terça-feira, 30 de outubro de 2012

Decanato


O novo presidente da Assembleia Nacional francesa, Claude Bartolone, tomou a simpática iniciativa de organizar, na noite de ontem, um jantar de debate, reunindo um grupo pouco comum de embaixadores: os representantes diplomáticos dos países da zona euro. Ao sentarmo-nos à mesa, reparei ter tido direito ao lugar de honra, entre os convidados. Olhei à volta e dei-me conta que já era o "decano" dos diplomatas presentes. Como o tempo passa...

A rotação temporal dos embaixadores é uma regra comum. Em geral, em cada quatro ou cinco anos, os embaixadores mudam de funções, indo assumir a chefia de outras representações diplomáticas ou consulares no exterior, ou regressando temporariamente às suas capitais. Esta regra aplica-se também aos restantes diplomatas, sendo que há alguns países que optam por seguir modelos diferenciados.

Com o tempo, percebi que essa mudança regular dos diplomatas tem todo o sentido. Se bem que, à primeira vista, se possa argumentar que se ganharia em ter as pessoas mais tempo nos postos, aproveitando a sua experiência e melhor explorando as redes de contactos entretanto estabelecidos, a verdade é que se constata que o "refrescamento" dos lugares favorece a assunção de novos olhares sobre a realidade local, evitando a queda em rotinas e vícios de perspetiva. Não raramente, o diplomata que fica muitos anos num posto deixa de "ver" o que entretanto mudou e acultura-se a uma certa leitura dos factos e das pessoas, que pode acabar por afetar a eficácia do seu trabalho. Além disso, a rotação permite em enriquecimento do diplomata através de experiências diferentes, em contacto com outras sociedades e situações, o que constitui um importante fator de formação profissional. Não será por acaso que a generalidade das carreiras diplomáticas segue um procedimento basicamente idêntico.

Mas há exceções. Em 2001, nas Nações Unidas, vi-me um dia confrontado com um caso singular. Tinha chegado há escassas semanas e fiquei sentado, num almoço, ao lado do embaixador do Kuwait. Perguntei-lhe há quanto tempo estava em posto, em Nova Iorque. A resposta deixou-me siderado: "21 anos". Comentei que, assim sendo, deveria ser o "decano" dos embaixadores. Respondeu-me que não, que o colega do Iémen estava por lá há ... 28 anos!

Mal eu sabia então que ia por lá ficar apenas cerca de ano e meio...

Bloco propõe pacote de “transformação fiscal” que permite encaixe de 3.450 milhões

Durante as jornadas parlamentares do Bloco, o deputado Pedro Filipe Soares defendeu a anulação do aumento de IRS que é apresentado na proposta de OE'2013 e a reposição completa dos dois subsídios retirados a trabalhadores e reformados.

segunda-feira, 29 de outubro de 2012

Subtileza


No início de um espetáculo, na noite de domingo, ouvi esta "pérola", de uma elegância mais do que subtil, antes do início da "performance": "Chama-se a atenção das pessoas presentes para a necessidade de ligarem o seu telemóvel quando saírem do teatro".

Solicitamos [ao governo] para decretar a nossa morte coletiva

Carta da comunidade Guarani-Kaiowá de Pyelito Kue/Mbarakay-Iguatemi-MS para o Governo e Justiça do Brasil

Nós (50 homens, 50 mulheres, 70 crianças) comunidades Guarani-Kaiowá originárias de tekoha Pyelito kue/Mbrakay, vimos através desta carta apresentar a nossa situação histórica e decisão definitiva diante de despacho/ordem de nossa expulsão/despejo expressado pela Justiça Federal de Navirai-MS, conforme o processo nº 0000032-87.2012.4.03.6006, em 29/09/2012.

24 horas em Lyon

1. Foi muito instrutivo anotar as várias interrogações no tocante ao futuro da Europa que ontem ouvi de um conjunto de qualificados empresários franceses, perante os quais fiz uma palestra em Lyon. Nela procurei fazer entender a nossa posição no processo integrador, sem esconder as fragilidades que nos são próprias, mas tentando simultaneamente que, da sua transparente explicitação, resultasse evidente que jogamos com todas as cartas em cima da mesa. Se bem que, neste momento, com uma evidente escassez de trunfos. Mas alguns trunfos continuam a existir, não sendo por acaso que os investimentos franceses em Portugal continuam a comportar-se de forma positiva.

2. Lyon é a sede da Euronews. Encontrei-me com o seu presidente, que se mostrou fortemente interessado em dar continuidade à cooperação que mantém com a RTP. Num passado recente, as emissões em língua portuguesa - e o trabalho dos portugueses que trabalham na Euronews - estiveram em forte risco. Alertei Lisboa, à época, para o assunto e, pelo menos por algum tempo, foi possível garantir um balão financeiro de oxigénio, com a ajuda da Comissão Europeia e, segundo o presidente da Euronews, muito graças ao empenhamento do deputado Ribeiro e Castro.

3. O "Banque BCP" é uma instituição financeira franco-portuguesa, com forte expressão no seio da nossa comunidade. Sempre que a tal solicitado, tenho procurado sublinhar o papel neste país de todas e cada uma das entidades económicas e financeiras com capitais portugueses, pelo que tive muito gosto em testemunhar a imagem de modernidade da unidade ontem apresentada numa das zonas mais prestigiadas de Lyon. A presença de muitos franceses no evento mostrou que a nossa banca está longe de ser "comunitarista".

4. A comunidade portuguesa em França não é imune às preocupações que, sobre o futuro, atravessam toda a sociedade portuguesa. Ficou-me isso claro nas conversas com vários dos nossos compatriotas que vivem na região de Lyon. Porque não vendo ilusões, não consegui dar-lhes grandes certezas que acalmassem as suas angústias, até porque as não possuo. Apenas lhes disse da minha profunda convicção de que vamos "sair disto", porque, felizmente, na nossa democracia e na negociação europeia, existem sempre saídas. E não ousei dizer aos nossos compatriotas que o slogan "tina" ("there is no alternative"), que a senhora Thatcher e os seus turiferários utilizavam para tentar convencer os britânicos de que o mercado das soluções se esgotava nas soluções do mercado, é de um tempo que já lá vai...

China: família do primeiro-ministro fica milionária durante o seu mandato

O jornal New York Times desferiu um poderoso golpe na elite chinesa ao publicar uma reportagem de investigação mostrando como a família do primeiro-ministro Wen Jiabao, um dos principais dirigentes "comunistas", enriqueceu espetacularmente durante o seu mandato.

5ª avaliação da troika: Governo prepara novas medidas de austeridade

"Se a execução [orçamental] voltar a revelar-se pior do que o previsto, a margem para acomodar novas derrapagens será limitada", avança ainda o Fundo Monetário Internacional (FMI), ao que o governo português responde que está pronto para "introduzir as medidas de contingência que sejam necessárias ao longo de 2013".

Sobretaxa de IRS até, pelo menos, ao fim do programa de financiamento externo

O APELO

O APELO

 

sexta-feira, 26 de outubro de 2012

Jornadas parlamentares do Bloco: “Crise e recessão, propostas para salvar a economia”

Nas vésperas da discussão do Orçamento de Estado para 2013, o Grupo Parlamentar do Bloco de Esquerda organiza as suas jornadas parlamentares para discutir e apresentar propostas que respondam à crise social e à recessão, destino aparentemente inevitável a que está votado o país.

Vitória nacionalista no País Basco e do PP na Galiza

O Partido Nacionalista Basco (PNV) venceu as eleições autonómicas de domingo no País Basco, seguido de muito perto pela coligação Euskal Herria Bildu, que conquistou o melhor resultado de sempre da esquerda independentista basca. O PNV elegeu 27 deputados (perdendo três) e a EH Bildu ficou com 21 deputados. O Partido Socialista, que liderava o governo anterior, foi muito penalizado, passando de 24 deputados para 16; em 4º lugar, o PP também perde três deputados, elegendo agora 10.

Aniversário

É um amigo que conheço há muito. Faz anos hoje. Há minutos, telefonei, a felicitá-lo.

Agradeceu, comentando: "Meu caro, só damos conta de que envelhecemos quando o preço das velas começa a ser superior ao do bolo de aniversário".

Boa "malha"!
 

Sua Alteza Real, D. Mário Soares

Sua Alteza Real, D. Mário Soares

Clara Ferreira Alves, no Expresso

Tudo o que aqui relato é verdade. Se quiserem, podem processar-me.
Eis parte do enigma. Mário Soares, num dos momentos de lucidez que ainda vai tendo, veio chamar a atenção do Governo, na última semana, para a voz da rua.
A lucidez, uma das suas maiores qualidades durante uma longa carreira politica. A lucidez que lhe permitiu escapar à PIDE e passar um bom par de anos, num exílio dourado, em hotéis de luxo de Paris.
A lucidez que lhe permitiu conduzir da forma "brilhante" que se viu o processo de descolonização.
A lucidez que lhe permitiu conseguir que os Estados Unidos financiassem o PS durante os primeiros anos da Democracia.
A lucidez que o fez meter o socialismo na gaveta durante a sua experiência governativa.

A lucidez que lhe permitiu tratar da forma despudorada amigos como Jaime Serra, Salgado Zenha, Manuel Alegre e tantos outros.
A lucidez que lhe permitiu governar sem ler os "dossiers"..
A lucidez que lhe permitiu não voltar a ser primeiro-ministro depois de tão fantástico desempenho no cargo.
A lucidez que lhe permitiu pôr-se a jeito para ser agredido na Marinha Grande e, dessa forma, vitimizar-se aos olhos da opinião pública e vencer as eleições presidenciais.
A lucidez que lhe permitiu, após a vitória nessas eleições, fundar um grupo empresarial, a Emaudio, com "testas de ferro" no comando e um conjunto de negócios obscuros que envolveram grandes magnatas internacionais.
A lucidez que lhe permitiu utilizar a Emaudio para financiar a sua segunda campanha presidencial.
A lucidez que lhe permitiu nomear para Governador de Macau Carlos Melancia, um dos homens da Emaudio.
A lucidez que lhe permitiu passar incólume ao caso Emaudio e ao caso Aeroporto de Macau e, ao mesmo tempo, dar os primeiros passos para uma Fundação na sua fase pós-presidencial.
A lucidez que lhe permitiu ler o livro de Rui Mateus, "Contos Proibidos", que contava tudo sobre a Emaudio, e ter a sorte de esse mesmo livro, depois de esgotado, jamais voltar a ser publicado.
A lucidez que lhe permitiu passar incólume as "ligações perigosas" com Angola, ligações essas que quase lhe roubaram o filho no célebre acidente de avião na Jamba (avião esse transportando de diamantes, no dizer do então Ministro da Comunicação Social de Angola).

A lucidez que lhe permitiu, durante a sua passagem por Belém, visitar 57 países ("record" absoluto para a Espanha - 24 vezes - e França - 21), num total equivalente a 22 voltas ao mundo (mais de 992 mil quilómetros).
A lucidez que lhe permitiu visitar as Seychelles, esse território de grande importância estratégica para Portugal, aproveitando para dar
uma voltinha de tartaruga.
A lucidez que lhe permitiu, no final destas viagens, levar para a Casa-Museu João Soares uma grande parte dos valiosos presentes
oferecidos oficialmente ao Presidente da Republica Portuguesa.
A lucidez que lhe permitiu guardar esses presentes numa caixa-forte blindada daquela Casa, em vez de os guardar no Museu da Presidência da Republica.
A lucidez que lhe permite, ainda hoje, ter 24 horas por dia de vigilância paga pelo Estado nas suas casas de Nafarros, Vau e Campo
Grande.
A lucidez que lhe permitiu, abandonada a Presidência da Republica, constituir a Fundação Mário Soares. Uma fundação de Direito privado, que, vivendo à custa de subsídios do Estado, tem apenas como única função visível ser depósito de documentos valiosos de Mário Soares. Os mesmos que, se são valiosos, deviam estar na Torre do Tombo.
A lucidez que lhe permitiu construir o edifício-sede da Fundação violando o PDM de Lisboa, segundo um relatório do IGAT, que decretou a nulidade da licença de obras.
A lucidez que lhe permitiu conseguir que o processo das velhas construções que ali existiam e que se encontrava no Arquivo Municipal
fosse requisitado pelo filho e que acabasse por desaparecer convenientemente num incêndio dos Paços do Concelho.
A lucidez que lhe permitiu receber do Estado, ao longo dos últimos anos, donativos e subsídios superiores a um milhão de contos.
A lucidez que lhe permitiu receber, entre os vários subsídios, um de quinhentos mil contos, do Governo Guterres, para a criação de um
auditório, uma biblioteca e um arquivo num edifico cedido pela Câmara de Lisboa.
A lucidez que lhe permitiu receber, entre 1995 e 2005, uma subvenção anual da Câmara Municipal de Lisboa, na qual o seu filho era Vereador e Presidente.
A lucidez que lhe permitiu que o Estado lhe arrendasse e lhe pagasse um gabinete, a que tinha direito como ex-presidente da República,
na... Fundação Mário Soares.
A lucidez que lhe permite que, ainda hoje, a Fundação Mário Soares receba quase 4 mil euros mensais da Câmara Municipal de Leiria.
A lucidez que lhe permitiu fazer obras no Colégio Moderno, propriedade da família, sem licença municipal, numa altura em que o Presidente era... João Soares.
A lucidez que lhe permitiu silenciar, através de pressões sobre o director do "Público", José Manuel Fernandes, a investigação jornalística que José António Cerejo começara a publicar sobre o tema.
A lucidez que lhe permitiu candidatar-se a Presidente do Parlamento Europeu e chamar dona de casa, durante a campanha, à vencedora Nicole Fontaine.
A lucidez que lhe permitiu considerar Jose Sócrates "o pior do guterrismo" e ignorar hoje em dia tal frase como se nada fosse.

A lucidez que lhe permitiu passar por cima de um amigo, Manuel Alegre, para concorrer às eleições presidenciais mais uma vez.
A lucidez que lhe permitiu, então, fazer mais um frete ao Partido Socialista.
A lucidez que lhe permitiu ler os artigos "O Polvo" de Joaquim Vieira na "Grande Reportagem", baseados no livro de Rui Mateus, e assistir, logo a seguir, ao despedimento do jornalista e ao fim da revista.
A lucidez que lhe permitiu passar incólume depois de apelar ao voto no filho, em pleno dia de eleições, nas últimas Autárquicas.
No final de uma vida de lucidez, o que resta a Mário Soares? Resta um punhado de momentos em que a lucidez vem e vai. Vem e vai. Vem e vai. Vai.... e não volta mais.

Clara Ferreira Alves


Sua Alteza Real, D. Mário Soares

Enquanto tivemos empréstimos, já se lembrou que éramos pobres e que a regra é deixar património para os filhos e não uma herança de dividas? Para quem tem memória curta! Não é por acaso que foi cognominado de viajante...
A Moral dum exímio gastador!!!!!
Alguém se lembra do nosso Presidente Soares e das suas viagens?
Vamos lá fazer um resumo de onde foram gastos milhões dos nossos impostos, só em viagens, com a sua comitiva... tudo pago pelo
contribuinte, claro!


1986
11 a 13 de Maio - Grã-Bretanha
06 a 09 de Julho - França
12 a 14 de Setembro - Espanha
17 a 25 de Outubro - Grã-Bretanha e França
28 de Outubro - Moçambique
05 a 08 de Dezembro - São Tomé e Príncipe
08 a 11 de Dezembro - Cabo Verde

1987
15 a 18 de Janeiro - Espanha
24 de Março a 05 de Abril - Brasil
16 a 26 de Maio - Estados Unidos
13 a 16 de Junho - França e Suíça
16 a 20 de Outubro - França
22 a 29 de Novembro - Rússia
14 a 19 de Dezembro - Espanha

1988
18 a 23 de Abril - Alemanha
16 a 18 de Maio - Luxemburgo
18 a 21 de Maio - Suíça
31 de Maio a 05 de Junho - Filipinas
05 a 08 de Junho - Estados Unidos
08 a 13 de Agosto - Equador
13 a 15 de Outubro - Alemanha
15 a 18 de Outubro - Itália
05 a 10 de Novembro - França
12 a 17 de Dezembro - Grécia

1989
19 a 21 de Janeiro - Alemanha
31 de Janeiro a 05 de Fevereiro - Venezuela
21 a 27 de Fevereiro - Japão
27 de Fevereiro a 05 de Março - Hong-Kong e Macau
05 a 12 de Março - Itália
24 de Junho a 02 de Julho - Estados Unidos
12 a 16 de Julho - Estados Unidos
17 a 19 de Julho - Espanha
27 de Setembro a 02 de Outubro - Hungria
02 a 04 de Outubro - Holanda
16 a 24 de Outubro - França
20 a 24 de Novembro - Guiné-Bissau
24 a 26 de Novembro - Costa do Marfim
26 a 30 de Novembro - Zaire
27 a 30 de Dezembro - República Checa

1990
15 a 20 de Fevereiro - Itália
10 a 21 de Março - Chile e Brasil
26 a 29 de Abril - Itália
05 a 06 de Maio - Espanha
15 a 20 de Maio - Marrocos
09 a 11 de Outubro - Suécia
27 a 28 de Outubro - Espanha
11 a 12 de Novembro - Japão

1991
29 a 31 de Janeiro - Noruega
21 a 23 de Março - Cabo Verde
02 a 04 de Abril - São Tomé e Príncipe
05 a 09 de Abril - Itália
17 a 23 de Maio - Rússia
08 a 11 de Julho - Espanha
16 a 23 de Julho - México
27 de Agosto a 01 de Setembro - Espanha
14 a 19 de Setembro - França e Bélgica
08 a 10 de Outubro - Bélgica
22 a 24 de Novembro - França
08 a 12 de Dezembro - Bélgica e França

1992
10 a 14 de Janeiro - Estados Unidos
23 de Janeiro a 04 de Fevereiro - India
09 a 11 de Março - França
13 a 14 de Março - Espanha
25 a 29 de Abril - Espanha
04 a 06 de Maio - Suíça
06 a 09 de Maio - Dinamarca
26 a 28de Maio - Alemanha
30 a 31 de Maio - Espanha
01 a 07 de Junho - Brasil
11 a 13 de Junho - Espanha
13 a 15 de Junho - Alemanha
19 a 21 de Junho - Itália
14 a 16 de Outubro - França
16 a 19 de Outubro - Alemanha
19 a 21 de Outubro - Áustria
21 a 27 de Outubro - Turquia
01 a 03 de Novembro - Espanha
17 a 19 de Novembro - França
26 a 28 de Novembro - Espanha
13 a 16 de Dezembro - França

1993
17 a 21 de Fevereiro - França
14 a 16 de Março - Bélgica
06 a 07 de Abril - Espanha
18 a 20 de Abril - Alemanha
21 a 23 de Abril - Estados Unidos
27 de Abril a 02 de Maio - Grã-Bretanha e Escócia
14 a 16 de Maio - Espanha
17 a 19 de Maio - França
22 a 23 de Maio – Espanha
01 a 04 de Junho - Irlanda
04 a 06 de Junho - Islândia
05 a 06 de Julho - Espanha
09 a 14 de Julho - Chile
14 a 21 de Julho - Brasil
24 a 26 de Julho - Espanha
06 a 07 de Agosto - Bélgica
07 a 08 de Setembro - Espanha
14 a 17 de de Outubro - Coreia do Norte
18 a 27 de Outubro - Japão
28 a 31 de Outubro - Hong-Kong e Macau

1994
02 a 05 de Fevereiro - França
27 de Fevereiro a 03 de Março - Espanha (incluindo Canárias)
18 a 26 de Março - Brasil
08 a 12 de Maio - África do Sul (Tomada de posse de Mandela)
22 a 27 de Maio - Itália
27 a 31 de Maio - África do Sul
06 a 07 de Junho - Espanha
12 a 20 de Junho - Colômbia
05 a 06 de Julho - França
10 a 13 de Setembro - Itália
13 a 16 de Setembro - Bulgária
16 a 18 de Setembro - - França
28 a 30 de Setembro - Guiné-Bissau
09 a 11 de Outubro - Malta
11 a 16 de Outubro - Egipto
17 a 18 de Outubro - Letónia
18 a 20 de Outubro - Polónia
09 a 10 de Novembro - Grã-Bretanha
15 a 17 de Novembro - República Checa
17 a 19 de Novembro - Suíça
27 a 28 de Novembro - Marrocos
07 a 12 de Dezembro - Moçambique
30 de Dezembro a 09 de Janeiro 1995 - Brasil

1995
31 de Janeiro a 02 de Fevereiro - França
12 a 13 de Fevereiro - Espanha
07 a 08 de Março - Tunísia
06 a 10 de Abril - Macau
10 a 17 de Abril - China
17 a 19 de Abril - Paquistão
07 a 09 de Maio - França
21 de Setembro - Espanha
23 a 28 de Setembro - Turquia
14 a 19 de Outubro - Argentina e Uruguai
20 a 23 de Outubro – Estados Unidos
27 de Outubro - Espanha
31 de Outubro a 04 de Novembro - Israel
04 e 05 de Novembro Faixa de Gaza e Cisjordânia
05 e 06 de Novembro - Cidade de Jerusalém
15 a 16 de Novembro - França
17 a 24 de Novembro - África do Sul
24 a 28 de Novembro - Ilhas Seychelles
04 a 05 de Dezembro - Costa do Marfim
06 a 10 de Dezembro - Macau
11 a 16 de Dezembro - Japão

1996
08 a 11 de Janeiro - Angola

Durante os anos que ocupou o Palácio de Belém, Soares visitou 57
países (alguns várias vezes como por exemplo Espanha que visitou 24
vezes e a França 21 vezes), percorrendo no total 992.809 KMS o que
corresponde a 22 vezes a volta ao mundo...

Para quê?
Expliquem ao povo para que serviu tanta viagem… Eis um dos porquês do nosso recurso ao acordo da troika.

Para o qual esta Alteza agora quer deixar de ser " fiel "…

Mário Soares: A obrigação do PS ser fiel ao acordo da troika chegou ao fim - Economia - Jornal de Negócios

 

 

 

 

Juros-como funciona a banca.

Os juros dos empréstimos bancários:
que justificação têm e porque não deveríamos pagá-los?

por Juan Torres López [*]

Qualquer pessoa que tenha precisado de devolver um empréstimo sabe o que significam os juros na hora de pagá-lo. Um empréstimo recebido, por exemplo, a 7% ao ano suporia ter de devolver quase o dobro do capital recebido ao fim de dez anos.

Tanto é o peso dos juros acarretados pelos empréstimos que durante muito tempo considerou-se que cobrá-los acima de determinados níveis mais ou menos razoáveis era considerado não só um delito de usara como também uma acção imoral, ou inclusive um pecado grave que condenaria para sempre quem o cometesse.

Hoje em dia, contudo, quase todos os governos eliminaram essa figura delitiva e parece a toda gente natural que se cobrem juros legais de até 30% (isto é o que cobram neste momento os bancos espanhóis aos clientes que ultrapassam a sua linha de crédito) ou que haja países afundados na miséria não exactamente pelo que devem e sim pelo montante dos juros que hão de pagar.

Os países da União Europeia renunciaram a ter um banco central que os financiassem quando precisassem dinheiro e portanto têm que recorrer à banca privada. Em consequência, ao invés de financiarem-se a 0%, ou a um juro mínimo que simplesmente cobrisse os gastos da administração da política monetária, têm de fazê-lo e 4, 5, 6 ou inclusive a 15% em certas ocasiões. E isso faz com que a cada ano os bancos privados recebam entre 300 mil milhões e 400 mil milhões de euros em forma de juros (tenho, então, de explicar quem esteve e porque por trás da decisão de que o Banco Central Europeu não financiasse os governos?),

Os economistas franceses Jacques Holbecq e Philippe Derudder demonstraram que a França teve de pagar 1,1 mil milhões de euros em juros desde 1980 (quando o banco central deixou de financiar o governo) até 2006 para fazer frente à dívida de 229 mil milhões existente nesse primeiro ano (Jacques Holbecq e Philippe Derudder, La dette publique, une affaire rentable: A qui profite le système?, Ed. Yves Michel, París, 2009). Ou seja, se a França houvesse sido financiada por um banco central sem pagar juros teria poupado 914 mil milhões de euros e a sua dívida pública seria hoje insignificante.

Na Espanha verificou-se o mesmo. Nós já pagámos, por conta dos juros (227 mil milhões no total desde então), três vezes a dívida que tínhamos em 2000 e apesar disso ainda continuamos a dever o dobro do que devíamos nesse anos (Yves Julien e Jérôme Duval, España: Quantas vezes teremos de pagar uma dívida que não é nossa? ). Eduardo Garzón calculou que se um baco central houvesse financiado os défices da Espanha desde 1989 até 2011 a 1%, a dívida agora seria também insignificante, de 14% do PIB e não de quase 90% (Situação do cofres públicos se o estado espanhol não pagasse juros de dívida pública) .

E o curioso é que este juros que os bancos cobram às pessoas, às empresas ou aos governos e que lastram continuamente a sua capacidade de criar riqueza não têm justificação alguma.

Poder-se-ia entender que alguém cobrasse um determinado juro quando concedesse um empréstimo a outro sujeito se, ao fazê-lo, renunciasse a algo. Se eu empresto a Pepe 300 euros e isso me impede, por exemplo, de passar um fim de semana de férias com a minha família poderia talvez justificar-se que eu lhe cobrasse um juro pela renúncia que faço das minhas férias. Mas não é isso o que acontece quando um banco empresta.

O que a maioria das pessoas não sabe, porque os banqueiros encarregam-se de dissimular e de que não se fale disso, é que quando os bancos emprestam não estão a renunciar algo porque, como dizia o Prémio Nobel da Economia Maurice Allais, o dinheiro que emprestam não existe previamente e, na verdade, é criado ex nihilo, ou seja, do nada.

O procedimento é muito simples e o explicamos, Vicenç Navarro e eu, no nosso livro Los amos del mundo. las armas del terrorismo financiero (p. 57 e seguintes):

Capa de 'Los amos del mundo'."Suponhamos que Pedro se deixa convencer por um banqueiro e deposita os 100 euros de que dispõe num banco, em troca do recebimento de um juro de 4% ao ano. Nesse momento, o banco faz duas anotações no seu balanço, que é o livro onde regista suas contas:

- Por um lado, anota que tem 100 euros como um activo (os activos são os bens ou direitos sobre outros possuídos por alguém) e, mais concretamente, em dinheiro metálico entregue por Pedro.

- Por outro, anota que tem um passivo (os passivos são as obrigações de alguém) de 100 euros, uma vez que esse dinheiro é na realidade do Pedro e terá que ser devolvido no momento em que ele o reclame.

Ao ser feito este depósito tão pouco mudou a quantidade de dinheiro na economia. Continua a haver 100 euros, ainda que agora estejam fisicamente em outro lugar, na caixa do banco.

Agora suponhamos que outra pessoa, Rebeca, precisa de 20 euros e vejamos o que acontece na economia se Pedro lhe empresta essa quantia ou se for o banco que o faz.

Se Pedro tem 100 euros e dá 20 em empréstimo a Rebeca a quantidade dinheiro existente na economia continua a ser a mesma: 100 euros, só que agora 20 estão no bolso da Rebeca e 80 continuam no de Pedro. O empréstimo entre particulares não alterou a quantidade dinheiro total ainda que produza um efeito importante: Pedro renunciou a poder gastar uma parte do seu dinheiro, os 20 euros que emprestou a Rebeca.

Mas o que acontece se não for Pedro quem dá um empréstimo de 20 euros à Rebeca e sim o banco?

Rebeca irá certamente atemorizada à agência bancária a perguntar-se se o senhor banqueiro lhe fará o favor de concedê-lo. Mas o banqueiro não tem dúvida: desde que recebeu o depósito de Pedro está a pensar que este, com toda a segurança, não vai retirar de repente a quantidade depositada, de modo que se deixar uma parte desses 100 euros depositado para atender aos seus reembolsos e encontrar outra pessoa que deseje um crédito pode fazer um bom negócio desde que lhe cobre mais do que os 4%.

Quando Rebeca chega ao seu banco, o banqueiro esfrega as mãos e, ainda que certamente disfarce para dissimular quem faz o favor a quem, conceder-lhe-á a seguir o empréstimo desejado de 20 euros a uma taxa certamente superior a 4%, digamos que a 7%.

Suponhamos que lhe põe essa quantia à sua disposição num depósito em seu nome e que lhe entrega alguns cheques ou um cartão com os quais pode utilizá-lo.

Quanto dinheiro há na economia no momento em que se concedeu o referido crédito?

Como a imensa maioria das pessoas pensa que o dinheiro é simplesmente o dinheiro legal, responderá que continua a haver 100 euros. Mas se entendemos que o dinheiro é o que é, ou seja, meios de pagamento, veremos claramente que há mais: Pedro pode fazer pagamentos com o seu livro de cheques no valor de 100 euros e Rebeca pode gastar os 20 euros que lhe deram de empréstimo. Portanto, desde o próprio momento em que se tornou efectivo o empréstimo, na economia há 120 euros em meios de pagamento. Não foram criadas nem moedas nem papel-moeda (continua a existir no valor de 100 euros) mas sim meios de pagamentos a que chamamos dinheiro bancário no valor desses 20 euros".

É assim que os bancos criam dinheiro a partir do nada quando dão um empréstimo. O banco cria dinheiro na medida em que cria dívida, mas o certo é que esta também se cria a partir do nada: simplesmente anotando o banco no activo do seu balanço que os 100 euros que Pedro havia depositado convertem-se agora em 80 mantidos na caixa e 20 num empréstimo concedido a Rebeca e que esta se obriga a devolver. Se não fosse assim, se o dinheiro que os bancos criam não nascesse do nada, a quantidade de dinheiro não poderia aumentar, uma vez que um bilhete ou uma moeda não se podem reproduzir a partir de si mesmos.

E se soubermos estas coisas tão simples já poderemos responder à pergunta do título: como se justifica que os bancos cobrem juros quando concedem empréstimos e por que não deveríamos pagá-los?

A resposta é clara: não há nenhuma justificação e não deveríamos pagá-los porque procedem de dinheiro criado do nada. Se os pagamos é só porque os banqueiros têm um privilégio exorbitante que nos impõem graças ao seu enorme poder.

Uma agência pública poderia criar esses meios de pagamento sem ânimo de lucro e sem nenhum custo, simplesmente controlando para que se mantenha a proporção adequada entre actividade económica e meios de pagamento.

Mas quando a criação de dinheiro é convertida no negócio da banca, é lógico que esta o cria sem cessar, promovendo a maior geração de dívida possível. A banca privada tende assim a aumentar a circulação monetária sem necessidade, artificialmente, e sem que ao mesmo esteja a aumentar a circulação de activos reais (porque isto obviamente não está ao seu alcance).

Está é a razão para que aumente tanto a dívida e não a de vivermos acima das nossas possibilidade ou de se gastar muito em educação ou saúde, como nos dizem sempre.

Já sabemos portanto o que é preciso fazer para que a economia funcione muito melhor: acabar com o privilégio da banca e impedir que possa criar dinheiro a partir do nada aumentando a dívida.

Outro dia explicarei a forma alternativa como poderia funcionar perfeitamente o sistema bancário sem que os banqueiros desfrutem deste privilégio que nos arruína constantemente.

23/Outubro/2012

[*] Professor catedrático do Departamento de Teoria Económica na Universidade de Sevilha.

O original encontra-se em http://juantorreslopez.com/


Este artigo encontra-se em http://resistir.info/ .

24/Out/12

Caixa Geral de Depósitos.

Caixa Geral de Depósitos... tudo em grande!

Comentários para quê? 

quinta-feira, 25 de outubro de 2012

BPI lucrou muito com dívida pública portuguesa

Fernando Ulrich queixou-se que os lucros do BPI foram afetados devido à subida das provisões para imparidades de crédito, que cresceram de 107,7 milhões de euros para 213,4 milhões de euros, por causa da degradação da situação económica.

quarta-feira, 24 de outubro de 2012

“Fusão do Metro com a Carris visa apenas a privatização destas empresas”

"Temos vindo a assistir desde que este Governo tomou posse a um aumento sistemático do preço dos bilhetes e também do preço dos passes, ao mesmo tempo que se retiram os passes para as crianças, para os estudantes e para os idosos, isto significa que se paga mais por menos serviço, por um serviço de pior qualidade", afirmou o deputado bloquista João Semedo, em declarações à Lusa.

Impostos


Estive hoje presente num pequeno almoço de trabalho que reuniu empresários franceses com o ministro do Orçamento, Jérôme Cahuzac. Para além de tentar perceber a racionalidade de algumas medidas que desenham o difícil orçamento francês para 2013 (as dificuldades, embora em grau variável, andam um pouco por todo o lado), tinha alguma curiosidade em assistir à conversa entre um ministro oriundo do Partido Socialista e um mundo empresarial que, não raramente, tem dado mostras de alguma incomodidade com decisões do novo poder político emergido em França.

Jérôme Cahuzac é médico cirurgião e explicou que a sua profissão o ensinou a "cortar" e a não hesitar, quando a decisão está tomada. Disse isso quanto à despesa, embora os seus interlocutores estivessem mais preocupados com o lado da receita. O diálogo com os empresários foi sereno, bem humorado mas bem franco. Dele não darei pormenores, porque as regras deste tipo de encontros (as famosas "Chatham House rules") assim o obrigam. Apenas revelarei que, a propósito da política fiscal deste governo, alguém lembrou, no final, uma frase de San-Antonio, que deixo em francês: "C'est au moment de payer ses impôts qu'on s'aperçoit qu'on n'a pas les moyens de s'offrir l'argent que l'on gagne".

Software livre na administração pública pouparia 100 milhões por ano

Segundo os cálculos feitos pela agência Lusa, em vez dos 169 milhões de euros pagos pelo Estado em 2010 em programas informáticos, a opção pelo código aberto poderia poupar até 70%, para valores que rondariam os 67 milhões, com a vantagem de serem pagos a empresas nacionais.

Em Portugal está em perigo a pluralidade da comunicação social

Não há democracia sem jornais. O conhecimento informado da nossa vida não existe sem imprensa. O escrutínio público do poder, como o conhecemos, não é possível sem uma comunicação social livre e independente. A pluralidade de vozes que nos forma não existe sem liberdade de imprensa. O escrutínio dos poderes públicos e privados, políticos e económicos, não existe sem uma comunicação social plural.
A imprensa em Portugal está maioritariamente vendida aos angolanos.

terça-feira, 23 de outubro de 2012

Estratégias


Há meses, o governo nomeou uma comissão para a preparação de um novo Conceito Estratégico de Defesa Nacional. Para esse grupo, com uma composição mais do que heterogénea, foi convidada uma vintena de pessoas, com nomes publicamente tão conhecidos como Adriano Moreira, Jaime Gama, Loureiro dos Santos, António Vitorino, Fátima Bonifácio, Ângelo Correia, Francisco Pinto Balsemão, Leonor Beleza, Luís Amado, João Salgueiro, Gomes Canotilho ou Eduardo Lourenço. Durante alguns meses, sacrificando as férias de muitos, sob a coordenação do professor Luis Fontoura, o grupo preparou um trabalho que agora será entregue ao ministro da Defesa Nacional. Tive o prazer de integrar esse grupo, acompanhando, pela diplomacia, o meu colega embaixador Leonardo Matias e a dra. Maria Regina Flor e Almeida.

Leio agora, na "Sábado", que um conjunto de militares e alguns civis se reuniram no Instituto Geográfico do Exército, para contestar a necessidade de um novo Conceito. A liberdade de abril permite e estimula o aberto contraditório, que é sempre desejável, aguardando-se agora a produção de um contra-texto que permita abrir um debate enriquecedor. E noto, sem surpresas, que uma certa diplomacia de outrora não deixou de "cunhar" a sua presença nesse outro lado do espelho do pensamento estratégico nacional.

segunda-feira, 22 de outubro de 2012

Manuel António Pina (1943-2012)

Foto António Sabler
É aí vamos nós, neste ritual de obituários. As mortes não se programam. Agora foi a vez de Manuel António Pina, uma das mais lúcidas e desassombradas vozes deste país, senhor de uma escrita que, até quando era agreste, era poética. E com um humor subtil, muito raro entre nós.

Conheci-o no Porto, em meados dos anos 6o do século passado, onde ambos frequentávamos o "Piolho". Nessa altura, a diferença de idades não nos aproximou. Também por isso, embora nos conhecêssemos, nunca fomos íntimos. Iamo-nos encontrando, em contextos muito diversos, de anos a anos. Lia-o com regularidade e recordo de, um dia, lhe ter dito, aqui em Paris, em 2000, ano em que Portugal foi o país convidado para o Salão do Livro: "Às vezes tenho raiva de si, por você escrever aquilo que eu penso de uma forma que eu não sou capaz fazer". Dele recebi, de volta, um sorriso sereno e uma palavra amável. Foi sempre muito portuense, até na constante cerimónia nos nossos contactos breves.

Nos últimos meses, encontrávamo-nos no Conselho geral de Guimarães - capital da Cultura, a que ambos acedemos no mesmo dia, com António Mega Ferreira, a convite de Jorge Sampaio.

Nesta hora da despedida, são muito tocantes as palavras que Francisco José Viegas lhe dedicou: "Neste dia, plantemos uma árvore em seu nome. Uma árvore que transporte a sua poesia para dentro dos nossos dias. Este é um dos dias mais tristes da minha vida. Nenhuma lágrima conseguirá redimir essa tristeza, infelizmente". Um abraço também para si, Francisco.

Da noite para o dia

1. Um grupo angolano estará prestes a adquirir a empresa proprietária do "Diário de Notícias", "Jornal de Notícias" e a rádio TSF. Depois do semanário "Sol", fica agora uma imensa curiosidade sobre um eventual futuro angolano para uma RTP privatizada.

2. Recém-sexagenária, morreu ontem a holandesa Sylvia Kristel, que o mundo recordará para sempre em pose prometedora numa cadeira entrançada de desenho oriental. O imaginário em torno das viagens aéreas de longo curso, apoiadas numa música dengosa, nunca mais foi a mesmo depois do "Emmanuelle", não obstante a mediocridade do filme e de todas as suas sequelas.

3. A "Newsweek" vai passar a não ter versão em papel. No género, fica apenas no mercado a "Time", sua grande rival. Só desejo que o "The New Yorker" não venha a ter um destino idêntico.

4. Anuncia-se que os supermercados gregos vão poder passar a vender produtos fora de prazo de validade, a preços mais baratos. Em Portugal, espero, não iremos por aí. Entre nós, embora com elevado preço, apenas algumas ideias, que já ultrapassaram o seu tempo razoável de vida útil, continuam a ser tidas como boas e consumíveis.

5. O presidente do Conselho europeu, Von Rompuy, que devia ir a Oslo no dia 10 de dezembro, acompanhado do presidente do Parlamento europeu e do presidente da Comissão Europeia, para receberem o prémio Nobel da Paz atribuído à União Europeia, sugeriu que todos os 27 chefes de Estado e de governo se juntem a eles. Admiro-me que os presidentes do Banco central europeu, do Comité económico e social, do Tribunal de justiça, do Comité das regiões, do Tribunal de contas, do Banco europeu de investimentos não tenham ainda protestado: ou há moralidade ou comem todos. E, de caminho, seria justo levarem também a senhora Catherine Ashton, chefe do Serviço europeu de ação externa - a cara que a Europa tem para mostrar ao mundo.
6. Começa em Lisboa o Congresso Europeu das Ciências e Práticas do Riso. Finalmente!

Hopper

Um dia, numa deslocação que com ele fiz a Madrid, ao tempo em que iniciávamos a revisão do tratado de Maastricht, o professor André Gonçalves Pereira dizia-me que, sempre que ia à capital espanhola, aproveitava para ir "lavar os olhos" ao museu do Prado. Guardei a simbologia da expressão.

Aqui por Paris, tenho às vezes usado esse colírio artístico, em algumas das diversas oportunidades que por aqui surgem. Fi-lo de novo há dias. Mas, desta vez, devo dizer que fui assaltado por um sentimento contraditório.

Por um lado, deslumbrou-me visualmente a grande retrospetiva de Edward Hopper que está no Grand Palais. Para quem, como eu, levou uma vida adulta "à procura" dos Hopper espalhados pelos museus do mundo, ter o privilégio de apreciar este excelente "compacto" (faltam lá meia-dúzia de grandes peças, algumas que já "apanhei" noutros locais, mas há coisas "novas" magníficas) foi uma experiência muito interessante. Há alguma gente que desvaloriza Hopper, que acha o seu figurativo mais digno de ilustração de revistas que da grande pintura. Eu não. Gosto imenso de Hopper. Cada vez mais.

Porém, com esta exposição, tive o ensejo de estudar melhor a contextualização da arte de Hopper em certos tempos de uma América do século XX, marcada pelo o desalento da depressão, pela expressão trágica da solidão urbana, projetando o desencanto de existências que perderam sentido, num quotidiano em défice de esperança. E, por alguma razão, não saí do Grand Palais no melhor dos espíritos.

Lusoponte: o Grande Aspirador Financeiro

De acordo com o Livro Verde da Comissão Europeia (COM327/2004), uma PPP pode ser definida como sendo "a forma de cooperação entre as autoridades públicas e as empresas, tendo por objetivo assegurar o financiamento, a construção, a renovação, a gestão ou a manutenção de uma infraestrutura ou a prestação de um serviço".

sexta-feira, 19 de outubro de 2012

Essa banda é um estouro !

Essa banda é um estouro !

Negro....

"Um terço é para morrer. Não é que tenhamos gosto em matá-los, mas a verdade é que não há alternativa. se não damos cabo deles, acabam por nos arrastar com eles para o fundo. E de facto não os vamos matar-matar, aquilo que se chama matar, como faziam os nazis. Se quiséssemos matá-los mesmo era por aí um clamor que Deus me livre. Há gente muito piegas, que não percebe que as decisões duras são para tomar, custe o que custar e que, se nos livrarmos de um terço, os outros vão ficar melhor. É por isso que nós não os vamos matar. Eles é que vão morrendo. Basta que a mortalidade aumente um bocadinho mais que nos outros grupos. E as estatísticas já mostram isso. O Mota Soares está a fazer bem o seu trabalho. Sempre com aquela cara de
anjo, sem nunca se desmanchar. Não são os tipos da saúde pública que costumam dizer que a pobreza é a coisa que mais mal faz à saúde? Eles lá sabem. Por isso, joga tudo a nosso favor. A tendência já mostra isso e o que é importante é a tendência. Como eles adoecem mais, é só ir dificultando cada vez mais o acesso aos tratamentos. A natureza faz o resto. O Paulo Macedo também faz o que pode. Não é genocídio, é estatística. Um dia lá chegaremos, o que é importante é que estamos no caminho certo. Não há dinheiro para tratar toda a gente e é preciso fazer escolhas. E as escolhas implicam sempre sacrifícios. Só podemos salvar alguns e devemos salvar aqueles que são mais úteis à sociedade, os que geram riqueza. Não pode haver uns tipos que só têm direitos e não contribuem com nada, que não têm deveres.

Estas tretas da democracia e da educação e da saúde para todos foram inventadas quando a sociedade precisava de milhões e milhões de pobres para espalhar estrume e coisas assim. Agora já não precisamos e há cretinos que ainda não perceberam que, para nós vivermos bem, é preciso podar estes sub-humanos.

Que há um terço que tem de ir à vida não tem dúvida nenhuma. Tem é de ser o terço certo, os que gastam os nossos recursos todos e que não contribuem. Tem de haver equidade. Se gastam e não contribuem, tenho muita pena... os recursos são escassos. Ainda no outro dia os jornais diziam que estamos com um milhão de analfabetos. O que é que os analfabetos podem contribuir para a sociedade do conhecimento? Só vão engrossar a massa dos parasitas, a viver à conta. Portanto, são: os analfabetos, os desempregados de longa duração, os doentes crónicos, os pensionistas pobres (não vamos meter os velhos todos porque nós não somos animais e temos os nossos pais e os nossos avós), os sem-abrigo, os pedintes e os ciganos, claro. E os deficientes. Não são todos. Mas se não tiverem uma família que possa suportar o custo da assistência não se pode atirar esse fardo para cima da sociedade. Não era justo. E temos de promover a justiça social.

O outro terço temos de os pôr com dono. É chato ainda precisarmos de alguns operários e assim, mas esta pouca- -vergonha de pensarem que mandam no país só porque votam tem de acabar. Para começar, o país não é competitivo com as pessoas a viverem todas decentemente. Não digo voltar à escravatura - é outro papão de que não se pode falar -, mas a verdade é que as sociedades evoluíram muito graças à escravatura.
Libertam-se recursos para fazer investimentos e inovação para garantir o progresso e permite-se o ócio das classes abastadas, que também precisam. A chatice de não podermos eliminar os operários como aos sub-humanos é que precisamos destes gajos para fazerem algumas coisas chatas e, para mais (por enquanto), votam - ainda que a maioria deles ou não vote ou vote em nós. O que é preciso é acabar com esses direitos garantidos que fazem com que eles trabalhem o mínimo e vivam à sombra da bananeira. Eles têm de ser aquilo que os comunistas dizem que eles são: proletários. Acabar com os direitos laborais, a estabilidade do emprego, reduzir-lhes o nível de vida de maneira que percebam quem manda. Estes têm de andar sempre borrados de medo: medo de ficar sem trabalho e passar a ser sub-humanos, de morrer de fome no meio da rua. E enchê-los de futebol e telenovelas e reality shows para os anestesiar e para pensarem que os filhos deles vão ser estrelas de hip-hop e assim.

O outro terço são profissionais e técnicos, que produzem serviços essenciais, médicos e engenheiros, mas estes estão no papo. Já os convencemos de que combater a desigualdade não é sustentável (tenho de mandar uma caixa de charutos ao Lobo Xavier), que para eles poderem viver com conforto não há outra alternativa que não seja liquidar os ciganos e os desempregados e acabar com o RSI e que para pagar a saúde deles não podemos pagar a saúde dos pobres.

Com um terço da população exterminada, um terço anestesiado e um terço comprado, o país pode voltar a ser estável e viável. A verdade é que a
pegada ecológica da sociedade actual não é sustentável. E se não fosse assim não poderíamos garantir o nível de luxo crescente da classe
dirigente, onde eu espero estar um dia. Não vou ficar em Massamá a vida toda. O Ângelo diz que, se continuarmos a portarmo-nos bem, um
dia nós também vamos poder pertencer à elite."

Por José Vítor Malheiros
Público de 11 de Setembro de 2012

quinta-feira, 18 de outubro de 2012

"Este Orçamento não pode ser aplicado”

O Bloco de Esquerda disse que se Orçamento do Estado passar na Assembleia da República, espera que o Presidente da República o leve ao Tribunal Constitucional, porque "é um Orçamento que aprofunda as desigualdades, as iniquidades, e não pode ser aplicado", disse a deputada Catarina Martins. Caso Cavaco Silva não o faça, o partido arranjará forma de recolher as assinaturas necessárias para o fazer, como já aconteceu antes.

O MILAGRE da Mamã do ex-Primeiro-Ministro - José Sócrates.

Se é mentira que a d. Adelaide o desminta categoricamente, senão de que as entidades da justiça estão à espera?

“A mamã  Adelaide e a misteriosa pensão superior  a 3000 euros
Divorciada nos anos 60 de Fernando Pinto de Sousa,  "viveu modestamente em Cascais como empregada doméstica, tricotando botinhas e cachecóis...".(24 H)
Admitamos que, na sequência do  divórcio ficou com o chalet (r/c e 1º andar) .
Admitamos  ainda, que em 1998, altura em que comprou o apartamento na Rua Braamcamp,  o fez com o produto da venda da vivenda referida, feita nesse mesmo ano. 

Neste mesmo ano, declarou às Finanças um  rendimento anual inferior a 250 ?.(CM), o que pressupõe não ter qualquer  pensão de valor superior, nem da Segurança Social nem da CGA.
Entretanto  morre o pai (Júlio Araújo Monteiro) que lhe deixa "uma pequena fortuna, de  cujos rendimentos em parte vive hoje" (24H).
Por que neste  momento, aufere do Instituto Financeiro da Segurança Social (organismo  público que faz a gestão do orçamento da Segurança Social) uma pensão  superior a 3.000 ? (CM), seria lícito deduzir - caso não tivesse tido  outro emprego a partir dos 65 anos - que , considerando a idade normal  para a pensão de 65 anos, a mesma lhe teria sido concedida em 1996 (1931+  65). Só que, por que em 1998 a dita pensão não consta dos seus  rendimentos, forçoso será considerar que a partir desse mesmo ano, 1998  desempenhou um lugar que lhe acabou por garantir uma pensão de (vamos por  baixo): 3.000 ?.
Abstraindo a aplicação da esdrúxula forma de  cálculo atual, a pensão teria sido calculada sobre os 10 melhores anos de  15 anos de contribuições, com um valor de 2% /ano e uma taxa global de  pensão de 80%.
Por que a "pequena fortuna" não conta para a  pensão; por que o I.F.S.S. não funciona como entidade bancária que, paga  dividendos face a investimentos ali feitos (depósitos); por que em 1998 o  seu rendimento foi de 250 ?; para poder usufruir em 2008 uma pensão de  3.000 ?, será por que (ainda que considerando que já descontava para a  Segurança Social como empregada doméstica e perfez os 15 anos para poder  ter direito a pensão), durante o período (pós 1998), nos ditos melhores
10  anos, a remuneração mensal foi tal, que deu uma média de 3.750 ?/mês para  efeitos do cálculo da pensão final. (3.750 x 80% = 3.000).
Ora, como uma  pensão de 3.000 ?, não se identifica com os "rendimentos" provenientes da  pequena fortuna do pai, a senhora tem uma pensão acrescida de outros  rendimentos.
Como em nenhum dos jornais se fala em habilitações  que a senhora tenha adquirido, que lhe permitisse ultrapassar o tal  serviço doméstico remunerado, parece poder depreender-se que as  habilitações que tinha nos anos 60 eram as mesmas que tinha
quando ocupou  o tal lugar que lhe rendeu os ditos 3.750 ?/mês.


Pode-se saber  qual foram as funções desempenhadas que lhe permitiram poder receber tal  pensão?

E há mais...

A Dona Adelaide comprou um  apartamento na Rua Braamcamp, em Lisboa, a uma sociedade off-shore com  sede nas Ilhas Virgens Britânicas, apurou o Correio da Manhã. Em Novembro  de 1998, nove meses depois de José Sócrates se ter mudado para o terceiro  andar do prédio Héron Castilho, a mãe do primeiro-ministro adquiria o  quarto piso,  letra E, com um valor tributável de 44 923 000 escudos -  cerca de 224 mil euros -, sem recurso a qualquer empréstimo bancário e  auferindo um rendimento anual declarado nas Finanças que foi inferior a  250 euros (50 contos).
Ora vejam lá como a senhora deve ter sido  poupadinha durante toda a vida.
Com um rendimento anual de 50 contos, que nem dá  para comprar um mínimo de alimentação mensal, ainda conseguiu juntar  224.000 euros para comprar um apartamento de luxo, não em Oeiras ou  Almada, na Picheleira ou no Bairro Santos, mas no fabuloso edifício Héron,  no nº40, da rua Braamcamp, a escassos metros do Marquês de Pombal e numa  das mais nobres e caras zonas de Lisboa.

Notável exemplo de vida espartana que  permitiu juntar uns dinheiritos largos para comprar casa no inverno da  velhice.
Vocês lembram-se daquela ideia genial do Teixeira  dos Santos, que queria que pagássemos imposto se dessemos 500 euros aos  filhos ?
Quem  terá ajudado, com algum cacau, para que uma cidadã, que declarou às  Finanças um RENDIMENTO ANUAL de 50 contos, pudesse pagar A
PRONTO, a  uma sociedade OFFSHORE, os tais 224.000 euros ?”

quarta-feira, 17 de outubro de 2012

Claude Cheysson

Quando François Mitterrand chegou ao poder, em 1981, muitos foram surpreendidos pelo facto do Quai d'Orsay ter passado a chamar-se "Ministère des relations extérieures", rompendo com o seu nome tradicional de "Ministère des affaires étrangères". A tradição não deixou sobreviver a ousadia, pelo que o nome antigo regressaria, anos mais tarde (agora com o acrescento de "et européennes"). O autor da proeza, que assim procurava romper formalmente com o passado, foi o novo ministro escolhido por Mitterrand, Claude Cheysson, que dizia: "il n'y a pas d'affaires étrangères, la politique extérieure fait intégralement partie de la politique nationale". Uma verdade como punhos!

A nomeação de Cheysson trouxe para a frente da política externa "un diplomate hors norme", como Laurent Fabius ontem disse. Antigo chefe de gabinete de Pierre Mendès-France, e por duas vezes comissário europeu, Cheysson era um convicto "tiers-mondiste", grande defensor da causa palestiniana e com uma vocação rara para abrir a França ao mundo árabe, muito em particular à Argélia, suscitando sérios anti-corpos em Israel. Pessoalmente, tinha um feitio complicado, era uma "gaffeur" desinibido ou, como disse o próprio Mitterrand, "il est extraordinaire de voir un spécialiste de la diplomatie aussi peu diplomate". Mas era um homem de princípios e convicções, coisa que, às vezes, alguns acham que os diplomatas não devem ser.

Claude Cheysson morreu esta semana.

Reino Unido: especialistas defendem descriminalização das drogas


O estudo, que juntou durante seis anos vários cientistas, académicos e forças policiais, defende a aplicação de um regime legal semelhante ao português, onde a posse de quantidades controladas de estupefacientes deixou de ser considerada criminalmente.

Crise Alimentar: Os Jogos da Fome

A crise alimentar chicoteia o mundo. Trata-se de uma crise silenciosa, sem grandes títulos, que não interessa nem ao Banco Central Europeu, nem ao Fundo Monetário Internacional, nem à Comissão Europeia, mas afeta 870 milhões de pessoas, que passam fome, segundo indica o relatório 'O estado da insegurança alimentar no mundo 2012', apresentado esta semana [09/10] pela Organização das Nações Unidas para a Agricultura e a Alimentação (FAO).

Um "saque aos rendimentos dos portugueses"

Depois de dias e dias de especulação, alimentada pelo próprio Governo, o "enorme" aumento de impostos não só não foi "mitigado" como apareceu de mãos dadas com cortes significativos no Ministério da Saúde ou em algumas prestações sociais.

Companhias

As viagens aéreas são, para mim, momentos "sagrados", em que, quando não passo "pelas brasas", aproveito para ler papelada que tenho em atraso. Com esta última finalidade, levo sempre comigo quilos de jornais e revistas, telegramas de informação do MNE que não tive oportunidade de estudar (eu sei que é "quase" ilegal andar com isso na pasta, mas já falta pouco tempo), dois ou três livros dentre a dezena que ando simultaneamente a ler. O que carrego para uma viagem, se acaso chegasse ao fim da respetiva leitura completa, equivaleria, no mínimo, ao tempo de três percursos. Mas é assim mesmo: sou um otimista da leitura.

Porque as viagens são isso - um incomparável tempo descansado para ler, sem ser interrompido por telemóveis ou conversas -, detesto diálogos com os parceiros do lado, a menos que, por uma qualquer razão, seja eu a ter a iniciativa de os encetar. Mal me sento (e luto pelos locais de janela, para poder "blindar-me"), evito reagir a qualquer casual comentário do viajante próximo, do tipo "está muito calor, não acha?" ou "cada vez há menos espaço entre as cadeiras" ou "será que ainda nos vamos atrasar muito?" ou outras vetustas "alavancas" análogas, usadas para iniciar uma troca de palavras. É que, se a minha resposta ultrapassar um seco monossílabo, a possibilidade de vir a ter de entabular uma conversa que afeta o meu tempo de leitura torna-se imensa. O período da refeição é, de longe, o mais perigoso, porque geralmente estamos desmunidos de peças de escrita, razão pela qual cuido sempre em deixar um pedaço de jornal a espreitar por debaixo do tabuleiro, fingindo que nele me concentro (assim evitando elaborar na resposta ao "que tal achou o tinto?"). Devo dizer que, com as "horas de voo" que tenho no currículo, considero-me já um "profissional" batido nesta matéria, conheço "de ginjeira" os truques todos e, quase sempre, tenho garantido sucesso neste meu (por vezes, artificialmente pouco simpático, reconheço) procedimento, conseguindo escapar aos palradores aéreos.

Historicamente, tive um dia um azar que para sempre me ficou gravado na memória. Ia de Lisboa para Nova Iorque e tinha preparado tudo para as minhas cinco horas e tal de viagem (ah! porque não durmo bem em aviões, eu também sou "aquele" passageiro incomodativo que leva sempre a luz de leitura aberta, mesmo no bréu coletivo da cabine, durante as noites, para grande raiva dos restantes viajantes): jornais, livros de vária espécie (recordo que havia poesia pelo meio) e até banda desenhada. Tinha também um "laptop" para escrever um artigo e havia prometido a mim mesmo aproveitar para nele arrumar algumas centenas de fotografias. Tudo estava preparado para uma bela viagem, no incomparável prazer da solidão aérea.

Acrescia a constatação feliz de que o lugar ao lado do meu iria ficar vago, o que me permitiria, desde logo, fazer nele um estendal da parafernália de leitura que transportava. Nessas ocasiões, devo confessar, passo minutos de angústia até confirmar o fecho da porta do avião, momento de alívio a partir do qual sei que ninguém mais virá ocupar esse espaço. E assim aconteceu, nessa ocasião. Como nesses tempos a classe executiva era de regra (eu sei, o défice...), até aceitei uma taça de champanhe, mais para brindar ao lugar vazio ao meu lado do que por devoção ao dito.

O avião descolou, recostei-me e comecei a sessão de leitura, saltitando entre o muito que trazia. De súbito, ouvi: "Meu caro, vi que você estava sentado aqui. Eu ia ali atrás. Importa-se que eu ocupe este lugar vago ao seu lado?". O que é que se responde a isto? "Importo, claro, desampare-me a loja, não me chateie"? Não é possível. Era um político português, um homem simpático mas um falador endémico, aquilo a que os brasileiros chamam "um chato de galocha", o qual, começou por me explicar que também ia para Nova Iorque (como se eu suspeitasse que fosse para Ulan Bator...) e que, praticamente durante as cinco horas da viagem, me atazanou os ouvidos com historietas, perguntas e comentários. De rastos ficou todo o plano de leituras que, com imenso critério, eu tinha premeditado para esse voo. Ainda hoje, uma década depois, não me recompus do trauma, como se vê.

Lembrei-me disto, há dias, entre Frankfurt e Baku. Pelo "body language" (com a experiência, a gente topa este pessoal à légua) percebi que o meu vizinho do lado era dos que aproveitam o menor pretexto para meter conversa. Já não sei a propósito de quê, perguntou-me: "Vous parlez français?". Fiz um "carão" e disse, com sotaque de Alcains: "Très mal". E puxei da recém-publicada obra do assessor especial de Sarkozy, Henri Guaino, "La nuit et le jour", até terminar as suas cerca de 300 páginas, duas horas depois. De seguida, acabei de ler o "L'Express", o "Le Nouvel Observateur" e o "Le Point", que sucessivamente tirei da pasta, concluindo com o "Le Monde" do dia. No final da viagem, o homem quase me matava com o oblíquo olhar. Mas li o que queria. Tudo em francês, claro. Bela viagem!

Alguém é capaz de explicar "isto"?...



Artigo publicado há 141 anos!...

Artigo publicado há 141 anos!... em 17 de Dezembro de 1870 !!!

terça-feira, 16 de outubro de 2012

Reorganização administrativa: freguesias boicotam processo de consulta

Segundo uma fonte ligada a este processo citada pela Lusa, no total foram recebidas na secretaria de Estado da Administração Local e Reforma Administrativa pronúncias com propostas de agregação de freguesias de "entre 65 a 70" Assembleias Municipais.

AVISO AOS INTERNAUTAS

 

BEM COMO OS A PEDIR SANGUE OU MEDULA - O MINISTÉRIO DA SAÚDE JÁ AVISOU QUE SÓ OS HOSPITAIS O FAZEM!!!!!!!!

 

Quando se trata de PRIVACIDADE  própria e de  LIXO  alheio    toda a PREVENÇÃO  é pouca .

PARA ATENTAR E REGISTAR.

E RESISTIR À TENTAÇÃO DE FAZER CIRCULAR OS TAIS E-MAILS «ONDE SE ROGA QUE FAÇA CHEGAR A 10 OU A 20». 

É DE OS APAGAR, LOGO QUE RECEBIDOS. 

AMIGOS E AMIGAS , LEIAM COM ATENÇÃO ATÉ AO FIM , E VÃO PENSANDO QUANTAS VEZES JÁ

FALHARAM TANTO NA  RECEPÇÃO COMO NO ENVIO DE MAILS.

NÃO DEIXEM DE LER.

A pessoa que enviou esta informação é um técnico de computador que passa muito tempo a apagar spams dos seus clientes, e ouvir as suas queixas sobre a lentidão do equipamento.

Nem todos os e-mails enviados são ruins, apenas alguns.

Sugiro que você leia toda esta mensagem até ao último parágrafo.

Eis o que ele escreveu:

***   ***   ***
"
1) Sempre que você leia "enviar este email para" 10  "(ou qualquer outro número) de pessoas", "assinar esta petição", "vai ter má sorte",  "terão boa sorte" ou "algo engraçado aparecerá na a tela depois de enviá-lo "," etc ",  pode presumir que o correio tem um 'cookie' que irá acompanhar tanto o seu e-mail como o das pessoas para quem você o reencaminhar.

2) O autor original que lhe enviou o e-mail está ficando com uma cópia cada vez que seu e-mail é reenviado. Essas cópias permitem-lhe compilar uma lista de "e-mail ativo", (a quem você reenvia) para enviar spams ou vender essas listas a quem envia spams.
Cuidado com mensagens que dizem "se você tem vergonha de ter fé em Deus, Jesus", etc. São mensagens rastreadoras que estão chantageando a sua consciência. Não seja tímido e não se deixe convencer! A essas pessoas não lhes importa como obter o seu endereço de e-mail ..... desde que o obtenha.
Também os e-mails que falam sobre crianças desaparecidas ou crianças com uma doença incurável, "Como você se sentiria se o seu filho?", ou animais abandonados, etc.

Eles também são rastreadores de e-mail.
Ignore-os e não siga o jogo!

3) Quase todos os e-mails que pedem que você adicione o seu nome e o reenvie para seus contatos, são semelhantes às cartas de há anos atrás, em que os entrevistados foram convidados a enviar cartas para uma menina da Flórida que queria quebrar o recorde Guinness por ter recebido o maior número de postais.

4) Esse golpe, como quase todo o correio deste tipo, é uma forma tele-comerciante de obter a validação de endereços de e-mail para ganho pessoal. 

Você pode fazer um grande favor para sua família e amigos, se reenviar ESTA
INFORMAÇÃO. Nós estaremos fazendo um serviço real. A recompensa será que, no futuro, nem você nem eles receberão spams

Ajude-se a si mesmo e evite adicionar seu nome a estes tipos de listas, independentemente de quão atraentes elas possam parecer, ou que tentem fazer você se sentir culpado se você não participar.

Sempre que eu recebo e-mails religiosos, excluo-os diretamente, para evitar spams e vírus.
Apenas pretendem obter a sua lista de e-mail.

Você pode também acreditar estar apoiando uma boa causa. Isso não é verdade!. Tudo o que você está fazendo é estar recebendo toneladas de lixo eletrônico, e talvez até mesmo vírus. Além disso, você está ajudando quem envia o email a ficar rico.
Não lhes facilite o trabalho.  "

***   ***   ***

***   ***   ***

ESTE É DOS POUCOS E-MAILS QUE DEVE DIZER aos seus amigos para reenviarem, mas para fazerem o ENVIO em Bcc  (ou Cco) -cópia oculta -, e sempre depois de excluirem todos os REMETENTES!!!!.

  

POR FAVOR, se encaminhar esta mensagem:
1 - Apague o meu e-mail e o meu nome.
2 - Apague também quaisquer outros nomes e endereços antes de reenviar.
3 - Encaminhe como cópia oculta (Bcc) aos SEUS destinatários.
Agindo sempre assim dificultaremos a disseminação de vírus, spams e banners, ao mesmo tempo que respeitamos a privacidade de cada um.

OBRIGADO!

 

segunda-feira, 15 de outubro de 2012

Segurança Social: A INSUSTENTABILIDADE DA SEGURANÇA SOCIAL

 

A INSUSTENTABILIDADE DA SEGURANÇA SOCIAL

A Segurança Social nasceu da Fusão (Nacionalização) de praticamente todas as Caixas de Previdência existentes, feita pelos Governos Comunistas e Socialistas, depois do 25 de Abril de 1974.

As Contribuições que entravam nessas Caixas eram das Empresas Privadas (23,75%) e dos seus Empregados (11%).
O Estado nunca lá pôs 1 centavo.
Nacionalizando aquilo que aos Privados pertencia, o Estado apropriou-se do que não era seu.
Com o muito, mas muito dinheiro que lá existia, o Estado passou a ser "mãos largas"!

Começou por atribuir Pensões a todos os Não Contributivos (Domésticas, Agrícolas e Pescadores).Ao longo do tempo foi distribuindo Subsídios para tudo e para todos.
Como se tal não bastasse, o 1º Governo de Guterres (1995/99) criou ainda outro subsídio (Rendimento Mínimo Garantido), em 1997, hoje chamado RSI.

E tudo isto, apenas e só, à custa dos Fundos existentes nas ex-Caixas de Previdência dos Privados.

Os Governos não criaram Rubricas específicas nos Orçamentos de Estado,
para contemplar estas necessidades.

Optaram isso sim, pelo "assalto" àqueles Fundos.
Cabe aqui recordar que os Governos do Prof. Salazar, também a esses Fundos várias vezes recorreram.

Só que de outra forma: pedia emprestado e sempre pagou. É a diferença entre o ditador e os democratas?

Em 1996/97 o 1º Governo Guterres nomeou uma Comissão, com vários especialistas, entre os quais os Profs. Correia de Campos e Boaventura de Sousa Santos, que em 1998, publicam o "Livro Branco da Segurança Social".

Uma das conclusões, que para este efeito importa salientar, diz respeito ao Montante que o Estado já devia à Segurança Social, ex-Caixas de Previdência, dos Privados, pelos "saques" que foi fazendo desde 1975.
Pois, esse montante apurado até 31 de Dezembro de 1996 era já de 7.300 Milhões de Contos, na moeda de hoje, cerca de 36.500 Milhões ?.

De 1996 até hoje, os Governos continuaram a "sacar" e a dar benesses, a quem nunca para lá tinha contribuído, e tudo à custa dos Privados.

Faltará criar agora outra Comissão para elaborar o "Livro NEGRO da Segurança Social", para, de entre outras rubricas, se apurar também o montante actualizado, depois dos "saques" que continuaram de 1997 até hoje.

Mais, desde 2005 o próprio Estado admite Funcionários que descontam 11% para a Segurança Social e não para a CGA e ADSE.

Então e o Estado desconta, como qualquer Empresa Privada 23,75% para a SS?

Claro que não!...

Outra questão se pode colocar ainda.
Se desde 2005, os Funcionários que o Estado admite, descontam para a Segurança Social, como e até quando irá sobreviver a CGA e a ADSE?

Há poucos meses, um conhecido Economista, estimou que tal valor, incluindo juros nunca pagos pelo Estado, rondaria os 70.000 Milhões?!

Ou seja, pouco menos, do que o Empréstimo da Troika!...

Ainda há dias falando com um Advogado amigo, em Lisboa, ele me dizia que isto vai parar ao Tribunal Europeu dos Direitos do Homem.
Há já um grupo de Juristas a movimentar-se nesse sentido.
A síntese que fiz, é para que os mais Jovens, que estão já a ser os mais penalizados com o desemprego, fiquem a saber o que se fez e faz também dos seus descontos e o quanto irão ser também prejudicados, quando chegar a altura de se reformarem!...

Falta falar da CGA dos funcionários públicos, assaltada por políticos sem escrúpulos que dela mamam reformas chorudas sem terem descontado e sem que o estado tenha reposto os fundos do saque dos últimos 20 anos.
Quem pretender fazer um estudo mais técnico e completo, poderá recorrer ao Google e ao INE.
SEM COMENTÁRIOS...mas com muita revolta....
 
 
RECEBI E CÁ ESTOU A REENVIAR !!!

Sabem que, na bancarrota do final do Século XIX que se seguiu ao ultimato Inglês de 1890, foram tomadas algumas medidas de redução das despesas que ainda não vi, nesta conjuntura, e que passo a citar:

A Casa Real reduziu as suas despesas em 20%; não vi a Presidência da República fazer algo de semelhante.

Os Deputados ficaram sem vencimentos e tinham apenas direito a utilizar gratuitamente os transportes públicos do Estado (na época comboios e navios); também não vi ainda nada de semelhante na actual conjuntura nem nas anteriores do Século XX.
SEM COMENTÁRIOS.


ACORDA POVO, PORQUE A NAÇÃO DE TI PRECISA... TEU GRITO SERÁ A TUA ARMA...
Aqui vai a razão pela qual os países do norte da Europa estão a ficar cansados de subsidiar os países do Sul.

Governo Português:

3 Governos (continente e ilhas)

333 deputados (continente e ilhas)

308 câmaras

4259 freguesias

1770 vereadores

30.000 carros

40.000(?) fundações e associações

500 assessores em Belém

1284 serviços e institutos públicos

Para a Assembleia da República Portuguesa ter um número de deputados "per capita" equivalentes à Alemanha, teria de reduzir o seu número em mais de 50%


O POVO PORTUGUÊS NÃO TEM CAPACIDADE PARA CRIAR RIQUEZA SUFICIENTE, PARA ALIMENTAR ESTA CORJA DE GATUNOS! É POR ESTAS E POR OUTRAS QUE PORTUGAL É O PAÍS DA EUROPA EM QUE SIMULTÂNEAMENTE SE VERIFICAM OS SALÁRIOS MAIS ALTOS A NÍVEL DE GESTORES/ADMINISTRADORES E O SALÁRIO MÍNIMO MAIS BAIXO PARA OS HABITUAIS ESCRAVIZADOS. ISTO É ABOMINÁVEL!
ACORDA, POVO! ESTAS, SIM, É QUE SÃO AS GORDURAS QUE TÊM DE SER ELIMINADAS E NÃO AS QUE O GOVERNO FALA.