração por um órgão efetivamente independente continuará a não existir, agravando-se ainda mais a situação, o que poderá ter consequências graves no futuro para os associados, nomeadamente para aqueles que têm poupanças e depósitos no grupo Montepio. É para dar segurança aos associados, e defender a boa imagem do Montepio que lutamos. Mas isto só será terá êxito se tivermos o apoio ativo de muitos associados. Por isso, pedimos que divulgues esta informação e que não deixes de estar presente e participar ativamente na próxima assembleia de 15/10/2012. Se quiseres receber uma informação independente envia uma mensagem para edr2@netcabo.pt para pertenceres à lista de endereços.
MAIS MUTUALISMO, MAIS TRANSPARÊNCIA, MAIOR SEGURANÇA PARA OS ASSOCIADOS, E
MELHOR GESTÃO DAS SUAS POUPANÇAS E DEPÓSITOS: eis o nosso objetivo.
[*] Membro do Conselho Geral do Montepio, edr2@netcabo.pt
Esta carta aberta encontra-se em http://resistir.info/ .
O FIM DO EURO E AS NOVAS PRIVATIZAÇÕES
Este governo ao serviço da troika anuncia novas privatizações. Trata-se de vender a preço vil o que resta do sector empresarial do Estado (ANA, TAP, etc.). Tudo é efectuado de forma altamente opaca, com tramas nos bastidores e em meio a negociatas suspeitas (exemplo: a mal explicada venda pela Câmara Municipal de Lisboa dos terrenos do aeroporto da Portela).
Deve-se registar que isto ocorre no momento em que já se antevê o fim do euro e, talvez antes disso, o fim da presença de Portugal na zona euro. Assim, as novas privatizações agora em curso resultam na alienação de activos que serão preciosos quando o país estiver fora do euro. Sendo a dívida externa bruta portuguesa de mais de 200% do PIB, é ridículo dizer que os encaixes destas privatizações permitiriam reduzi-la qualquer coisa que se visse e tivesse algum significado.
Estamos na fase em que o país é sugado ao máximo. Depois, quando não restar senão bagaço, será relegado ao seu destino. De pés e mãos atados, com a propriedade dos seus activos entregue aos novos rentistas que agora os compram ao desbarato. resistir.
MEDINA CARREIRA: COM A VERDADE ME ENGANAS
Quem diz verdades mas só uma parte da verdade estará a ser honesto e verdadeiro? A pergunta pode ser colocada em relação às intervenções de Medina Carreira no programa "Olhos nos olhos" . Os seus anúncios da morte do chamado "estado social" devido ao constrangimento orçamental omitem que 67,9% das despesas do Estado vão para a rubrica "Operações da dívida pública" (ver Mapa III do OE-213). Portanto, falar extensamente dos 32,7% e não falar dos dois terços restantes do orçamento é uma opção altamente enviesada. Seria curial, também, que analisasse porque uma tão gigantesca fatia do orçamento vai para as ditas "Operações da dívida pública" (são 124,7 mil milhões de euros que, estranhamente, não são desagregados nos seus componentes). A razão para isso é que o serviço da dívida pública aumentou brutalmente com a entrada de Portugal na zona euro. Como os estatutos do BCE não lhe permitem financiar Estados, os governos recorreram e recorrem à banca privada portuguesa. Esta, tal como parasita, vai buscar empréstimos a banqueiros estrangeiros (a baixas taxas de juros) e reempresta-os em grande parte ao Estado português (a taxas elevadas). Donde se conclui, mais uma vez, ser imperativo que o Estado português seja financiado por um banco central próprio — o que só poderá acontecer quando Portugal recuperar a sua soberania monetária .
Mas tais conclusões são cuidadosamente omitidas por Medina Carreira e pela jornalista que o entrevista. resistir.info
Missão da ONU defende renegociação imediata da dívida portuguesa
O clube de fanáticos
Obélix, le belge
Merkel quer crescimento e rejeita subida de impostos na Alemanha
"A principal missão em matéria de política económica" é possibilitar o crescimento em condições difíceis e garantir os postos de trabalho, referiu Merkel em declarações ao jornal Braunschweiger Zeitung, citadas pela Lusa.
A chanceler alemã rejeitou categoricamente o aumento de impostos.
sábado, 15 de dezembro de 2012
Robôs e magnatas ladrões
O bolo não está a crescer da maneira que deveria, mas o capital vai bem obrigado por apanhar um pedaço enorme dele. Às custas dos trabalhadores.
O Nobel da guerra
O espírito do empreendedorismo
Criação de cargos intermunicipais é “mais um escândalo sem nome deste Governo”
sexta-feira, 14 de dezembro de 2012
Guerra de vídeos entre governo e “Clarín”
O acirramento da guerra política começou no intervalo do futebol. No dia 22 de setembro, após o primeiro tempo das partidas do campeonato nacional transmitidas pela TV pública, o governo argentino levou ao ar um anúncio de mais de quatro minutos para alertar a população sobre a data limite para que entre em vigor um dos principais artigos da Lei de Serviços de Comunicação Audiovisual, aprovada em 2009.
Juízes financiados pelo Clarín sabotam 7D
OSCE - Dez anos depois
Garantido assim o conveniente isolamento dos dois países, passou-se à segunda fase: convencer estes individualmente. Como? Obrigando os arménios a aceitar a inclusão da expressão mas, noutra parte do texto, inserindo uma outra formulação mais leve, ligeiramente "compensatória" e favorável aos seus interesses. Aos azeris foi dito que poderiam obter, na declaração final, a inclusão da expressão, mas que, em contrapartida, deveriam acordar com a tal frase "compensatória", a qual, contudo, não lhes agradava, por poder agradar aos arménios...
Empresa angolana Newshold quer comprar RTP
quinta-feira, 13 de dezembro de 2012
Quando o pormenor e o acaso deixam de o ser
Peru: EUA financiaram esterilização forçada durante ditadura
Principais medidas da lei de meios audiovisuais
a) Limitação do número de outorgas
A lei estabelece limites à participação de mercado. O primeiro destes é a limitação ao número de outorgas.
Em nível nacional:
. Máximo de uma licença de serviço de radiodifusão por satélite, vedada a obtenção de outra licença;
Sporting
Investimentos
Bloco quer concursos para as administrações do SNS
O Bloco de Esquerda quer que as administrações dos serviços públicos de saúde sejam escolhidas por concurso e não nomeadas por simpatia partidária. Um projeto de lei apresentado nesse sentido pelo grupo parlamentar bloquista será votado na quinta-feira.
Processos de privatização da TAP e da ANA são um crime para os interesses do Estado
Grécia: um em cada cinco sem abrigo tem um curso superior
Um estudo promovido pela Organização Não Governamental (ONG) Klimaka, estabelecida em Atenas, revela que a maior parte dos sem abrigo na Grécia trabalhava em profissões que foram particularmente atingidas pela crise: 24,8% tinham profissões técnicas no setor da construção, 22% eram trabalhadores do setor privado, 18% eram trabalhadores independentes e 16% trabalhavam no setor do turismo.
Deutsche Bank é alvo de rusgas no âmbito de investigação de fraude fiscal
segunda-feira, 10 de dezembro de 2012
BPN: Vicissitudes de um assalto
O Bloco apresentou trinta e oito propostas de alteração ao relatório final. Apesar da recetividade do relator para algumas das propostas, as fundamentais, e que marcam a interpretação política do Bloco sobre a venda do BPN, não foram integradas.
Una cosa anche non di sinistra?
Este domingo realizou-se a segunda volta das primárias italianas "del centrosinistra... del centrocentrosinistra". Refiro-me às primárias do Partido Democrático e cito Nanni Moretti falando ao seu filho Pietro, no filme Aprile (Nanni Moretti, 1998), contando-lhe que vai fazer um documentário sobre a campanha eleitoral da direita e a campanha da "esquerda", aliás "centro-esquerda", aliás "centro-centroesquerda".
A. Campos Matos
Banca e seguradoras lucram com a crise
Destas 44 empresas apenas sete registaram prejuízos, contra as 11 empresas com prejuízo existentes há um ano.
A taxa de cobertura da margem de solvência cresceu de 168%, em setembro de 2011, para 254% em setembro de 2012.
Banca soma lucros
Generais angolanos instauram processo contra editora da Tinta-da-China
Trópicos
RTP: “Quem se opõe a Relvas acaba por se tramar”
Doha: adiando decisões sobre a mudança climática
Um dia escrever-se-á a história das negociações internacionais sobre as mudanças climáticas. O livro poderia chamar-se "As mil e uma maneiras de não tomar as decisões urgentes fazendo de conta que se tomam decisões importantes". É que os comunicadores da Convenção (Secretários, Presidentes, co-Presidentes, etc.) têm uma grande habilidade para sair das reuniões com as mãos vazias e mostrar-nos tesouros reluzentes.
quarta-feira, 5 de dezembro de 2012
RTP: Ex-diretor diz-se vítima de "saneamento político"
Quem mente neste assunto? As minhas suspeitas vão para ...
A audição de Nuno Santos segue-se à do presidente da empresa, Alberto da Ponte, que disse na terça-feira aos deputados que Nuno Santos teria autorizado o visionamento por parte de agentes policiais das imagens da manifestação de 14 de novembro que não chegaram a ser emitidas.
Os donos da dívida
Colégios privados GPS: uma história exemplar
A história que aqui vos conto, e que muitos dos leitores terão tido a oportunidade de ver na TVI (http://www.tvi.iol.pt/videos/13754874), é a de um grupo privado que nasceu à sombra da influência do poder político. E que, na área da educação, cresceu à custa de contratos de associação que desviam alunos das escolas públicas para colégios privados. Sem que tal seja necessário ou corresponda a qualquer benefício para os cidadãos.
Nas escolas públicas Raul Proença e Rafael Bordalo Pinheiro, nas Caldas da Rainha, há lugares vagos. Mas construíram-se dois colégios privados, do influente grupo GPS: Frei Cristóvão e Rainha Dona Leonor. Concorrência? Nem por isso. Os colégios recebem alunos que são integralmente pagos pelo Estado. Porque as escolas públicas do concelho estão sobrelotadas? Não. Porque não têm condições? Pelo contrário. As públicas pedem mais turmas e isso é-lhes recusado. As privadas crescem e recebem, por decisão da DREL, muito mais turmas do que as escolas do Estado. Os alunos são desviados do público para o privado. E o Estado paga.
No últimos cinco anos a escola pública, nas Caldas da Rainha, perdeu 519 alunos. Os colégios com contratos de associação (financiados pelos dinheiros públicos) ganharam 514. Não por escolha dos pais, mas por escolha do Ministério da Educação. A Bordalo Pinheiro, que tem condições invejáveis, resultado de um investimento de 10 milhões de euros, poderia ter 45 turmas. Tem 39. Os alunos em falta vão para escolas privadas, pagos por nós, com piores condições.
Enquanto nas escolas públicas vizinhas há professores com horário zero, os professores dos colégios do grupo GPS são intimidados para assinar declarações que os obrigam a cargas horárias ilegais. Dão aulas a 300 ou 400 alunos. Há professores com todos os alunos do segundo ciclo na sua disciplina. Tudo com o devido conhecimento da Associação de Estabelecimentos do Ensino Particular e Cooperativo (AEEP).
Para além das aulas, há, casos de professores a servirem almoços e cafés, a pintarem as instalações, a fazerem limpezas, arrumações e trabalho de secretaria e contabilidade. Isto nas várias escolas do grupo GPS, espalhadas pelo País. As inspeções do ministério a estas escolas, testemunha um professor, têm aviso prévio. Isto, enquanto, só no concelho das Caldas da Rainha, 140 professores das escolas do Estado chegaram a estar sem horário por falta de alunos.
As condições das escolas do grupo privado pago quase integralmente com dinheiros do Estado deixam muito a desejar. Portas de emergência fechadas a cadeado, falta permanente de material indispensável, cursos financiadas PRODEP sem as instalações para o efeito e aulas a temperaturas negativas.
Falta de dinheiro? Não parece. Manuel António Madama, diretor da Escola de São Mamede, também do grupo, é proprietário de uma invejável frota de 80 carros. Só este ano, o grupo GPS recebeu do Estado 25 milhões de euros. Cada turma das várias escolas do grupo recebe do Estado 85 mil euros. Dos 3 milhões de euros vindos dos cofres públicos para, por exemplo, a escola de Santo André, só 1,3 milhão é que foram para pagar professores. A quando das manifestações contra a redução dos contratos de associação, decidida por José Sócrates e que Nuno Crato anulou (enquanto fazia cortes brutais na escola pública), a presidente da Associação de Pais quis saber para onde ia o dinheiro que sobrava. Ficou na ignorância.
A pressão para dar negativa a alunos que poderiam ter positiva mas, não sendo excelentes, poderiam baixar a média nos exames que contam para o ranking, são enormes. Até ao despedimento de professores e à alteração administrativa das notas. Os maus alunos, mesmo em escolas privadas pagas com dinheiros públicos, são para ir para as escolas do Estado. No agrupamento de Escolas Raul Proença há cem alunos com necessidades educativas especiais. No colégio vizinho da GPS, o Dona Leonor, com contrato de associação, quantos alunos destes, pagos pelo Estado, existem? Nenhum. Dão demasiado trabalho, exigem investimento e baixam a escola no ranking.
Como se explica o absurdo duplicar custos quando as escolas do Estado chegam e sobram para os alunos disponíveis? De ter escolas do Estado em excelentes condições, onde foi feito um enorme investimento, semivazias e com professores com horário zero, enquanto nestas escolas privadas se amontoam alunos pagos pelos contribuintes, sem condições e com os professores a serem explorados? A TVI contou, numa inatacável reportagem de Ana Leal, documentada até ao último pormenor e com inúmeros testemunhos, a razão deste mistério.
A GPS é um poderoso grupo. 26 escolas de norte a sul do País, invariavelmente ao lado de escolas públicas e com contratos de associação com o Estado. Em 10 anos criou mais de 50 empresas em várias áreas, do turismo às telecomunicações, do ensino ao imobiliário. António Calvete, presidente do grupo GPS, foi deputado do PS no tempo de Guterres e membro da Comissão parlamentar de Educação. Para o acompanhar nesta aventura empresarial chamou antigos ministros, deputados, diretores regionais de educação. Do PS e do PSD: Domingos Fernandes, secretário de Estado da Administração Educativa de António Guterres, Paulo Pereira Coelho, secretário de Estado da Administração Interna de Santana Lopes e secretário de Estado da Administração Local de Durão Barroso, José Junqueiro, deputado do PS. Todos foram consultores do grupo GPS.
Mas entre os políticos recrutados pela GPS estão as duas principais figuras desta história: José Manuel Canavarro, secretário de Estado da Administração Educativa de Santana Lopes, e José Almeida, diretor Regional de Educação de Lisboa do mesmo governo. Foram eles que, em 2005, assinaram o despacho que licenciava a construção de quatro escolas do grupo GPS com contratos de associação para receberem alunos do Estado com financiamento público. Ainda não tinham instalações e já tinham garantido o financiamento público dos contratos de associação. Ou seja, havia contratos de associação com escolas que ainda não tinham existência legal. Um despacho assinado por um governo de gestão, a cinco dias das eleições que ditariam o fim político de Santana Lopes. Depois de saírem dos cargos públicos foram trabalhar, como consultores, para a GPS. E nem um despacho do novo secretário de Estado, Waler Lemos, a propor a não celebração de contratos de associação com aquelas escolas conseguiu travar o processo.
Alguns estudos recentes falam dos custos por aluno para o Estado das escolas públicas e privadas. Esta reportagem explica muitas coisas que os números escondem. Como se subaproveita as capacidades da rede escolar do Estado e se selecionam estudantes, aumentando assim os custos por aluno, para desviar dinheiro do Estado para negócios privados. E como esses negócios se fazem. Quem ganha com eles e quem os ajuda a fazer. Como se desperdiça dinheiro público e se mexem influências.
A reportagem da TVI não poderia ter sido mais oportuna. Quando vier de novo a lenga-lenga da "liberdade de escolha", das vantagens das parcerias com os privados, dos co-pagamentos, da insustentabilidade de continuar a garantir a Escola Pública, do parque escolar público ser de luxo... vale a pena rever este trabalho jornalístico. Está lá tudo. O resumo de um poder político que serve os interesses privados e depois nos vende a indispensável "refundação do Estado".
Daniel Oliveira (www.expresso.pt)
Sousa Tavares: "Governo ainda não apresentou um motivo para privatizar RTP"
E não vamos saber a verdadeira razão, pois as razões apontadas são demasiado obscuras…
Ex-embaixador que denunciou corrupção em Angola impedido de viajar para Portugal
Adriano Parreira solicitou, recentemente, uma investigação da Procuradoria Geral da República aos alegados casos de corrupção e fugas de capitais envolvendo algumas das principais figuras do regime angolano.
segunda-feira, 3 de dezembro de 2012
Palestina
1º de dezembro
E, já agora, viva o 1º de dezembro, também em Vila Real, depois do "regadinho" (ninguém, de fora, sabe o que isso é!), noite das homéricas ceias na academia, outrora feitas com carne das "penosas" surripiadas nos quintais menos atentos e adubadas a álcoois que funcionavam (agora já não devem funcionar, tal a precocidade das novas gerações) como ritos de passagem, por essas terras transmontanas. Em 2013, lá estarei, sem falta!
Em tempo: há precisamente quatro anos, no Brasil, fiz uma conferência sobre a nossa independência. Revi-a agora e não lhe alterava uma linha. Aqui fica "à toutes fins utiles", como dizem os franceses.
CGTP promove petição em defesa das funções sociais do Estado
Decisões camarárias
Israel confisca impostos da Palestina
Espanha torna oficial pedido de ajuda financeira para a banca
Em comunicado, o Ministério da Economia espanhol explica que o "procedimento para a receção dos fundos para a recapitalização do setor financeiro termina hoje com a solicitação formal destas ajudas".
Schaüble: Seria "chocante" dar a Portugal condições iguais à Grécia
"Eu não aconselharia Portugal a ousar esse passo, porque a comparação com a Grécia não me parece adequada", afirmou o ministro das Finanças alemão, Wolfgang Schäuble, respondendo na Comissão dos Assuntos Económicos do Parlamento Europeu sobre a possibilidade de as novas condições acordadas para o empréstimo à Grécia poderem ser aplicadas aos restantes países sob programa, ou seja, Portugal e a Irlanda.