quinta-feira, 28 de fevereiro de 2013

Aplicação móvel analisa urina e descobre se tem doenças

A aplicação que o empreendedor Myshkin Ingawale se prepara para lançar não é própria para hipocondríacos. Ou talvez seja. A uCheck está em fase de testes e vai poder descobrir até 25 doenças diferentes ao analisar a reação da urina em contacto com alguns químicos.
Ingawale, de 29 anos, desenvolveu a aplicação para smartphone e mostrou-a na conferência TED (Technology, Education and Design) 2013 em Los Angeles, que decorreu esta semana. Segundo o Medical News Today, a aplicação analisa a urina com a câmara e identificar a presença de 10 marcadores diferentes, que correspondem a 25 condições médicas diferentes.
O utilizador tem de mergulhar tiras embebidas em químicos na sua urina e tirar fotos com o iPhone. A aplicação vaiu comparar o resultado com um mapa de cores que determinará condições como níveis de glucose, proteínas, leucócitos, entre outros.
A interface é fácil de entender e tem toda a informação apresentada com "negativo" e "positivo" ou números. O utilizador pode depois clicar em cada palavra chave, tal como leucócitos, e obter mais informações sobre os mesmos. A aplicação vai custar 99 cêntimos e o kit de tiras com químicos e mapa colorido vai custar cerca de 15 euros.
Os resultados destes testes, ainda que rudimentares, podem ajudar as pessoas a lidarem com doenças crónicas (como a diabetes) e a saúde dos rins, bexiga e fígado. Podem também revelar se a pessoa tem ou não uma infeção urinária. Os 1200 testes iniciais revelaram-se mais precisos que o diagnóstico de especialistas a olho nú. http://www.dinheirovivo.pt/Buzz/Artigo/CIECO109050.html

Para baixar conta da luz

Iniciativa da Deco já tem mais de 120 mil inscritos

A campanha foi lançada no início da semana e ontem, pelas 20 horas, já se tinham registado 91 365 pessoas. Ao final da manhã eram 60 mil, o que mostra a rápida adesão. À meia-noite já ultrapassava os 100 mil e pelas 14h30 de hoje já estava muito perto dos 124 mil.

"Os registos podem ser feitos até 30 de abril e em apenas três dias já atingimos estes números. E não para de crescer", disse ao JN/Dinheiro Vivo, a diretora de relações institucionais da associação, Rita Rodrigues.

Lisboa considerada a quarta cidade mais bonita do Mundo.

A cidade de Lisboa é a quarta mais bonita do Mundo, segundo o site de viagens Urban City Guides. Veneza lidera o ranking, seguindo-se Paris e Praga.
O site de viagens Urban City Guides elegeu Lisboa como a quarta cidade mais bonita do Mundo à frente de locais como o Rio de Janeiro e Roma. A liderar a lista está Veneza, Paris e Praga.
“Magnificamente situada numa série de colinas que descem para o Tejo, Lisboa é um dos locais mais cénicos do mundo. Bonitas vistas, inesperadas, são encontradas em cada esquina (...)”. É assim que começa a descrição da capital no site de viagens.
 
“A cidade tem uma aparência rude e sedutora, uma beleza sem esforço com detalhes cativantes”, refere ainda o Urban City Guides,
Em quinto lugar surge uma cidade onde também se fala português, embora com um sotaque diferente, Rio de Janeiro, o único local da lista fora da Europa.
Veja a lista completa
  1. Veneza
  2. Paris
  3. Praga
  4. Lisboa
  5. Rio de Janeiro
  6. Amesterdão
  7. Florença
  8. Roma
  9. Budapeste
  10. Bruges

Noticias ao Minuto - Os direitos que assistem a quem está sem trabalho


1- Isenção nas taxas moderadoras e descontos na luz: Os desempregados que recebem um subsídio igual ou inferior a 628,83 euros, e que estejam inscritos no centro de emprego há pouco tempo, têm direito a pedir isenção das taxas moderadoras. Por outro lado, os desempregados que recebam subsídio social de desemprego têm direito a tarifas de electricidade e de gás natural mais baixas;
2- Subsídio de desemprego: Para ter direito a estas prestações é necessário que a pessoa tenha trabalhado como contratado, e procedido aos descontos para a Segurança Social, durante pelo menos 360 dias nos 24 meses imediatamente anteriores à data em que ficou desempregada. O valor pode oscilar entre 419,22 euros e 1048,905 euros por mês, sendo que esse montante sofre um corte de 10% após seis meses e desde o início de 2013 que acresce ainda uma redução adicional de 6%. Também os trabalhadores independentes que prestem 80% da sua actividade a uma única empresa podem solicitar subsídio;
3- Manter o apoio e procurar emprego noutro país: Quem esteja a receber subsídio mas que entenda que é melhor procurar emprego num País da União Europeia, Islândia, Noruega, Liechtenstein ou Suíça, pode sair para esses países mantendo o direito ao subsídio de desemprego ao longo de três meses, período o qual pode ser estendido a mais três;
4- Subsídio com trabalho parcial ou independente: É possível acumular-se parte do subsídio de desemprego com um salário, ainda que de forma limitada. O valor da remuneração não poderá ser superior ao do subsídio, sendo que o montante da prestação emagrece. Na prática essas pessoas passam a receber apenas mais 35% do que aufeririam apenas com o subsídio;
5- Subsídio com trabalho a tempo completo: A título transitório é ainda permitida a acumulação de parte do subsídio de desemprego com a remuneração de um trabalho a tempo completo. Para o efeito é necessário que a pessoa esteja inscrita há mais de seis meses, que a oferta de emprego contemple um salário bruto inferior ao do subsídio, e que tenha direito a beneficiar da prestação por mais seis meses. Durante a primeira metade do contrato, que deve ter a duração mínima de três meses, o apoio corresponde a 50% do desemprego, enquanto na segunda metade, passa a ser de 25%, com um tecto máximo de 250 euros.

Aprendiendo de la Historia: cómo Irlanda, Grecia y España perdonaron la deuda alemana

Faz hoje 60 anos - Acordo de Londres sobre as Dívidas Alemãs | Entre os paises que perdoaram 50% da dívida alemã estão a Espanha, Grécia e Irlanda
0 Acordo de ...Londres de 1953 sobre a divida alemã foi assinado em 27 de Fevereiro, depois de duras negociações com representantes de 26 países, com especial relevância para os EUA, Holanda, Reino Unido e Suíça, onde estava concentrada a parte essêncial da dívida.
A dívida total foi avaliada em 32 biliões de marcos, repartindo-se em partes iguais em dívida originada antes e após a II Guerra.Os EUA começaram por propor o perdão da dívida contraída após a II Guerra. Mas, perante a recusa dos outros credores, chegou-se a um compromisso. Foi perdoada cerca de 50% (Entre os paises que perdoaram a dívida estão a Espanha, Grécia e Irlanda) da dívida e feito o reescalonamento da dívida restante para um período de 30 anos. Para uma parte da dívida este período foi ainda mais alongado. E só em Outubro de 1990, dois dias depois da reunificação, o Governo emitiu obrigações para pagar a dívida contraída nos anos 1920.
O acordo de pagamento visou, não o curto prazo, mas antes procurou assegurar o crescimento económico do devedor e a sua capacidade efectiva de pagamento.
O acordo adoptou três princípios fundamentais:
1. Perdão/redução substantial da dívida;
2. Reescalonamento do prazo da divída para um prazo longo;
3. Condicionamento das prestações à capacidade de pagamento do devedor.
O pagamento devido em cada ano não pode exceder a capacidade da economia. Em caso de dificuldades, foi prevista a possibilidade de suspensão e de renegociação dos pagamentos. O valor dos montantes afectos ao serviço da dívida nao poderia ser superior a 5% do valor das exportações. As taxas de juro foram moderadas, variando entre 0 e 5 %.
A grande preocupação foi gerar excedentes para possibilitar os pagamentos sem reduzir o consumo. Como ponto de partida, foi considerado inaceitável reduzir o consumo para pagar a dívida.
O pagamento foi escalonado entre 1953 e 1983. Entre 1953 e 1958 foi concedida a situacao de carência durante a qual só se pagaram juros.
Outra característica especial do acordo de Londres de 1953, que não encontramos nos acordos de hoje, é que no acordo de Londres eram impostas também condições aos credores - e não só aos paises endividados. Os países credores, obrigavam-se, na época, a garantir de forma duradoura, a capacidade negociadora e a fluidez económica da Alemanha.
Uma parte fundamental deste acordo foi que o pagamento da dívida deveria ser feito somente com o superavit da balança comercial. 0 que, "trocando por miúdos", significava que a RFA só era obrigada a pagar o serviço da dívida quando conseguisse um saldo de dívisas através de um excedente na exportação, pelo que o Governo alemão não precisava de utilizar as suas reservas cambiais.
EM CONTRAPARTIDA, os credores obrigavam-se também a permitir um superavit na balança comercial com a RFA - concedendo à Alemanha o direito de, segundo as suas necessidades, levantar barreiras unilaterais às importações que a prejudicassem.
Hoje, pelo contrário, os países do Sul são obrigados a pagar o serviço da dívida sem que seja levado em conta o défice crónico das suas balanças comerciais
Marcos Romão, jornalista e sociólogo, 27 de Fevereiro de 2003.
Outro artigo sobre o Acordo de Londres sobre as Dívidas Alemãs: http://auditoriaciudadana.net/2013/02/27/aprendiendo-de-la-historia-como-irlanda-y-grecia-perdonaron-la-deuda-alemana-2/

Os jogadores mais bem pagos do mundo: Cristiano Ronaldo é terceiro no ataque

Internacional português ganha menos que Eto’o e Lionel Messi, entre os atacantes, e está também abaixo de Ashely Cole, Yaya Touré e David Silva. Contas são referentes apenas aos salários anuais pagos pelos clubes que os jogadores representam.

No que toca a salário no clube, Cristiano Ronaldo está ainda muito longe de ser o jogador mais bem pago do planeta. Olhando para a prestação do internacional português, talvez imaginasse que o fosse, mas certo é que CR7 fica apenas no quinto lugar, terceiro entre o trio de ataque.

A lista é divulgada pelo site Fichajes.com, que coloca Samuel Eto’o no topo, com 20 milhões de euros ganhos anualmente. Segue-se Messi com 15, Yaya Youté e David Silva, com 13, e Ashley Cole, com 12,4. CR7 aparece logo de seguida, com 10 milhões de euros auferidos por ano.

Para esta lista, o site levou em conta a posição de cada jogador, procurando desta forma construir o 11 milionário do futebol. Manchester City e Chelsea são as equipas com mais jogadores nesta equipa de ouro, com dois futebolistas cada.

Veja-a de seguida:

Guarda-redes
Iker Casillas (Real Madrid): 6 milhões de euros.

Defesas
Philipp Lahm (Bayern Munique): 10;
Thiago Silva (PSG): 9,8;
John Terry (Chelsea): 9,5;
Ashley Cole (Chelsea): 12,4.

Médios
Yaya Touré (Manchester City): 13;
David Silva (Manchester City): 13;
Franck Ribéry (Bayern Munique): 10.

Avançados
Lionel Messi (Barcelona): 15;
Cristiano Ronaldo (Real Madrid): 10;
Samuel Eto'o (Anzhi): 20.

Dezassete ex-administradores da CGD custam dois milhões por ano em reformas e exercem no setor privado.

Segundo o jornal i, 17 ex-administradores que integraram o conselho de administração da Caixa Geral de Depósitos ganham dois milhões de euros anuais em reformas, que variam entre um mínimo de 2170 euros por mês e um máximo de 14 352 euros brutos. Estes ex-administradores continuam no ativo, a exercer cargos no setor privado, acumulando rendimento, indica o mesmo jornal. Essa acumulação é legal, mas socialmente injusta.

Uma reportagem do i dá conta de rendimentos em pensões de reforma na CGD, que custam aos cofres do Estado cerca de dois milhões de euros por ano. Trata-se de ex-administradores da Caixa que continuam a exercer funções. São reformados do setor público que se mantém ativos no privado.

Ao todo serão 17 ex-administradores que exerceram funções no conselgo de administração da CGD, de acordo com aquele periódico, que revela o valor mínimo das reformas: 2710 euros por mês. Os rendimentos brutos podem mesmo chegar aos 14 352 euros.

O jornal i cita nomes desses ex-administradores da CGD, entre os quais estão Mira Amaral, Celeste Cardona, João Salgueiro, Almerindo Marques, Faria de Oliveira, António Tomás Correia e Carlos Oliveira Cruz.

Este é apenas mais um caso de ex-trabalhadores do Estado, com reformas pagas pela Segurança Social, que deixam de exercer no setor público e se mantêm no ativo em empresas privadas (ou noutras instituições que não são públicas), acumulando rendimentos de salários com reformas elevadas.

A reportagem do i surge numa altura em que o Governo corta aos rendimentos dos trabalhadores e pensionistas, num momento de emergência nacional, em que se adivinham novas medidas de austeridade, que vão reduzir os rendimentos dos trabalhadores e reformados.

Refere ainda o jornal i que nomes conhecidos como os de Eduardo Catroga e também de Luís Filipe Pereira continuam a acumular rendimentos no privado, no conselho geral da EDP, com reformas principescas.

Apesar de ser mal compreendida pela maioria dos portugueses, esta acumulação de rendimentos é legal. Só nos casos em que os reformados continuem a exercer cargos no setor público é que estão obrigados a optar pela reforma ou pelo rendimento do trabalho.

A lei não permite suspender aquelas reformas dos 17 ex-administradores da CGD, que também não estão legalmente impedidos de exercer funções no setor privado. Algumas personalidades contactadas pelo i defendem que o Governo deveria avançar para uma medida de suspensão de reformas nos casos em que há acumulação dessa reforma com rendimento do trabalho no privado.

Uma medida deste género reduziria rendimentos elevados de um grupo restrito de pessoas e tornaria o Estado socialmente mais justo. Outra perspetiva aponta no sentido de criar escalões nas reformas para que se mantiver a trabalhar. Maiores rendimentos implicariam penalizações da reforma paga pela Segurança Social.

Esta questão surge também num momento em que se discute, precisamente, as contribuições dos trabalhadores para a Segurança Social. É certo que a TSU já está na gaveta, mas a sustentabilidade da Segurança Social mantém-se em eterna discussão. Com as mexidas nos escalões de IRS, os maiores rendimentos pagarão mais impostos, mas as diferenças entre os grandes rendimentos e os salários baixos mantêm-se elevadas.

quarta-feira, 27 de fevereiro de 2013

Sobre a Situação nas Forças Armadas

 
 
Rui Fernandes
membro da Comissão Política do Comité Central
Local:
Lisboa

A reestruturação e o redimensionamento sérios das Forças Armadas estão mais uma vez adiados, face à política de cortes, mais ou menos cegos, com que a área da Defesa Nacional e das Forças Armadas está a ser confrontada. Para o PCP, a política em curso está em confronto crescente com a Constituição República e com largos sectores da Instituição.

Vídeo:
See video
Tipo :
Youtube

ler mais

VIDEO: Tourists watch balloon tragedy unfold

BBC News
 
A tourist in a hot air balloon over Luxor, Egypt, caught the moment another balloon caught fire and plunged to the ground, killing 19 people.

2304 - Quero dos Deuses só que me não lembrem

 
Quero dos deuses só que me não lembrem.
Serei livre — sem dita nem desdita,
Como o vento que é a vida
Do ar que não é nada.
O ódio e o amor iguais nos buscam; ambos,
Cada um com seu modo, nos oprimem.
A quem deuses concedem
Nada, tem liberdade
.

(Ricardo Reis)

Aparições

 
- Olha lá! Não será que estás a aparecer demasiado? Desde que regressaste de Paris, no fim de janeiro, já te vi um par de vezes na televisão, ouvi-te na rádio, saíste numa revista e no DN, hoje vens longamente no "Público", além de conferências feitas e outras já anunciadas. Não será demais?
 
- Talvez. Não sei... Limitei-me a aceitar convites que me fizeram. Não pedi rigorosamente nada a ninguém! Recusei mesmo outras coisas. Claro que podia ter dito que não àquilo que aceitei. Mas por que é que havia de fazê-lo? Julgo que é apenas o efeito "novidade". Daqui a dias, vais ver, começo a "desaparecer"...
 
Este foi um diálogo telefónico com um amigo, esta manhã. Há dias, um outro amigo mandou-me um SMS: "Há muita inveja. Não te exponhas demasiado. Lembro-me de um conselho que me deram: compra carro em segunda mão; nunca digas que vais viajar; usa roupa vulgar e, se possível, já gasta; oferece os presentes que te derem; mesmo que não precises, pede dinheiro emprestado."
 
Caramba! Terá que ser mesmo assim? Estranho país este...

Procópio

 
A cerimónia de entrega podia não ter o "glamour" de Hollywood, mas o espaço à volta do fontenário em frente ao bar enchia-se de gente divertida, naquele único dia de mãos largas em que a "Sedonalice" nos dispensava (limitados) álcoois que fluiam de borla.
 
Eram os prémios Procópio, consagrados numa estatueta de metal desenhada pelo cartoonista António, a qual, anualmente, era atribuída a figuras da política, da música, das artes, do desporto, etc.

Num livro que foi publicado sobre o bar Procópio, escrevi uma "crónica dos anos 90", onde contei: "por essa época, eram distribuídos com regularidade, na festa estival, os famosos prémios Procópio, sob critérios de justiça que, pelo menos num caso, o autor destas linhas não tem razões para pôr em causa. Sabe-se hoje que malévolas reticências à democraticidade do júri que atribuía tais galardões eram completamente infundadas, dado que a Alice cuidava em seguir à risca um modelo há muito consagrado nas instituições do Burundi, recomendado por uma embaixadora que com ela toma chá."

Quais Óscares qual quê?! Vivam os "Procópios"! Então, Alice, que tal fazer renascê-los este ano, em contraciclo arrogante com a crise?

TVI

 
A TVI fez 20 anos. Parabéns. É um caso de sucesso televisivo. Goste-se ou não do modelo, há por ali muito profissionalismo.
 
Esta comemoração, porém, não deve fazer esquecer como tudo começou: a atribuição de uma televisão à igreja católica. Recordo bem como, por todo o país, grupos de fiéis, mobilizados pelas estruturas religiosas, juntaram economias para dar um écran à sua fé, criando uma espécie de Rádio Renascença a cores. Recolhas de fundos levaram alguns crentes fervorosos a venderem os ouros familiares e, em alguns casos, a endividarem-se. Depois, as coisas deram uma grande volta e acabaram assim.
 
Ínvios são os caminhos dos senhores da mídia.

terça-feira, 26 de fevereiro de 2013

Papa recebeu relatório "demolidor" a 17 de dezembro

O Papa Bento XVI recebeu a 17 de dezembro um relatório de conteúdo "demolidor", relacionado com a investigação ao chamado caso 'Vatileaks', que terá tido influência na sua decisão de resignar ao cargo, noticia hoje o jornal italiano La Repubblica, citado pelo site do diário espanhol 'El Mundo'.

O relatório, que tem três centenas de páginas, está dividido em volumes e foi guardado na caixa forte do apartamento do pontífice, resulta de uma investigação realizada pelos cardeais Julián Herranz, Josef Tomko e Salvatore De Giorgi, à extração de documentos do gabinete do Papa.

O caso, que ficou conhecido como 'Vatileaks', levou à detenção do mordomo do Papa, Paolo Gabriele, por ter entregue tais documentos a um jornalista. Gabriele foi declarado culpado pelo tribunal do Vaticano de roubo de documentos confidenciais do apartamento do Papa. Bento XVI indultou-o posteriormente.

Paolo Gabriele, de 46 anos, pai de três filhos, pediu perdão por ter traído o Papa, mas disse ter agido para salvar a Igreja e o Papa.Nalgumas das intervenções que fez em público, Bento XVI chegou a dizer que a Igreja Católica iria conseguir resistir ao "mal destruidor".

"Tudo gira em torno do sexto e do sétimo mandamentos", disse ao 'La Repubblica' uma fonte muito próxima de um dos autores do relatório, lembrando o jornal que estes dizem para não roubar ou cometer adultério (não furtar ou pecar contra a castidade, na fórmula catequética). O documento, refere o 'El Mundo', citando este jornal italiano, "revelaria lutas de poder, má gestão económica, relações homossexuais..."

O 'La Repubblica' lembra um escândalo que, em 2010, revelou encontros sexuais entre um membro do coro do Vaticano e um dos cavaleiros de Sua Santidade, Angelo Balducci. Numa gravação, que apareceu em público na altura, Balducci aparece a conversar com um membro do coro do Vaticano e este diz-lhe: "Só te digo que tem 2 metros, pesa 97 quilos, tem 33 anos e é completamente 'ativo'".

A posse deste documento, diz o jornal italiano, que fala mesmo na possível existência de um "lóbi 'gay' no Vaticano" levou o Papa Banto XVI a refletir sobre a luta que é preciso travar pelo futuro da Igreja e em, última análise, terá influenciado a sua decisão. "O relatório será entregue ao próximo Papa, que deverá ser bastante forte, jovem e santo para poder levar a cabo o trabalho que o espera", escreve o 'La Repubblica', citado pelo 'El Mundo'.

A seguir ao anúncio do resignação do Papa, já a revista italiana 'Panorama' tinha indicado que Bento XVI tomara uma tal decisão após conhecer o conteúdo do relatório sobre o caso 'VatiLeaks'.

Citado pelo jornal irlandês 'Irish Examiner', um porta-voz do Vaticano disse não ter qualquer comentário a fazer sobre as alegações publicadas pelo 'La Repubblica'.DN

segunda-feira, 25 de fevereiro de 2013

Deco quer unir consumidores para pagarem menos.

A Deco vai lançar um desafio a todos os consumidores de eletricidade para que se juntem à associação de forma a contratualizar em conjunto o fornecimento de luz, tendo como objetivo reduzir os custos da fatura e estimular o mercado liberalizado.

A instituição, que lançou hoje a campanha com o mote "juntos pagamos menos", pretende que os clientes de eletricidade adiram a esta iniciativa até 30 de abril, findo o qual a Deco fará um leilão pelo melhor preço junto dos operadores de mercado como a EDP, Galp, Endesa ou Iberdrola, entre outros.

Após estarem definidos os operadores vencedores por cada tarifário, os consumidores que aderiram à campanha passarão a ter as condições de preço resultantes do leilão que a Deco tem a expetativa de ser mais baixo do que as atuais tarifas oferecidas no mercado livre.

Segundo um comunicado da Deco, a intenção é "responder a uma preocupação crescente dos consumidores relativamente aos custos da eletricidade" e "promover um processo transparente e com provas dadas noutros mercados que visa fomentar a concorrência entre os vários fornecedores do mercado liberalizado".

Esta é uma ação "que visa reduzir a despesa mensal com a eletricidade", refere a Deco, mas, "para ter o maior sucesso possível, é essencial" que os consumidores façam a a sua adesão, de forma a que "quantos mais formos, maior o nosso poder de negociação junto dos fornecedores e a pressão para que nos proponham a tarifa mais baixa possível".

Com esta iniciativa, a associação de defesa dos consumidores espera também apresentar vantagens para os fornecedores de eletricidade como o "acesso a uma larga base de clientes com significativa redução dos custos de aquisição e comunicação".

Para realizar toda esta operação, a Deco associou-se a um consultor desta área, a PrizeWize, responsável pela plataforma 'online' e com experiência pelo processo noutros mercados.

O leilão está marcado para 2 de maio e será apurado o vencedor com o preço mais baixo nos vários tarifários.

Após a oferta, a partir de 15 de maio a Deco vai comunicar a todos os consumidores que participaram na ação qual o fornecedor vencedor e quanto poderão poupar com o novo contrato, sendo que só mudam se entenderem.

A Deco refere ainda que poderá vir a receber uma comissão por cada contrato assinado pelos consumidores junto do fornecedor que ganhar o leilão.

A acontecer, a associação indica que quer "privilegiar" os associados e só irá reter o valor dos não associados "para cobrir os custos administrativos, de organização, de publicidade, de gestão e o investimento em programas".

A instituição adianta que a "é a primeira vez que um leilão de eletricidade ocorre em Portugal, mas a experiência de países como a Alemanha, a Bélgica, a Holanda e a Inglaterra mostra que é uma forma de conseguir boas poupanças para os consumidores" DN

sexta-feira, 22 de fevereiro de 2013

"Se não fosse futebolista trabalhava nas obras"

Cristiano Ronaldo é o protagonista da edição de março da 'GQ' espanhola onde confessa que o que mais lhe custa são as "críticas pessoais" e que o pior momento da sua carreira foi a eliminação nas meias-finais no Euro 2012. "As críticas fazem parte, mas o que mais me dói é a crítica pessoal, de assuntos externos ao terreno de jogo. Não me afeta quando se trata de críticas à minha forma de jogar porque, repito, sou o primeiro a dar conta quando falho", revelou Cristiano Ronaldo. O internacional português recordou a eliminação das meias-finais do Euro 2012, frente à seleção espanhola, e adjetivou-o como "um dos piores momentos" da sua carreira. Ciente de que desperta ódios e amores, Cristiano Ronaldo assegura que o seu temperamento é o mesmo de sempre e que não mudou, mas deixa uma justificação: "Às vezes a minha carreira obriga-me a levantar um muro entre mim e os outros". Na entrevista à GQ, o futebolista falou ainda sobre o ambiente que se vive no balneário dos merengues e garantiu que tem muitos amigos. Quando questionado sobre o que faria se não fosse jogador de futebol, Cristiano Ronaldo atirou: "Se não fosse futebolista trabalhava nas obras". DN

E tu Anibal?

 

Narrativas ou narrotretas?

É curioso como, nestes dias de caos, se fala tanto de narrativas. A palavra foi invadindo progressivamente o espaço público e agora toda a gente - jornalistas, políticos, comentadores - fala de narrativas, como se de uma palavra mágica se tratasse. É a narrativa do ministro Relvas, que escandaliza e indigna todo o País. É a narrativa ultraliberal do Governo, que falha em toda a linha. É a narrativa da crise, que suscita controvérsia no Partido Socialista. É a narrativa europeia, em que cada vez menos europeus acreditam. Etc. A razão desta proliferação é simples: a narrativa surge onde a ideologia desapareceu e, sobretudo, onde e quando o vazio ameaça a política. Ela resulta fundamentalmente de dois fenómenos: da erosão das ideologias, por um lado, e da formatação da realidade pelos media por outro lado. As ideologias, em vez de serem laboratórios experimentais de ideias, transformaram-se em corpus mais ou menos dogmáticos de estereótipos, que dão sempre as mesmas respostas a todos os problemas: para elas, as respostas vêm sempre antes dos problemas. E quando se tem as respostas antes dos problemas, as ideologias deixam de ser um espaço animado por ideias e valores, por factos e argumentos, por explicações e controvérsias. E os partidos que as adotam esquecem tanto os seus compromissos e programas, como temem os respetivos balanços e inventários. É disto que hoje se trata quando se denuncia e lamenta a degradação da política e o descrédito dos seus protagonistas. A formatação da realidade pelos media, por sua vez, encontrou no recurso às narrativas e à suas historietas o melhor modo de simplificar e intensificar as mensagens que produz e transmite, iludindo toda a complexidade dos factos e qualquer efetiva compreensão do mundo. Seja nos noticiários, que adotaram a forma de um esforçado "infotenimento" e são cada vez mais feitos de sequências breves, de imagens fortes, de ligações arbitrárias e de linguagens frustres, num caldo narrativo que já só ocasionalmente consegue respeitar uma qualquer lógica informativa. Seja no espaço de comentário, onde a multiplicação e a polarização encenada das narrativas substitui quase completamente - as exceções existem, mas são realmente poucas! - os factos, a sua explicação e discussão, instaurando assim um universo bizarro, que parece empapado em lérias, larachas e lamúrias. (E também por uma cada vez mais grotesca alacridade, mas isso fica para outra altura.) Muitas vezes, ao ouvi-los, apetece perguntar se os protagonistas desses programas falam mesmo... ou se, simplesmente, são falados, como se fossem marionetas, ou melhor, ventríloquos das narrativas que circulam por aí. O recurso à narrativa representa, pois, mais um passo, e grande, na submissão da política ao marketing. É outro fenómeno que veio dos EUA, sobretudo desde que nos anos Clinton o storytelling se tornou, pela mão dos famosos spin doctors, um auxiliar permanente da governação. O storytelling tinha, de resto, uma forte tradição nos EUA, que vinha dos tempos da escravatura e da segregação racial e que passou pelos muitos clubes de "contar histórias" que se multiplicaram no Mississípi, em Chicago, em Nova Orleães, no Alabama, no Missuri, etc. Foi essa tradição que acabou por inspirar o aconselhamento político na segunda metade do século passado, com P. Salinger junto de John Kennedy, J. Valenti junto de Lyndon Johnson, W. Safire junto de Richard Nixon ou de P. Cadell junto de Jimmy Carter. Antes de, com Ronald Reagan, chegar à Casa Branca um exímio contador de histórias.  Mais tarde, com Bill Clinton, o storytelling seria mesmo visto - é ele quem o diz, nas suas Memórias - como algo novo e decisivo na política contemporânea, como um artifício que permite enquadrar as aspirações das pessoas num horizonte menos ideológico e mais ficcional, dando-lhes "a possibilidade de assim melhorarem a sua própria história". A esta luz, compreende-se melhor de onde vem o sucesso do slogan "Yes, we can", simultaneamente o mais integrador e o mais vazio slogan da história da política contemporânea. Mas a inflação da palavra narrativa - que traduz o storytelling americano - no domínio político tem ainda outra razão. Ela encontra-se no desamparo dos cidadãos perante um mundo que ninguém parece já verdadeiramente compreender nem dominar. As narrativas aparecem então como historietas de oportuno consolo, capazes de propiciar alguma leitura do mundo e dos seus acontecimentos. Como formas simples e acessíveis de representar o incompreensível e de iludir a questão central, que continua a ser a do poder: afinal, quem manda nisto? Mas é precisamente perante as questões decisivas, como esta, que as narrativas revelam toda a sua fragilidade e insuficiência. Elas vivem entre a facilidade da treta e a tentação da burla, de que recentemente tivemos um estridente exemplo. Elas embalam mas não esclarecem, elas insinuam mas não explicam, elas consolam mas não mobilizam. É por isso que elas não respondem ao vazio político que tem alastrado com a crise dos últimos anos - pelo contrário, amplificam-no. Essa resposta continua à espera de ideias, de protagonistas, de símbolos e de valores magnetizadores, que convirjam na construção de uma nova visão do futuro. Porque, como um dia escreveu K. Pomian, na verdade a nossa civilização depende tanto do impulso do futuro como um avião depende do combustível que o alimenta. É aqui que está o problema.

MANUEL MARIA CARRILHO

Boavista de volta ?!?!?! Revogados acórdãos que ditaram descida do Boavista.

Tudo aquilo que se disse e comprovou, afinal era mentira? Os juízes eram incompetentes? Estes agora é que são competentes? Em que ficamos afinal. Foram precisos vários anos e condições para esta análise que revoga toda a fraude, etc.? Não sei como é isto possível, mas sai a lotaria ao Boavista, pois além de passar para a !º divisão ainda vai levar como compensação uma quantia choruda que lhe permite contratar jogadores, etc. e pagar as dividas que a família Loureiro lá deixou. Por factos desta natureza que não ligo nada ao futebol nacional.

“A decisão do Conselho de Justiça da Federação (FPF) poderá permitir aos axadrezados requerer junto da Liga de Clubes a sua inscrição no primeiro escalão do futebol português; FPF arrisca o pagamento de uma avultada indemnização, caso o clube recorra aos tribunais para ser ressarcido dos danos causados pela descida de divisão.” DN

quinta-feira, 21 de fevereiro de 2013

MUITO SÉRIO E GRAVE.

 

 


 

 

 

 

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MUITO SÉRIO E GRAVE.
 
 

É preciso que a mensagem passe, contra os privilégios absurdos de alguns, que se estão nas tintas para a Crise (dos outros)...
 
 

António Marinho e Pinto, Bastonário da Ordem dos Advogados: Austeridade e privilégios, no Jornal de Notícias. Excertos:
 
«[...] O primeiro-ministro, se ainda possui alguma réstia de dignidade e de moralidade, tem de explicar por que é que os magistrados continuam a não pagar impostos sobre uma parte significativa das suas retribuições; tem de explicar por que é que recebem mais de sete mil euros por ano como subsídio de habitação; tem de explicar por que é que essa remuneração está isenta de tributação, sobretudo quando o Governo aumenta asfixiantemente os impostos sobre o trabalho e se propõe cortar mais de mil milhões de euros nos apoios sociais, nomeadamente no subsídio de desemprego, no rendimento social de inserção, nos cheques-dentista para crianças e — pasme-se — no complemento solidário para idosos, ou seja, para aquelas pessoas que já não podem deslocar-se, alimentar-se nem fazer a sua higiene pessoal.
 
O primeiro-ministro terá também de explicar ao país por que é que os juízes e os procuradores do STJ, do STA, do Tribunal Constitucional e do Tribunal de Contas, além de todas aquelas regalias, ainda têm o privilégio de receber ajudas de custas (de montante igual ao recebido pelos membros do Governo) por cada dia em que vão aos respetivos tribunais, ou seja, aos seus locais de trabalho.
 
Se o não fizer, ficaremos todos, legitimamente, a suspeitar que o primeiro-ministro só mantém esses privilégios com o fito de, com eles, tentar comprar indulgências judiciais.»
"A vida corre atrás de nós para nos roubar aquilo que em cada dia temos menos."

 

 

 

 

 

 

José Sócrates negoceia remédios no Brasil.

Vícios antigos…

“O "Correio da Manhã" escreve hoje que "José Sócrates está no negócio das farmacêuticas. Esta sua nova atividade, documentada por fotografias do Ministério da Saúde brasileiro, mostra a participação do ex-primeiro ministro em reuniões de negócios no Brasil" Segundo o jornal, "num encontro a 5 de Fevereiro, José Sócrates esteve em negociações mantidas entre o ministro da Saúde brasileiro, Alexandre Padilha, e o presidente do Conselho Consultivo para a América Latina do Grupo Octapharma, uma multinacional farmacêutica com sede na Suíça. Nas fotografias da reunião, a que o jornal teve acesso, Sócrates aparece ao lado direito do ministro da Saúde brasileiro. Na sua placa de indentificação pode ler-se "ex-primeiro ministro de Portugal". As ligações de José Sócrates ao governo brasileiro vêm dos tempos em que Lula da Silva ainda era presidente do país". DN

quarta-feira, 20 de fevereiro de 2013

Nani wants Manchester United exit following Real Madrid snub.

Midfielder unhappy at missing out on place in side for Champions League match at the Bernabeu

Nani wants Manchester United exit following Real Madrid snub - Premier League - Football - The Independent

Klaus Hansch

 
O antigo presidente do Parlamento Europeu, Klaus Hansch, vai proferir em Lisboa uma conferência sobre "O nosso futuro na Europa".
 
Cabe-me a mim apresentá-lo e moderar o debate, que terá lugar no Instituto Goethe, no nº 37 do Campo dos Mártires da Pátria, pelas 18 horas de quinta-feira, dia 21 de fevereiro.
 
A organização pertence à instituição que acolhe o debate, ao Instituto Português de Relações Internacionais e à Fundação Friedrich Ebert.

NO CENTENÁRIO DE ÁLVARO CUNHAL

 
NO CENTENÁRIO DE ÁLVARO CUNHAL
 

 
Deixado para trás um trabalho - parte de outro trabalho maior, de muitos anos, sobre a extrema-esquerda -, que vai sair em livro muito em breve, volto à biografia de Álvaro Cunhal. Desde a publicação do terceiro volume, cobrindo os anos de prisão entre 1949 e a fuga nos primeiros dias de 1960, mantive sempre uma contínua recolha de materiais relativos ao biografado, cujo número aumentou consideravelmente. Entretanto Cunhal morreu, e um número significativo de livros e recolhas têm vindo a ser publicados, à volta da personagem, quer como homenagens relacionadas com a sua morte, quer explorando aspectos da sua vida e testemunhos biográficos. Este ano, ano do centenário do seu nascimento, o PCP anuncia um número significativo de iniciativas comemorativas, pelo que muito se irá ouvir falar de uma das personagens mais interessantes do século XX português, com enorme importância para a vida nacional, das antigas colónias e mesmo do movimento comunista internacional nas últimas décadas de existência da URSS.
 
 
O funeral de Álvaro Cunhal, a última grande manifestação de massas do comunismo histórico, ocorrida numa democracia ocidental, mostra como a personagem ultrapassou o PCP e os comunistas, para em Portugal ser visto como uma espécie rara de "santo" laico, exemplo de virtudes pessoais na vida política, exactamente aquelas que quase ninguém associa hoje a qualquer político: honestidade, probidade, dedicação a uma convicção própria, sem esperar benesses ou vantagens, bem pelo contrário. Não é possível negar que Cunhal tinha essas virtudes, mas também é óbvio, para quem conheça a sua vida e a sua obra, que cultivou deliberadamente essa imagem de si próprio. E Cunhal é muito mais complexo psicologicamente e contraditório nos seus sentimentos do que a fachada férrea que construiu, o que é evidente na caracterização das personagens em que se auto-retrata na sua ficção.
 
 
Fora alguns escassos estudos sobre a história do PCP, menos numerosos do que a bibliografia sobre Cunhal ele mesmo, alguns de carácter académico ainda inéditos, e deixando de lado uma excepção na regra dominante que é o livro de citações de Miguel Carvalho, Álvaro Cunhal Íntimo e Pessoal, a maioria do que se publicou sobre Álvaro Cunhal é de carácter testemunhal, sem distanciação qualquer em relação aos eventos. Os livros de João Céu e Silva, Álvaro Cunhal e as Mulheres Que Tomaram Partido, e Uma Longa Viagem com Álvaro Cunhal, são os que neste tipo de publicações contêm testemunhos mais interessantes.
 
 
Há igualmente muita hagiografia sobre Cunhal, como é o caso da série de depoimentos organizada por Urbano Tavares Rodrigues, É Tempo de Começar a Falar de Álvaro Cunhal e alguns livros de entrevistas a Cunhal nos seus últimos anos de vida. Um exemplo é a entrevista excessivamente sentimental que Maria Valentina Paiva faz, intitulada Ao Canto do Espelho, no mesmo tom das Cinco Conversas com Álvaro Cunhal de Catarina Pires. Não é que procurando bem não se encontrem algumas informações úteis, no meio de páginas e páginas de panegírico acrítico, mas são um efectivo desperdício.
 
 
O que elas revelam é à revelia dos seus autores. Como é o caso deste retrato perfeito da notável capacidade de sedução que Cunhal tem para com as mulheres, visível neste início de entrevista que é todo um tratado:
 
"Catarina - Se estiver de acordo, podemos começar por falar sobre a história e sobre a forma como esta tem sido escrita ao longo dos tempos...
Álvaro - ... desculpa interromper... mas eu trato-te por tu... estás a tratar-me na terceira pessoa... não é cómodo numa conversa...
Catarina - Está bem, eu trato-o por tu..."
 
Catarina tem 24 anos, o "Álvaro" tem 85 e era quem era. A partir daqui, desta intimidade forçada, quem manda na conversa é Álvaro Cunhal, que, aliás, salvo raras excepções, era muito mais aberto a ser entrevistado por mulheres do que por homens.
 
 
Outros testemunhos mais hostis são muito desiguais, e, no caso das obras escritas por ex-companheiros de Cunhal no PCP, há que ultrapassar o ajuste de contas interno, que muitas vezes acompanha esta memorialística, como é o caso de Zita Seabra. Isso não significa que muito do seu testemunho pessoal não seja certeiro e útil, mas, como igualmente acontece com Cândida Ventura, há um excesso de tese e de justificação que impregna o depoimento e que torna difícil separar o evento da sua interpretação. De qualquer modo, há igualmente silêncios, cuja superação admito ser difícil, quando se trata de mulheres, cuja relação com o mundo que viviam na clandestinidade comunista em Portugal exige uma enorme prudência, mesmo pudor, no seu tratamento. De qualquer modo, essas memórias, como quase todas, são bastante omissas quanto às relações que qualquer militante no topo acabava por ter, ou por conhecer, dos mecanismos de controlo soviéticos.
 
 
De todas essas memórias, as mais interessantes são as de Carlos Brito, que abrangem o período posterior a 1966, data do seu primeiro encontro, até à ruptura com o PCP, e que mantém intacta a complexidade da personagem, sem excluir o contexto conflitual em que ambos se envolveram, apesar da reverência que o autor manifesta para com Cunhal. Cunhal aqui é mais severo e não é propriamente homem de muitas reverências com os que abandonaram o PCP, embora com a idade e a velhice alguma complacência aumentasse. Cunhal, no fundo, como revela o Se Fores Preso Camarada e alguma ficção, era um bom conhecedor das fragilidades humanas e, verdade seja, nunca foi propenso ao moralismo.
 
 
A biografia "pessoal e íntima" de Adelino Cunha é um trabalho demasiado superficial e acrítico, em que o tom jornalístico da revelação se sobrepõe a uma análise da personagem e do seu contexto. Contando com o apoio da família, irmã, companheiras e filha de Cunhal, e de alguns militantes comunistas históricos, o livro contém algum material inédito sobre a vida de Cunhal, em particular na URSS e sobre as suas relações pessoais, numa irónica verificação, que não é só portuguesa, de que como autores e jornalistas de direita são mais capazes de aceder a dirigentes comunistas que costumam erguer uma firewall sobre a sua vida.
Porém, onde o livro é mais frágil é na colocação de Cunhal no contexto da história do PCP, da oposição portuguesa e do movimento comunista internacional, onde uma "personalização" da acção de Cunhal, com os seus amores e ódios, substitui um conhecimento real do que efectivamente se passou, resultado da escassa investigação dos materiais existentes, escritos e em arquivos, e de uma enorme insensibilidade e ignorância sobre o mundo comunista e a mentalidade militante.
 
 
Esta lista não é exaustiva e deixa de fora, por exemplo, alguns artigos originais e os filmes documentários feitos por volta da morte de Cunhal. Mas, fora dos testemunhos e depoimentos, mostra a escassez de investigação, documentação e materiais úteis, trazidos nos últimos anos para uma biografia política de Álvaro Cunhal. Neste período de tempo, onde houve uma significativa revolução para os trabalhos sobre o PCP foi de onde menos se esperava: do próprio PCP. Duas iniciativas foram fundamentais: a colocação em linha de uma parte muito significativa da imprensa do PCP na clandestinidade, o Avante!, o Militante, o Têxtil, o Marinheiro Vermelho, e muitos outros periódicos e documentos; e a publicação das Obras Escolhidas de Álvaro Cunhal, no seu terceiro volume, de responsabilidade de Francisco Melo. No seu conjunto, significam uma viragem na atitude tradicional do PCP de fechar a sua história à investigação independente, publicando inclusive alguns textos e documentos até então incómodos e contraditórios com a história "oficial" do partido. Falta dar o passo de abrir os arquivos históricos do partido, pelo menos até 25 de Abril, como acontece com a maioria dos partidos comunistas europeus.
 
 
A personalidade de Álvaro Cunhal merece neste ano do seu centenário um conhecimento menos preso à mitologia, quer hagiográfica, quer hostil, para poder devolver-se à memória histórica dos portugueses um homem real e bem pouco comum, em vez de uma abstracção mecânica, que, essa sim, será rapidamente esquecida. Ora, nos anos desta década infeliz, precisamos bem dessa memória mais profunda e complexa da história, para não nos embrutecermos mais do que o que já estamos.

Ideologias

Um grupo de cidadãos, já com o apoio garantido de vários deputados da maioria conservadora, vai levar de novo à Assembleia da República a questão do aborto, do casamento entre pessoas do mesmo sexo e contra a mudança de sexo.
 
Devo dizer que, em tese, a questão tem todo o seu sentido, na lógica de quem a propõe. Se uma decisão foi tomada numa certa direção, nada impede que uma nova maioria venha a concluir em sentido contrário. Basta olhar para as conclusões das nove (9) comissões criadas para avaliar o acidente / o crime de Camarate para termos um retrato da sólida constância de julgamento dos nossos legisladores.
 
O único aspeto que acho curioso na iniciativa agora avançada é a assumida ideia de que as legislações que agora se procura reverter eram meras "medidas ideológicas". Está-se mesmo a ver que esta nova proposta nada tem de ideológica, longe disso!

segunda-feira, 18 de fevereiro de 2013

Crude Oil WTI April 2013 (NYMEX)

O preço do crude baixou de 98,00 para 96,16… qual é a justificação para o aumento do preço dos combustiveis em Portugal? as autoridades não veem os preços como eu posso ver, online e ao minuto?!

Finanças reclamam 4,7 milhões a Saudaçor por retenção irregular de IVA

É só vigarices…

“De acordo com o relatório de contas de 2011 da Saudaçor, a que a agência Lusa teve acesso, uma inspeção realizada pelas Finanças em Fevereiro desse ano apurou que aquela sociedade anónima teria de liquidar um montante relativo ao Imposto sobre o Valor Acrescentando (IVA) referente aos anos de 2007, 2008, 2009 e 2010. A AT notificou a Saudaçor para que liquidasse os 4,7 milhões de euros de impostos em dívida, mas os gestores da sociedade anónima recusaram-se a pagar, o que levou os técnicos de Finanças a instaurar um processo de execução fiscal com vista à "cobrança coerciva" daqueles valores. A administração da empresa alega no seu relatório de contas que a Saudaçor "não é um sujeito passivo de IVA", porque a sua actividade não está sujeita àquele imposto, razão pela qual contestou a decisão e intentou uma impugnação judicial contra a AT no Tribunal Administrativo e Fiscal de Ponta Delgada. Para tentar suspender a execução fiscal, a sociedade anónima teve, no entanto, de apresentar uma caução, através de garantia bancária, no valor de 6,5 milhões de euros, ou seja, um montante superior ao da dívida, só que, passado mais de um ano, o processo continua ainda a ser apreciado em tribunal. As contas da Saudaçor revelam também que a empresa recebeu, em 2011, 14 milhões de euros de transferências do Orçamento Regional, a maioria dos quais (8,3 milhões) para o pagamento de juros de quatro empréstimos bancários contraídos em 2004, 2005, 2010 e 2011, para financiamentos nas unidades de saúde regionais. Apesar de tudo, a sociedade anónima que gere o sector da Saúde no arquipélago acabou o ano com um lucro de 1,5 milhões de euros.

Noticias ao Minuto

APOSENTAÇÃO (CORTES NAS PENSÕES) - OU UM CONFLITO DE GERAÇÕES

Artigo de António Alves Caetano, irmão de Marcello Caetano, que os jornais se recusam a publicar, sobre as pensões dos reformados e pensionistas.
 
 

Estimados Amigos,

Como os jornais não publicam as cartas que lhes remeto e preciso de desabafar, recorro aos meus correspondentes "Internéticos", todos os amigos que constam da minha lista de endereços.  Ainda que alguns não liguem ao que escrevo.

Não sei a que se refere o Senhor Primeiro-Ministro quando afirma ser a penalização fiscal dos pensionistas resultante de todos aqueles que, em Portugal, "descontaram para ter reformas, mas não para terem estas reformas".

Pela fala do Senhor Primeiro-Ministro fica-se a saber da existência de pensões de aposentadoria que estão acima daquilo que resultaria da correta aplicação do Cálculo Actuarial aos descontos que fizeram.

Sendo assim - e não há razões para admitir que o Senhor Primeiro-Ministro não sabe o que diz - estamos perante situações de corrupção. Porque o Centro Nacional de Pensões e a Caixa Geral de Aposentações só podem atribuir pensões que resultem da estrita aplicação daqueles princípios actuariais aos descontos feitos por cada cidadão, em conformidade com as normas legais.

Portanto, o Estado tem condições de identificar cada uma dessas situações e de sancioná-las, em conformidade com a legislação de um Estado de Direito, como tem de sancionar os agentes prevaricadores, que atribuíram pensões excessivas.

Mas, é completamente diferente a situação face aos cidadãos que celebraram contratos com o Estado. Esse contrato consistia em que, ano após ano, e por catorze vezes em cada ano, o cidadão entregava ao Estado uma quota das suas poupanças, para que o mesmo Estado, ao fim dos quarenta anos de desconto lhe devolvesse essa massa de poupança em parcelas mensais, havendo dois meses em que era a dobrar, como acontecera com os descontos.

E tem de ser assim durante o tempo em que o cidadão estiver vivo e, em parte mais reduzida, mas tirada, ainda, da mesma massa de poupança individual, enquanto houver cônjuge sobrevivo.

E esta pensão tem o valor que o Estado, em determinado momento, comunicou ao cidadão que passava a receber. Não tem o valor que o cidadão tivesse querido atribuir-lhe.

Portanto, o Estado Português, pessoa de bem, que sempre foi tido como modelo de virtudes, exemplar no comportamento, tem de continuar a honrar esse estatuto.

Para agradar a quem quer que seja que lhe emprestou dinheiro para fazer despesas faraónicas, que permitiram fazer inumeráveis fortunas e deram aos políticos que assim se comportaram votos que os aconchegaram no poder, o Estado Português não pode deixar de honrar os compromissos assumidos com esses cidadãos que, na mais completa confiança, lhe confiaram as suas poupanças e orientaram a sua vida para viver com a pensão que o Estado calculou ser a devida.

As pensões que correspondem aos descontos que cada qual fez durante a vida cativa nunca poderão ser consideradas excessivas. Esses Pensionistas têm de merecer o maior respeito do Estado. Têm as pensões  que podem ter, não aquelas que resultariam do seu arbítrio.

E é este o raciocínio de pessoas honestas. Esperam que o Estado sempre lhes entregue aquilo que corresponde à pensão que em determinado momento esse mesmo Estado, sem ser coagido, lhes comunicou passariam a receber na sua nova condição de desligados do serviço activo. Ou seja, a partir do momento em que era suposto não mais poderem angariar outro meio de sustento que não fosse a devolução, em fatias mensais, do que haviam confiado ao Estado para esse efeito.

Os prevaricadores têm de ser punidos, onde quer que se situem todos quantos permitiram que, quem quer que seja, auferisse pensão desproporcionada aos descontos feitos, ou mesmo, quem sabe, sem descontos. Sem esquecer, claro está, os beneficiários da falcatrua.

Mas, é impensável num Estado de Direito que, a pretexto dessas situações de extrema irregularidade, vão ser atingidos, a eito, todos aqueles que, do que tiraram do seu bolso durante a vida ativa, recebem do Estado a pensão que esse mesmo Estado declarou ser-lhes devida.

Como é inadmissível que políticos a receberem ordenado de função, acrescido de benesses de vária ordem proporcionadas por essa mesma função, considerem que pensões obtidas regularmente, com valores mensais da ordem de 1.350 Euros proporcionam vida de luxo que tem de ser tributada, extraordinariamente.


António Alves Caetano

Finanças suspeitam de uso ilegal de 472 milhões pelos serviços

As Finanças desconfiam que os serviços públicos usaram ilegalmente 472 milhões de euros, noticia hoje o Diário Económico (DE). De acordo com o jornal, a Inspecção Geral de Finanças fez 24 auditorias ao longo do ano passado para verificar o cumprimento da Lei dos Compromissos, conforme esclareceu fonte do Ministério das Finanças. Na sequência destas análises, foram apresentadas quatro queixas ao Ministério Público e, se se confirmar a violação da lei, os responsáveis podem ser obrigados a repor os valores em causa do seu próprio bolso, ou então ser sujeitos a multas. Recorde-se que o objectivo da Lei dos Compromissos é impedir que os serviços gastem mais do que o previsto e acumulem assim pagamentos em atraso, aplicando-se à administração central do Estado, à administração local e a todas as entidades públicas cujas contas entram na contabilidade do défice. Noticias ao Minuto

FW: Faria de Oliveira



 

 

 

 

 

 


 

 


 

-Escravos, ladrões, parasitas e pretorianos. Falta alguma coisa?

 

Reencaminhando...

 

Faria de Oliveira ganha mais na CGD

do que Christine Lagarde no FMI !


 

Divulgue-se, para manter os portugueses informados !!!

 

 

 A Agencia da Caixa Geral de Depósitos encerrou na Ilha da Madeira (acabou o Paraíso Fiscal) e abriu dependência nas Ilhas Caimão ... não é só o PINGO DOCE  que foge...

 Sem comentários

Faria de Oliveira ganha mais na CGD do que Christine Lagarde no FMI

Em média os trabalhadores portugueses ganham menos de 50% em relação aos dos restantes 27 países da EU.
Isto ajuda a explicar a grave crise económica, financeira e social que Portugal está a viver.
Para que conste, e para que os futuros Faria de Oliveira e outros possam ser respeitados, repasso o presente e-mail esperando com o mesmo contribuir para a moralização da política em Portugal.
Retirado do site da CGD, referente a 2009 (ainda não divulgaram os valores de 2010):

Presidente - remuneração base:                371.000,00 ?
Prémio de gestão:                                 155.184,00 ?
Gastos de utilização de telefone:                  1.652,47 ?
Renda de viatura:                                    26.555,23 ?
Combustível:                                            2.803,02 ?
Subsídio de refeições:                                2.714,10 ?
Subsídio de deslocação diário:                        104,00 ?
Despesas de representação: não quantificado (cartão de crédito onde "apenas" são consideradas despesas decorrentes da actividade devidamente documentadas com facturas e comprovativos de movimento)

Christine Lagarde receberá do FMI mais 10% do que Dominique Strauss-Kahn, mas mesmo assim menos do que o presidente da Caixa Geral de Depósitos, entre outros gestores portugueses, pelo que a senhora ainda está mal paga pelo padrão de Portugal.
Palavras para quê?
Isto só se resolverá quando a Troika, obrigada a justificar como é que o dinheiro dos contribuintes dos países da EU se gasta na ajuda a Portugal, for obrigada a tomar posição.
É imperioso reduzir a despesa do Estado abrangendo também os Institutos e empresas do Estado e municipais (provavelmente a ultrapassar o milhar).
Não esquecer que na maioria são empresas que duplicam funções do Estado ou do poder local (autarquias) e todas elas com gestores com vencimentos e regalias muito superiores ao vencimento dos Deputados e do Presidente da República (PR), até Outubro de 2005 com direito a reforma antecipada, podendo acumular com outros vencimentos ou reformas. Até o PR Cavaco Silva tem pelo menos mais duas reformas.
Se José Sócrates não tivesse tido o desplante de acabar com as reformas antecipadas dos políticos e dos gestores públicos em Outubro de 2005, os processos do Freeport, do diploma de Engenheiro e outros nunca teriam tido o eco que tiveram.


É preciso que se saiba que:
"... os portugueses comuns (os que têm trabalho) ganham cerca de metade (55%) do que se ganha na zona euro, mas os nossos gestores recebem, em média:

·       mais 32% do que os americanos;
·       mais 22,5% do que os franceses;
·       mais 55 % do que os finlandeses;
·       mais 56,5% do que os suecos"


(Manuel António Pina, Jornal de Notícias, 24/10/09) 

E têm a lata de chamar a nossa atenção afirmando que "os portugueses devem trabalhar mais e gastam acima das suas possibilidades."
Com um abraço de cidadão preocupado com o futuro de Portugal, incluindo sobretudo os jovens, desempregados e os empregados pobres (vencimentos na média dos 500 ?).

Não divulgar é cumplicidade!

EMBORA SITUAÇÕES IDÊNTICAS VENHAM DE GOVERNOS ANTERIORES......É AO PRESENTE QUE CABE ACABAR COM ESTES DESMANDOS! Eles prometeram.....

 

 

 

 


 

 

 

 

 

 

sexta-feira, 15 de fevereiro de 2013

Gaspar não consegue cortes e pede mais tempo à troika.

O ministro das Finanças vai pedir à missão da troika, que chega a Portugal no próximo dia 25, mais tempo para fechar os cortes na despesa do Estado. Num ponto Gaspar insiste: não quer prescindir da meta dos quatro mil milhões. Mas, segundo três fontes ouvidas pelo seminário SOL, já admite estender por mais um ano - até 2015 - a sua aplicação. Se a troika aceder ao pedido, o que está previsto para a sétima avaliação muda radicalmente: permitirá ao Governo partir em três fatias o bolo dos cortes, contornando a obrigação de apresentar já à troika a lista completa das medidas a aplicar e a respetiva poupança. Em suma, ficariam em cima da mesa apenas as medidas mais imediatas, deixando as soluções para os anos seguintes (sobretudo 2015) numa formulação mais aberta e sem o mesmo detalhe. DN

Passos admite possibilidade de espiral recessiva.

"Ninguém pode afastar a hipótese de uma espiral recessiva", embora "não haja evidência" de que exista, disse o primeiro-ministro, quase no final do debate, em resposta a João Semedo (BE). "A manter-se em 2013 o nível de procura externa [registado no final de 2012] não poderíamos manter as previsões. Não desvalorizo este dado. Estamos dispostos a rever as previsões. Iremos proceder a esse exercício agora, no final de fevereiro, na 7ª revisão [do memorando]", afirmou ainda. O secretário-geral do PS aproveitou os últimos números de 2012 (desemprego em 16,9% e a recessão em 3,2% do PIB, 0,2 acima do previsto pelo Governo) para considerar que "a maior tragédia do país é o primeiro-ministro de Portugal". "O que é o que senhor está a fazer aí?", perguntou, por mais do que uma vez, a Passos Coelho, acrescentando que "devia ter entrado aqui reconhecendo que falhou em toda a linha e que iria mudar de política." "O que vai dizer à troika? Era momento para dizer 'chega', 'basta'. Este processo de consolidação não é credível", considerou. Desafiado pelo chefe do Governo a mostrar políticas alternativas, Seguro prometeu que "muito brevemente" o PS promoverá no Parlamento "um debate sobre as trajetórias de consolidação", sendo que a atual "não é credível"… DN

As contas da Europa

Francisco Seixas da Costa

Na sexta-feira, gravei na RTP Informação uma conversa com o jornalista Manuel Menezes, no seu programa "Olhar o Mundo" (*). Durante 20 minutos, falámos da Europa que temos, do lugar de Portugal nela, de crise do euro e dos desafios da atual diversidade europeia. No momento da gravação, os números do compromisso financeiro obtido no Conselho europeu da véspera ainda não eram muito claros. Agora já o são.

 

Sobre o assunto, sublinhei o que considerei ser uma forte incoerência da política orçamental da União face ao caso português. Com efeito, num momento em que duas instituições comunitárias (o BCE e a Comissão Europeia) estão comprometidas com o processo de ajustamento português, é verdadeiramente chocante ver aprovado um orçamento, para sete anos, desenhado como se estivessemos num tempo normal, sem se entender que, perante os elevados constrangimentos orçamentais nacionais, um esforço específico deveria ser feito ao nível do reforço dos fundos comunitários para os países sob assistência, elemento essencial para o investimento público. Esse esforço de coerência deveria ter sido realizado pela Comissão Europeia e não o foi. O (antigo) "executivo" de Bruxelas mostrou aqui toda a sua flagrante irrelevância atual no processo comunitário. Espero que o Parlamento europeu não esqueça isto, no debate que agora se seguirá. 

 

Mas voltemos às "perspetivas financeiras". Devo começar por dizer que me impressionou a forma ligeira, muito ao modo do país de "prós e contras" que por aí anda, como a generalidade dos comentadores televisivos dessa noite de sexta-feira analisou resultado de Bruxelas. Salvo uma ou duas exceções, as pessoas ouvidas optaram por um registo de seguidismo face à leitura oficial do resultado ou de mera oposição não fundamentada, face à importância daquilo que Portugal obteve. Os "situacionistas" deliciaram-se em laudas às vantagens obtidas na PAC (e para a CAP) para o "desenvolvimento rural" e o "reviralho" passou o tempo a atacar a falta de "ambição" europeia, assim fazendo forte oposição... a Bruxelas.  

 

Ora, à luz de alguma experiência que julgo ter neste domínio, entendo que não é muito difícil chegar a uma conclusão sobre se Portugal saiu ou não beneficiado deste exercício. Para tal, deixo algumas pistas sobre a forma como se devem ler os resultados.

 

Sendo uma evidência incontestável, o facto do orçamento global ter, pela primeira vez, diminuído, e isso representar uma falta de vontade dos "vinte e sete" para reforçar o projeto europeu, é relativamente indiferente na análise do resultado português. Como também o é a circunstância de se poder arguir com a ideia de que as coisas acabaram por ser um pouco melhores do que aquilo que era a proposta original: todos sabemos que é sempre assim... Finalmente, e do mesmo modo, o volume global de recursos que foram alocados a Portugal, com os "envelopes" laterais que sempre fazem parte destes exercícios, sendo um dado concreto a ter em conta, acaba por ser menos relevante para a análise que importa fazer - isto é, saber se Portugal ganhou ou perdeu nesta negociação. Como se pode chegar então a essa conclusão?

 

Julgo que é relativamente simples. Registe-se a percentagem que o volume de recursos obtidos por Portugal no anterior quadro financeiro representava no total do orçamento plurianual 2007-2013. Faça-se, depois o saldo final deste recente exercício, à luz do mesmo critério, descontado o efeito do futuro alargamento à Croácia. E compare-se. Como alguém dizia: é fazer as contas...

* Pode ver o programa aqui

 

O nosso património

Author: Francisco Seixas da Costa

 

Acabo de ver num rodapé televisivo que o carnaval de Torres Vedras deseja ser consagrado como património imaterial da humanidade da UNESCO.

 

Já por aqui disse o que pensava, à luz de alguma experiência que tenho do assunto, sobre a necessidade do Estado português estabelecer critérios muito estritos na aferição destas propostas, antes de lhes dar a sua bênção oficial. A alternativa é apenas o ridículo.

 

Se as coisas continuam por este caminho, voluntario-me para ajudar à consagração das "cristas de galo" como património material doceiro de origem conventual que Vila Real tem a apresentar à humanidade. E, na reserva, ficam os "pitos de Santa Luzia"*.

* um leitor atento lembrou, e bem!, as "ganchas de S. Braz"


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Gestor público ganha 10 800 euros/mês.

Gestor público ganha 10 800 euros/mês. Gestor nomeado por Vitor Gaspar escondeu rendimento anual do Tribunal Constitucional. Para ler no CM.

“É desumano e vexatório manter 630 trabalhadores quase paralisados há mais de dois anos!”

Honório Novo

Na declaração política que o PCP levou hoje à tribuna da Assembleia da República, Honório Novo afirmou que só a aposta numa estratégia fundamentalista de privatização dos ENVC – vendendo a empresa ao estilo BPN, sem passivo e muito abaixo do valor dos seus activos – pode justificar esta obsessão do Governo.

"É desumano e vexatório manter 630 trabalhadores quase paralisados há mais de dois anos!"

Imagem de Destaque: 


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