Primeira delação premiada homologada na Lava Jato incomoda Banco do Brasil, Bradesco, Itaú e Santander Posted: 25 Sep 2014 03:29 AM PDT
Os grandes bancos brasileiros são os mais afetados pelo primeiro acordo formalmente fechado de delação premiada na Operação Lava Jato com Luccas Pace Júnior. Além de explicar o funcionamento do esquema de lavagem de dinheiro da doleira Nelma Kodama (que fazia operações em comum com o doleiro Alberto Yousseff), o réu forneceu detalhes sobre como os bancos ajudavam nas operações bilionárias de lavagem de dinheiro. Banco do Brasil, Bradesco, Itaú e Santander serão incomodados pelos investigadores da Lava Jato. Mais incomodados que eles só quem fica, mas finge que não, é o blindado Luiz Inácio Lula da Silva, que jura nada saber sobre a Lava Jato. A grande expectativa é com as informações comprometedoras que poderão ser passadas ao Ministério Público e à Justiça Federal, com provas documentais e testemunhais, pelo doleiro Alberto Youssef. A previsão dos procuradores que investigam o caso é que as revelações do doleiro terão impacto mais profundo que as denúncias de Paulo Roberto Costa – que Lula chamava, carinhosamente, de "Paulinho". Poderosos políticos correm risco de incineração. No entanto, a cúpula de campanha petista avalia que as bombas da Lava Jato não afetarão o desempenho de Dilma no curto prazo, seja no primeiro ou na disputa do segundo turno eleitoral. Depois, só Deus sabe... O juiz Sérgio Fernando Moro, da 13ª Vara Federal em Curitiba, e a força tarefa do Ministério Público Federal, junto com a Polícia Federal e a inteligência da Receita Federal, vão focar nos maiores bancos do País. O delator premiado citou quatro grandes bancos, Bradesco, Itaú, Banco do Brasil e Santander, como coniventes com as operações de lavagem de dinheiro realizadas pelo grupo criminoso. Luccas denunciou que os bancos aceitavam operações de empresas de fachada com movimentações muito acima do que o porte delas permitiria. Os bancos Itaú, Santander e Bradesco não quiserem se pronunciar sobre as denúncias. Quem reagiu de forma mais transparente à denúncia de Luccas Pace Júnior foi o Banco do Brasil. O delator revelou que um gerente do BB atuava diretamente com a doleira Nelma. O BB esclareceu, em nota oficial, que cumpre integralmente a legislação em vigor e adota controles rigorosos de prevenção e combate à lavagem de dinheiro: "Repudiamos qualquer insinuação de conivência com os delitos investigados e informamos que o funcionário citado foi demitido do Banco do Brasil, por justa causa. Apurações internas sobre sua conduta foram repassadas às autoridades responsáveis pela investigação". Presidenta da ONU?
Grande parte das onze páginas do discurso de Dilma Rousseff na abertura da Assembleia das Nações Unidas, ontem, foi inegavelmente uma inútil e abusiva tentativa de campanha eleitoral. Dilma gastou longo tempo enaltecendo os feitos internos do governo petista no Brasil, em vez de tratar de assuntos de interesse global. E ainda conseguiu se desgastar com os Estados Unidos e com Israel, na hora em que reclamou do emprego da força armada nos conflitos no Oriente Médio... Dilma Transformer
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© Jorge Serrão. Segunda Edição do Blog Alerta Total de 25 de Setembro de 2014. |
Che Sara Sara... Posted: 25 Sep 2014 03:25 AM PDT
Por Carlos Maurício Mantiqueira Em heráldica chama-se divisa ou mote um lema adotado por um indivíduo ou família para resumir suas aspirações.
Os duques de Bedford há séculos adotaram a fatalista frase em italiano: "o que for será".
Em 1913 o então duque patrocinou a criação do Instituto Tavistock em honra a seu filho e herdeiro, que por cortesia, pela praxe inglesa, usa o título imediatamente inferior também detido pelo pai, o de Marquês de Tavistock.
Quem se interessar pelo tema leia o livro escrito por Daniel Estulin, ISBN 9789721061866 – O Instituto Tavistock.
São comuns motes ingleses em latim, francês e obviamente, inglês.
Raros são os em italiano e os em espanhol.
Nós todos, patriotas, devemos adotar Non Inultus Premor.
Delenda a classe política traidora da pátria.
Até porque, Dormientibus non sucurrit jus... Só não percamos o timming porque facit tempus non reducitis... Carlos Maurício Mantiqueira é Livre Pensador. |
País de Tiriricas e Malufs Posted: 25 Sep 2014 03:19 AM PDT
Por Humberto de Luna Freire Filho O Brasil é um país dirigido por quadrilheiros. Dá vergonha de ser brasileiro, principalmente se você for ao exterior. Tudo o que você comentar a respeito do que acontece no país, em termos de administração pública e política, soa como piada. Eles, os estrangeiros de países civilizados, não acreditam que possa haver tanta podridão e impunidade concentradas nos três poderes da República. O Executivo compra usando dinheiro público; o Legislativo se vende recebendo dinheiro público e o Judiciário sacramenta toda essa podridão por conta das nomeações escusas promovidas pelo Executivo. É desanimador, não deixa perspectivas. O estado mais rico da federação, e tido com o de melhor nível cultural do país, elege para membro do Congresso Nacional, com uma das maiores votações da história dada para o cargo, um palhaço analfabeto. O segundo mais votado não passa de um ladrão do erário, procurado pela polícia internacional e que se pisar fora do território nacional será imediatamente preso, mas circula livremente nos corredores da Câmara. O Senado foi dirigido por muito tempo por uma corrupto, que há 50 anos suja a política e transformou o seu estado, o Maranhão, em uma capitania hereditária. Foi substituído na função por um não menos corrupto, que no primeiro momento se vendeu ao poder Executivo. É triste e desanimador para o cidadão que trabalha, paga impostos e vive de acordo com sua consciência esclarecida, ver toda essa podridão e sentir-se totalmente impotente e mais, consciente de que seu voto independente será vencido pelo voto de um analfabeto, que teve seu título de eleitor anotado e rastreado e, consequentemente, submetido seu voto para mais um corrupto em troca de uma garrafa de cachaça. Que país é esse? Aconselho aos jovens brasileiros, que não forem negros, que não forem índios, e que não forem gays, que saiam do país, pelo menos temporariamente. Vocês não terão futuro nesse país dominado há doze anos por corruptos e por minorias que querem impor suas verdades às maiorias. Humberto de Luna Freire Filho é Médico. |
Manifestação pública de ignorância Posted: 25 Sep 2014 03:17 AM PDT Investidores indagam: O que será que Dilma Rousseff fala de Eike Batista que está denunciado pelo Ministério Público Federal por diversos crimes: formação de quadrilha, indução de investidores a erro, falsidade ideológica e insider trading (informação privilegiada para manipular o mercado), além da investigação sobre lavagem de dinheiro tocada pela Polícia Federal? Por Aurélio Valporto
Acabei de assistir no "Jornal da Globo" a seguinte pérola: "Investidores estrangeiros não estão preocupados com questões de curto prazo, eles olham para o longo prazo e investem nas empresas brasileiras, comprando ações na bolsa" . Como se estivessem investindo nas empresas brasileiras.NÃO, NÃO ESTÃO INVESTINDO NAS EMPRESAS E MUITO MENOS ACREDITAM NA ECONOMIA BRASILEIRA A LONGO PRAZO. Tratam-se de recursos de curtíssimo prazo que não correm qualquer risco, e nenhum benefício trazem para as empresas brasileiras. Estão apenas arbitrando taxas de juros. Entram apenas para fazer boxes de 3 ou 4 pontas explorando a taxa de juros embutidas nas operações, o risco é ZERO e não importa se o mercado cai ou sobe. Estas operações ocorrem apenas em ativos que possuem alta liquidez e e forte mercado de derivativos (sem os quais as operações não podem ser montadas) notadamente Vale e Petro, papéis que não precisam de liquidez extra. Estes recursos não são utilizados para fomento da atividade econômica - tanto é que a bolsa fechará o ano sem nenhuma abertura de capital. São recursos da pior espécie, o chamado "capital de motel", que nenhum benefício trazem ao agregado macroeconômico nacional, muito pelo contrário, geram uma taxa de câmbio "artificial" e desaparecem instantaneamente quando mais se precisa. O único motivo de se admitir este tipo de influxo é causar a ilusão de que o balanço de pagamentos não vai tão mal, com o influxo de capitais autônomos compensando o pavoroso déficit em conta corrente. Em resumo: a bolsa brasileira não tem nenhuma credibilidade, este tipo de influxo não fomenta a atividade econômica, não corre risco algum, apenas explora a elevada taxa de juros interna, "evapora-se" imediatamente levando embora os juros pagos quando dele se precisar, "maquiam" o balanço de pagamentos e "camuflam" a taxa de câmbio real. A quem interessa "maquiar" e "camuflar", em detrimento da economia nacional? Este é um momento em que Edemir Pinto o o PT estão de mãos dadas a enganar, juntos, os agentes. Edemir para usar esta distorção provocada pelas taxas de juros para dizer que a bolsa "dele" não está abalada, o PT para usar a mesma distorção a fim de exibir números menos ruins no balanço de pagamentos e taxas de câmbio mais "palatáveis", além de usar estes números para exibir, falsamente, "confiança do investidor estrangeiro na economia nacional". Tudo isso com a conivência da ignorância da Rede Globo É TRISTE! Aurélio Valporto, Economista, é Conselheiro da Associação Nacional de Proteção aos Acionistas Minoritários. |
O texto que não escrevi Posted: 25 Sep 2014 03:16 AM PDT
Por Sérgio Alves de Oliveira Fui brindado com o recebimento de um artigo que eu gostaria de ter escrito. Com ele concordo nos mínimos detalhes . Seu autor, no semianonimato, chama-se Otacílio. Sei que é nordestino e se desfez de tudo que tinha para ir morar e trabalhar no exterior, bem longe. Procurou, certamente, um exílio voluntário, emigrando de um país onde está cada vez mais difícil viver com decência. Os motivos que o fizeram abandonar o Brasil são impactantes. Os que ainda pensam devem ter sentido na própria carne o drama desse cidadão,que agiu como se em legítima defesa estivesse. Seria não só egoísmo de minha parte guardar esse texto sem passá-lo adiante para multiplicar-se ,mas também um crime,por omissão,contra o meu povo. Mas, se for o caso, assumo a responsabilidade pelos seus dizeres como se de mim tivessem partido. O título: SERÁ QUE NINGUÉM NOTOU? Você já leu a constituição brasileira,a tal "constituição cidadã" ,inspirada por Ulisses Guimarães,um dos sujeitos mais retrógrados que o Brasil pariu? Vale a pena ler para se constatar que a mentalidade que norteia os destinos desse país de merda só poderia levá-lo ao fracasso, e o Brasil já é um país fracassado, aliás,o maior exemplo de fracasso no contexto mundial. É uma constituição generosa que cria direitos às pencas sem a contrapartida em deveres. Com uma constituição como a brasileira, não há nenhuma novidade o país estar indo à bancarrota. Mesmo se cobrassem 70% do PIB em impostos, nem assim haveria recursos suficientes para tantas benesses. E mesmo assim o povinho vive numa pindaíba desgraçada e o governo medíocre alardeando vantagem do bolsa miséria já sustentar 13,2 milhões de famílias. Ou seja, considerando 4 pessoas por família, são 50,8 milhões de indigentes que,somados aos miseráveis que não têm acesso ao bolsa miséria,verificamos que 30% da população é composta por miseráveis que nada produzem. Nenhuma nação no mundo suporta um peso morto como este. Entretanto é o grande orgulho do PT,que até quis roubar a paternidade dessa idéia de Da. Ruth Cardoso,esposa de Fernando Henrique. Deve ser por isso que Lula Lalau da Silva tem uma inveja desgraçada do FHC,que tem ideias pelo menos ruins,enquanto Lula é incapaz de conceber uma idéia que não seja para saquear os cofres públicos. E por falar em Lula Lalau, somente agora a minha ficha caiu em relação ao pré-sal. Desde que Lula anunciou a descoberta do pré-sal que já havia sido descoberto vinte anos antes, eu tenho lido literatura especializada e consultado especialistas e só encontro uma resposta: petróleo no pré-sal existe em várias partes do globo,entretanto sua exploração no momento é impossível por falta de tecnologia própria e inviável economicamente em razão do preço atual do barril de petróleo em torno de US$ 100,00. Economicamente só compensaria caso o barril estivesse a pelo menos US$ 200,00. Bem, eu ficava curioso quando lia alguma publicidade do petróleo anunciando mais um recorde de produção no pré-sal. Bem, se a Petrobras está retirando óleo do pré-sal,então tudo que eu li e ouvi está errado. E se está batendo recordes de produção todos os meses, porque então precisa importar quantidades imensas de gasolina e óleo diesel para vender no Brasil abaixo do preço de custo para segurar a inflação? Eu não encontrava uma explicação para tal mágica. Mas agora a ficha caiu!!!! Preste atenção, mister: o pré-sal ao qual Lula Lalau se referia e a Dilma hoje se refere,é aquela plano de subtração de recursos da Petrobrás,idealizado por Lula Lalau (para esse tipo de coisa ele é um gênio) e gerenciado por Paulo Roberto Costa,o homem-bomba que está botando os petralhas a cagar nas cuecas. Mas, voltando à política, um país que abriga trinta e tantos partidos políticos,todos socialistas,só tem um lugar para ir: à merda. Não tem partido brasileiro que se declare democrático e capitalista. O brasileiro tem vergonha de se declarar capitalista. Sabe, mister, não implantaram o comunismo no Brasil só porque ainda não quiseram,porque a coisa mais fácil é botar essa gente sob uma ditadura comunista. É um povo amorfo, não cheira nem fede,e jamais reage ao que for. Veja, por exemplo, as duas candidatas disputando a presidência, uma delas vai ganhar, provavelmente a pior das duas, embora falta de experimento se a Marina Silva é pior do que a Dilma. Eu acho que povo quer experimentar para ver se existe coisa pior do que a Dilma. Vá ser atrasado assim na pqp... Sérgio Alves de Oliveira, Sociólogo e Advogado gaúcho. |
A Caminho de um futuro sem empregos Posted: 25 Sep 2014 03:14 AM PDT
Por Vivek Wadhwa Em um artigo de opinião no The Wall Street Journal, o ex-secretário do Tesouro Lawrence Summers reavivou um debate que eu tive com o futurista Ray Kurzweil, em 2012, sobre o futuro sem empregos. Ele ecoou as palavras de Peter Diamandis, que afirma estarmos a passar de uma história de escassez para uma era de abundância. Em seguida, ele observou que as tecnologias que tornam possível tal abundância estão permitindo a produção de muito mais produto usando muito menos pessoas. Em tudo isso, Summers está certo. Dentro de duas décadas, teremos energia quase ilimitada, alimentos e água potável; avanços na medicina nos permitirão viver vidas mais longas e saudáveis; robôs conduzirão os nossos carros, fabricarão os nossos produtos e se desvencilharão das nossas tarefas. Não haverá muito trabalho para os seres humanos. Carros auto-conduzidos estarão disponíveis comercialmente até o final desta década e, eventualmente, dispensarão os motoristas- do jeito que os automóveis dispensaram o cavalo e a charrete- e vai eliminar os postos de trabalho de motoristas de táxis, de ônibus e caminhões. Drones vão tirar os empregos dos carteiros e entregadores. Os debates da próxima década serão sobre se devemos permitir que os seres humanos dirijam nas vias públicas. Os enervantes seres humanos colidem uns com os outros, sofrem acessos de raiva nas estradas, agem selvagemente em engarrafamentos e precisam ser monitorados pela polícia de trânsito. Sim, também não vamos precisar mais de guardas de trânsito. Robôs já estão substituindo trabalhadores na fabricação. Robôs industriais avançaram ao ponto em que podem fazer o mesmo trabalho físico dos seres humanos. O custo operacional de alguns robôs é agora menor do que o salário de um trabalhador chinês médio. E, ao contrário de seres humanos, os robôs não se queixam, não se filiam a sindicatos nem ficam distraídos. Eles prontamente trabalham 24 horas por dia e exigem um mínimo de manutenção. Os robôs também tomarão os empregos dos agricultores, farmacêuticos e balconistas de supermercados. Sensores médicos em nossos smartphones, nas nossas roupas e banheiros em breve estarão monitorando a nossa saúde de minuto-a-minuto. Isso, combinado com registros médicos eletrônicos, dados genéticos e do estilo de vida irão fornecer informações suficientes para que os médicos se concentrem na prevenção das doenças ao invés de curá-las. Se houver necessidade de medicamentos, poderão ser receitados com base no genoma da pessoa ao invés de "um-tamanho-serve-para-todos" como atualmente. O problema é que há agora tanta informação que os humanos nem conseguem efetivamente analisar. No entanto, médicos baseados em inteligência artificial podem, como o Watson da IBM. O papel do médico muda para proporcionar conforto e compaixão- não para diagnosticar a doença ou receitar medicamentos. Em outras palavras, computadores também estarão assumindo alguns dos empregos dos nossos médicos, e não precisaremos de tantos médicos humanos como temos hoje. Será como o futuro que o CEO da Autodesk, Carl Bass, descreveu certa vez para mim: "A fábrica do futuro terá apenas dois funcionários: um homem e um cão. O homem estará lá para alimentar o cachorro. O cão vai estar lá para impedir o homem de tocar nos equipamentos ". Summers está errado, entretanto, quando crê que os governos podem fazer o mesmo que fizeram na era industrial: "criar trabalho suficiente para todos que precisem labutar por renda, capacidade de compra e dignidade". Eles mal e mal conseguem acompanhar os avanços que estão ocorrendo na tecnologia, que dirá desenvolver políticas econômicas para o emprego. Mesmo os tribunais estão lutando para entender as questões éticas e legais de tecnologias avançadas. Nem eles, nem os nossos legisladores chegaram a definir como proteger nossos dados e informações pessoais, controlar monopólios de serviços a cabo e de Internet, regular os avanços na genética e medicina, e como taxar a economia compartilhada que empresas como Uber e a Airbnb abrigam. Como irão os legisladores lidar com o desmantelamento de indústrias inteiras em períodos mais curtos que os ciclos eleitorais? A era industrial durou um século, mas as mudanças dela resultantes ocorreram ao longo de gerações. Agora temos incubação de empresas no Vale do Silício sacudindo setores basilares, tais como cabo e radiodifusão, hotéis e transporte. O recado está claramente no quadro de avisos sobre o que está por vir. No entanto, mesmo os economistas mais brilhantes-e futuristas- não sabem o que fazer sobre isso. Em seu debate comigo, Kurzweil disse: "A automação sempre elimina mais empregos do que cria, se você só olhar para as circunstâncias muito próximas ao redor da automação. Isso é o que os Luditas viram no início do século 19 na indústria têxtil, na Inglaterra. Os novos postos de trabalho vieram pelo aumento da prosperidade e novas indústrias que nem foram previstas". O argumento-chave de Kurzweil era o de que, assim como não pudemos prever os tipos de empregos que foram criados, não podemos prever o que está por vir. Kurzweil é certo, mas o problema é que, não importa quais sejam os empregos do futuro, eles certamente exigirão mais habilidade e educação – os robôs podem se encarregar de todo o trabalho duro. Fabricantes que estão querendo trazer a produção de volta já se queixam de que não conseguem encontrar número suficiente de trabalhadores qualificados nos EUA para suas fábricas automatizadas. Empresas tecnológicas que escrevem software também se queixam da escassez de trabalhadores com as habilidades que eles necessitam. Não seremos capazes de retreinar a maior parte da força de trabalho com rapidez suficiente para assumir os novos empregos em indústrias emergentes. Durante a revolução industrial, foram as gerações mais jovens que foram treinadas, e não os trabalhadores mais velhos. A única solução que eu vejo passa pelo encurtamento da semana de trabalho. Talvez possamos trabalhar de 10 a 20 horas por semana, em vez das 40 de hoje. E com os preços das necessidades e daquilo que hoje consideramos bens de luxo caindo exponencialmente, podemos não precisar de toda a população trabalhando. Há certamente uma possibilidade de distúrbios sociais por causa disso; mas podemos também criar o futuro utópico com que temos há muito sonhado, com uma expressiva parte da humanidade focada em criatividade e esclarecimento. Independentemente disso, na melhor das hipóteses, temos outros 10 a 15 anos, em que há um papel para os seres humanos. O número de empregos disponíveis vai na verdade aumentar nos EUA e Europa antes de começar a diminuir. A China está defasada no tempo, porque tem uma economia baseada na produção e aqueles postos de trabalho já estão desaparecendo. Ironicamente, a China está acelerando este fim, abraçando robótica e impressão 3D. À medida que a fabricação volta para os EUA, novas fábricas precisam ser construídos, os robôs precisam ser programados, e nova infra-estrutura precisa ser desenvolvida. Para instalar o novo hardware e software em carros já em uso existentes para torná-los auto-conduzidos, necessitaremos de muitos novos mecânicos de automóveis. Precisamos fabricar os novos sensores médicos, instalar painéis solares cada vez mais eficientes e escrever novos softwares de automação. Assim, o futuro é muito brilhante para alguns países a curto prazo, e no longo prazo é incerto para todos. A única certeza é que muita mudança está por vir para a qual ninguém realmente sabe como se preparar. Vivek Wadhwa é um membro no Centro de Governança Corporativa Arthur & Toni Rembe Rocha, da Universidade de Stanford; Diretor de Pesquisa do Centro de Empreendedorismo e Comercialização de Pesquisa da Escola Pratt de Engenharia da Universidade Duke; Membro Emérito da Universidade da Singularidade. Ele é autor de "The Immigrant Exodus: Por que a América está perdendo a corrida global para capturar talento empresarial", nomeado pela revista The Economist como O Livro do Ano de 2012, e "Mulheres Inovadoras: mudando a cara da tecnologia", que documenta as lutas e triunfos da mulher. Ele foi nomeado pela revista Foreign Policy como Pensador Global TOP-100 em 2012. Em 2013, a revista Time o listou como uma das 40 Mentes Mais Influentes em tecnologia.
Texto traduzido para o Alerta Total por Carlos Bollmann de Bruns. |
Inadimplência das empresas em alta – veja como reverter a situação Posted: 25 Sep 2014 03:13 AM PDT
Por Reinaldo Domingos
O número de empresas inadimplentes em agosto cresceu 7,64%, frente ao mesmo mês de 2013, segundo dados divulgados pelo SPC Brasil e pela CNDL. Este é o quinto mês seguido que fica acima dos 7%. Ainda segundo a pesquisa, o ramo de serviços é o mais problemático, com alta de 10,76% na inadimplência e representando 35,88% de todas as dívidas das pessoas jurídicas.
Assim, quando uma empresa enfrenta dificuldades financeiras, devido ao não pagamento de compromissos que devem ser honrados, o caminho certo para a solução dessa situação consiste em aplicar e realizar um plano para o pagamento das dívidas.
Primeiramente, se deve descobrir como e quando as dívidas foram geradas. Além disso, essas precisam ser amortizadas para que não sejam cobradas judicialmente pelos credores, prejudicando a imagem da empresa no mercado. É importante frisar que cada tipo de dívida garantida por um contrato é protegida por alguma lei, estabelecendo os efeitos do não pagamento do compromisso.
Principais passos para elaboração de um plano para o pagamento das dívidas: <!--[if !supportLists]-->· <!--[endif]-->Verificar se o negócio está dando lucro, desenvolvendo um amplo diagnóstico financeiro da empresa; <!--[if !supportLists]-->· <!--[endif]-->Realizar um levantamento correto do valor de todas as dívidas vencidas e vincendas (a vencer), identificando detalhes com credor, data do vencimento, valor, multas, juros, etc.; <!--[if !supportLists]-->· <!--[endif]-->Verificar a capacidade de pagamento da empresa, ou seja, se os lucros futuros serão suficientes para suportar a amortização do valor das dívidas. Caso contrário, adotar, se possível, os procedimentos para a redução de custos improdutivos e desperdícios, bem como aumentar o faturamento; <!--[if !supportLists]-->· <!--[endif]-->Estabelecer as prioridades para pagamento dos credores, seguindo a ordem proposta a seguir e considerando o valor de cada dívida, seu custo e risco do não pagamento. Ordenação do pagamento das dívidas: <!--[if !supportLists]-->a. <!--[endif]--> Dívida de menor valor, alto risco e/ou alto custo financeiro; <!--[if !supportLists]-->b. <!--[endif]-->Dívida de maior valor, alto risco e/ou alto custo financeiro; <!--[if !supportLists]-->c. <!--[endif]-->Dívida de menor valor, baixo risco e/ou baixo custo financeiro; <!--[if !supportLists]-->d. <!--[endif]-->Dívida de maior valor, baixo risco e/ou baixo custo financeiro.
Reforço que é sempre importante avaliar o não pagamento de cada dívida em baixo e alto risco, calculando o percentual do custo mensal, dividindo os juros mais encargos pelo valor total da respectiva dívida.
É de fundamental importância que o empreendedor efetue um controle frequente da execução do cronograma previsto neste passo, para avaliar os resultados e tomar as medidas corretivas, caso ocorram desvios em relação ao planejado.
Em todo esse processo, é conveniente que o empreendedor conte com o suporte de um consultor ou educador financeiro e até mesmo uma orientação jurídica. Além disso, também recomendo a realização de cursos relativos ao tema, pois, apenas assim terá conhecimento para enfrentar qualquer imprevisto.
Reinaldo Domingos é educador e terapeuta financeiro, presidente da DSOP Educação Financeira, Abefin e Editora DSOP, autor do best-seller Terapia Financeira, dos lançamentos Papo Empreendedor e Sabedoria Financeira, entre outras obras. |
A pesada herança do Comunismo Italiano Posted: 25 Sep 2014 03:11 AM PDT "Conceitos como `direita´, `esquerda´, `democrata´, `reacionário´, para nós, marxistas, não podem ser conceitos absolutos. A verdade é sempre relativa e concreta. Isso vale para qualquer período, mas é particularmente válido para o período atual" (Andrei A. Jdanov, Relatório à I Conferência do Kominform, 25 de setembro de 1947) . Por Carlos I. S. Azambuja A Itália foi o único país da Europa Ocidental onde a esquerda stalinista prevaleceu sobre a chamada "esquerda democrática", abstração feita do período do secretariado-geral de Enrico Berlinger no PC Italiano, a partir de 1972, e do eurocomunismo "de face humana, civilizado e culto". Antes disso, muito antes, em Bolonha, cidade "vermelha e burguesa", o Partido Comunista Italiano encarnou, por muito tempo, o modelo do futuro partido definido por Togliatti (1) desde antes da queda definitiva do fascismo: um "partido novo", não mais uma elite de revolucionários profissionais, vassalos de Moscou, mas um partido de massas, nacional e legal.Entretanto, até a morte de Togliatti, em 1964, o PCI "sempre foi" - como afirmava com clareza o historiador Renzo De Felice, na véspera de sua morte - "um partido stalinista, nem revolucionário, nem reformista, mas apenas um simples elemento do sistema da URSS". Togliatti, que foi um dos primeiros artesãos da stalinização do Movimento Comunista Internacional assumiu anos depois uma "maquiagem de fachada", posicionando-se em prol dadesestalinização e em favor do "policentrismo" dentro do MCI (2).Palmiro Togliatti foi, sem dúvida, um dos grandes atores da História do Século XX e uma das mais fortes personalidades do comunismo internacional. Seus camaradas tratavam-no como il Migliori ("O Melhor"). Em seus 18 anos de exílio, 10 dos quais passados na URSS, em nenhum momento sua autoridade de chefe do partido sofreu qualquer arranhão e ele nunca deixou de cumprir uma função decisiva de orientação da atividade do "Centro Estrangeiro"(expressão que designava a direção do PCI clandestino, instalada em Paris em janeiro de 1927).Togliatti, que foi um dos fundadores do Partido Comunista Italiano em 21 de janeiro de 1921, desempenhou o cargo de Secretário-Geral do partido de 1926 até sua morte, em 1964 (3). Ele era dotado de uma prudência ardilosa, extraordinariamente hábil para decifrar, nas flutuações de jargão utilizadas pelo Komintern, a menor nova inflexão carregada de sentido ou a próxima mudança de linha. Privado de todo e qualquer escrúpulo, Togliatti se posicionava sempre do lado certo do golpe. Numa biografia traçada sobre ele pela seção de quadros do Komintern, datada de 21 de setembro de 1949 - pois todos, naquela charmosa instituição, eram espiões e se sabiam espionados - está assinalado "o fato de que Togliatti nunca exprimiu sua opinião antes de uma questão ter sido formalmente decidida" (3).Em 1930, o PCI era um partido de quadros, com cerca de 7 mil inscritos, e adere sem maiores preocupações à linha stalinista que designou a social-democracia, rebatizada de "social-fascismo", como o "inimigo principal", chegando mesmo a qualificar, em 1934, o movimento Giustizia e Libertà(que representou um papel importante nos meios antifascistas exilados e durante a Resistência) de movimento fascista dissidente.Para Togliatti, a consagração, como recompensa por sua disciplina de ferro e seu servilismo, chegou com o VII Congresso da Internacional Comunista. No dia da sessão inaugural, em 25 de julho de 1935, em Moscou, foi-lhe dada a honra de pronunciar, num clima de histeria coletiva, uma "mensagem de felicitações" ao camarada Stalin. Eis alguns trechos da mensagem: "Ao camarada Stalin, chefe, guia e amigo do proletariado de todo o mundo (...) Sob sua direção, a URSS tornou-se a muralha inexpugnável da revolução socialista (...) Camarada Stalin, na luta contra os contra-revolucionários trotskistas e zinovievistas, na luta contra os oportunistas de direita e de esquerda, você manteve a pureza da doutrina marxista-leninista, desenvolvendo-a como uma nova fase da revolução mundial que se inscreve na História como a época de Stalin" (4).Nesse Congresso, Togliatti foi um dos eleitos para o Secretariado Político doKomintern, juntamente com Georgi Dimitrov, Dimitri Manulski, Wilhelm Pieck, Otto Kusinen, André Marty e Klement Gottwald.Como membro dirigente do Komintern, Togliatti cometeu diversas ignomínias. A respeito dos cerca de mil italianos que deixaram a Itália fascista a fim de participar, com entusiasmo, da edificação do comunismo na URSS, sabe-se hoje, com precisão, que 108 foram detidos, torturados, condenados e executados entre 1935 e 1938. Todos haviam sido fichados pelo responsável italiano da seção de quadros do Komintern, Antonio Roasio, fiel a Togliatti.No início de 1937, na época do processo contra o "Centro Paralelo" que tinha a fama de ser trotskista, Togliatti não hesitou em afirmar: "Trata-se de agentes do fascismo. Temos provas recentes de suas relações com a Alemanha, com a Gestapo e também com o Japão". Em meados do mesmo ano, seis membros do Comitê Central do KPD (PC alemão) desapareceram. Em 1938, chegou a vez de Bela Khun - outro "kominterniano" - ser executado.Togliatti foi mandado para a Espanha, onde atuou, em nome do Komintern, no período de 14 de julho de 1937 a 25 de março de 1939, tendo ficado vinculado diretamente a Stalin. Aí, "Ercoli" torna-se "Alfredo" (seus codinomes) e aumenta ainda mais sua ignomínia. Em agosto de 1938, seu nome figurou entre os seis signatários de uma Resolução da presidência da Internacional Comunista que decidiu pela dissolução do Partido Comunista Polonês (KPP). Convocados a Moscou sob os mais variados e enganosos pretextos, os dirigentes poloneses foram detidos e executados. Ou seja, Togliatti ratificou a condenação à morte de dezenas de dirigentes do KPP (3)Aos olhos de Stalin, o KPP tornava-se um obstáculo a ser removido para um possível acordo com a Alemanha nazista, pois a grande influência interna do nacionalismo polonês e a presença de numerosos judeus em sua direção deixavam pressagiar uma forte resistência de sua parte a um acordo desse tipo. Para se justificar, Togliatti dirá a seus primeiros biógrafos, em 1953, que seguia de perto as atividades e vicissitudes do KPP, tomando consciência, de forma clara, da sua evolução anti-soviética.Todavia, além de Togliatti conhecer os dirigentes poloneses há mais de dez anos e nunca os ter criticado, suas declarações são suspeitas, pois a competência de seu secretariado não se estendia à Polônia, cuja assistência era responsabilidade de Manulski.Na Espanha, onde detinha considerável poder, "Alfredo" participou ativamente da repressão ao POUM (Partido Operário Unificado Marxista), um partido anti-stalinista, e da eliminação do seu líder, Andrés Nin. Durante a II Guerra Mundial, Togliatti se viu também implicado na execução de quadros do Partido Comunista Espanhol e de ex-membros das Brigadas Internacionais que fizeram a má escolha de buscar refúgio na "pátria do socialismo".Numa célebre entrevista concedida em 1956 à revista Nuovi Argomenti, Togliatti assim respondeu à questão de saber se era possível se opor, em Moscou, à espiral demente da repressão: "Se eu o tivesse feito, eles me teriam matado. A História dirá se valia mais morrer ou viver para salvar o partido" (3). Essa foi uma maneira elegante de dizer que se deve primeiro cuidar da própria pele, considerada mais importante do que a dos outros, mesmo quando esses outros são camaradas.De junho de 1941 a janeiro de 1944, Togliatti dedicou a maior parte de seu tempo à propaganda radiofônica com destino à Itália. Esse período foi também aquele em que ele deu uma demonstração de como encarava as forças objetivas, leais ou hostis ao partido mundial da revolução que, enquanto organização coletiva, intérprete e instrumento da História, detinha todos os direitos. Trata-se do caso dos prisioneiros de guerra italianos, capturados pelos soviéticos em dezembro de 1942 e em janeiro de 1943.Num primeiro momento, a agência Tass e a imprensa soviética falaram de 80 mil a 115 mil prisioneiros. L´Alba, o jornal dos prisioneiros de guerra italianos, do qual - pasmem! - Togliatti se autoproclamou diretor-adjunto, falou em 80 mil a 83 mil prisioneiros. Em 5 de março do ano seguinte, Togliatti, pela Rádio Moscou, evocou "mais de 40 mil prisioneiros".Após a guerra, porém, os soviéticos disseram que iriam libertar todos os prisioneiros: 19 mil, o que provocou grande perturbação na Itália. Um ano mais tarde, em julho de 1946, a embaixada soviética em Roma declarou que 21.193 prisioneiros italianos seriam repatriados. Na realidade, todavia, esse número não chegou a 12.500 ex-combatentes do exército enviados à URSS pelo regime fascista. Os outros eram ex-prisioneiros dos alemães ou mesmo italianos que haviam sido obrigados a ir trabalhar na Alemanha.Desde essa data e até hoje, persiste a dúvida sobre o destino das outras dezenas de milhares de militares italianos que caíram nas mãos do exército soviético e que desapareceram sem deixar rastros, o que atormentou não apenas suas famílias, mas também várias gerações de italianos.Depois do colapso da União Soviética, o Ministério da Defesa da Federação Russa identificou 64.400 nomes de soldados italianos detentos nos campos soviéticos, sendo que 40 mil teriam morrido e 20 mil não foram identificados. Chega-se, assim, a um número global de cerca de 85 mil prisioneiros de guerra italianos na União Soviética.O comportamento de Togliatti diante dessa tragédia tornou-se conhecido a partir de sua correspondência com um de seus subordinados, Vicenzo Bianco, representante italiano junto ao Comitê Executivo do Komintern, que pedira a "Ercoli" que interviesse junto às autoridades soviéticas a respeito do assunto. Togliatti respondeu-lhe de maneira glacial: "Nossa posição de princípio com relação aos exércitos que invadiram a União Soviética foi definida por Stalin, e nada há mais a dizer. Porém e, na prática, um bom número de prisioneiros deve morrer como conseqüência das duras condições de fato. Nada tenho de novo a dizer a esse respeito (...) Não estou sustentando de forma alguma que os prisioneiros devam ser suprimidos, sobretudo porque podemos nos servir deles para obter alguns resultados de outra maneira mas, nas durezas objetivas que podem provocar o fim de um bom número deles, não consigo ver nisso outra coisa que não seja a expressão concreta dessa justiça da qual o velho Hegel dizia ser imanente a toda História".A reação de Togliatti, com essa resposta, explica-se por sua percepção de que a proposta de Bianco representava um desvio, chamado no jargão stalinista de`humanismo abstrato´: uma tentativa de colocar os interesses nacionais acima dos interesses de classe (3).Objetivando transmitir segurança e melhorar a relação com os Aliados, em 15 de maio de 1943 Stalin decidiu dissolver o Komintern. Essa decisão favoreceria também o surgimento de uma "via nacional" para o comunismo, própria a cada país. No caso da Itália, Togliatti, herdeiro de Gramsci, já sustentava que a classe operária deveria de alguma forma "nacionalizar-se",a fim de se tornar a força hegemônica do processo revolucionário.Togliatti deixou Moscou e chegou a Nápoles em 27 de março de 1944 e foi ministro da Justiça de 1945 a 1947, inicialmente no primeiro governo oriundo da Resistência, dirigido por Ferrucio Parri, chefe do Partido da Ação, e depois no governo democrata-cristão de Alcide De Gasperi. Nesse cargo, segundo alguns, ele teria se mostrado suave demais como agente de expurgo antifascista. O fato, todavia, é que ele era muito inteligente para nutrir ilusões sobre a real possibilidade de um expurgo político após mais de 20 anos de fascismo, a não ser liquidando um grande número de funcionários.Pode ser dito também que, em certo sentido, ele cumpriu, no que diz respeito ao expurgo, um papel moderador, não por humanidade, mas por estratégia política, visando transformar seu partido de quadros em um verdadeiro partido de massas.Nem por isso Togliatti pode ser tido como um verdadeiro democrata após 1945, como mostram os encontros quase cotidianos que mantinha, no pós-guerra, com o embaixador da URSS Mikhail A. Kostilev. Um desses encontros foi realizado secretamente em um bosque próximo de Roma, em 23 de março de 1948, véspera das eleições legislativas apresentadas como as que deviam assegurar uma vitória certa do PCI e que, ao contrário, representaram um fracasso. Os dois homens teriam discutido, então, a oportunidade ou não de uma insurreição armada.Em 1951, foi ainda Togliatti que Stalin escolheu para dirigir o Kominform, cargo que ele recusou sob pretextos variados mas, de fato, porque não estava mais certo nem mesmo de seu próprio destino, na atmosfera de loucura dos últimos anos de Stalin.Togliatti morreu em Yalta em 21 de agosto de 1964. Sua carreira, por mais longa e rica que tenha sido não esgota os 40 anos de história do PCI, mas o restante.Tudo o que se passou desde então é, seguramente, outra história. O texto acima é um resumo do tema em epígrafe, publicado nas páginas 535 a 559 do livro Cortar o Mal pela Raiz! História e Memória do Comunismo na Europa, diversos autores sob a direção de Stéphane Courtois, editora Bertrand do Brasil, 2006.[1] Palmiro Togliatti (26 de março de 1893 em Gênova-21 de agosto de 1964 em Yalta), um dos fundadores do Partido Comunista Italiano em 21 de janeiro de 1921; Secretário-Geral do partido de 1937 a 1939; membro do Komintern. Baixo, traços finos, um físico delicado, o que lhe valeu o apelido irônico de "Ercoli" (Ercole-Hércules).[2] Le Petit Larousse Compact, Paris, 1993.[3] Aldo Agosti, Palmiro Togliatti, Torino, UTET, 1996.[4] VII Congresso Mundial da Internacional Comunista, 25 de julho-25 de agosto de 1935, número especial de Correspondência Internacional nº 64, de 7 de agosto de 1935.
Carlos I. S. Azambuja é Historiador. |