O milionário russo Arkady Gaydamak está a processar, em Londres, o general angolano Hélder Vieira Dias, ministro de Estado e chefe da Casa Militar de José Eduardo dos Santos.
O alto responsável do Estado angolano, também conhecido por general Kopelipa, é acusado por Gaydamak de o enganar e intimidar a assinar um acordo judicial em 2011 com o magnata dos diamantes Lev Leviev, avançou o jornal britânico The Guardian este fim-de-semana.
Além do general, o russo também está a processar António Carlos Sumbula, o líder da diamantífera angolana Endiama, controlada pelo Estado, por este ter alegadamente ajudado Kopelipa.
Além do general, o russo também está a processar António Carlos Sumbula, o líder da diamantífera angolana Endiama, controlada pelo Estado, por este ter alegadamente ajudado Kopelipa.
Segundo os documentos judiciais, o milionário russo só assinou o acordo após Kopelipa ter insinuado que Lev Leviev iria pagar a Gaydamak uma compensação no valor de 365 milhões de euros. Além do dinheiro, o russo também alega que o general lhe terá oferecido imunidade diplomática numa altura em que França estava a tentar extraditá-lo por fraude fiscal.
“A posição do general Kopelipa em Angola era tal, que tinha o poder de impedir o senhor Gaydamak de deixar Angola e de prendê-lo sem causa ou julgamento”, segundo os documentos do tribunal citados pelo The Guardian. “Em Angola, a sua palavra tem a força da lei”.
Mas as promessas não foram cumpridas, diz Gaydamak, alegando que Kopelipa e Leviev conspiraram provocando assim uma “quebra de confiança desonesta”, estando por isso a processar ambos no Reino Unido por danos irreparáveis.
A guerra entre os dois russos arrasta-se há já algum tempo nos tribunais britânicos quando, noutra ocasião, Gaydamak tentou sem sucesso processar Leviev por 730 milhões de euros, alegando que o seu sócio não liquidara dividendos no seu negócio de diamantes.
A relação de Gaydamak com Luanda, particulamente com o MPLA, remonta ao tempo da guerra civil, entre 1975 e 2002, revelou no ano passado em tribunal, via tele-conferência por não poder entrar em espaço comunitário devido à ordem de deportação emitida por Paris. O russo revelou que, durante esse período, esteve envolvido “na logística e financiamento do fornecimento legal de armas e alimentação ao exército oficial angolano”.
O jornal The Guardian contactou a embaixada angolana em Londres, assim como a Endiama para obter comentários, mas sem sucesso. Os advogados de Lev Leviev, por outro lado, afirmaram que a queixa "não tem base nem mérito".
Dinheiro Vivo
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