sábado, 29 de junho de 2013

Retrato: Crisóstomo II, o santo padroeiro de Chipre

Le Figaro, Paris – Chefe da Igreja Ortodoxa da ilha e homem de negócios à frente de um património colossal, o arcebispo de Chipre não se priva de intervir no debate político. Encontro com um ator incontornável de um país em crise. Ver mais.


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Conselho Europeu: “Muita conversa, pouco dinheiro”

Outro tema em debate na cimeira, foi a aprovação do orçamento da UE para 2014-2020, suspenso até ao último minuto pela ameaça de Londres de não o deixar passar se o abatimento na sua contribuição fosse retirado.

O jornal Les Echos saúda os "seis mil milhões disponibilizados pela Europa para o Emprego Jovem". O diário económico recorda as condições que possibilitaram que os Vinte e Sete resolvessem "serenamente aquilo que apontaram como prioridades":

No diário lisboeta Público, José Manuel Fernandes critica as sucessivas cimeiras europeias que, desde 2010, deveriam ter servido para "salvar o euro e evitar o apocalipse":

"Um ano e 1,7 milhões de desempregados mais tarde, a Europa propõe a mesma receita", lastima El País, para quem a decisão de gastar seis mil milhões na criação de empregos em 2014 e 2015, com mais dois mil milhões até 2020, é "parcial e relativamente modesta", além de baseada em "pequenos estímulos":

"Empregos para jovens da UE: muita conversa, pouco dinheiro", escreve-se no Gazeta Wyborcza. Os seis mil milhões de euros a serem gastos entre 2014-2020, não serão suficientes, segundo diz ao diário o polaco André Sapir, do Centro Bruegel:

Os milhares de milhões para empregos serão tirados do orçamento da UE para 2014-2020, como concordaram os dirigentes europeus. No entanto, observa o diário de Varsóvia, a votação final no Parlamento Europeu só terá lugar daqui a várias semanas:

Um encontro de "dirigentes satisfeitos pela simples confirmação de acordos feitos anteriormente", temporariamente em risco de um mau resultado, quando o primeiro-ministro britânico, David Cameron, exigiu garantias de que não haveria mudanças no controverso abatimento do contributo do Reino Unido, lê-se no European Voice. Como lembra o site:

Bem vistas as coisas, escreve Adriana Cerretelli no diário económico italiano Il Sole 24 Ore, as medidas acordadas em Bruxelas não são um grande avanço e a UE continua a mover-se "tão lentamente como um paquiderme", se comparada com o dinamismo demonstrado pelos seus concorrentes, sobretudo os EUA.


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O especialista

Francisco Seixas da Costa

 

Com um amigo, diplomata português, passei há pouco pela magnífica Kléber, a mais completa livraria de Estrasburgo. Como ambos teremos de ir, no início de setembro, em representação do Conselho da Europa, a um pouco vulgar país euro-asiático, comprámos um guia turístico sobre esse destino remoto. Só havia na prateleira os dois exemplares que adquirimos e, por isso, ironizámos com a circunstância de, com grande probabilidade, ninguém, nessa delegação do Conselho da Europa, vir a ter acesso a tanta informação sobre esse Estado como aquela que o livro nos iria proporcionar. Ainda a brincar, comentámos que, se lêssemos com cuidado alguns aspetos mais bizarros da história daquele país, até poderíamos fazer um "brilharete" durante a visita, dando aos restantes delegados uma ideia magnificada da imensa "profundidade" da cultura dos diplomatas portugueses.

 

Esta conversa trouxe-me à memória uma historieta que um saudoso colega, há muito já desaparecido, o embaixador Luís Martins, me contou um dia, passada na nossa embaixada em Washington, nos anos 60, onde ele era então um jovem secretário. 

 

O ministro-conselheiro da embaixada, um homem bastante mais velho que a generalidade dos colegas, decidia organizar, de quando em vez, um almoço com todo o pessoal. Nesses repastos, esse diplomata acabava sempre por puxar para a conversa um tema de política internacional muito específico, sobre o qual revelava um conhecimento invulgar. Todos os colegas passaram a admirar a cultura político-diplomática desse ministro-plenipotenciário, o qual, a avaliar pela amostragem revelada nessas conversas, era seguramente das pessoas da carreira com uma mais vasta sabedoria.

 

Até um dia. Alguém, uma vez, deu-se conta da regular coincidência entre a data da organização desses almoços e a publicação da última edição da "Foreign Affairs". É que, invariavelmente, os respastos eram convocados para os dias seguintes à publicação de um novo número dessa famosa revista de relações internacionais, no qual, não por acaso, vinha sempre publicado um especioso artigo sobre o tema que o ministro-conselheiro escolhia para desenvolver e deslumbrar os seus interlocutores. Sem citar a fonte, claro.


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História: Filme alemão sobre a Segunda Guerra Mundial causa indignação na Polónia

"Polacos, magoei-vos. Peço desculpa", titula o Polska The Times, citando Nico Hofmann, o produtor alemão de Nossas Mães, Nossos Pais, uma controversa série televisiva sobre a Segunda Guerra Mundial.

Na semana passada, quando a minissérie foi transmitida na televisão polaca, os comentadores classificaram-na como "escandalosa", "ofensiva" e "injusta" por retratar os soldados do Exército nacional polaco (AK) como antissemitas. Numa das cenas, quando uma unidade do AK assalta um comboio com prisioneiros judeus fechados dentro de uma vagão de mercadorias, um dos militares polacos diz que deviam ser deixados morrer "como os comunistas ou os russos", enquanto outro grita "afogámos os judeus como gatos".

O colunista do GW argumenta que a série alemã

é um mau filme e a falsa imagem que dá do Exército Nacional polaco (AK) é embaraçosa para os seus produtores e para os seus consultores.

Alguns jornalistas mais radicais chegaram a acusar os produtores de estarem a branquear os crimes nazis. Numa entrevista exclusiva ao Polska the Times, Hofmann admite que deveria ter consultado historiadores polacos antes de fazer a série, acrescentando que está absolutamente surpreendido com a reação polaca:

Não estava à espera disto [...]. Tenho muitos amigos polacos e conheço o país. Quando era jovem, viajei pela Polónia, de autocarro. Por isso, a onda de críticas polacas é, para mim, dolorosa, mas compreendo-a. Garanto que, agora, depois do debate que se gerou nas últimas semanas, faria as cenas da Polónia de maneira diferente.


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Climas

Francisco Seixas da Costa

 

Na madrugada de ontem, saí de um Porto abafado, a prenunciar um dia que se anunciava bem quente. Cheguei a Paris, "vestido de verão", e deparei com 12 graus. Agora, aqui em Estrasburgo, chove "que Deus a dá" (como se diz na minha terra) e faz frio. Só espero que, hoje à noite, quando a Ryanair me pousar na "invicta", a tempo de um belo cabrito no "Fernando", em Pedras Rubras, volte a recuperar o calor ibérico. É que tenho de me aclimatar  - o que também farei em Lisboa, durante todo o dia de amanhã - para não estranhar o caloraço que irei encontrar em Hammamet, na Tunísia, na 2a feira, e, com toda a certeza, aquele que, na 4a feira seguinte, me espera em Madrid, onde tenho de ir por umas horas

 

Confesso que saltitar entre climas não era bem a ideia que eu fazia da minha aposentação.


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Espanha: “Prisão efetiva para Bárcenas”

Luis Bárcenas, o antigo tesoureiro do Partido Popular (direita, no Governo) implicado no escândalo de corrupção Gürtel, foi preso a 27 de junho, sem possibilidade de pagamento de caução.

O juiz encarregue do caso tomou esta decisão para prevenir o "risco de fuga", depois de ter verificado movimentos das contas de Bárcenas para paraísos fiscais. O antigo tesoureiro tem contas na Suíça no valor de €47 milhões, cuja origem se presume ser o pagamento de comissões ilegais sobre contratos públicos.

El País escreve que o sentimento, no Partido Popular, após esta decisão é de "medo mas também de alívio", perante a possibilidade de revelações adicionais depois da publicação, pelo diário, de documentos que provam a presumível existência de uma dupla contabilidade no partido.


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Porto 1

Francisco Seixas da Costa

 

O cenário foi o Forum da FNAC no Norte-Shopping, ao final da tarde de ontem. Fazia-se o lançamento do livro de Alexandra Marques, "Os segredos da descolonização de Angola". Coube-me apresentar a obra a quantos se deslocaram ao evento. 

 

O livro é o resultado de um minucioso trabalho de investigação, nomeadamente em arquivos documentais, alguns dos quais revelados pela primeira vez, que permite lançar uma luz nova sobre o processo decisório - hesitante, contraditório, por vezes irresponsável, por vezes inevitável - que foi assumido pelas estruturas político-militares portuguesas em Portugal e Angola, desde o 25 de abril até à declaração de independência da colónia. Trata-se de um relato trágico, quase impotente, de um poder político-militar sem capacidade, às vezes também sem vontade, de se exercer em defesa da posição de quantos, como era o caso dos colonos portugueses, eram os evidentes perdedores da História. Podia ter sido feito mais? Houve descaso? Ao leitor cabe decidir. 

 

O relato de Alexandra Marques, escrito num registo que poderíamos qualificar de bom jornalismo, lê-se com o ritmo de um filme, tanto mais que alguns dos extratos documentais que transcreve são relatos vivos e factuais. A autora não deixa de mostrar uma empatia com quantos, nesse complexo processo, assumiram atitudes, por vezes quixotescas, para tentar evitar o curso que os acontecimentos acabaram por ter. 

 

Na apresentação que fiz, procurei, essencialmente, contextualizar os acontecimentos ocorridos em Angola na situação política e militar que Portugal então atravessava. É que uma coisa não pode ser compreendida sem a outra. 


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Porto 2

Francisco Seixas da Costa

 

Era precisamente meia-noite de ontem quando encerrei o debate na Fundação de Serralves. Mas nem eu nem as dezenas de pessoas que assistiram às excelentes conferências feitas pelo embaixador Rubens Ricupero e pelo professor Marcio Pochmann deram por perdido o seu tempo. O modo atento como as seguiram e as reações suscitadas foram uma boa prova disso mesmo. 

O papel e estatuto futuro dos países emergentes na ordem económica e de governança global esteve no centro das prestações de ambos os oradores, que se interrogaram sobre a diversidade desses atores, sobre as suas singularidades e desafios especificos e, muito em especial, sobre o peso que os seus diferentes modelos poderão vir a ter numa nova ordem internacional futura. Sem colocarem em questão a expectável preeminência da China (e da Ásia, em geral) nesse contexto, ambos os oradores refletiram, embora com tonalidades diversas, sobre o papel central que cabe aos Estados Unidos no processo global. As questões energéticas e ambientais estiveram também em foco, tendo o caso brasileiro, sem surpresas, merecido uma atenção particular, atentas as novas realidades que afetam o curso recente do seu desenvolvimento. 


Como moderador, provoquei os oradores sobre a ausência da Europa nas suas considerações. E foi curioso vê-los a concordarem, no essencial, com a imagem de hesitação que o processo integrador do continente hoje projeta pelo mundo. Rubens Ricupero, com a autoridade de quem foi embaixador em Itália e em Genebra, mas, muito em especial, como antigo diretor-geral da UNCTAD, fez um balanço muito crítico sobre as lideranças recentes na União Europeia, com uma agudeza e frontalidade que, nós próprios, europeus, raramente somos capazes de assumir.


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Desemprego em massa: Vamos ter de nos habituar

Público, Lisboa – Os dirigentes dos Vinte e Sete reuniram-se em Bruxelas para tentar relançar o emprego, nomeadamente o dos jovens. Mas em Portugal, tal como na maioria da Europa, o desemprego está a tornar-se uma realidade estrutural que não pode ser resolvida com medidas pontuais. Ver mais.


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Faltar ao trabalho

Francisco Seixas da Costa

 

Ontem, senti uma solidariedade muito grande com quem faltou ao seu trabalho pela simples razão de que o não tem.


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A diferença entre as greves gerais e as manifestações contra a TSU

Domingos Amaral

Ontem, houve mais uma greve geral, mas como se previa não produziu qualquer resultado político. 

O país suportou com paciência, o Governo assobiou para o ar, e nada aconteceu.

Apesar do estado geral dos portugueses ser de preocupação, angústia com o futuro e mal estar económico, as greves gerais não parecem produzir qualquer efeito prático visível. 

No entanto, ainda há menos de um ano, em Setembro, grandes manifestações no país obrigaram o Governo a recuar nas alterações à TSU que queria implementar. Porque é que as greves gerais são ineficazes mas as manifestações contra a TSU foram eficazes?

Penso que isso se verifica por três razões essenciais.

A primeira é que as greves gerais têm uma forte conotação política. Sendo marcadas pela CGTP, e neste último caso tendo a adesão também da UGT, ficam politicamente marcadas, e isso afasta uma grande parte das pessoas, que até podem sentir um mal estar grande, mas não se querem associar a centrais sindicais de esquerda.

A segunda razão é porque, nos últimos anos, muitas greves no sector público usaram os utentes como vítimas principais, e isso retirou às greves muita da sua força. Muitos portugueses são massacrados pelas greves, e sentem-se prejudicados por elas, não as olhando já com a simpatia de outrora.

Por fim, e talvez a razão mais importante, é que estas greves gerais são sobretudo greves de funcionários públicos, e eles também já não são vistos com tanta simpatia como no passado. 

Mal ou bem, a verdade é que os funcionários públicos têm alguns benefícios e previlégios que a restante população trabalhadora não tem. Têm protecção especial no emprego, enquanto os outros são mais facilmente despedidos; e têm sistemas especiais e direitos especiais, que os trabalhadores privados não têm (ADSE, etc, etc).

Ora, o que se tem verificado nesta crise é que têm sido os trabalhadores do sector privado a ser despedidos, a perder direitos, e a ter indemnizações cada vez menores, enquanto os funcionários públicos, apesar de também terem sido prejudicados, acabaram por manter os subsídios, pois o Tribunal Constitucional deu-lhes razão. 

Desta forma, há uma percepção na sociedade portuguesa de que os funcionários públicos, apesar de tudo, têm sofrido menos que os do sector privado, e isso retira força às suas queixas e às greves gerais.

Pelo contrário, quando foi da TSU, que afectava mais de quatro milhões de empregados no sector privado, as pessoas manifestaram-se, e obrigaram o Governo a mudar. 

Aquilo que me parece é que o sindicalismo de esquerda, da CGTP e UGT, e dos funcionários públicos em geral, é hoje uma força menos poderosa do que o movimento laboral do sector privado, que apesar de ser desorganizado, quando se movimenta é uma força bem mais eficaz do que o sindicalismo tradicional. 


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A SOLIDÃO DAS LUTAS

JPP

 

T-shirt de um manifestante.

 

Uma coisa os professores devem ter percebido, como os funcionários públicos perceberão, como os estivadores, ou os trabalhadores dos transportes, já tinham percebido. É que se quiserem resistir à avalanche que lhes caiu e cai em cima, estão sozinhos. A boca cheia da solidariedade é apenas isso, mas cada grupo profissional só pode contar consigo próprio para tentar travar a acentuada desqualificação da sua profissão, o reforço do autoritarismo de proximidade, de chefes e directores, os despedimentos colectivos, o aumento por decreto do horário de trabalho, a violação de todos os contratos e direitos. 

 

Pode contar com a hostilidade de uma parte da população, acirrada pelos inconvenientes das greves, pelo discurso de guerra civil do governo e por uma comunicação social que, mesmo quando é muito da esquerda festiva e cultural, muito simpática com o folclore dos "indignados", é hostil às lutas, às greves e aos sindicatos. Um dia, uma análise do grupo profissional dos jornalistas, explicará muito sobre como as fraquezas da profissão originam um dos discursos mais masoquistas, muito próximo do discurso do poder.

 

 A solidão dos que reagem e não se bastam com manifestações de protesto que a mediatização trivializa, só pode ser invertida se os seus actos forem corajosos, unidos e massivos no âmbito profissional. Ou seja, com risco. Se mostrarem força, terão força e arrastarão consigo solidariedades que nunca terão com protestos "simbólicos". E terão a simpatia de muitos que ou são indiferentes ou egoístas, porque, nesse momento, então sim, as lutas de resistência à iniquidade destes dias de lixo comunicam entre si. Nessa altura, polícias reconhecer-se-ão nos professores, e pessoal da CP e da Carris nos polícias, os professores nos estivadores, os funcionários públicos nos trabalhadores têxteis, os despedidos de uma fábrica nos reformados, os enfermeiros nos jovens à procura do primeiro emprego e nos desempregados de longa duração. O mundo do trabalho no mundo do trabalho.


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quinta-feira, 27 de junho de 2013

Maria José

Francisco Seixas da Costa

 

Éramos muitos, naquele quente final de tarde de ontem, no belo espaço da Santa Casa da Misericórdia de Lisboa. O pretexto foi uma biografia de Maria José Nogueira Pinto, mas a razão real por que alí nos tínhamos deslocado era ter um ensejo para celebrar a memória de uma amiga que a todos nos faz muita falta.

 

Gostei de ouvir a evocação sentida de Manuela Ferreira Leite, que apresentou a obra. Foi interessante ouvir um testemunho de quem se cruzou com a Maria José na vida política e que cedo percebeu que ela, em tudo o que fez, esteve sempre como uma pessoa "inteira", com um projeto de vida, que apenas adequava às oportunidades que se lhe apresentavam de servir a comunidade a que pertencia.


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UE-Suíça: “Berna propõe nova estratégia para se alinhar com a Europa”

O Conselho Federal relançou finalmente as negociações com a União Europeia "para renovar a via bilateral", anuncia o jornal Le Temps. Mas o diário de Genebra lembra algumas "linhas vermelhas muitas estritas" que não devem ser ultrapassadas:

Está fora de questão que o Tribunal de Justiça da UE (TJUE) algum dia possa condenar a Suíça ou ser chamado a resolver diferendos com a UE.

O jornal escreve que

a estratégia seguida não consiste simplesmente em tornar possível a negociação de novos acordos mas sim em estabelecer relações duradouras, mais seguras.

A Comissão Europeia já disse que vai consultar os 28 Estados-membros para, antes do final do ano, obter um mandato para as negociações.


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Eslovénia: “Mais 100 dias após a exigência de Bruxelas e de cintos novamente apertados”

No poder há três meses, o Governo de Alenka Bratušek prepara-se para pôr em prática as novas medidas de saneamento orçamental com que se comprometeu junto da Comissão Europeia.

Essas medidas preveem, por exemplo, o aumento do IVA de 20% para 22% a partir de 1 de julho e dos impostos sobre a propriedade, a partir de setembro.

O jornal Dnevnik escreve que

o executivo poderá conseguir lançar um programa de austeridade evitando as manifestações que marcaram a queda do Governo anterior, mas ninguém garante que seja esse o caso nos próximos 100 dias.


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Proteção de dados pessoais: Facebookmania contra a vida privada?

Libération, Paris – O recente escândalo de espionagem na Web pelos serviços secretos dos Estados Unidos veio sublinhar a necessidade urgente de reforma das regras da União Europeia em matéria de dados pessoais, há anos em discussão. Uma questão sobre a qual as associações de consumidores e os grupos de pressão dos gigantes da Internet se defrontam. Ver mais.


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Irlanda: “Aumenta a pressão para garantir acordo sobre orçamento da UE”

A Irlanda, que entra no seu último dia de presidência da UE, está sob "crescente pressão" para garantir um acordo sobre o orçamento da UE, escreve o jornal The Irish Times.

As conversações para estabelecer maior flexibilidade no orçamento de sete anos da UE "descarrilaram" numa reunião especial entre a Irlanda e os líderes europeus antes da cimeira da UE, hoje, em Bruxelas.

O diário de Dublin explica que parece pouco provável que se consiga fazer o agendamento de uma votação no Parlamento Europeu para a próxima semana, "o que empurrará para o outono a negociação final do orçamento da UE para o período de 2014-2020".


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UE-França: “Barroso: por que motivo a França preocupa a Europa”

O conflito entre a Comissão Europeia e a França "é completamente artificial", garante Manuel Durão Barroso numa entrevista ao jornal Les Echos.

Numa altura em que os líderes europeus se encontram em Bruxelas para uma reunião do Conselho Europeu, o presidente da Comissão garante que as suas "declarações foram deliberadamente distorcidas", e que é "favorável à exceção cultural, um conceito sagrado".

Interrogado sobre as recomendações feitas à França em matéria de economia, Durão Barroso lembra que "se o desvio entre a França e a Alemanha for muito grande, teremos um problema, todos nós na Europa".


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Brasil

Francisco Seixas da Costa

 

Há uns tempos, contei por aqui a minha primeira conversa com o presidente Lula, a propósito do futebol. Lembrei-me ontem dessa conversa, ao ver-me "torcer" com entusiasmo pelo Brasil, no jogo com o Uruguai. E recordei, em especial, uma realidade que os portugueses tendem a esquecer. É que se é natural, em muitos deles, a propensão para apoiarem o Brasil - e a presença de Felipão à frente do "escrete" ajuda muito a esta vontade -, não devem, contudo, esperar uma automática retribuição por parte dos nossos amigos brasileiros.

 

Há alguns "Brasis" que muito pouco têm a ver com Portugal, país com o qual apenas partilham (alguma) língua. Há muito brasileiro, de origem alemã, italiana, árabe ou outra, que nunca teve um antepassado português, que não tem primos por cá, pelo que não foi educado a ter uma afetividade especial por um país do qual só lhe recordam que daí chegaram Cabral e, no início do século XIX, uma bizarra corte.

 

Quem não perceber esta eterna assimetria nunca entenderá a relação luso-brasileira. Quem, em Portugal, gosta do Brasil, tem de saber viver com esta realidade.


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E ESTA, HEIN?

Se for verdade.....

                     Para os estudiosos confirmarem que é exacto:


PORTUGAL É UM DOS POUCOS PAÍSES DO MUNDO QUE PODERIA FECHAR AS SUAS FRONTEIRAS, PORQUE A NATUREZA LHE DEU TUDO QUANTO É NECESSÁRIO PARA QUE O SEU POVO POSSA VIVER FELIZ E EM PAZ !!!

Pensemos na grande prosperidade de pequenos países, como a Suíça, a Costa Rica ou Singapura: alguns deles nem exército têm...

VEJA AGORA O QUE O POVO DESCONHECE DESTE SEU "MISERÁVEL" PAÍS!...:

Por acaso, sabe que o SEU “POBRE" PAÍS possui:


- A maior ZEE da UE...., tão grande como todo o continente europeu ?
- 80% de solo arável, em grande parte ao abandono, e uma das maiores manchas florestais da Europa ?
- Um dos mais amenos e variados climas do globo, que permite quase toda a espécie de culturas ?
- Atendendo à área, uma das maiores diversidades paisagísticas do mundo ?
- A maior biodiversidade de toda a Europa ?
- Uma invejável rede hidrográfica, a nível mundial?
- Grandes reservas de água doce, em aquíferos subterrâneos, quase inesgotáveis?
- As maiores reservas de ferro,de excelente qualidade, da UE?
- As maiores reservas de cobre da Europa (segundas no mundo)?
- As maiores reservas de tungsténio (volfrâmio) da Europa?
- As maiores reservas de lítio da Europa?
- As maiores reservas de terras raras ?
- As segundas maiores reservas de urânio da Europa?
- Grandes reservas mineiras de ouro, prata e platina?
- Grandes reservas de carvão mineral, de excelente qualidade?
- Incomensuráveis riquezas escondidas nas suas águas, exclusivas, do Atlântico ?
-  Como tudo parece indicar, uma das maiores reservas de petroleo da Europa, que  vão começar a ser exploradas na costa do Algarve, por companhias alemãs e espanholas...e que propõem  pagar a Portugal, 20 cêntimos por barril,  enquanto ele está, neste dias, à volta de 92 dolares o barril ?...
-Reservas de gás natural e de gisto, o que poderá dar para  as necessidades de Portugal, pelo menos,  durante 100 anos, sem precisar de ninguém!
E  tudo isto não passa da ponta do iceberg... porque Portugal, no plano dos recursos naturais, tem  ainda muito mais !!!!

O nosso país, que parece estar a ser SUB-APROVEITADO OU ABANDONADO,  está mas é  a ser roubado pela calada !!!...

Em contraste,  eis aquilo que nos está levar ao abismo:

- As maiores reservas de traidores nacionais, a nivel mundial.
- As maiores reservas de ladrões do nosso bem estar!
- As maiores reservas de BOYS, na Europa!
- As maiores reservas de chulos, inúteis e parasitas, da UE!
- As maiores reservas de pseudo-estadistas da Europa, e não só!
- As maiores reservas de burocracia e desorganização, em serviços públicos, da Europa e não só!

Se tem dúvidas sobre o que antecede, informe-se em fontes fidedignas, e verá que a realidade vai, até, muito mais além!

Dentro da sua dimensão e à sua escala, este é de longe O PAÍS MAIS RICO EM RECURSOS NATURAIS DA U.E., mas está a ser levado à ruína por um bando de oportunistas, corruptos  e traidores!

Pense como poderia ser boa a nossa vida e a dos nossos descendentes, se este país tivesse UM VERDADEIRO GOVERNO, composto por gente decente, competente e patriota!
Faça e diga algo contra este estado de coisas, como nunca outro se viu desde a fundação da nacionalidade...

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quarta-feira, 26 de junho de 2013

Contrafação: Gangues adaptam-se à recessão da Europa

"Os grupos criminosos procuram ocupar todos os espaços do mercado negro da Europa, titula o Financial Times numa história de primeira página em que conta pormenorizadamente o crescente comércio de bens contrafeitos dentro da Europa.

Alguns sindicatos do crime incluem agora membros de mais de 60 países e adaptaram-se à atual recessão económica, alargando a gama de produtos das marcas de luxo como a Gucci a produtos mais comezinhos, como os detergentes domésticos, disse Rob Wainwright, chefe da agência de polícia europeia Europol, ao diário económico.

"O declínio do poder económico aumentou a tolerância social em relação a economia paralela", escreve o FT, citando Wainwright. O jornal acrescenta que alguns dos grupos estão envolvidos em esquemas criminosos mais sofisticados:

Sobretudo, uma nova geração de cibercriminosos na Rússia, na Ucrânia e noutros países da Europa de Leste estão a levar a cabo ataques online cada vez mais sofisticados contra grupos financeiros.


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UE-Turquia: “A Europa não se deixou enganar”

"Os esforços do primeiro-ministro Recep Tayyip Erdoğan e dos seus ministros para justificarem a selvajaria da polícia durante os acontecimentos do parque Gezi não deram resultado algum", escreve o Cumhuriyet um dia depois da reunião, em Ancara, dos embaixadores dos países da União Europeia com Egemen Bağış, ministro dos Assuntos Europeus e chefe da missão de negociação para a adesão da Turquia.

Foi neste contexto, acrescenta o diário kemalista, que a UE anunciou que não relançará as negociações de adesão até à publicação do próximo relatório anual da Comissão Europeia sobre os progressos da Turquia, na melhor das hipóteses, em outubro.


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UE-França: Há eletricidade no ar…

"Paris e Bruxelas trocam insultos", refere o Libération, que retoma a polémica que decorre entre a França e a Comissão Europeia desde o início das negociações de um acordo de comércio livre com os Estados Unidos.

Em 23 de junho, o ministro da Indústria francês, Arnaud Montebourg, acusou o presidente da Comissão de ser "o carburante da Frente Nacional". José Manuel Durão Barroso replicou que "alguns responsáveis políticos franceses [deveriam] pôr de lado a ambiguidade em relação à Europa e defendê-la melhor em relação ao nacionalismo, ao populismo e ao chauvinismo".

Este diário de esquerda explica que esta troca de galhardetes se deve às ambições José Manuel Durão Barroso:

Ao promover este tratado, que poderá provocar uma escalada do euroceticismo, [Barroso] mostra que a sua agenda deixou de ser europeia e passou a ser atlântica. Segundo as informações de que dispomos, [Barroso] estará a preparar-se para fazer campanha pela sua nomeação para o cargo de secretário-geral da ONU ou da NATO. E, para isso, precisa do acordo dos norte-americanos: o que explica as garantias que lhes dá através do TTIP e os ataques contra a França.

Por seu turno, o jornal Le Figaro considera que o presidente da Comissão, "agora o alvo designado, é vítima do desencanto dos franceses com a Europa e de um Governo que tem dificuldade em marcar pontos contra a crise".

O caso da exceção cultural e dos seus benefícios mostrou até que ponto a classe política francesa, tanto de direita como de esquerda, concorda pouco com o liberalismo económico, que continua a ser o credo da maior parte dos vizinhos, entre os quais os alemães. É essa a primeira razão do desamor. A segunda, mais política, poderá manifestar-se na cimeira europeia de quinta-feira, ou nos bastidores desta: a relutância do Eliseu em sujeitar a França às reformas e aos objetivos orçamentais de uma governação europeia que… François Hollande preconiza regularmente.

Este diário conservador considera igualmente a resposta mordaz de José Manuel Durão Barroso a Paris como uma reação à reaproximação entre o Eliseu e a chancelaria alemã.

A aliança foi restabelecida com o encontro de maio e com o último "contributo franco-alemão", ainda que de modo meramente formal. O que teve uma consequência evidente sobre a dinâmica europeia. A Comissão reina, quando a França e a Alemanha estão divididas. E torna-se o bode expiatório, quando os dois países fundadores se entendem…


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Crise grega: O capricho dos deuses de Bruxelas

La Repubblica, Roma – Numa altura em que as condições de vida dos gregos não param de se degradar e que a gestão da crise pela troika está a ser posta em causa, as instituições europeias continuam a olhar para outro lado. Mas está na altura da Comissão prestar contas sobre esta assustadora tragédia. Ver mais.


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Alemanha-Reino Unido: “Alemanha furiosa com o Reino Unido por causa do sistema de vigilância GCHQ”

A ministra da Justiça alemã Sabine Leutheusser-Schnarrenberger exigiu às autoridade britânicas que expliquem pormenorizadamente em que medida os cidadãos alemães foram alvo do programa de recolha de dados do Reino Unido, escreve The Guardian.

O diário britânico, que foi um dos jornais que divulgou a história dos enormes programas de vigilância dos Estados Unidos e do Reino Unido, explica que a ministra

quer saber se foram "suspeitas concretas" que desencadearam a recolha de dados ou se a vasta quantidade de e-mails, mensagens no Facebook, histórias na Internet e chamadas telefónicas foram conservadas durante 30 dias no quadro de uma busca geral. [...] A ministra quer igualmente saber se o programa foi autorizado por alguma autoridade judicial, como funciona na prática e a natureza precisa dos dados guardados.


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Uma boa surpresa chamada Bruno de Carvalho

Domingos Amaral

 

Para azar do Sporting, Bruno de Carvalho só ganhou à segunda a eleição para a presidência. Mas, pelo que tenho visto, está a provar ser o homem necessário para o clube de Alvalade.

Diziam dele o pior, até houve alguns que o chegaram a comparar a Vale e Azevedo, mas pelos vistos estavam todos bem enganados.

Até agora, Bruno de Carvalho tem sido inteligente, sereno e firme nas decisões.

E, ao mesmo tempo e quando é caso disso, festeja as vitórias do seu clube - no fustal, no andebol - como um verdadeiro leão de bancada, o que lhe traz popularidade e até desperta simpatia. 

Mas é nas decisões de gestão que me tem surpreendido pela positiva. Primeiro, começou a "limpeza", tendo a coragem para despedir quem vivia há muito "à mama" do clube, desde velhas glórias a funcionários inúteis.

Depois, tem sido contundente na negociação com empresários, estabelecendo o princípio de que o Sporting não negoceia na praça pública, não cede a pressões, e só faz negócios quando eles lhe são favoráveis.

Por mais arriscada que seja essa postura, pois pode no curto prazo perder jogadores talentosos, é uma firmeza que dará frutos nos anos seguintes.

Por fim, apresentou um projecto de reestruturação financeira que é essencial e bem pensado, ao contrário do que diz o Camilo Lourenço.

Embora poucos falem disso, as novas regras do Fair Play Financeiro da UEFA podem vir a ser implacáveis para o Sporting se esta reestruturação não avançar.

Qualquer clube que apresente três anos seguidos de prejuízos estará fora das competições da UEFA, e o Sporting tem um longo historial de perdas. Não sei mesmo se, caso este ano se tivesse qualificado, poderia participar.

A UEFA apenas permite um "desvio aceitável" de 5 milhões de euros nos prejuízos, mas o Sporting está ainda muito longe desse desvio.

Assim sendo, só há um caminho: uma reestruturação que transforme os credores em accionistas (debt for equity), e é isso que o Sporting vai fazer, acrescentando depois um aumento de capital, que os mesmos credores, agora já accionistas, deverão subscrever.

Assim, os rácios financeiros começam a melhorar, o que é absolutamente essencial para o futuro.

Também é bem pensado passar o estádio para a SAD, pois é um activo valioso, e as suas dívidas, que também passam para a SAD, não serão contabilizadas em termos de UEFA, que abre excepções nestes casos, bem como nas despesas de formação.

Por fim, é preciso "reposicionar" a equipa de futebol, e parece-me que também aqui Bruno de Carvalho vai no bom caminho.

O Borussia Dortmund é um excelente exemplo, que explico nas minhas aulas de Economia do Desporto na Universidade Católica.

Em 2006-2007, estava à beira de descer de divisão. Apostou então numa equipa de jovens, limpou as dívidas e os passivos, e quatro anos mais tarde era campeão da Alemanha, duas vezes seguidas, e este ano chegou à final da Champions.

É por aí que Bruno de Carvalho deve ir. Apostar nos jovens talentos de Alcochete, pagando-lhes bons salários para os motivar, em vez de gastar dinheiro em contratações inúteis de estrangeiros de qualidade duvidosa.

Esta estratégia tem também um ponto forte adicional. É que a ligação afectiva dos sócios aos miúdos formados em casa é muito maior, bem como a sua tolerância para com as suas compreensíveis falhas. À conta dessa ligação especial o Dortmund tem o estádio sempre cheio.

Se mantiver este rumo e esta postura, Bruno de Carvalho tem tudo para se transformar no presidente que revolucionou o Sporting e o salvou de uma calamidade. Por mais difícil que isso possa ser no início, o futuro será dele.

Espero, daqui a dois ou três anos, poder apresentar aos meus alunos o "case study" bem sucedido da recuperação do Sporting.  


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Correspondência

Francisco Seixas da Costa

 

Queixam-se comentadores do blogue da minha falta de atenção àquilo que escrevem, da muito frequente ausência de uma nota, mínima e cordial, da minha parte, ao cuidado que tiveram em deixar umas palavras num ou noutro post.

 

E queixam-se muito bem! Têm toda a razão! Porém, se por ora não prometo corrigir-me, asseguro, contudo, que o meu complexo de culpa será constantemente inflacionado na medida exata dessas confessadas falhas, como numa conta a prazo, sempre a render. E pode ser que, com o peso da consciência a atormentar-me cada vez a existência e o écran, acabe um dia (com muito maior probabilidade, uma noite) por mudar de (maus) hábitos e passar a ser um blogueiro "certinho", daqueles que não perdem uma oportunidade para retorquir, adorado pelos correspondentes. 

 

Tudo isso é possível. Só que, até lá, até ao meu "regresso aos mercados" da blogosfera mais suave e atenta, lamento muito, mas terão de me aturar como vou sendo. 


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terça-feira, 25 de junho de 2013

Equanto isso , no quartel ...

TROIKA: DO AMOR AO ÓDIO

JPP

 

Agora, todos os que amavam a troika de amor total, sensível, arrebatado, e lúbrico, detestam a troika, dirigem-lhe os maiores impropérios e querem pô-la fora da habitação do casal. Há várias razões para isso: já não falta entrar muito dinheiro dos 78 mil milhões decididos, já está combinado em termos gerais como é que a assistência e o protectorado continuam depois da troika ir embora, e vai haver eleições para as quais ninguém "se lixa" 

 

A troika ir-se-á embora fisicamente em Junho de 2014. Haverá festas, champanhe, foguetes e o governo usará essa saída da troika como um dos escassos trunfos eleitorais que tem para 2015. Mas, fora da propaganda, nem a troika se vai embora, nem os objectivos do memorando foram conseguidos. Aliás, a enfâse no pós-troika significa isso mesmo: a constatação do falhanço do memorando, de que nenhum objectivo nem do défice, nem da dívida, foi cumprido, contrastando com o zelo "para além da troika" na austeridade dos trabalhadores e pensionistas, e nas leis laborais, no desmantelamento do estado e parcialmente nas privatizações 

 

Um retorno sustentado aos mercados é irrealista sem protecção europeia e o preço a pagar para essa "protecção" implica a manutenção do regime de protectorado de Bruxelas e Berlim, mesmo sem as visitas regulares da troika. Em vez de ter periodicamente o espectáculo da submissão, com o espavento da chegada ao aeroporto, das idas aos partidos, à Assembleia, ao Presidente e às instituições, uma outra troika invisível nos inspecionará na mesma de um ou vários gabinetes em Bruxelas e Frankfurt. Para isso, exige-se um governo de ocupação e partidos colaboracionistas, que aceitem o mesmo tipo de supervisão alheia sobre o parlamento português, sobre a liberdade dos partidos e das eleições. Este é que é o problema do pós-troika e é eminentemente um problema político e de soberania.


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Adesão da Croácia (2/6): O síndrome da invasão

Novi List, Rijeka – A adesão da Croácia à União Europeia relança o receio de uma invasão de trabalhadores croatas, especialmente para a Alemanha e a Áustria. As frases feitas sobre os europeus do Leste que vêm tomar os lugares dos ocidentais têm campo aberto à sua frente. Ver mais.


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Emprego: “Romenos ameaçados de morte na ‘escravatura salarial na Alemanha’”

"Salários humilhantes, condições de trabalho desumanas e chantagem num país que se declara o líder da UE", escreve o Jurnalul National a propósito das condições de trabalho dos europeus de Leste na Alemanha, reveladas pelo diário de Munique Süddeutsche Zeitung e pela televisão pública alemã ARD.

Essas investigações revelaram a existência de uma organização de tipo mafioso que recruta trabalhadores na Roménia para empresas alemãs, confiscando-lhes os documentos e ameaçando-os de morte se ousarem recorrer à justiça para fazerem respeitar o seu contrato de trabalho.

Em plena campanha para as eleições legislativas alemãs, "os romenos tornaram-se o inimigo público número um do sistema social e da classe política alemã…", lamenta o Jurnalul.


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França: “2013: os défices explodem”

O défice do Estado, fixado em €61,5 mil milhões no orçamento de 2013, deverá ultrapassar os €80 mil milhões no final do ano (4% do PIB em vez dos 3,7% previstos), considera a Comissão das Finanças da Assembleia Nacional.

Num relatório, a Comissão explica que este deslize na redução das receitas fiscais se deve a um crescimento a meio gás e a mudanças fiscais constantes que acabaram por bloquear a economia.

"Não faltam sugestões de poupanças […]", estima o jornal Le Figaro:

A Comissão Europeia elaborou, no final de maio, uma lista de recomendações para reformar a França e reduzir os défices. […] Esta via promete ser bem mais difícil do que aumentar impostos. Mas não há outra solução.


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S. João

Francisco Seixas da Costa

 

Este é um post lacónico. Não é todos dias que há noite de S. João no Porto. 


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Negociações UE-Turquia: Bruxelas e Ancara não devem interromper o diálogo

Financial Times, Londres – As negociações intermitentes sobre a adesão da Turquia à UE foram travadas por completo pelo tesoureiro do bloco, a Alemanha, depois de Ancara ter reprimido violentamente as recentes manifestações. Esta indecisão prejudica a credibilidade da União e esfria o desejo de adesão da Turquia, lamenta o "Financial Times". Ver mais.


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Desigualdade: Itália lidera o aumento da disparidade de rendimento na UE

Segundo um estudo, realizado a pedido da União Europeia, a "Itália faz parte dos países com o maior nível de desigualdade de rendimentos, sendo apenas precedida pelo Reino Unido na UE e situando-se muito abaixo da média da OCDE", adianta o II Sole 24 Ore.

O estudo "Gini – Growing inequalities' impacts", baseado no índice de Gini e elaborado por investigadores de sete universidades europeias, analisou a dinâmica dos rendimentos de 30 países europeus desde os anos 80 até aos dias de hoje, dividindo-os por categorias regionais. O jornal acrescenta que

os países da Europa continental (Alemanha, França e Benelux) têm um índice de desigualdade Gini baixo, que varia entre os 0,26 e 0,30, sendo mais ou menos estável; os países do norte verificam uma tendência de desigualdade crescente liderados pela Suécia e a Finlândia, que começaram no entanto com níveis muito baixos; as economias de mercado como o Reino Unido têm apoios sociais limitados e altos níveis de desigualdade; […] os países de leste, que antes de 1989 tinham níveis próximos dos da Escandinávia, seguiram uma direção diferente.

A Itália pertence ao grupo dos países mediterrânicos, onde a desigualdade está em forte crescimento. O índice de Gini passou de 0,27 no final dos anos 70 para o seu atual nível de 0,34. Pior ainda, a riqueza está concentrada na faixa etária mais idosa e a mobilidade social está em declínio. Segundo os autores, a banalização do mercado de trabalho anulou os efeitos positivos de um maior acesso ao ensino superior,

os jovens trabalhadores têm mais educação mas menos garantias, o que lhes impede de poupar e acumular riqueza.


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GREVE DOS PROFESSORES

JPP
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Já falei o suficiente sobre a greve dos professores, para não precisar de aqui voltar. Também me parecia imbecil, se não fosse intencional, quer por ignorância mediática, quer por má fé, estar agora a entrar naquilo que os jornalistas referem com desprezo como a "guerra dos números" (que eles fomentam mais que ninguém, para depois se enojarem com a sua existência), nem com "quem ganhou ou quem perdeu", nas suas múltiplas variantes propagandísticas, retóricas e mediáticas. 

 

O que me interessa é o que a greve e as reacções à greve revelam sobre o tónus de conflitualidade na sociedade portuguesa, latente e às claras. Não tenho dúvidas de que dentro das escolas, pela primeira vez com esta intensidade, os professores que fizeram greve, e que são uma grande maioria, olham para os que não a fizeram de forma bem pouco meiga. Um profundo mal-estar divide professores de diferentes ciclos, onde o ministério encontrou em alguns sectores um grupo de professores dispostos a irem para escolas, que não são as suas, fazer a vigilância de exames. 

 

Foram muito poucos, mas para garantir os exames bastaram. Colocou, também pela primeira vez, em cheque o papel dos directores. Alguns assumiram-se como "chefes" das escolas e foi deles, encostados às pressões governamentais, que vieram muitas das ilegalidades cometidas no dia da greve. Alunos e pais, os alvos da propaganda governamental, dividiram-se profunda e agressivamente. Os incidentes nas escolas, com alunos a tentar impedir outros alunos de fazerem exames, e o modo como a questão da "equidade" se tornou uma reivindicação, que, essa sim, atinge apenas o governo, vai manter o estado de excepção em todo este processo de exames. Revelou também a hostilidade comunicacional às greves e aos sindicatos, com noticiários e comentários hostis, por regra. O modo como os responsáveis governativos eram interrogados era muito mais dócil do que a agressividade face aos sindicalistas, quase sempre apresentados à cabeça como "culpados". De um modo geral, o leitmotiv da propaganda do governo – os exames prejudicam gravemente os alunos – foi repetido à exaustão. Subitamente descobriu-se um país de famílias "angustiadas", de estudantes "nervosos", de "ansiedade" por todo o lado. Um exército de psicólogos e de psiquiatras deve mobilizar-se sempre que há exames, porque os frágeis estudantes (os mesmos frágeis estudantes a quem se pode perguntar o que é que eles fazem aos professores e entre si durante todo ano) estavam todos deprimidos. Há muitas razões para este comportamento dos jornalistas, em contraste com a simpatia com as manifestações dos "indignados", mas ficam para outra altura. 

 

Por fim, e de um modo geral é isto que fica, é que a greve revelou de forma muito clara o modo como a conflitualidade está a evoluir para formas mais agressivas. Ela representa, entendida em todas as suas manifestações nos professores, alunos e pais e governo, o erro da afirmação do Presidente da República de que não há "desestruturação" na sociedade portuguesa. No dia da greve todo o discurso de divisão e de guerra civil que o governo tem vindo a semear, está já bem enraizado, e os seus efeitos geram "lados", acicatam confrontos e dividem os portugueses cada vez de forma mais devedora ao pathos do que ao logos. É um caminho perigoso.


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Angola

Francisco Seixas da Costa

 

É um livro garantidamente polémico. Tenho muito gosto em apresentá-lo, porque aborda um tema que continua envolvido em alguns mitos/verdades dos quais, talvez não por acaso, a nossa história política contemporânea nunca se libertou. 

 

É um assunto que sempre me interessou. Vivi o tempo decisivo de 1975, como militar. Assisti então a Assembleias do MFA, onde a questão era abordada. De seguida, ainda nesse ano, mas já como diplomata, acompanhei o assunto no Ministério dos Negócios Estrangeiros. A partir de 1982, e por quase quatro anos, estive colocado na nossa embaixada em Luanda, período em que tive a oportunidade de revisitar, com amigos angolanos e portugueses, muito do que por ali se passara sete anos antes. Essa foi também uma oportunidade para tentar perceber o traumatismo dos acontecimentos de 27 de maio de 1977, uma data trágica de clivagem que, embora possa não parecer, tem muito a ver com tudo aquilo que o livro relata. E, sempre como interessado no tema, li muito do que, cá dentro e mesmo lá fora, se publicou sobre o tema do processo de independência de Angola - embora não tivesse tido acesso a uma imensa parte dos documentos que Alexandra Marques agora traz a público, pela primeira vez.

 

Alexandra Marques é uma jornalista que enveredou, há alguns anos, por um percurso académico na área da historiografia. Felizmente, manteve o registo de escrita da sua profissão anterior, o que confere ao livro um ritmo interessante e ágil. Sem a menor dúvida, aconselho a leitura deste seu trabalho.  

 

Na FNAC do Porto, pelas 18 horas de quinta-feira, dia 27 de junho, lá estarei a falar do livro e, incidentalmente, de Angola, um país que, como hoje se constata, é a única ex-colónia de que Portugal não se tornou independente.   


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Instituições da UE: A Holanda quer menos Europa quase em todo o lado

O Governo de coligação holandês declarou num memorando publicado no dia 21 de junho que: "a Holanda está convencida de que o tempo de uma 'união cada vez mais próxima' em todos os domínios políticos pertence ao passado", escreve o EUobserver. Segundo o site de informação, o memorando "afirma que o slogan da União Europeia deveria ser 'Europeu quando necessário, nacional sempre que possível'". Também diz que

existe uma "forte necessidade" de realizar ações europeias conjuntas em matérias importantes como a governação económica, a imigração e a defesa. Mas fez notar que uma revisão dos poderes da UE efetuada pelo ministro dos Negócios Estrangeiros, Frans Timmermans, revela que também é preciso "criar uma União Europeia mais modesta e sóbria".

Sheila Sitalsing do Volkskrant mostra-se cética quanto ao memorando:

Nas prioridades do Governo está o programa de leite escolar e de fruta nas escolas. O que é, de facto, uma questão pertinente. Porque a doutrinação das crianças pela distribuição de maçãs grátis representa um ataque flagrante contra o Estado-nação soberano, mas não tem nada a ver com o debate fundamental sobre a Europa ou sobre a retirada dos seus poderes nos domínios políticos. […] Os Estados-membros da UE poderiam concordar sobre o facto de que deveriam ficar fora dos sistemas fiscais de cada um, mas se derem o poder a Olli Rehn de fazer "recomendações políticas" constrangedoras, […] isto poderá diretamente afetar o seu sistema fiscal. […] O Governo deu uma prenda à opinião pública, um osso para roer e manter os eurocéticos calmos.


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Uma boa crítica ao meu livro "O Retrato da Mãe de Hitler"

Domingos Amaral

 

Aqui deixo a crítica ao meu livro "O Retrato da Mãe de Hitler", escrita por Rui Azeredo, no seu blog Porta-Livros.

http://portalivros.wordpress.com/2013/06/24/o-retrato-da-mae-de-hitler-domingos-amaral/


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