sexta-feira, 29 de junho de 2012

De Leninegrado a São Petersburgo


Há mais de 30 anos, ao tempo em que vivia na Noruega, tive a curiosidade de visitar a União Soviética. Achei que os preços das viagens eram surpreendentemente convidativos. Na véspera da minha partida, falei do assunto a um colega norueguês e logo fiquei ciente daquilo em que me metera: a agência de viagens que eu escolhera estava ligada ao Partido Comunista norueguês e, se calhar, fazia "dumping" ideológico. De facto, no grupo em que, durante duas semanas, estive incluído, muitos foram os que, logo que chegados a Leninegrado, colocaram na lapela uma imagem de Lénine...

A visita acabou por ser muito interessante, feita também por Moscovo e por Ialta, comigo sempre a tentar, para desespero da guia norueguesa, fugir ao espartilho dos programas e reagir à irracionalidade do condicionamento de movimentos. Guardo para sempre algumas recordações impressivas desse país, com uma vida que, à época, pressenti misteriosa, cinzenta e triste.

Hoje, por razões profissionais, estou em São Petersburgo - mas já não em Leninegrado. Para além do nome, muita coisa mudou por aqui, como se sabe. Mas, confesso, tentarei não deixar de revisitar, em homenagem àquilo que é a memória sentimental de uma certa geração, a estação da Finlândia, o Smolny, o Aurora e, claro, o palácio de Inverno, símbolos fortes de uma Revolução de outubro, que em dez dias abalou o mundo, e que, por sinal, foi em novembro.

Bolas!


Há países com azar? Há países com sorte? Nós temos azar e os espanhóis têm sorte? Isso só é assim na aparência. Tem azar quem não tem sorte e ter sorte é uma coisa que dá muito trabalho. As bolas não entraram, quando deviam ter entrado? Pois é, a isso chama-se futebol. Depende e não depende de nós.

Pronto, já passou! Vamos agora ao jogo do défice e da dívida. Esse é o "euro" que não quero perder.

Os bancos ocidentais ganham milhões com a cocaína colombiana.

– Enquanto a produção de cocaína devasta os países da América Central, os consumidores dos EUA e da Europa ajudam as economias desenvolvidas a enriquecerem-se com os lucros dessa produção.

por Ed Vulliamy

Os vastos lucros do tráfico e da produção de droga vão para os países ricos e consumidores – como os da Europa ou os Estados Unidos da América – numa proporção muito superior do que ficam nos países devastados por essa produção, como a Colômbia ou o México, revela um estudo recente [1] . Os seus autores afirmam que as entidades reguladoras são relutantes em investigar o enorme processo da lavagem de dinheiro da droga, levada a cabo pelos bancos europeus e norte-americanos.
A mais recente análise da economia da droga – no caso específico da Colômbia – demonstra que apenas 2,6 % do total do valor de mercado da cocaína produzida fica nesse país, ao passo que uns espantosos 97,4% dos lucros são arrecadados pelas máfias criminosas do chamado primeiro mundo, sendo posteriormente submetidos a um processo de "lavagem de dinheiro" nos bancos desses países.
"A história acerca de quem realmente lucra com a cocaína colombiana é uma metáfora para o fardo desproporcionado colocado de todas as maneiras sobre países "produtores" como a Colômbia em consequência da proibição das drogas" afirma, Alejandro Gaviria, um dos autores do estudo, aquando do lançamento da edição inglesa do mesmo na semana passada.
"A sociedade colombiana tem sofrido imenso e não tem retirado nenhuma vantagem económica do tráfico de drogas, os verdadeiros lucros revertem a favor das redes criminosas de distribuição nos países consumidores de drogas, que os "reciclam" no sistema bancário local, sistema esse que opera com muito menos restrições do que o sistema bancário colombiano."
O seu co-autor, Daniel Mejia, acrescentou: "O sistema aplicado pelas autoridades dos países consumidores de drogas tem como objectivo a repressão do pequeno distribuidor, ele é o elo mais fraco da rede, estas nunca procuram atingir os grandes negociantes de drogas ou os sistemas financeiros que os suportam e é aí que está realmente o grosso do dinheiro".
Este trabalho, de dois economistas da Universidade de Los Andes, em Bogotá, faz parte de uma iniciativa do governo da Colômbia para reformular a política anti-droga global recentrando-a nos processos de lavagem de dinheiro levados a cabo pelos grandes bancos norte-americanos e europeus, assim como na prevenção social e num processo de descriminalização de algumas ou mesmo de todas as drogas.
Estes economistas tomaram em consideração vários factores económicos, sociais e políticos, das guerras da droga que têm devastado a Colômbia. O conflito estendeu-se, com graves consequências, ao México e receia-se que possa alastrar-se à América Central. Mas a conclusão mais chocante está relacionada com aquilo a que os autores chamam "microeconomia da produção de cocaína" na Colômbia.
Gaviria e Mejía calculam que, ao mais baixo valor que a cocaína pura produzida na Colômbia pode atingir nas ruas (cerca de 100 dólares/ 80 euros por grama) o lucro foi, no ano de 2008, de 300 mil milhões de dólares, dos quais apenas 7,8 mil milhões ficaram no país.
"É uma porção minúscula do PNB", disse Mejía, "o que pode ter um efeito desastroso na vida política e social da Colômbia, mas não na economia. A economia da cocaína colombiana está fora da Colômbia".
Mejía disse ainda a The Observer: "Na minha perspectiva a proibição das drogas é um processo de transferência de custos do problema das drogas, dos países consumidores para os países produtores".
"Se países como a Colômbia lucrassem economicamente com o tráfico de droga, ainda faria um pouco de sentido" afirmou Gaviria". Em vez disso, a Colômbia e o México pagam o maior preço para que outros tenham lucro".
"Eu gostava de ilustrar a situação para os cidadãos norte-americanos: imaginem que o consumo de cocaína nos Estados Unidos desaparecia e se deslocava para o Canadá. Será que os americanos gostariam de ver a taxa de homicídio de Seattle disparar para que se evitasse que a cocaína e o dinheiro fossem para o Canadá? Desta maneira talvez percebessem os custos desta situação para países como o México e a Colômbia"
Os mecanismos de lavagem de dinheiro foram tratados pelo The Observer no ano passado, depois de um raríssimo acordo judicial em Miami entre o governo federal dos Estados Unidos e o Wanchovia Bank, tendo este último admitido que fazia entrar 110 milhões de dólares de dinheiro da droga nos Estados Unidos. No entanto as autoridades não conseguiram monitorizar os 376 mil milhões de dólares que, ao longo de quatro anos, entraram nas contas desse banco através de casas de câmbio no México. O Wachovia Bank foi, já depois deste acordo, adquirido pelo Wells Fargo que cooperava com a investigação.
No entanto ninguém foi preso, e o banco está hoje fora de qualquer complicação judicial. "O sentimento geral é o de uma grande relutância em ir atrás dos lucros reais da droga" disse Mejía. "Eles não se ocupam daquela parte do sistema onde está a maior soma. Na Europa e nos EUA o dinheiro está disperso – quando chega a estes países o dinheiro entra no sistema, em todas as cidades, em todos os estados. Eles preferem ir atrás da pequena economia, dos pequenos intermediários e das plantações de coca na Colômbia, mesmo sabendo que essa economia é minúscula".
O Dr. Mejía acrescentou: "Na Colômbia eles colocam aos bancos questões que nunca colocariam aos bancos nos Estados Unidos. Se o fizessem seria contra as leis do sigilo bancário. Nos Estados Unidos existem leis muito fortes que protegem o segredo bancário, na Colômbia tais leis não existem – ainda que a lavagem de dinheiro se faça mais nos Estados Unidos. É um sistema um pouco hipócrita, não?"
"É uma extensão da forma como operam no seu próprio país. Vão atrás das classes baixas, dos elos mais fracos da cadeia, do pobre tipo – para mais facilmente mostrar resultados. Mais uma vez: é a vontade de transferir o custo da guerra da droga para os mais pobres, deixando o sistema financeiro e os grandes negociantes intocados, que motiva todo este sistema"
Tendo o Reino Unido suplantado os EUA e a Espanha como o maior consumidor mundial de cocaína per capita , a investigação ao Wachovia mostrou também que muito do dinheiro da droga era lavado através da City de Londres, onde o principal denunciante do caso, Martin Woods, estava sediado, no departamento anti-lavagem de dinheiro do banco. Martin Woods foi posteriormente demitido depois de ter denunciado a situação.
Gaviria disse ainda: "Nós sabemos que as autoridades nos Estados Unidos e no Reino Unido sabem mais do que aquilo que as suas acções fazem transparecer. As autoridades apercebem-se de inúmeros casos de pessoas que tentam movimentar dinheiro para o tráfico de droga – mas a DEA (Departamento Anti-droga dos EUA) age apenas num número mínimo de casos" .
"É um verdadeiro tabu perseguir os grandes bancos" acrescentou Mejía, "seria suicidário neste clima económico devido às elevadas quantias de dinheiro reciclado"  

[1] Alejandro Gaviria Uribe e Daniel Mejía Londoño, Políticas antidroga en Colombia: éxitos, fracasos y extravíos , Ediciones Uniandes, Bogotá, 2012, 458 pgs., ISBN/ISSN: 978-958-695-602-4
O original encontra-se em www.guardian.co.uk/world/2012/jun/02/western-banks-colombian-cocaine-trade
Tradução de MQ.

Este artigo encontra-se em http://resistir.info/ .

Um ano de Programa de Assistência Financeira

-Balanço e Perspectivas

-Concretização e impacte na economia e na sociedade portuguesa

por Eugénio Rosa [*]

Esclarecimento inicial
Os "slides" que a seguir se apresentam foram utilizados na intervenção que fiz no Seminário " Um ano de Programa de Assistência Financeira – Balanço e Perspectivas ", que teve lugar no dia 19/06/2012 na Assembleia da República, organizado pela Comissão Eventual para Acompanhamento das Medidas do Programa de Assistência Financeira a Portugal em que participei a convite do seu presidente, o deputado Vieira da Silva. Neste Seminário intervieram também os Drs. Medina Carreira, Miguel Cadilhe, Carvalho da Silva, Braga Macedo e Pedro Lins.
Como os "slides" contêm um conjunto de dados oficiais actualizados que permitem muito rapidamente ficar com uma ideia clara de algumas das consequências mais graves que as medidas do "Memorando da Troika" estão a ter a nível da economia e da sociedade portuguesa e tirar algumas conclusões importantes julguei que seria útil divulgá-los pois dizem respeito a matérias que estão a afectar a vida a vida actual dos portugueses.

Para descarregar o documento clique com o botão direito do rato em
um_ano_de_troika_19jun12.pdf
e faça Save As... (451 kB)

[*] edr2@netcabo.pt , www.eugeniorosa.com
Este documento encontra-se em http://resistir.info/ .

quinta-feira, 28 de junho de 2012

200.000 assinaturas para que entrega da casa ao banco salde a dívida

200.000 assinaturas para que entrega da casa ao banco salde a dívida.

Merkel aprova na Alemanha o que recusa à Europa

As palavras de Angela Merkel numa reunião esta terça-feira com deputados liberais reforçaram a posição de inflexibilidade que a líder da direita alemã tem demonstrado acerca dos eurobonds. Estas obrigações de dívida europeia permitiriam proteger os países periféricos dos juros incomportáveis que enriquecem os especuladores nos mercados financeiros.

quarta-feira, 27 de junho de 2012

AR: Ricardo Rodrigues pede suspensão das suas funções na direção do Grupo Parlamentar do PS

O importante, neste assunto, é nos casos em que este deputado do PS está metido, lá na sua terra (Açores). É ridícula esta suspensão de vice-presidente, pois são uns doze (!!!), o grave é que o PS nomeou-o pra a comissão de ética, etc.…

“O deputado socialista Ricardo Rodrigues pediu hoje a suspensão ão das suas funções de vice-presidente da direção do Grupo Parlamentar do PS até ao transito em julgado do processo que o opõe a jornalistas da revista "Sábado. Esta posição foi transmitida numa nota enviada pela direção do Grupo Parlamentar do PS. O caso remonta a abril de 2010, quando, durante uma entrevista, no Parlamento, Ricardo Rodrigues se levantou e abandonou a sala onde se encontrava, levando consigo os gravadores dos jornalistas Fernando Esteves e Maria Henrique Espada, da revista Sábado, depois de estes o terem interrogado sobre o seu alegado envolvimento num escândalo de pedofilia nos Açores. A sentença foi proferida na terça-feira nos Juízos Criminais de Lisboa, tendo o tribunal dado como provados os fatos da acusação que lhe imputavam um crime de atentado à liberdade de imprensa e um crime de atentado à liberdade de informação. Ricardo Rodrigues foi condenado ao pagamento de uma multa de 4.950 euros, valor que resulta de 110 dias de multa a 45 euros cada. O tribunal considerou que o arguido atuou «de forma irrefletida» quando se apoderou dos gravadores.” TSF

Vinte médicos em burla de 50 milhões.

Vinte médicos escolhem à sorte os nomes de falsos doentes. Utentes reformados a quem o Estado comparticipa alguns remédios em quase 100 por cento. E é esse tipo de remédios, de um lote de seis, que prescrevem – tornando brutais as margens de lucro da rede criminosa, que avia os medicamentos nas farmácias, à revelia dos utentes usados na burla, e os põe à venda em Angola. Médicos, farmacêuticos, delegados de informação médica e armazenistas estão envolvidos no esquema, que lesou o Estado em mais de 50 milhões de euros no último ano. Por isso, a Unidade Nacional de Combate à Corrupção da Judiciária avançou ontem para dez detenções em todo o País – dois médicos, dois farmacêuticos, cinco delegados de informação médica e um armazenista, que hoje serão presentes a um juiz em Lisboa. Mas a rede tem mais elementos – só médicos serão vinte –, a maioria já constituídos arguidos, que recebiam duas vezes. Do Serviço Nacional de Saúde, que paga a fatura dos remédios em Portugal, pensando estar a servir os utentes – quando estes nem sabem que os seus nomes são utilizados; e em Angola ou no mercado negro nacional, onde se paga outra vez por medicamentos desviados das farmácias e dos doentes que as utilizam. Com isto, o stock de remédios nas farmácias e em armazenistas entra em ruptura – pondo em risco a saúde de pessoas que precisam de tratar doenças graves. O Infarmed estava a investigar a falta de medicamentos nas farmácias; a Judiciária, em articulação com o Departamento Central de Investigação e Ação Penal, antecipou--se na resposta. Lyrica, Aclasta, Sinemet, Risperdal , Seroquel e Alzen – que tratam epilepsia, osteoporose, Parkinson, esquizofrenia e doença bipolar – são medicamentos em falta para quem deles precisa, porque têm, no último ano, estado ao serviço desta rede. Os delegados de informação médica vão ter com clínicos, que passam as receitas – e os primeiros aviam-nas nas farmácias, levando os remédios que o Estado há--de pagar. Depois é só pôr os remédios à venda – e repartir os lucros, de 50 milhões no último ano, por todos os envolvidos.

66 PROCESSOS POR EXPORTAÇÃO ILEGAL

A autoridade do medicamento (Infarmed) tinha instaurado 66 processos de contra-ordenação e aplicou 500 mil € em multas a armazenistas e farmácias por exportação ilegal de fármacos.

TIVERAM TODOS SORTE DIFERENTE DO FARMACÊUTICO NUNO GUERREIRO

Ao contrário do que acontecera em Março com o farmacêutico Nuno Guerreiro – suspeito de usar um esquema com testas-de-ferro na aquisição fraudulenta de farmácias e medicamentos, que não pagava aos bancos e a fornecedores, lesados em dezenas de milhões –, ontem, a procuradora Maria João Costa, do DCIAP, passou mandados de detenção. Enquanto Nuno Guerreiro e cúmplices foram só alvo de busca e apreensão – carros de luxo e iates –, os dez elementos da rede agora apanhada passaram a noite na cadeia e serão hoje presentes ao juiz Carlos Alexandre, no Tribunal Central de Instrução Criminal. Arriscam todos prisão preventiva.

APREENDIDOS CARROS DE LUXO COMPRADOS COM OS CRIMES

A maior parte das farmácias e dos suspeitos envolvidos na rede fraudulenta que lesou o Serviço Nacional de Saúde em 50 milhões estão instalados no Norte e no Centro do País. É o caso, por exemplo, de uma das mais conhecidas farmácias na rua de Santa Catarina, no Porto. No Norte, uma das médicas que foram apanhadas ontem na megaoperação da PJ trabalha no Centro de Saúde de Celorico de Basto. Em causa estão crimes de falsificação de documentos, burla qualificada e corrupção. No decorrer da operação de ontem, levada a cabo pela Polícia Judiciária em colaboração com o DCIAP, foram ainda apreendidos diversos… CM

CRISTIANO RONALDO e MESSI - «Se Ronaldo se incomoda que lhe falem de Messi, ainda tem de crescer»

O técnico holandês Johan Cruyff diz que Cristiano Ronaldo «não tem de se incomodar que lhe falem de Messi, da sua mãe, ou seja do que for». «Se isso lhe preocupa, ainda tem de crescer como homem e como futebolista», disse o antigo treinador do Barcelona, em declarações ao site da Liga Espanhola. Maisfutebol

Portugal - Espanha, visto por outros...

Diego Maradona - «A arbitragem foi má. O cartão vermelho [a Ricardo Costa]
foi injusto. Todas as faltas foram a favor da Espanha. Sou amigo do Baldassi
(o árbitro era argentino), não deixou Portugal progredir. O golo estava
fora-de-jogo. Não quero ser provocador nem agradar aos portugueses, mas o
árbitro auxiliar estava atrás do último jogador de Portugal que estava a
tapar o Villa. Dizem que o golo do Tévez foi fora-de-jogo. Este também foi.
O árbitro auxiliar era o Andrea Bocelli.»

João Pereira - "Acredito na verdade desportiva e só espero que a equipa de
arbitragem esteja preparada para fazer um grande jogo", afirmou o
internacional português, na resposta a uma pergunta, em que foi recordado o
desejo de Michel Platini, presidente da UEFA, em ver um Espanha-Alemanha na
final.

SIC - A nomeação de Cuneyt Çakir para o jogo entre Portugal e Espanha está a
gerar desconforto junto da seleção. Paulo Bento relembrou algumas polémicas
em torno da arbitragem durante o Euro.

RR - Cuneyt Cakir é o escolhido para dirigir o encontro das meias-finais do
Euro 2012 entre Portugal e a Espanha, anunciou a UEFA, esta segunda-feira. O
árbitro turco é internacional desde 2006, tem 35 anos e já dirigiu dois
jogos neste campeonato europeu: o empate a dois golos entre Suécia e Ucrânia
e a vitória da Itália, por 2-0, sobre a Irlanda. Não bastavam as declarações
do presidente da UEFA junta-se agora mais uma acha para a fogueira que está
longe de estar em lume brando. Depois de Michel Platini se ter mostrado
muito satisfeito com uma final entre Espanha e Alemanha no Campeonato da
Europa de 2012, junta-se agora o desconforto causado pela nomeação do turco
Cuneyt Cakir para dirigir o Portugal-Espanha desta quarta-feira, a contar
para as meias-finais do Euro2012. Segundo os responsáveis pela comitiva
nacional, Cakir está longe de ser um árbitro à altura para dirigir um
encontro desta importância, levantando assim questões pelo facto de ser o
espanhol Angel Villar o presidente do Comité de Arbitragem da UEFA.

Futebolportugal - Não bastavam estes episódios e ainda se junta o caminho da
seleção espanhola neste Campeonato da Europa. Basta recordar o encontro
frente à Croácia em que o alemão Wolfgang Stark não viu duas claras grandes
penalidades a favor dos croatas na área espanhola, facilitando o caminho de
uma equipa que sendo uma das melhores do Mundo não tem demonstrado, neste
torneio, os pergaminhos que a proclamaram campeã do Mundo e da Europa
consecutivamente.

Inimigo.publico - O INIMIGO PÚBLICO algures na Ucrânia – A seleção nacional
de futebol foi recebida com vaias à chegada ao hotel onde irá pernoitar
antes de vencer a Espanha na meia-final do Euro 2012. O árbitro turco Cuneyt
Çakir, que foi escolhido para arbitrar o Portugal x Espanha por Angel
Villar, presidente da federação espanhola de futebol e do comité de árbitros
da UEFA e por Senes Erzik, turco e vice-presidente do mesmo organismo,
estava lá (disfarçado de adepto do Saragoça) e gritou "Messi! Messi!
Messi!", chamou bota da tropa à primeira-dama de Portugal (Irina Shayk) e
teve palavras menos simpáticas para o urbanismo de Armação de Pera. Cuneyt
Çakir está a ser muito contestado pela FPF, que considera o senhor uma
espécie de Michel Platini com apito. O presidente da UEFA, avança a LUSA,
também foi visto a receber a seleção nacional com a célebre adaptação "Uma
vergonha / Vocês são uma vergonha / Uma vergonhaaaaa / Vocês são uma
vergonha" ao ritmo de "Guantanamera". MB

relvado.sapo - O árbitro turco Cuneyt Cakir foi o escolhido para apitar na
quarta-feira o Portugal-Espanha, o jogo que decidirá qual será o primeiro
finalista do Euro 2012.
Cuneyt Cakir, de 35 anos, já dirigiu nesta competição o Suécia-Ucrânia e o
Itália-República da Irlanda, ambos na fase de grupo. Esta época apitou
também o Barcelona-Chelsea, nas meias-finais da Liga dos Campeões. O francês
Stephane Lannoy foi o escolhido para o outro jogo das meias-finais do Euro
2012, entre Alemanha e Itália.

sol.sapo - Com o aproximar do duelo ibérico nas meias-finais do Euro 2012,
nenhum dos conjuntos parece plenamente satisfeito. Primeiro foram os
espanhóis a lamentarem terem apenas três dias de descanso entre os quartos e
a eliminatória seguinte. O selecionador Vicente Del Bosque lamentou que a
sua equipa tenha menos dois dias de repouso do que a de Paulo Bento. «Nesta
altura estamos muito fatigados», disse, domingo, referindo o peso das
elevadas temperaturas nessa situação: «O que é preciso é descansar bem para
o jogo com Portugal e continuar a ganhar. Temos menos dois dias de descanso
do que eles e é nisso que neste momento estamos a pensar. É um pequeno
'handicap'». Do lado luso, as queixas vão para o árbitro escolhido para a
partida de quarta-feira. De acordo com A Bola de hoje, os dirigentes
portugueses não têm confiança no turco Cuneyt Çakir. O jornal desportivo
refere na primeira página que o «presidente do comité de árbitros da UEFA é
espanhol» e que o «vice-presidente é turco e amigo do Barcelona e da UNICEF»
(referenciada nas camisolas de futebol do clube catalão). Ambos estão no
organismo que tutela a arbitragem europeia há duas décadas. A tudo isto
junta-se a pública preferência de Michel Platini por um Alemanha-Espanha na
final.

Crime dá a médicos 30 mil euros por mês.

Pois as viagens de férias (conferências, seminários, etc. ) continuam, as prendas… e depois o serviço nacional de saúde que pague!

Toda a história da megaburla que envolve médicos. ler no CM.

terça-feira, 26 de junho de 2012

French History

Angela Merkel arrives at Passport Control at Charles de Gaulle airport, Paris.

"Nationality?" asks the immigration officer.
"German," she replies.
"Occupation?"
"No, just here for a few days."

 

 

 

 

segunda-feira, 25 de junho de 2012

Jardim Gonçalves: acionistas «esmagaram» BCP.

… O ex-presidente do BCP prestou breves declarações à comunicação social no final da assembleia-geral do banco que aprovou por esmagadora maioria um plano de recapitalização que contempla o recurso a apoio estatal, mostrando-se incrédulo com o preço a que são negociadas as ações do BCP em bolsa (0,10 € foi o valor do fecho da sessão de hoje). Recorde-se que, em 2007, no auge da guerra do poder no banco, um grupo de sete acionistas do BCP pediu a marcação de uma assembleia-geral do banco, propondo o fim do conselho geral e de supervisão [à data presidido por Jardim Gonçalves], com o regresso ao modelo societário que vigorou na instituição financeira até 2006. A proposta, que viria a ser aprovada, foi subscrita por Manuel Fino, Bernardo Moniz da Maia, Vasco Pessanha, Joe Berardo, João Pereira Coutinho, Filipe de Botton e Diogo Vaz Guedes. A assembleia-geral extraordinária do BCP, realizada hoje em Oeiras, na zona da Grande Lisboa, aprovou o plano de recapitalização do banco que prevê o recurso a um empréstimo de três mil milhões de euros do Estado (através da subscrição de obrigações de capital contingente) e um aumento de capital destinado a investidores privados de 500 milhões de euros. Os três pontos da ordem de trabalhos foram aprovados por mais de 99% do capital representado no encontro. As operações de recapitalização são necessárias para o BCP cumprir as metas de capital core tier 1 (a medida mais eficaz de avaliar a solvabilidade de um banco) de 9 por cento em junho, de acordo com os critérios da Autoridade Bancária Europeia (EBA, na sigla em inglês), e de 10% até ao final do ano, segundo as regras do Banco de Portugal… TVI24

Combate ao desemprego jovem: O teu primeiro emprego EURES

Sente dificuldades em encontrar emprego no seu país natal e pensa iniciar a sua carreira num outro país europeu, mas considera que precisa de mais ajuda? Ou é empregador e não consegue encontrar o pessoal de que necessita no seu país de origem? «O teu primeiro emprego EURES» poderá ser a solução que procura.

Eu, a Alemanha e a bola

Portugal perdeu com a Alemanha. Todas as pessoas que entretanto encontrei, desde essa hora, foram unânimes: podíamos ter empatado. Melhor!: com alguma sorte, até podíamos ter ganho. Pois é, mas, no final, perdemos. E, quando se perde - mesmo que estivéssemos "à bica" de ter empatado ou, mesmo, de ter ganho -, a verdade é que... perdemos. Podia ter sido diferente, pois podia!, mas não foi.

Claro!, mas, c'os diabos!, perdemos contra a Alemanha da senhora Merkel, a Alemanha do velho marco (de que o euro é um mero pseudónimo em europês), a Alemanha onde fica o BCE e quem nele manda, a Alemanha que nos faz ver os eurobonds por um canudo! Todos sabemos que ganhar à Alemanha seria sempre muito difícil, que empatar até seria bem bom e perder (vá lá!) até já é quase normal. Não fica mal perder contra Alemanha em futebol (alguns, historicamente, teimam em não perder noutros campeonatos), em especial quando, em "jogo jogado" (que saudades tenho do Gabriel Alves, que nos dizia isto tão bem, num futebolês suave, sem o MBA do inenarrável Rui Santos, a quem só falta usar o "alavancar" do léxico dos gestores espertalhotes), "não ficámos atrás". É verdade, saímos "de cabeça levantada", jogámos "taco-a-taco", aquela bola na trave esteve "quase lá"! Pois é. mas, desculpem estar sempre a lembrar isto, no final, perdemos!

Provavelmente, um embaixador português não deveria dizer este tipo de coisas, devia estar aqui "puxar" pelo ânimo do país, a ser tão otimista como um espanhol até ontem, até à véspera do pedido de resgate. Mas, confesso, já não tenho paciência - deve ser da idade, embora eu suspeite que é também por outras razões - para edulcorar os meus sentimentos profundos: enquanto nos não libertarmos desta miserável, e também miserabilista, linguagem "sportinguista", das "vitórias morais" e do "quase", "não vamos lá". No futebol, aliás, como no resto.

Isto é Portugal, não no seu melhor, mas no seu real que, infelizmente, parece ser, de facto, o seu melhor. Um Portugal que é tão verdadeiro como o daquele "patriota" que, na assistência, exibia meio garrafão de vinho na cabeça, pintado a verde e a vermelho, "representando" o seu país. Significava um país que, não por acaso, também é o meu. Mas não havia no estádio alemães com cornos e capacetes ridículos? Claro que havia! Mas com o ridículo dos alemães posso eu bem... Porquê? Não percebem? Porque ganharam, caramba! Como o diria o Ricardo Araújo Pereira: "estou chateado? É claro que estou chateado!". Ainda não tinham percebido?

"O caminho da falência só pode provocar a falência", diz Louçã

O convívio juntou dezenas de pessoas no parque de merendas da Lagoa de Óbidos, onde Francisco Louçã fez o balanço do primeiro ano de Governo e de implementação do memorando da troika. "O Governo baseou-se numa enorme mentira, a de que a austeridade cura. A austeridade destrói, a austeridade desemprega, a austeridade aumenta a dívida, a austeridade ataca as pessoas. E enquanto a austeridade continua a criar desemprego, o Governo persiste na política da bancarrota", acusou o dirigente bloquista.

Portugal no mundo


Um dos aspetos curiosos da vida como diplomata é observar o modo como Portugal é visto pelos outros, que imagem de nós está criada pelo mundo, o que ficou da nossa História em países cujo passado cruzámos.

Há dias, ao efetuar uma diligência junto de um colega estrangeiro, e para além da eventual racionalidade daquilo que era a nossa pretensão, fui confrontado com a seguinte e espontânea reação: "Vocês podem sempre contar conosco! Eu nasci ao lado de uma fortaleza construída pelos portugueses. Desde criança que me habituei a admirar a vossa aventura pelo mundo".

Esta é uma riqueza não se mede em cifras do PIB e que, seguramente, vai durar muito para além da nossa dívida.

sexta-feira, 22 de junho de 2012

Preço do petróleo é maior ameaça para a economia do que a Grécia.

Bancos de investimento alertam que se preços continuarem a subir, ficará em risco a frágil recuperação das economias desenvolvidas. Riscos para a economia global equiparam-se aos efeitos da crise da dívida.

quinta-feira, 21 de junho de 2012

Luis Abreu

Volto a constatar uma obviedade: cada vez tenho mais mortos conhecidos.

Há semanas, morreu o José Guilherme Stichini Vilela. Um dia, em Angola, nos anos 80, o José Guilherme revelou-me que conhecera, já não sei por que luas, um arquiteto que tinha encarregado da renovação de um velho apartamento que comprara, em Lisboa. Olhei os desenhos e vi que estava perante um homem de extremo bom gosto. Chamava-se Luís Gomes de Abreu. Nesse entretanto, também eu comprei um apartamento, que queria remodelar. Numa vinda a Portugal, conhecemo-nos e encarreguei-o de me dar ideias para essa obra. Não podia ter feito melhor opção. O seu profissionalismo era imenso, a sua engenhosidade era inesgotável, embora o seu preço não fosse nada barato. A obra saiu muito bem.

O Luís não tinha um feitio fácil, era muito teimoso, muito orgulhoso daquilo que fazia, renitente até à exaustão às sugestões dos "donos das obras". Mas eu conseguia ser ainda mais obstinado e, como cliente, era "chatíssimo" (expressão dele). Exigi-lhe pormenores impensáveis: "nunca encontrei um cliente que me pedisse um desenho de uma sanca em tamanho natural, sem aceitar um desenho em escala", disse-me um dia, "só você!". Tivemos cordiais "pegas", mas também belas jornadas de conversa e copos, divertidíssimas, em que ficámos amigos e, depois, quase vizinhos. Recordo bem uma noite, no velho "Botequim", com o Luís a envolver-se numa polémica homérica com a Natália Correia, que acabou por se mudar para a nossa mesa, até às quatro da manhã.

Viamo-nos a espaços. Voltei a tê-lo como arquiteto, numa outra casa. E, claro, voltámos a "pegar-nos" sobre a obra... Mas continuámos amigos e ele continuava a fazer as coisas sempre muito bem. Quando vim para Paris, disse-me que fora ele quem tinha renovado o centro do Instituto Camões, na rue Raffet.

Desde há 30 anos, o Luís tinha uma rotina ímpar: era a primeira pessoa a mandar-nos boas-festas. Chegavam sempre no início de Dezembro. Este ano não chegarão. Dizem-me que o Luís morreu.

Código do Trabalho: Presidente da República escolheu “o lado dos mais fortes”

Esta segunda-feira, Cavaco Silva promulgou as alterações ao Código do Trabalho, exortando a que, "a partir de agora, se assegure a estabilidade legislativa com vista à recuperação do investimento, criação de emprego e relançamento sustentado da economia". O Bloco de Esquerda acusa o Presidente da República de ter escolhido o "lado dos mais fortes".

Parque Escolar pagou numa única escola três milhões em obras que nunca foram feitas.

Novo relatório do Tribunal de Contas é arrasador. Na Escola D. João de Castro as obras não eram feitas, mas eram pagas. Já no Liceu Passos Manuel, só retirar quadros de ardósia custou três mil euros.

O cheiro a alho

Leprosos. Os países com cheiro a alho são para eles uma espécie de gafaria, onde se deixa cair o corpo aos pedaços.

O que Wilders não sabe é que o alho é um poderoso antídoto contra os vampiros.

Portugal, Espanha, a Grécia e o resto dos pomares saqueados, ainda não cheiram suficientemente a alho.

Por isso mesmo a vampiragem, a escumalha financeira, continua a sentir-se atraída pelo pedaço de terra que esses países hoje são.

quarta-feira, 20 de junho de 2012

Armamento

Estive hoje à tarde numa grande exposição internacional de material de defesa, perto de Paris. Portugal tem lá uma empresa, fabricante de veículos de elevada qualidade, já com contratos em curso com alguns países. Esta é uma área da nossa indústria que, ao que apurei, muito deve já à aprendizagem feita pela tropas portuguesas que têm estado envolvidas em operações de paz de natureza internacional, com grande honra para as nossas Forças armadas e com grande prestígio paralelo para o nosso país - muito em especial para a nossa política externa, convirá sublinhar.

Ao atravessar os imensos espaços onde se publicitam as vantagens de uma incrível gama de produtos para uso militar e em áreas de segurança, desde carros blindados a armas ligeiras e pesadas, numa impressionante parafernália de meios sofisticados de combate, dei comigo, subitamente, algo chocado ao olhar um video, repetido num écran, no qual se via o efeito fortemente destruidor de um míssil sobre um edifício.

Estou longe de ser um pacifista radical, sei respeitar e defender as "guerras justas" e a necessidade do uso da força para impor os valores que consideramos fundamentais a uma ordem internacional mais justa, mas devo confessar que, por um instante, senti-me menos bem ao ver aquele filme laudatório de uma arma terrivelmente letal, quiçá idêntica às que, nos dias de hoje, liquidam a fome de liberdade dos cidadãos da Síria.

O mundo é o que é, mas isso não nos impede a que, por vezes, sintamos mais fundo as suas (e as nossas) contradições.

Garaudy

Quando, num final de tarde de 1969, entrei na Moraes, o único cliente presente naquela livraria lisboeta, que falava com o livreiro, voltou-se e encarou-me ostensivamente, com cara de poucos amigos, como que incomodado pela minha presença. Eu conhecia-o, ele não fazia a mínima ideia de quem eu era. Ele chamava-se Francisco de Sousa Tavares, era advogado e um conhecido membro da oposição. O livreiro, distendeu o ambiente: "Não há nenhum problema", disse para Sousa Tavares, sorrindo. E acrescentou: "É um amigo"...

A situação era curiosa. Ambos íamos à procura de um livro, acabado de sair em França, que tínhamos encomendado semanas antes e que nos fora dito que chegaria naquele dia. O livro era "Le grand tournant du socialisme" e o seu autor, Roger Garaudy, era um intelectual dissidente do PC francês.

Ao tempo, obter alguns livros, portugueses ou estrangeiros, menos conformes com os gostos do regime, era uma tarefa que implicava conhecimentos "de confiança" em algumas escassas livrarias. A Moraes, tal como a Barata na Avenida de Roma, proporcionava-nos essa cumplicidade. No caso da Moraes, dava-se mesmo a curiosidade da livraria se situar no mesmo quarteirão onde estava a PIDE... Por isso, todos os cuidados eram poucos.

Garaudy era, à época (e já perceberão porque escrevo "à época"), uma espécie de precursor daquilo que se iria chamar o "eurocomunismo", isto é, uma evolução, tendencialmente democrática, dentro do comunismo na Europa. Fazia parte daqueles a quem os ortodoxos, em especial os maoístas, chamavam "revisionistas", por advogarem uma linha política que começava a colocar em causa as premissas da orientação moscovita, então ainda dominante na generalidade dos partidos comunistas ocidentais. Antigo resistente e prisioneiro durante a ocupação alemã, Roger Garaudy integrou o comité central do PC francês, tendo sido eleito deputado e, mais tarde, senador.

Mas o percurso de Garaudy não iria ser linear. Opositor da invasão russa da Checoslováquia, foi expulso do PCF, passou a atacar o ateísmo, fez uma deriva pelo catolicismo, converteu-se ao Islão, tornou-se anti-sionista feroz para, finalmente, contestar a própria existência das câmaras de gaz no nazismo. Um percurso, pelo menos, bem singular.

No que me respeita, confesso que já quase me não lembrava dele. A sua morte, hoje conhecida, acabou por ajudar a recordá-lo e, também, a recordar o tempo em que o que ele escrevia era interessante para alguns de nós. E talvez não seja por acaso que a sua desaparição foi anunciada por um "site" de extrema-direita...

Colonatos israelitas promovem turismo para aprender a "matar terroristas"

Um grupo de norte-americanos visita um aldeamento turístico israelita nos territórios palestinianos da Cisjordânia. Roupa leve e preparada para resistir ao calor, chapéus, ténis e uma mochila. Um cenário, aparentemente, normal. Depois agrupam-se e começam a cantar: "matem os terroristas". É a mais recente polémica em Israel. Turismo sionista promovido pelos colonatos instalados nos territórios ocupados.

Julian Assange pede asilo ao Equador

"Este pedido foi feito ao Ministério dos Negócios Estrangeiros na capital Quito. Estou grato ao embaixador equatoriano e ao governo do Equador por avaliarem o meu pedido", disse Assange ao diário britânico The Guardian.

A embaixada do Equador declarou que repassou imediatamente o pedido ao departamento responsável em Quito, e que, enquanto o departamento avalia o pedido, "o sr. Assange permanecerá na embaixada sob a proteção do governo equatoriano".

Grécia

 

Na história política grega, uma aliança governamental entre o partido conservador Nova Democracia e os socialistas no PASOK é um caso inédito. As raízes profundas de ambas as formações partidárias apontam para direções bem opostas, fruto de linhagens familiares próprias, de clientelas divididas e de outros fatores de "balcanização" em que a sociedade grega é useira. Só uma ameaça exterior (como será a da imediata bancarrota ou seria a da Turquia) terá levado a este quase milagre político, que se anuncia muito conjuntural.

Em Portugal, a experiência do Bloco Central (1983/1985), uma coligação governamental entre os dois maiores partidos que a democracia havia feito emergir uma década antes, acabou por se revelar uma solução positiva para garantir uma expressão de vontade política maioritária, capaz de enfrentar uma situação de grave emergência nacional.

A prazo, sabe-se que os modelos de "unidade nacional" têm os seus limites, em particular temporais, porque juntam "água e azeite", porque são contra-natura face à normal canalização individualizada de diferente projetos políticos e, muito em especial, porque têm como inevitável consequência fazer crescer as oposições que deles ficam fora, as quais sempre aproveitam para federar o descontentamento que a implementação de políticas impopulares sempre gera.

Combate ao desemprego jovem: O teu primeiro emprego EURES

Sente dificuldades em encontrar emprego no seu país natal e pensa iniciar a sua carreira num outro país europeu, mas considera que precisa de mais ajuda? Ou é empregador e não consegue encontrar o pessoal de que necessita no seu país de origem? «O teu primeiro emprego EURES» poderá ser a solução que procura.

Joana Vasconcelos em Versalhes

Só visto!

G20: o problema chama-se Merkel

O editorial do mais influente diário dos Estados Unidos afirma que a reunião do G20 conseguiu dizer "algumas coisas corretas" sobre a crise da zona euro, observando que esta é claramente a maior ameaça à economia global. A declaração final, um documento compacto de 14 páginas, fala em promover o crescimento, garantir a estabilidade financeira e apoiar uma mais forte união fiscal, diz o diário novaiorquino.

Instituto concedeu meio milhão em subsídios depois de ser extinto?!?!?!

O Instituto do Desporto da Região Autónoma da Madeira concedeu, já depois de ser extinto, 567 mil euros a clubes para apoio a deslocações de equipas que participam em competições fora da ilha. Tolentino de Nóbrega. PUBLICO.

segunda-feira, 18 de junho de 2012

El Corte Inglés organiza caçadas em África: uma girafa custa 2200 euros.

Ver aqui: viajes el corte ingles

El Corte Inglés organiza caçadas: uma girafa custa 2200 euros. Depois do escândalo com o rei de Espanha, também o El Corte Inglés está a ser fortemente criticado. Na Internet, os protestos e petições vão-se multiplicando. Caçar uma girafa custa 2200 euros e um búfalo 12.500. Mais barato que isto só mesmo o javali: 280 euros. A cadeia espanhola de lojas El Corte Inglés organiza viagens de caça com destino à província de Limpopo, na África do Sul. P3

Joanna Mucha to polska Lara Croft.

A ministra do desporto da Polónia!

Obcisła koszulka eksponująca biust, bojówki, długie włosy i pistolet w ręku – to nie opis znanej z gier i filmów bohaterki Lary Croft, a posłanki Joanny Muchy, która pokazuje swoją drugą, bardzo gorącą twarz w nowym tygodniku "Wprost Light".

Autor: www.wprostlight.pl

- Poznaj najseksowniejsza posłankę – zachęcają redaktorzy nowego pisma. Rzeczywiście, związana z Lublinem Joanna Mucha stawia na nowy wizerunek i na okładce prezentuje się w obcisłej koszulce podkreślającej biust i z pistoletem w ręku.
Posłanka wygląda jak Lara Croft, słynna postać z gier, w którą w wersji filmowej gry wcieliła się aktorka Angelina Jolie.
Joanna Mucha przyznaje, że zdecydowała się na odważną sesję zdjęciową, bo nie uznaje słabości i podziwia silne kobiety. W wywiadzie z „Wprost Light”, posłanka opowiada o sobie, fascynacji karate, swoich siwych włosach, paleniu, życiowych przyjemnościach i dementuje plotki o romansie z partyjnym kolega Jarosławem Gowinem. MM Moje Miasto

Saúde gastou mais 93 milhões para contratar médicos através de empresas.

Em Agosto, o Ministério da Saúde (MS) determinou, através de despacho, que “a contratação de médicos na modalidade de prestação de serviços, por todas as instituições do Serviço Nacional de Saúde (SNS), só é admissível em situações de imperiosa necessidade”… Na sequência do despacho, o custo com prestações de serviço, no total de custos com pessoal, reduziu de 6,34% em Setembro de 2011 para 4,26% em Abril de 2012, mas “tal não foi suficiente para evitar que, em 2011, se verificasse, em relação a 2010, um aumento de cerca de dois milhões de euros naquele modelo de contratação, tendo passado de cerca de 91 milhões de euros para cerca de 93”, adianta… No sábado, o ministro da Saúde reiterou que o Governo é “favorável às carreiras médicas”, como provam os concursos para novas admissões no SNS, e que só abriu concursos para prestação de serviços médicos por falta de oferta. Paulo Macedo disse ter sido desbloqueado “outro concurso que estava por abrir” e revelou estar a averiguar “junto da Ordem dos Médicos (OM) e das ARS [administrações regionais de saúde] o porquê de concursos que estão por concretizar há sete anos”. Neste âmbito, disse “não compreender” a greve convocada para Julho pela OM e pelos dois maiores sindicatos do sector, tendo por base o concurso lançado pelo ministério para a prestação de serviços médicos ao SNS, procedimento que as três organizações consideram ilegal. “Se nós conseguíssemos os médicos com a especialidade de medicina geral e familiar disponíveis no mercado obviamente que os contrataríamos todos dessa forma, mas já abrimos todas as vagas possíveis relativamente à oferta que há”, sustentou. Paulo Macedo garantiu que “a opção política [do Governo] relativamente à prestação de serviços é de diminuição do [seu] número, porque [o Executivo] quer é os médicos estabilizados de acordo com as suas carreiras, quando os haja”. PUBLICO.

quarta-feira, 6 de junho de 2012

A jornalista do Público Maria José Oliveira pede demissão. Assunto Miguel Relvas...

Que estória mais mal contada!!!
"Pedi a demissão (...). A forma como o processo foi gerido fez-me perder a confiança na direção, pelo que entendi que não tinha condições nem vontade para continuar no jornal", afirmou a jornalista do Público numa mensagem de telemóvel remetida à agência Lusa.

Menos de 20 horas em Lisboa

1. Que calor! Parece Marraquexe!

2. É dos meus olhos ou a cidade está bem mais suja?

3. Não é dos meus olhos: há um claro declínio do trânsito em Lisboa.

4. Encontrei um taxista com uma solução para resolver a questão do "gangsterismo" de alguns dos seus pares no aeroporto de Lisboa. Só que "a Antral não quer", disse-me.

5. "Às vezes, os seus textos são longos demais para um blogue. E saem melhor quando se afastam da atualidade". Tomei nota, mas não prometo nada.

6. Assumi funções como membro da comissão para a revisão do Conceito Estratégico de Defesa Nacional. Senti a falta de alguém que, infelizmente, não pode lá estar: Ernâni Lopes.

7. Somos o país do ouro. Trouxemo-lo do Brasil para o derreter em patetices, entesourámo-lo com Salazar (com barras de origem duvidosa, com a suástica inscrita, ainda nos fundos do Banco de Portugal) e, agora, nestes tempos em que nos troikam as voltas da vida, os agiotas de banca montada por todos as ruas de Lisboa (até na minha) arrancam-no à miséria das famílias.

8. No aeroporto, nas partidas, fazem-nos agora passar pelo meio do "free shop". "Good try!", mas já ando nisto há muito tempo e só compro o que me faz falta.

Síria


 
Este blogue tem mais de três anos. Tinha sido visitado por internautas de 168 países ou territórios com "label" informático internacional próprio. Nunca da Síria.

Ontem, chegou o primeiro visitante oriundo da Síria. Será um sinal de esperança?

انتم مدعوون الى الحرية
 

Saúde está em risco devido à obsessão financeira do ministro

Será só essa a preocupação do bastonário?
Em entrevista ao Jornal de Notícias, o bastonário da Ordem dos Médicos, José Manuel Silva, afirma que a saúde dos portugueses está em risco por causa da obsessão financeira do ministro da Saúde, Paulo Macedo, e dos cortes impostos pela troika.

Jubileu

Eu devia ter aí uns 6 anos e, com uma tia-avó, recordo-me de mim num camarote do antigo Teatro-Circo, de Vila Real, a ver o filme da ascensão ao trono de Isabel II. Algumas imagens de infância não nos abandonam e aquelas fazem parte do meu património de memória. A da jovem raínha a ser coroada pelo arcebispo de Cantuária ficou-me para sempre.

Na meia dúzia de vezes em que tive a ocasião de trocar umas palavras de circunstância com a soberana britânica, devo dizer que tentei sempre, sem o menor sucesso, perceber o que estava por detrás daquela postura formal, daqueles olhos atentos, daquele leve sorriso com que cumpria, aparentemente sem falhas, o seu papel institucional. Para mim, Isabel II foi e será sempre uma figura enigmática.

Não tem sido dito que a esmagadora maioria dos problemas que testaram a capacidade de gestão da raínha britânica acabaram por não ser de pura natureza política, interna ou externa. Eles decorreram, maioritariamente, das derrapagens de integrantes da própria casa real britânica, passando daí, com frequência, para preocupações com dimensões de Estado. As grandes questões que o Estado britânico teve de enfrentar nestas seis décadas, da guerra do Suez à das Falkland/Malvinas, das temáticas da guerra fria às aventuras com o "amigo americano" no Golfo e adjacências, das greves de dimensão histórica à barbárie dos atentados terroristas, tiveram na raínha o patriótico notário que o seu papel institucional exigia. Sempre leal ao governo legítimo, mesmo quando se sabia que o detestava, escrupulosa leitora dos discursos do trono, mesmo quando estes apontavam para políticas contrastantes. Era essa a sua função e foi a consciência de que dela se não deveria desviar um milímetro que lhe garantiu o prestígio de que disfruta. Para bem do seu país, diga-se.

Ontem, ao ver, por uns minutos na televisão, as carruagens a passar pelo Mall, e não obstante o caráter entusiástico com que a locução da BBC procurava descrever a dimensão dos aplausos, não terá escapado a ninguém, a começar pela própria raínha, que as multidões que a saúdam já não são o que eram, que o magnetismo da coroa, seis décadas passadas, pode estar a erodir-se, que a sociedade britânica mudou imenso na sua atitude face aos ocupantes de Buckingham. Mas é uma indiscutível evidência que, se esse "appeal" ainda se mantém no nível em que está, isso se deve a essa grande profissional do Estado que é a raínha Isabel II.

Sem agenda

Um dia, António Guterres explicou-me que "numa entrevista, a nossa pior frase será sempre o título". Sei isso bem, e, em geral, tenho-me precavido. Só não consigo evitar que títulos que se tornam deliberamente enganosos possam desvirtuar o que digo.

Hoje, leio na net: "Embaixador em Paris: Portugal sem agenda para a política francesa". Ó diabo, dirá qualquer leitor, particularmente aquele que nem chega a ler o texto. Então não temos "agenda"? Isso deve ser uma coisa má! Afinal, o que é que o embaixador anda a fazer por lá, sem "agenda"?

Vai-se ao texto e o que é que eu digo à Lusa: que Portugal não tem uma agenda nacional para projetar na política francesa. O que quer isto dizer? Quer dizer que a defesa dos interesses portugueses em França não passa pela afirmação de quaisquer reivindicações em matéria de execução de políticas que se reflita na ação legislativa das estruturas parlamentares que vão sair das eleições para a Assembleia Nacional, cuja primeira volta tem lugar no próximo domingo. No que eu disse, deixei uma única exceção: o nosso interesses em procurar sensibilizar o governo francês com vista a ver aumentados os lugares de professores de português no ensino oficial, por forma a garantir linhas de continuidade ao tratamento da língua portuguesa nos diversos patamares desse mesmo ensino.

Mas que se há-de fazer! Vender jornais obriga a estes jogos ilusionistas de palavras, a estas "jongleries" circenses para captar as atenções. Vale tudo!

Ministério das Finanças faz caça aos carros de luxo.

 

Mais um simulacro de preocupação e espéctaculo, para nos fazer crer que estão preocupados, com o enriquecimento ilicito, corrupção, e demais desmandos ilegais civil, criminal e imorais…

E as casas, os barcos, os aviões, etc… Porque o próprio ministério não se preocupa também com a caducidade de penhoras, de multas, etc, que os seus funcionários deixam passar?

TDT: Deco critica Anacom por falta de alertas sobre alteração de frequências.

É vergonhosa esta situação coberta pelo governo de José Sócrates, que deu à PT a gestão do processo, quatro canais e pagar o aparelho!!! Qualquer país europeu tem mais canais, basta olhar para os nossos vizinhos e encontram-se quatro vezes mais. Pagar por um aparelho que quase nenhum país pagou e os que pagaram foram bastante inferiores!!! Estas entidades estatais salvo excepções e algumas pessoas bem intencionadas são autenticos asilos de amizades e compadrios, no favorecimento a quem os lá coloca e aos interesses dos seus superiores, não aos do povo, a que essa gente não pertence naturalmente.

“A Deco criticou esta quarta-feira a entidade reguladora das comunicações, a Anacom, pela falta de alertas face às alterações nas frequências de Televisão Digital Terrestre (TDT), que vão obrigar os consumidores a pagar para mudar a sintonização das antenas. "A 18 de Maio último, a Anacom viu-se forçada a atribuir à Portugal Telecom uma nova licença de seis meses: o sinal TDT será emitido em mais três intervalos de frequência, para sintonizar os quatro canais livres, difundidos pelos emissores de Monte da Virgem, da Lousã e de Montejunto", refere a organização de defesa dos consumidores em comunicado hoje divulgado. Contactado pela Lusa, o secretário-geral da Deco explicou que as alterações "fizeram com que fosse necessário religar emissores que já estavam desligados" e que "isso provoca uma situação perfeitamente desarranjada e desajustada porque vai fazer com que, em muitos sítios, haja necessidade de fazer uma nova orientação das antenas". A situação constitui não só um novo incómodo para as pessoas, sobretudo os mais idosos e no Interior do país, além de uma provável repetição de gastos "porque é preciso chamar de novo técnicos para restabelecer a qualidade do sinal", acrescentou Jorge Morgado. "Isto tudo acontece porque a Anacom não fez uma fiscalização eficaz e este processo não foi devidamente planificado e acompanhado", acusou. Por isso, defende o secretário-geral da Deco, "a Anacom devia vir a terreiro explicar exatamente o que vai acontecer, para que os consumidores saibam qual é o problema e tomem as medidas adequadas". Além disso, adiantou, "é fundamental que a Anacom informe que não vai haver despesas a suportar pelas populações com esta situação". Para Jorge Morgado, é preciso pôr equipas de técnicos nos locais para ajudar as pessoas e, "se calhar, para melhorar a cobertura, é preciso um novo investimento". A passagem do sinal analógico de televisão para o sinal digital, com a adopção da TDT, tem provocado muitas queixas à Deco, disse o responsável. Desde o apagão a 26 de Abril, as reclamações no portal da entidade duplicaram, passado de de 684 para cerca de 1400, sendo quase todas referentes a sinal instável e perda de recepção. "A Anacom, como entidade reguladora, tem de tomar medidas que permitam que todos os portugueses tenham a possibilidade de ter acesso aos quatro canais de televisão. E ter acesso é ter qualidade de sinal e durante todo o dia", concluiu. - CdaM

A Troika pede fim dos aumentos salariais automáticos.

De acordo com o jornal Público a troika quer continuar o ajustamento salarial e evitar que empresas frágeis tenham custos salariais que não podem ou não querem suportar. Além disso devem ser revistas os organogramas das empresas, em que não se continue a verificar existirem demasiados directores, demasiados chefes e administradores, todos com mordomias tais, que a única forma de se justificarem é exigir que os operários, empregados na generalidade não usufruam de vencimentos melhores, e pagos a tempo e horas como mandam as leis da republica e as leis morais de arautos religiosos.

Miséria moral.

O dr. António Borges é um senhor de meia idade, cabelos ruivos e ralos, carregado de currículo, de patronímicos virtuosos e de tarefas cintilantes. Onde há funções que exijam perícia e frieza, lá está ele a preenchê-las com zelo e vultosas compensações. Em matéria de números, estratégias de lucro, prospectivas financeiras, mercados e juros, o dr. Borges sabe-a toda. Um jornalista de Le Monde, que o estudou, fala de mistério e de oclusão, num livro que está aí, cujo título, O Banco - Como o Goldman Sachs Dirige o Mundo, e cujo conteúdo é demasiado perturbador para que o ignoremos. Sobre todos estes tranquilos predicados, o dr. Borges é cristão, formal e brunido, conselheiro do Governo para as privatizações, dedicando-se, claro!, a outros biscates. Em 2011 arrecadou 225 mil euros, fora o que escorre, isentos de impostos. Pois o dr., em declarações a um jornal, foi veemente e irretorquível, na defesa da redução de ordenados. Disse, entre outras pérolas cristãs e compassivas: "A diminuição de salários, em Portugal, não é uma política, é uma urgência e uma emergência." Apesar da "miséria moral" em que vivemos [Francisco Pinto Balsemão dixit], as ditosas frases não caíram no vazio. Um vendaval de protestos e de indignações cobriu-o e à desvergonha das afirmações. O coro estendeu-se. A bojarda foi execrada por gente do PSD e do CDS, não muita, diga-se de passagem, mesmo assim...

Sorridente e na aparência são, o dr. Pedro Passos Coelho apoiou, com límpido silêncio, as declarações do dr. Borges. Loquaz foi, isso sim, com os procônsules da troika que, entre outras exigências, prescrevem o afastamento dos sindicatos de negociações e uma maior flexibilização das leis do trabalho. Dias antes, no jantar do Conselho Europeu, o governante português, "contrariando Monti, Hollande, Rajoy, Juncker, o FMI e a OCDE, entre muitos outros líderes e instituições, apoiou Angela Merkel contra as euro-obrigações", escreveu (DN, 25 de Maio, pp) o prof. Viriato Soromenho-Marques. Este, com a habitual lucidez, acrescentou: "O escândalo racional da chanceler alemã é, assim, apoiado pelo mistério irracional do comportamento do primeiro-ministro português. A lógica da subserviência tem, na decência, o seu limite moral, e no interesse nacional o seu absoluto limite político. Passos está a rasgar todos os limites." A situação não é, apenas, política; é, também, moral, como diz o articulista. A história, para muitos de nós, continua a ser uma memória de facínoras, com as linhas de sustentabilidade mantidas por vastos interesses e por jornalistas e comentadores estipendiados. A comunicação de sentido, ao público, é propositadamente ambígua, a fim de salvar as aparências. Esta gente que dirige o País não se recomenda pela decência e pela integridade. É uma "miséria moral". por BAPTISTA-BASTOS - DN

terça-feira, 5 de junho de 2012

Manuel José arrasa selecção: “É um circo autêntico”

O treinador Manuel José criticou nesta terça-feira a forma como tem decorrido a preparação de Portugal para o Euro 2012, qualificando-a como “um circo autêntico”. PUBLICO.

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Analyse Le Président a réuni ses 40 collaborateurs pour la première fois, vendredi, affichant des différences avec son prédécesseur. - Libération

António Borges ganhou 225 mil € livres de impostos.

Citibank, BNP-Paribas, Petrogal, Sonae, Cimpor, Vista Alegre… tudo lugares por onde passou… O consultor do Governo que defendeu redução dos salários!

“António Borges, o consultor do Governo que defendeu esta semana a redução urgente dos salários, ganhou, em 2011, 225 mil euros livres de impostos, apurou o CM. Como director do FMI para a Europa no ano passado, António Borges ganhou cerca de 306 mil dólares (quase 225 mil euros ao câmbio da altura) isentos de impostos, porque tinha, como todos os funcionários do FMI, um estatuto de funcionário de organização internacional (semelhante àquele de que beneficiam os funcionários das Nações Unidas), o que implica o pagamento de salário líquido. Borges trabalhou, até Novembro de 2010, como administrador da empresa Galeno Participações SGPS. E auferiu um rendimento anual da ordem dos 350 mil euros, acumulando ainda a presidência de um fundo de investimento - o Standards Board - em Londres. O actual consultor do Governo para as privatizações e parcerias público-privadas (PPP) foi nomeado director do departamento do FMI para a Europa em Novembro de 2010 pelo então director-geral, Dominique Strauss-Kahn, substituindo o polaco Marek Belka, que se tornou governador do Banco Central da Polónia. Borges iniciou funções no FMI no final de Novembro de 2010 e desempenhou o cargo até meados de Novembro de 2011, quando apresentou a sua demissão à directora-geral, Christine Lagarde, alegando razões pessoais. Não tendo residência em Portugal há vários anos, Borges apenas tem de entregar a declaração de rendimentos no nosso país se obtiver rendimentos em Portugal da categoria G, relativa a rendas, ou F, referente a mais-valias, mas não declara o rendimento do trabalho como funcionário do FMI, justamente porque está isento de impostos. Contactado pelo Correio da Manhã, António Borges escusou-se a fazer comentários.

TRABALHO DE BORGES É "UM MISTÉRIO"

Marc Roche, autor de um livro sobre os bastidores do banco Goldman Sachs e jornalista do ‘Le Monde', considera o trabalho de António Borges no banco "um mistério". O economista foi vice-presidente da instituição em Londres entre 2000 e 2008, tendo depois passado pelo Fundo Monetário Internacional (FMI). "Sei que ele esteve no Goldman Sachs mas não sei o que é que ele fez ou em que secção trabalhou", afirmou Roche.

GOVERNO NÃO REVELA ORDENADO

O Governo não revelou ainda o salário de António Borges como consultor para a área das privatizações, das parcerias público--privadas (PPP) e para a reestruturação do sector empresarial do Estado. A única informação conhecida é que a equipa de cinco economistas liderada por Borges custa 25 mil euros por mês. A nomeação de António Borges para consultor do Executivo foi anunciada pelo próprio primeiro-ministro, Pedro Passos Coelho, em Fevereiro deste ano. A acção do ex-director do FMI na Europa como consultor do Governo tem gerado polémica, a ponto de ter sido ouvido em Maio na comissão parlamentar de Economia e Obras Públicas por causa da oferta pública de aquisição (OPA) da brasileira Camargo Corrêa sobre a Cimpor. E os próprios banqueiros não terão ficado muito satisfeitos com a sua intervenção no processo de recapitalização da Banca. Na sexta-feira dia 1 de Junho, o CM questionou a Parpública sobre o montante do salário de António Borges como consultor, mas, até ao final desta edição, não obteve resposta. Borges, recorde-se, foi vice--presidente do PSD na liderança de Manuela Ferreira Leite até Fevereiro de 2010.”

CM Por:António Sérgio Azenha/ Miguel Alexandre Ganhão

segunda-feira, 4 de junho de 2012

Estas enfermeiras trabalham a troco de alojamento e alimentação.

Sem trabalho, duas enfermeiras, Isabel Moreira e Tânia Dias, puseram-se a caminho do Planalto Mirandês, Bragança, e decidiram montar, durante três meses, um projecto de voluntariado em que oferecem os seus serviços a troco de alojamento, alimentação e ofertas várias. Findo o prazo, esperam um contrato. Publico

musica letal

Estado vai pôr até 6650 milhões de euros em três grandes bancos.

O Estado vai injectar até 6650 milhões de euros na banca nacional. Mais de metade deste valor está reservado para o BCP. A Caixa recebe 1650 milhões e o BPI até 1500 milhões, segundo anunciou esta segunda-feira o Ministério das Finanças.

Oposição da Madeira assina hoje "pacto pela democracia".

O "Público" escreve que todos os partidos da oposição regional, numa iniciativa inédita em 36 anos de autonomia político-administrativa da Madeira, assinam hoje um "pacto pela democracia" na região. "O défice democrático que se vive na Madeira foi, porventura, a principal causa da situação catastrófica a que a região chegou. A ausência de soluções e a persistência nos atropelos graves ao bom funcionamento da democracia revelam que são indispensáveis ações concertadas e sistemáticas de modo a trazer para o quotidiano regional a ética democrática e os valores da liberdade de expressão", lê-se no documento que esta tarde será assinado pelos representantes do PS, CDS/PP, PTP, PCP, MPT, PND, PAN e BE.

Ainda sobre as séries.

Os maluquinhos das séries ficam muito zangados quando eu o digo, mas todos os dias há novas provas disso. Depois do boom criativo do início do século, a TV entrou numa verdadeira modorra, praticamente se limitando à repetição de fórmulas. Claro que, pelo meio, surgem objetos razoáveis. Por si só, pois, as notícias de que a NBC está a preparar uma série chamada Hannibal e a MGM outra chamada Clarice não são más. Hannibal Lecter (sobretudo este) e Clarice Starling são personagens de tal forma fortes, que só projetos muito incompetentes falharão em produzir pelo menos um satisfatório entretenimento a partir deles (o mesmo se poderá dizer, aliás, de O Exorcista, que Sean Durkin vai transformar numa minissérie). E, porém, o problema mantém-se: trata-se de fórmulas testadas, a que se recorre principalmente por motivos contabilísticos. Felizmente para a contabilidade, os blogs, os grupos de Facebook e os humoristas do costume cá estarão, para mimetizar as modinhas do Oklahoma, forjar "fenómenos de culto" e, pelo meio, tornar a vender O Dartacão e Os Três Moscãoteiros, o Thriller e, claro, A Guerra das Estrelas, o mais sublime exercício sobre, digamos, mitologia, filosofia e religião que alguma vez se conseguiu executar num planeta provido de água doce (nos outros ainda não se sabe). Tudo o que importa, naturalmente, é saber o nome do ator que fazia de Red Six, repetir de cor as falas de Darth Vader e cair em cima do primeiro que disser que o coordenador de duplos do primeiro episódio foi Bob Anderson. "Ganda estúpido! Não se vê logo que aquilo é trabalho do Peter Diamond?" É assim o "mundo dos fãs": pensar é proibido. Não contem comigo.

por JOEL NETO - DN

sexta-feira, 1 de junho de 2012

Economia de Espanha afunda-se, responsáveis recebem indemnizações milionárias

Nesta quarta feira, a bolsa de Madrid continuou a afundar-se caindo 2,58%, enquanto a taxa de juro dos títulos da dívida soberana chegou aos 6,703%, muito próxima dos valores que levaram aos pedidos de resgate da Grécia, da Irlanda e de Portugal. O prémio de risco de Espanha, diferencial entre a taxa da dívida de Espanha e a da Alemanha, chegou a 540 pontos, o mais elevado de sempre1.
 

Clareza

No Ministério dos Negócios Estrangeiros, como por aqui já referi algumas vezes, a principal relação escrita entre Lisboa e os postos no exterior faz-se através dos chamados "telegramas", qualificação que ainda vem do tempo em que eram enviados, de facto, telegramas através dos correios, com os textos submetidos a uma "cifragem" prévia, a que correspondia mais tarde uma "decifragem" no destino. Hoje, esses procedimentos são feitos por meios mais sofisticados - eu diria mesmo, tão sofisticados e dependentes de tais tecnologias que algumas interrogações se colocam quanto à sua real fiabilidade. Mas devo ser eu que sou um desconfiado...

Esta introdução é apenas para enquadrar uma historieta, que tem algumas décadas e que, ao que me contaram, foi então muito falada. Tratou-se de um telegrama enviado pela nossa missão na ONU, em Nova Iorque, de resposta a um outro, chegado de Lisboa. Ao que parece, o embaixador teria ficado abespinhado com uma insistência da "Secretaria de Estado" (nome pelo qual os postos no exterior tratam o MNE em Lisboa) sobre um assunto que ele achava já ter esclarecido devidamente. Vai daí, decidiu-se remeter um telegrama com um texto que poderia ser o que se segue:

Com referência ao telegrama dessa Secretaria de Estado nº 457, não posso senão reiterar tudo quanto já adiantei no meu 654, o qual, aliás, refletia a perspetiva que avançara no meu 398. Porém, em face da insistência agora feita, pergunto-me se essa mesma perspetiva, que tinha nomeadamente em conta as instruções que aqui recebi dessa SE pelo 347, do ano transato, é, em si mesma, compaginável, por exemplo, com as anteriores instruções constantes da circular 34, no seu ponto 12, desse mesmo ano. VExa compreenderá que, havendo dúvidas, será legítimo cruzar tal doutrina com aquilo a que meu colega em Roma judiciosamente aludia, há semanas, no seu 197, aditando, aliás ao seu anterior 65, texto que ganharia em ser revisitado. É que, a assim não ser, só posso concluir que ainda se manterá válida, devendo ser seguida, a linha que a nossa embaixada em Londres expressava no seu 178. É no cruzamento dessa perspetiva de abordagem, que não deixa de ter em conta tudo quanto antecede, que se situa posição desta Missão. Salvo melhor opinião, julgo ter sido cristalinamente claro.

E o embaixador assinou por baixo. Em Lisboa, ao que consta, o telegrama provocou um sururu nos serviços, obrigando os desgraçados dos arquivistas a coletarem todas as comunicações cuja numeração fora citada, sem que, por um momento, houvesse a mais pequena ideia daquilo a que o embaixador se estava concretamente a referir. Não queria ele outra coisa, diga-se!

(Nota: o exemplo da imagem é um telegrama, aliás histórico, que já foi "desclassificado". Essa é a razão pela qual o publico. Para um diplomata, um telegrama é um instrumento de comunicação "sagrado", que a deontologia profissional impede de divulgar)

A Grécia passa bem sem a “simpatia” demonstrada pelo FMI ao Níger

Os comentários grosseiros de Christine Lagarde sobre a Grécia causaram uma agitação compreensível no país. Mas no Níger o desdém pela diretora do FMI deve ser semelhante. Ao desprezar o sofrimento das mães na Grécia, Lagarde disse que sentia mais compreensão pelas «crianças de uma escola numa vila pequena do Níger».
 

A crise síria e a crise da nossa imprensa

Sob o elegante título "Portugal corta com embaixadora síria na UNESCO", a edição on-line de um diário de referência traz hoje a seguinte "notícia":

"Portugal decidiu cortar as poucas relações diplomáticas que tinha com a Síria e declarou 'persona non grata' a embaixadora síria junto da Unesco, a qual representava os interesses sírios também em Portugal, noticiou hoje a TSF.

A rádio diz que a decisão do Ministério dos Negócios Estrangeiros português, de Paulo Portas, foi tomada ontem à tarde e concertada com o Presidente da República Cavaco Silva. A decisão surge numa altura em que a comunidade internacional acentua o isolamento da Síria, na sequência do massacre de Houla, no qual morreram 108 pessoas.

A declaração de 'persona non grata' de Lamia Chakkour foi decidida porque em Portugal não havia embaixador sírio acreditado. O facto de Portugal não ter grandes relações diplomáticas com a Síria foi precisamente o que levou a diplomacia portuguesa a aceitar, em 2009, dois ex-detidos sírios de Guantánamo. Nessa altura era ministro dos Negócios Estrangeiros Luís Amado.

O último parágrafo desta notícia, cuja redação, aliás, é de antologia ("as poucas relações diplomáticas que tinha com a Síria"...) é um amontoado de disparates. Dificilmente se conseguiria colocar tantos em tão pouco espaço.